Who I Am? escrita por StrangeDemigod


Capítulo 4
Number Four




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Acampamento Meio-Sangue-21h35min

Ele não acreditava no que havia acabado de ver.

Sua, até então, namorada estava, basicamente, quase realizando o ato com outro cara.

Ele agora estava na praia do acampamento, olhando o mar, perdido em pensamentos. Abaixou a cabeça, olhando a areia. Pensava como chegara a esse ponto. Havia se deixado levar pelo charme da filha de Afrodite, Amélia. Ele já havia ouvido falar que a garota possuía uma lista quase que infinita de ex-namorados. Agora ele sabia o motivo. A garota o havia insultado, dizendo os piores nomes possíveis, e ela terminou o namoro.

Suspirou e olhou o mar novamente, passando as mãos pelos cabelos nervosamente. Esse era Harry Campbell. Cara de cabelos castanhos escuros, olhos incrivelmente verdes e pele bronzeada, devido às várias horas que passava na praia. 

Ele adorava aquele local. O cheiro da maresia o revigorava. Os domínios de seu pai eram realmente belos. Sim, ele era um filho de Poseidon.  Se um filho de Poseidon já causa grande estrago, imagine dois, e que são gêmeos. Sim Harry possuía uma irmã. Gêmea.

Mas Milena era muito diferente dele. A única coisa que tinham em comum eram os olhos. Fora isso, mais nada. Ela era o orgulho da mãe, a favorita. Ele, a ovelha negra da família.  Quando descobriu que era um semideus, nada mudou. Ao menos em uma coisa ele era melhor que ela. No campo de batalha, ele se transformava em outra pessoa. Ele era uns dos melhores na esgrima.

Ele foi tirado de seus devaneios por um rugido. Olhou para a floresta. “Deve de ser só mais um monstro.” Voltou seu olhar para o mar. Gritos... Pareciam meninas gritando.

—SOCORRO! AJUDEM, POR FAVOR!- elas suplicavam.

Ele correu até elas. Algumas pessoas já estavam lá quando ele chegou. No começo, pensou ter visto dobrado, mas percebeu que eram duas meninas, gêmeas.

—Por favor, nossa irmã... Lá embaixo... Monstro com cauda de escorpião.-  uma delas suplicava.

—Calma criança.- Quíron falou. O garoto só foi percebê-lo agora. -Nathan, leve-as para a enfermaria, verifique se elas estão bem.- ele mal terminou de falar e Nathan puxou-as e foi em direção à enfermaria. -Liam e Harry, me acompanhem.-  e o centauro pegou seu arco e correu colina abaixo com os garotos ao seu encalço.

—_//__

Mesmo antes de terminarem a colina, era possível ouvir vozes.

Harry se escondeu atrás de um arbusto que tinha ali, onde pode observar tudo. Um manticore e uma garota, com um vestido negro que estava rasgado, possibilitando ver que ela estava descalça, e uma espada negra nas mãos, a qual ela apontava para o monstro. Harry podia também escutar a conversa dos dois.

—Mais que pena...- ele emitia um tipo de rosnado. -Um vestido tão belo... Agora está rasgado. Foi feito pela sua mãe, não é? Se é que posso chamá-la assim... Afinal, ela não era a sua mãe.- continuou. -Sabe... A morte dela foi até rápida. Um desperdício. Ela morreu por nada. Tentou salvar o moleque, mas não conseguiu... Ficou com tanta raiva por eu ter esmagado a cabeça dele, que resolveu me atacar.-  falou em tom de arrogância. -Ela conseguiu derrotar meus dois amigos, mas eu consegui matá-la... Cortei o pescoço dela... E a vi agonizar até morrer...- ele falou, se vangloriando.

—O que você fez?- a garota questionou, com lágrimas nos olhos. Ela fazia uma expressão de dor.

—Eu apenas a matei... Assim como matei o menino.- ele rosnou. -E quanto ao seu pai? - falou ironicamente.  -Ele sim teve uma morte bem dolorosa... Joseph, apesar de ser um mero mortal, sabia lutar... Lutou pelos dois ali, que já estavam mortos...- ele estalou a língua. -Inútil... Morreu envenenado pela minha cauda.- ele riu. -Então Helena... Eles estão mortos... Por sua culpa...

Harry esbugalhou os olhos. Um mortal havia enfrentado aquele monstro.

—NÃO!- ela caiu de joelhos, abandonando a espada. -Impossível!- ela chorava e apertava a cabeça.

—Sim... Eles morreram Helena... Não há mais volta.- ele falou se aproximando.

—NÃO! NÃO!- ela gritou e fechou as mãos em forma de punhos e bateu-os no chão. Harry percebeu que devia matar aquele monstro. Levantou-se, empunhou a espada e quando estava pronto para correr até lá, o chão tremeu. Ele parou no lugar, tentando se equilibrar. Uma cratera se abriu no chão e dela saíram mãos... Mãos de esqueletos. Elas seguraram firmemente as patas e a cauda do monstro. Ele tentava se soltar.

—O que é isso? Me soltem!- ele falava

—É inútil.- ela falou, com a cabeça abaixada. Harry resolveu se esconder novamente. Uma luz alaranjada emanava da cratera, o que o possibilitou enxergar melhor.

—O que você pretende fazer?- ele perguntou, olhando-a. Ela riu.

