Problem escrita por LelahBallu


Capítulo 2
Capítulo 01


Notas iniciais do capítulo

Hey!!
Então, eu prometi a mim mesma que não voltaria a postar essa fic até terminar "Redenção" ou "Teenage Dream", mas eu venho escrevendo essa fic muito mais do que qualquer outra, eu tenho alguns capítulos já pronto e estou tentando fazer um trailer (O que é um pouco difícil já que fugi tanto da realidade de Arrow nessa fic, ousada heim?!) Mas a questão é, esse trailer está me dando trabalho que eu me perguntei rapaz se eu tiver fazendo tudo isso e no final a fic não gerar? Então resolvi postar mais um capítulo,por que apenas sabendo a reação de vocês eu posso saber se estou jogando meu tempo e quebrando minha cabeça a toa.... E apenas o p´rologo não me diz isso, Então, aqui está, o primeiro capítulo de Problem!!
Eu quero agradecer pelos comentários, e o entusiamos neles, e é claro me desculpar por não ser o tipo de autora que posta semanalmente, acredito que já me expliquei nas outras fics os motivos. mas em fim, obrigada e boa leitura!!



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POV FELICITY

Senti meus olhos pesados, eu queria abri-los, mas até esse pequeno gesto parecia muito. Por muito tempo foi assim, eu conseguia escutar vozes ao meu redor falarem rapidamente entre si, palavras que eu não conseguia entender, a linguagem era técnica demais, eu quase entrei em pânico, mas então uma voz masculina sobressaiu às outras, uma voz que eu reconhecia embora não fosse capaz de me lembrar de onde, mas que ainda assim foi capaz de me tranquilizar, segurança, foi isso o que sua voz me passou. Como isso era possível?

 O que havia acontecido?

Quem eram essas pessoas que me cutucavam?

 Tentei novamente abrir meus olhos e com uma sensação de alívio que logo foi dominada por incomodo, eu consegui. Estava claro, claro demais, não pude segurar o reflexo de fechar meus olhos brevemente antes de retornar a abri-los exigindo de mim mesma um pouco de esforço para lutar contra a claridade. Um rosto feminino entrou em meu campo de visão, seu toque era impessoal e ligeiro, quando notou que eu estava acordada o rosto sério se quebrou em um sorriso simpático.

— Olá! – Murmurou com cuidado. – Eu sou Drª Snow. Estou aqui para garantir que não tenhamos outro susto como o de ontem. Como você se sente?

— O que aconteceu? – Perguntei confusa enquanto olhava em volta em busca de um rosto masculino para atribuir a voz que havia escutado antes. O que ele havia dito? “Mantenha-me informado.” Isso significava que ele não estava aqui? Um moreno de olhos azuis me encarou com o semblante preocupado. Seria ele? A médica olhou por sobre o ombro seguindo meu olhar e então voltou a me encarar.

— Este é o Dr. Merlyn, ele também é seu médico. – Murmurou com sua voz calma. – Você pode me dizer seu nome?

— O que aconteceu? – Murmurei franzindo o cenho. Forcei minha cabeça em busca de memórias, mas tudo vinha turvo, um poço de confusão, eu me lembrava de um estacionamento, da mesma voz falando comigo, mas por alguma razão seu rosto não se fazia presente em minhas lembranças escassas, um borrão. Era tudo o que eu tinha. – Onde estou?

— Vamos com calma, sim? – Pediu. – Preciso que você me diga seu nome.

— Felicity. – Falei irritada por meu nome ser mais importante do que ela me dizer o que havia acontecido comigo. – Felicity Smoak.

— Ok, Felicity. – Falou mudando rapidamente sua atenção para sua ficha. – Eu preciso que você me diga o que aconteceu ontem.

— Por que você está calado? – Perguntei voltando a encarar o moreno, por alguma razão eu precisava escutar sua voz, eu precisava saber se ele era ele. – Você pode me dizer o que aconteceu?

