Ruínas da Guerra escrita por Teodan98


Capítulo 2
Protetor da Floresta




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Todos ouviram o comando de Pedragon e de súbito pararam. Pedragon estava sozinho na frente e era encarregado de proteger a dianteira da carruagem da princesa. Além dele havia dois guardas em ambos os lados da carruagem e mais dois na retaguarda.

—Porque paramos? – disse o homem encarregado de conduzir a carruagem.

—Algo não está certo. – respondeu Pedragon com a sua voz grossa.

Pedragon estava parado olhando atentamente a estrada a sua frente que era cimentada com pequenas pedras irregulares e em ambos os lados só havia grandes árvores que tapavam a luz do sol, onde só penetravam pequenos fachos por entre as folhas.

Pedragon tirou o seu martelo cristalizado em azul claro dos ombros e pós em ambas as mãos. Se fosse apenas um homem seria fácil derrotar, já que Pedragon era extremamente alto, chegando até ser maior do que a carruagem e com isso era forte e ainda possuía uma armadura pesada com cota de malha por baixo que o protegia de qualquer coisa, seja de uma pequena flecha ou até mesmo de um grande corte feito por machado, era praticamente indestrutível.

A armadura de Pedragon possuía uma ombreira maior do que qualquer armadura, o que era comum entre os draeneis. Ele não possuía nenhum tipo de calçado, por que de acordo com a sua raça, era preciso sentir a terra com as patas em uma batalha, então do seu joelho para baixo não havia nenhum tipo de proteção.

Ele possuía pele roxa com cabelos brancos com uma grande barbicha branca, seus olhos eram de um roxo vibrante mais escuro que a sua pele e suas orelhas eram mais pontudas do que qualquer orelha de elfo, e de sua face, que estava sem nenhum tipo de capacete, saiam quatro tentáculos que possuíam anéis dourados colocado por ele.

—Não há nada aí, vamos embora! – disse o homem da carruagem novamente.

—Espere, vou verificar. – respondeu Pedragon.

O vento forte soprou e as folhas das árvores começaram a se agitar. Pedragon ainda estava certo de que havia alguma coisa de errado, então começou a avançar com passos rasos. Ele só enxergava as folhas e as árvores nada, além disso, então parou e ficou fitando a estrada, mas nada aconteceu, quando estava preste a se virar um som bambo veio de algum lugar da estrada. O homem da carruagem estava gritando de dor com a flecha cravada em seu pescoço enquanto saia sangue, até seu corpo, já morto, caiu da carruagem.

—ARQUEIRO! – gritou o cavaleiro da princesa montado no cavalo e depois da sua última palavra uma flecha o acertou bem na cabeça, o cavalo no qual estava empinou jogando o corpo no chão.

—FORMAÇÃO! – gritou Pedragon enquanto os cavaleiros da retaguarda pegavam o seus escudos e iam para a dianteira.

Pedragon sabia que havia apenas uma pessoa fazendo tudo aquilo e que estava na estrada em algum lugar, por isso continuou parado. O som bambo veio logo em seguida e dessa vez Pedragon conseguiu segurar a flecha no ar com uma das mãos, o arqueiro mirou em sua cabeça, então ele quebrou a flecha e a jogou no chão e olhou diretamente para seu alvo que estava agachado em um dos galhos de uma árvore, o arqueiro se levantou e caiu na estrada a poucos passos de distância de Pedragon.

O arqueiro estava de capuz, então não era possível ver seu rosto, mas ele vestia uma roupa marrom da cor do galho e possuía uma capa de pele de urso, com a aljava de flechas por cima. Ele estava com o arco nas mãos que pareciam ser feito por ele e em sua bainha estava uma espada. Tudo era feito para se camuflar na floresta.

—Ele é meu. – disse Pedragon para os soldados que estavam com espadas nas mãos.

O arqueiro pegou duas flechas na aljava e pós-ambas no arco onde lançou em direção à cabeça de Pedragon, que parou colocando seu braço na frente, a sua armadura quebrou a flecha que em seguida caiu no chão. Já a outra flecha acertou um dos soldados no peito esquerdo, que caiu morto no chão. O arqueiro fez o mesmo movimento outra vez, agora Pedragon colocou o seu martelo ao invés do seu braço para proteger o rosto. A outra flecha passou novamente por Pedragon e atingiu outro soldado no olho, passando pelo visor do capacete. O soldado atingido tentara levantar o escudo de acordo com o comando de seu superior que estava a sua direita, agora olhando o corpo morto no chão.

Pedragon olhou para trás e viu que restaram apenas três soldados, ele precisava fazer alguma coisa antes que aqueles restantes e ele próprio morressem sem sequer revidar o ataque surpresa. O arqueiro encapuzado colocou mais uma flecha no arco e lançou. Pedragon por sua vez protegeu seu rosto novamente, mas desta vez a flecha acertou a sua pata direita, cravando-a no chão junto com a flecha, então ele gritou de dor.