—Vou fazer você pagar pelo que fez!- ela levantou a cabeça. Harry pode ver seus olhos. E pelo que ele percebeu, o monstro também. Estavam totalmente negros, por inteiro, desde a esclera até a pupila. 

—Não. NÃO!_ ele gritou_ POR FAVOR, NÃO!_ ele suplicava.

— Agora você suplica a mim?- ela questionou com um sorriso sarcástico. -Devia tem pensado antes de matar aqueles mortais!-  ela falou friamente a ele.  Harry percebeu que a garota havia mudado, como se algo tivesse possuído-a. -Agora... O que acha de voltar ao Tártaro? _ A garota falou. Harry espantou-se.

—NÃO! EU SÓ ESTAVA CUMPRINDO ORDENS!- ele gritava e se mexia, tentando se soltar. A garota apenas levantou a mão e mais algumas mãos esqueleto surgiram e seguraram o pescoço do monstro.

—Meu caro monstrinho...- ela falava enquanto se aproximava. -Eu apenas estou cumprindo o meu dever.- ela olhava-o superiormente. -Eu sei melhor do que ninguém que monstros podem morrer, mas não morrem.- ela riu. -Então... Se eu simplesmente te matar, algum dia você vai voltar.- ela explicou. -Mas você não volta se eu lhe jogar uma maldição.- ela deu um riso abafado. Harry observava tudo atônito. “Ela pode fazer isso?”. Depois o olhou diretamente nos olhos. -Você vai voltar ao Tártaro. Vai vagar por ele eternamente. Cada vez que você encontrar as Portas da Morte, voltará ao início... Nunca conseguirá sair...- Dito isso, a cratera se abriu ainda mais e os esqueletos o puxaram. Enquanto ele era engolido, ela falou simplesmente. -A morte nunca perdoa.

A cratera se fechou. Tudo o que sobrou foi apenas uma rachadura no chão. Os olhos da garota voltaram à cor normal. Mesmo estando espantado, Harry correu até ela, segurando-a para ela não cair no chão. A garota havia desmaiado. Harry a pegou no colo.

Escutou passos atrás de sim, junto a trotes de cavalo. Virou-se. Liam estava com a espada em uma mão e uma tocha na outra. Quíron segurava seu arco. Pararam a frente de Harry. Quíron observou a garota e arregalou os olhos. Ele começou a sussurrar palavras em grego. Harry e Liam se olhavam.

—Eu... Eu acho que ela deve ser levada a enfermaria, não é?- Harry perguntou. Quíron piscou algumas vezes.

—Sim...- ele falou.

—Você ‘tá bem, Quíron?- Liam perguntou.

—Sim, rapaz... - ele falou acenando com a cabeça. -Vamos.

—_//__

Harry carregava a garota pelo acampamento, em direção à enfermaria. Todos o observavam, porém, ele nem ligava. Havia visto de tudo nessa vida de semideus, mas nada se comparava ao que ele havia visto hoje.

Ele olhou a garota. Ela tinha cabelos castanhos e pele extremamente branca, como a neve. Estava com os olhos fechados, mas ele podia jurar que eles eram da mesma cor do cabelo. Ela tinha cílios compridos e seus lábios, que antes, possivelmente, estavam pintados com a cor vermelha, eram levemente inchados. A garota ressonava baixinho.

Ele chegou à enfermaria. Assim que entrou, colocou a garota em uma das camas que lá tinham.

—Harry.- o chamaram e ele virou. Quíron estava acompanhando Nathan. -Nathan, cuide da...- ele nem pode terminar de falar, pois a garota começou a respirar com dificuldade. Parecia que alguém estava a sufocando, pois ela estava com uma das mãos no pescoço. Nathan correu até ela e tentou retirar a mão dela do pescoço. Ela, então, simplesmente parou de respirar. A mão dela se afrouxou no pescoço. Nathan verificou o pulso dela. O coração ainda batia, mas ela não respirava.

—O que foi?- Harry perguntou.

—O coração dela bate, mas ela não respira... Eu... Eu não entendo.- ele olhava fixamente para o chão.

—Como assim? Isso é possível?- Harry indagou, com os braços cruzados.

— Ela pode ter tido uma parada respiratória... Ou então...- ele foi interrompido. O ar em volta deles ficou mais frio, mais sombrio. Todos fizeram silêncio. A garota arqueou as costas e arfou. Seus olhos estavam abertos e estavam entre o castanho e o preto. Sua voz ecoou pelo local e ela falou as seguintes palavras:

—Ο θεριστής των ψυχών, ο κομιστής του θανάτου είναι πίσω. * (

Depois disso, ela voltou a deitar-se sobre a cama e adormeceu.

—Isso... Isso é grego...- Harry falou, com os olhos arregalados. -Quíron... O que isso quer dizer?

—Não sei meu rapaz.- ele se fez de desentendido e se direcionou a saída.

Harry estava confuso. Quíron sabia o que ela havia falado e também sabia quem era aquela garota.

—Posso ajudar?- Harry perguntou a Nathan, que estava pronto para dar néctar à garota.

—Claro.- Nathan lhe entregou o néctar e Harry pôs-se a cuidar da garota. Pegou o pescoço da garota delicadamente, o erguendo e dando a bebida a ela, que engoliu de bom grado, dando um leve suspiro.

Ele estava disposto a tirar satisfações com o centauro mais tarde... E ele não iria desistir até descobrir tudo sobre aquela misteriosa garota.


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