— Eu sinto muito. – Murmurou com um sorriso que parecia tentar me tranquilizar, mas não pôde. Por que não era ele, e por alguma razão isso me decepcionou. – Eu só vim entregar alguns exames e ver como você estava, a Drª Snow fará as perguntas. – Murmurou apontando o queixo para sua parceira. – Infelizmente não sabemos o que aconteceu com você Felicity, esperávamos que você nos contasse.

— Você teve um colapso ontem. Seu corpo não reagiu bem às drogas que você consumiu... Você sofreu uma overdose. – A mulher tomou voz atraindo minha atenção para si. – O tipo nos preocupou. – Confessou. – Ela geralmente é usada... – Tomou um tempo processando o que ia dizer. – Ela é usada por estupradores. – Segurei minha respiração quando o que ela disse teve o poder de abrir de vez as comportas que estavam bloqueando meu fluxo de memórias, a festa da noite anterior, Cooper me perseguindo junto a seus amigos, o garoto de capuz vermelho o enfrentando e eu fugindo sem que eles percebessem, eu me escondi em um armário enquanto sentia tudo girar e a ânsia de vomitar vindo cada vez mais forte, eu estava tonta e forcei minhas pernas a andarem ainda sem saber para onde estava indo. – Nós precisamos saber... Foi este o caso Felicity? Não houve estupro, nós sabemos disso por que fizemos exames, mas precisamos saber o que aconteceu.

— Eu extrapolei. – Murmurei tentando dar de ombros, minha voz saindo afetada demais até para meus ouvidos. – Eu só queria me divertir, vocês entendem não é mesmo? Não é segredo que médicos adoram usar um pouco do próprio material. – Sorri falsamente. Os lábios da médica franziram com irritação ao perceber que talvez não estivesse diante de uma vítima, mas de uma pirralha mimada.

— Eu preciso perguntar. – O moreno murmurou se aproximando e ficando do outro lado da cama. – Você está tentando acobertar alguém?

— Eu posso ser loira Dr. Gracinha, mas eu não sou estúpida para acobertar um filho da puta que ia me estuprar. – Murmurei em tom impertinente. Eu não estava mentindo, não de todo, eu poderia revelar o que havia acontecido, mas no final terminaria como agora, o senador faria com que isso fosse feito.

— Esse tipo de droga... – Voltou a falar.

— Eu errei a droga? Que seja... – Debochei. – Foi a primeira vez que comprei drogas, idiotas, é claro que eu erraria o tipo e dosagem. Eu deveria te pedido a uma amiga, mas quem se importa? – Dei de ombros. – Vai me deixar alerta para a próxima. – Inferno com eu estaria mais alerta. - Quando eu posso sair daqui?

— Não tão fácil. – A voz vinda do corredor fez com que me coração falhasse uma batida, era ele. E ele havia escutado toda a baboseira que eu havia dito, eu estava envergonhada por que um homem que eu sequer conhecia havia visto o papel que eu me era dado diariamente? Era a primeira vez. As pessoas sempre tinham uma imagem já feita de mim, no fim eu nunca me preocupei em mudar isso, eu não me importo. Geralmente eu apenas jogava meu cabelo de lado e erguia meu queixo, eu não me importava em interpretar o papel de patricinha mimada e irresponsável, por que dessa forma me deixavam em paz, mas agora sem razões explicáveis, eu estava envergonhada. O sujeito entrou no quarto, seus olhos azuis me capturando devido à intensidade, sua mandíbula rígida demonstrava um quê de reprovação. Na verdade ele parecia desapontado, ele nem me conhecia. – O que eu ouvi aqui praticamente foi uma confissão, você consumiu drogas ilegais, você mesma disse que as comprou, você está com alguns probleminhas, anjo.