Quando se deu conta o arqueiro estava correndo na sua direção e deslizou no chão laçando mais uma flecha no rosto, Pedragon conseguiu desviar a cabeça, mas a flecha passou por ele e acertou o cavalo de um dos soldados, o cavalo e o soldado caíram no chão onde o cavalo caiu por cima da perna do soldado que gritava de dor.

Pedragon então rodou o seu martelo por de trás da cabeça e com toda a sua força bateu no chão com ele, mas segundos antes do martelo estremecer no chão o arqueiro rolou para o lado e então se levantou arremessando um projétil de ferro pequeno no pescoço de Pedragon, que largou o martelo. O arqueiro lançou outra flecha na outra pata esquerda de Pedragon que agora estava preso com ambas às patas no chão. O arqueiro tirou a sua espada da bainha e cortou Pedragon por entre as dobras da armadura na costela direita, ele estremeceu de dor.

O ar começou a ficar pesado, o soldado que estava debaixo do cavalo ainda gritava de dor. A dor em Pedragon começou a piorar, das suas patas o sangue expelia e a sua costela direita começava a arder e fazer o sangue sujar a armadura, o seu pescoço estava começando a adormecer por causa do pedaço de ferro lançado pelo arqueiro, ele precisava fazer alguma coisa, era o encarregado de proteger a princesa e sabia disso.

Pedragon então criou forças para poder reagir, então retirou o pequeno pedaço de ferro do pescoço, quer se parecia com uma árvore com uma ponta afiada no final, que estava por dentro da pele de Pedragon. Ele retirou as flechas das patas, as duas ao mesmo tempo. A dor em ambas as patas começaram a piorar e a sua raiva aumentou fazendo com que se levantasse.

Quando Pedragon se virou em direção à carruagem se deparou com uma cena aterrorizante pra ele. O arqueiro estava por cima da carruagem com a espada na bainha e o arco na mão, enquanto os dois soldados restantes estavam em cada lado, e o soldado que estava gritando de dor havia morrido. O arqueiro atirou uma flecha no cavalo do soldado da esquerda, que caiu no chão, e logo em seguida o arqueiro, sem olhar, lançou outra flecha na cabeça do soldado da direita, depois pegou outra flecha e atirou contra o soldado da esquerda que ainda estava vivo, tirando assim, a vida dele. Agora todos os soldados estavam mortos.

De súbito a fada saiu da carruagem olhando perplexa vários cadáveres com o sangue ainda fresco. O arqueiro ainda estava por cima da carruagem e pegava mais uma de poucas flechas que restavam da aljava e colocando no arco, mirando na cabeça da fada.

—O que está havendo? – perguntou ela com uma adaga na mão.

—ABAIXE! – gritou Pedragon enquanto dava uma volta e meia e arremessava o seu martelo.

O martelo foi em direção ao arqueiro que no último segundo pulou da carruagem, mas não foi muito rápido. O martelo bateu em seu ombro esquerdo, fazendo o rodar no ar e sumir por entre os arbustos e árvores.

—O QUE EU DISSE PRA VOCÊ? – gritou Pedragon para a fada que ainda se levantava do chão.

—E-eu... – ela gaguejou. -... Eu achei que havia acabado.

—VOLTE PARA DENTRO E A PROTEJA.

A fada estava preste a aceitar o comando dele quando um assobio veio por entre as árvores, no mesmo lugar que o arqueiro havia caído. As árvores começaram a balançar, as folhas se agitavam e a terra começou a tremer. Então um animal saiu de dentro da floresta, ele possuía uma pele rígida e andava sobre quatro patas com três chifres na cabeça, sendo eles do menor para o maior.

O grande animal nocauteou Pedragon com os seus chifres, mas graças a sua armadura os chifres do grande animal não chegaram a feri-lo. O animal começou a bater com seus chifres na armadura diversas vezes e fez Pedragon ser empurrado, que com toda a sua força tentou conter o grande bicho, mas graças a suas patas que estavam machucadas não foi possível. O animal o arrastou até o outro lado da estrada onde bateu em uma grande árvore.

O animal continuou a fazer o mesmo gesto repentinas vezes, Pedragon o segurou e olhou em direção a carruagem aonde o arqueiro com espada na mão ia de encontro com a fada. Sem opção Pedragon arrancou o grande chifre do animal e começou a esfaquea-lo diversas vezes, uma batida após a outra, mas o animal era resistente e permaneceu vivo, até que Pedragon com toda a sua força cravou o chifre na cabeça do animal.

O animal ficou fraco o tempo suficiente para Pedragon pegar na sua boca com ambas as mãos e abri-la. Toda a sua força foi aplicada e o barulho dos ossos do animal quebrado foi ouvido, então Pedragon o arremessou para o lado. O animal estava agora morto.

Pedragon sentiu seu corpo ficar fraco, seu tórax estava doendo muito, por causa do nocaute contra o animal, suas patas estavam sangrando e tremendo por causa da dor e a sua costela estava expelindo sangue. Ele não aguentava mais ficar de pé, então sentou encostado na árvore e assistiu o confronto entre a fada e o arqueiro por um breve período até que seu mundo ficou preto.


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