P.O.V. Ella.

Que ótimo, vou ser a garota de fora de novo. Se eu soubesse o que me aconteceria jamais teria concordado em ser o que sou hoje. A eternidade parece maravilhosa até você perceber que vai passá-la sozinha.

Meu nome é Ella Clark e eu sou um monstro.

P.O.V. Beck.

Mais um ano na Hollywood Arts, mais um ano com a Jade. Ou era o que eu achava.

De repente as portas abrem e passa por elas a garota mais linda do universo. Ela era uma miragem.

O cabelo dela era tão sedoso e negro, a pele era pálida muito pálida, ela tinha um nariz empinadinho, os olhos dela eram castanhos lindos.

Ela fez a cena do pássaro e como se já soubesse o que aconteceria disse:

—Sua opinião pouco me importa, gostei de como ficou. Com sua licença senhor.

—Eu me sinto enganado. Quem contou?

—Ninguém contou. Eu sinto as coisas.

Ela não falou com ninguém, sentou-se no fundo da sala e ficou lá ouvindo o Sikowitz falar.

Na hora do almoço ela pegou a comida, mas não comeu. Ficou apenas sentindo o sol tocar a sua pele.

Jade foi falar com ela.

—Não vai comer?

—Pode pegar a maçã.

—O que?

—Você quer a minha maçã ou não quer?

—Tá bem. Você é tipo médium?

—Não. Mas, agora que já tem o que quer vá embora.

—E ai gata, eu sou o André.

—Mantenham distância de mim.

Ela se levantou e saiu. 

—Gostei dela.

—Ela me lembra você, mas ela tem algo escondido. Ela parece ter muito amor pra dar, mas afasta as pessoas.

—Acho que ela é tímida.

—Ela usa roupas que dizem, quero ser invisível e passar desapercebida, mas ela é bonita demais.

—É. Ela é um anjo.

P.O.V. Ella.

Anjo? Eu sou a escuridão profunda, eu não tenho uma alma. Sou mais escura que um poço sem fundo.

Sou uma arma letal, uma assassina. Quantos já não pereceram pelas minhas mãos? Tirei as vidas de meus entes queridos porque não pude lutar contra minha natureza predadora.

Eu machuco as pessoas, eu tiro vidas. Mesmo não querendo, eu as machuco. Porque sou uma abominação da natureza, uma maldita fera dos infernos sedenta de sangue humano e com fome de carne humana.

Mas, eu já fui normal. Eu tinha uma vida boa, eu escolhi isso ao invés da morte. Como fui tola, ele disse que me amaria para sempre, mas o para sempre acabou e ele me deixou por outra.

Eu deveria ter imaginado, eu era uma serva quando ele casou-se comigo. Ele tirou todas as conclusões erradas e foi o meu fim diante da sociedade.

Mas, com o tempo todos que eu conhecia morreram e eu fiquei sozinha uma vez mais.