O apelido me fez erguer minhas sobrancelhas incrédulas. Talvez ele estivesse sendo irônico, mas teve o poder de quebrar um pouco meu papel, por um momento eu apenas senti o desconforto de se observada por ele, enquanto eu mesma roubava a oportunidade para fazer o mesmo com ele. Devia haver algo de errado em você sentir atraída por um homem que obviamente te repudiava, ele havia me salvado, eu não tinha dúvida disso, mas ele também não parecia feliz com isso. Quem era ele?

— Quem é você? – Meus pensamentos transformaram-se na pergunta feita em alto e bom som, antes que eu pudesse me parar, eu não devia mostrar qualquer interesse, mesmo sendo este interpretado por curiosidade, o que era, mas não era apenas isso.

— Este é o Dr. Queen. Ele a encontrou no estacionamento na noite passada. – Drª Snow se apressou rapidamente em me informar. Encarei o rosto feminino, a intervenção era bem vinda, por que assim me fez lembrar que eu deveria sair o mais rápido possível antes de levantarem mais questões. Eu deveria voltar a minha abordagem anterior.

— Algum deles é capaz de responder sozinho? – Murmurei com sarcasmo. Ela voltou a segurar um suspiro de irritação e lançou um olhar para o moreno que parecia acalma-la com apenas a força do seu. Sem demorar muito compreendi que formavam um casal. – Eu não me importo se estou em problemas, eu só quero sair daqui. – Falei voltando minha atenção para o loiro. – Ou eu estou presa?

— Eu acho melhor você ligar para algum responsável. – Murmurou ainda sem expressão. Segurei uma risada.

— Você acha que eu sou menor? – O provoquei. – Isso é doce. –Mais uma vez vi seus lábios apertarem em sinal de irritação. - Idade o suficiente para entrar em uma ou outra confusão Dr. Delicia. – Pisquei. A desaprovação ainda estava lá, mas sua expressão teve um leve quê de choque, ele não esperava que eu flertasse com ele, eu geralmente jamais o faria, mas há muito tempo que eu era apenas aquela que esperavam de mim.

— Chame alguém. – O moreno interveio.

— Ok. – Fingi um suspiro.  – Se é assim você pode chamar John. – Dei de ombros.

— Ele é da família? – Perguntou desconfiado.

— Você pode chamar assim. – Sorri. – Você quer saber se é meu amante?

— Ele tem sobrenome? – Retrucou ignorando minha provocação.

— Yep. – Olhei distraidamente meu braço, a visão da agulha perfurando a pele me fez um pouco doente. Voltei minha atenção para o trio que pareciam me encarar como o dever de casa que queriam se livrar. Nada novo nisso. – Sr. Diggle. Eu gosto de chama-lo de meu psicólogo particular, às vezes o chamo de babá também. Ele é meu segurança.

— Segurança? – Merlyn murmurou surpreso. – Onde ele estava ontem à noite?

— Não tenho certeza. Eu precisaria me lembrar em qual rua eu consegui me livrar dele. – Menti. Diggle havia sido dispensando pelo me pai, eu estava na casa de seu melhor amigo, eu não precisaria de mais seguranças segundo ele, cuidariam de mim.

— Você está mentindo para nós. – O loiro murmurou deixando-me boquiaberta. – Seu nome não é Smoak. É? – Respirei fundo. Tinha sido antes, quando minha mãe ainda era solteira e se orgulhava de ser apenas Donna Smoak. Mas quando eu tinha três anos ela havia cansado disso, então arranjou um novo sobrenome e novo pai para mim. – Quem é seu pai?

— Se você está me perguntando isso, eu acredito que já saiba. – Murmurei o encarando com ar provocativo. – Bonito e inteligente, quem esperaria por isso?

— O que eu perdi aqui? – O moreno murmurou confuso, sua parceira apenas deu de ombros mostrando que também não entendia.

— Já vocês não são tão inteligentes assim. – Murmurei apontando para eles. – Sendo assim, bonito, não precisa mais incomodar Sr. Diggle. Apenas ligue para Quentin Lance, assistente pessoal do meu pai.

— Quem é seu pai? – Dra. Snow perguntou com expectativa.

— Deus, vocês vão me fazer soletrar isso? – Perguntei sem paciência. – Damien Darhk, ele é meu pai.

— O mesmo...

— Isso, Senador Darhk. – Falei a encarando – Agora eu posso ficar sozinha? Eu não acho que dormi o suficiente.

 

POV OLIVER

— Ollie! – Entreguei o prontuário à enfermeira e encarei Tommy que se aproximava seu semblante carregado. – Por que você ainda está aqui? – Perguntou encarando-me preocupado. – Vá para casa Ollie, vá descansar, você pegou turnos seguidos e devia ter ido ontem à noite.

— Isso foi antes que uma loira abusada desmaiasse em meus braços. – Falei encostando-me ao balcão, encarei o vidro que mostrava seu quarto um pouco mais distante de onde estávamos, ela estava dormindo, ou ao menos era o que parecia, eu não tinha certeza se a provocação era apenas uma provocação, ou se ela realmente estava cansada. Eu me encontrava curiosamente decepcionado com sua atitude, seu deboche, quando a peguei em meus braços a estúpida comparação com um anjo foi à primeira coisa que veio em minha mente, agora que ela abriu a boca eu estava revendo. – Agora que estou aqui, por que não verificar alguns pacientes? – Perguntei desviando minha atenção de volta para Tommy.

— Você está pensando nela. – Apontou para seu quarto.

— Curioso. – Admiti. - Principalmente por se tratar da filha do senador Darhk.

— Você não gosta dele? – Perguntou-me interessado.

— Para ser sincero não gosto de políticos no geral. – Dei de ombros.

— Seu pai não é prefeito de Star City? – Perguntou-me segurando um sorriso. O bastardo era meu melhor amigo desde que mal sabíamos amarrar o próprio tênis, ele conhecia a resposta para cada pergunta que fizesse sobre mim.

— Hum hum. – Assenti entrando em sua brincadeira e ignorando o fato de que ele mesmo não era um fã do meu pai. – E ambos sabemos que não gosto do meu pai também.

— Meus garotos não tinham que estar em qualquer outro lugar? – Ambos viramos ao escutar a pergunta de Caitlin. Ela me lançou um olhar aborrecido. – Você não devia estar em casa?

— Você não devia estar com sua paciente? – Retruquei.

— Oh, eu já estou pronta para lhe dar alta. – Murmurou me surpreendendo. – Eu fui até a sala das enfermeiras...

— Você não foi comprar uma guerra com as enfermeiras, foi? – Tommy a interrompeu. – Você se lembra da última vez que discutiu com uma enfermeira? Eu tive que intervir!

— Apenas por que você gosta de usar seu charme barato. – Acusou-o.

— Meu charme barato colocou um anel em seu dedo. – Retrucou.

— Cuidado, querido. – Alertou-o. – Ainda não chegamos ao altar.

— Você me ama. – Rebateu.

— Eu posso me esquecer disso facilmente. – Deu de ombros.

— Você adora meu corpo nu. – Deu de ombros a imitando.

— Oliver tem um corpo legal. – Retrucou. Segurei o riso enquanto observava sua pequena discussão. Cailtin gostava de me jogar no meio de suas pequenas brigas com Tommy, mas qualquer aqui sabia que ela jamais pensaria em troca-lo, por quem quer que fosse. Ela o amava.

— Você nunca encontrará um cirurgião de traumas melhor. – Argumentou.

— Eu realmente te odeio. – Suspirou cansada. – Agora vou ter que casar com você. – Tommy manteve um suas mãos nos bolsos de seu jaleco, mas se inclinou para beija-la rapidamente nos lábios, ambos com sorriso abertos.

— O que você foi fazer com as enfermeiras? – Perguntei notando que a questão havia sido deixada de lado.

— Oh, obrigada por me lembrar. – Encarou-me erguendo a revista enrolada em rolo ocultando a capa. – Eu fui roubar um pouco de material de fofocas.

— Uma revista? – Perguntei incrédulo.

— Quando você trouxe sua loira impertinente eu senti como se a tivesse visto antes. – Murmurou abrindo a revista e colocando-a em cima do balcão ao lado do meu cotovelo.

— Ela não é minha. – Forcei-me a corrigir.

— Você está acampado diante de seu quarto. – Falou em tom baixo. – Supere isso. – Abri minha boca para protestar. – Voltando... – Interrompeu meu protesto. – Quando ela finalmente disse quem era seu pai, eu fiquei com isso em minha mente, eu não sei muito sobre a vida de políticos, tenho pouco tempo para assistir televisão e confesso que quando o faço eu desligo minha mente com algum reality show qualquer...

— O erro de todo país. – Tommy murmurou ganhando uma cotovelada sua, já que ele insistia em ficar atrás dela.

— Eu tinha visto-a aqui. – Apontou para a matéria que falava sobre Damien Darhk. Eram três páginas, que eu duvidava que alguém passasse mais do que 30 segundos as lendo, mas no final da matéria havia duas fotos que chamou minha atenção. A matéria falava da relação de Darhk com sua família, a primeira foto mostrou Darhk, sua esposa e Felicity em algum evento ao ar livre, estavam juntos, um sorriso em cada rosto, mas eu podia ver que eram falsos, eu conhecia isso, eu já posei para fotos assim, sempre que meu pai estava em campanha. O visual de Felicity era a da filha perfeita, cardigã, pérolas e tudo, ela era apenas uma garota, mas estava vestida como uma jovem esposa de um político, a legenda dizia “Família Darhk aproveita evento para fortalecer laços com a comunidade.” Agora, a segunda foto era uma foto e tanto, era apenas Felicity. Ela vestia um short curto, quase minúsculo, seu casaco xadrez amarrado na cintura, botas pretas, óculos escuros e um top que exibia sua barriga perfeita.

De filha exemplar a rebelde declarada.

Poderia ser meu pensamento, mas era a legenda da foto, não havia nenhuma foto a mais, mas a pequena coluna ao lado dizia que a filha do senador foi vista consumindo altas quantidades de álcool e que seu segurança saiu da festa que deveria arrecadar fundos com ela em seus braços, desmaiada, o evento havia sido uma vergonha para o senador e Felicity havia sido levada para um hospital imediatamente, rumores diziam também que a loira havia traído seu namorado de infância Cooper Sheldon com um dos bartender.  Voltei meu olhar para a foto acima que claramente era de um dia diferente do que a reportagem falava, Felicity parecia distraída na foto, ela parecia estar voltando de um passeio qualquer.

— Só para constar, eu vim para mostrar a reportagem. – A voz de Caitlin invadiu meus pensamentos. – Não para observar vocês dois babarem na foto dela.

— Deus, Caitlin! – Tommy a encarou forçando drama em suas palavras. – Você sabe que sou um leitor lento.

— Como você sabia que ela era a filha do senador? – Caitlin me perguntou confusa.

— Eu não sabia. Ela me contou. – Dei de ombros. – Eu suspeitei que ela não estava sendo honesta sobre quem era, só isso. Eu não tinha ideia de quem ela era filha.

— Entendi. – Assentiu.

— Então, pelo o que podemos entender, ontem não foi bem sua estreia nesse tipo de coisa. – Murmurei voltando a encarar através do vidro, se corpo estava de lado, era impossível afirmar se dormia.

— Eu não sei. – Caitlin meneou a cabeça em negativa. – Ainda tem furos aí.

— Ela é intratável Caity. – Tommy murmurou. – Ela foi rude com você.

— Sim. Mas vocês percebem que depois que ela foi rude e mimada descartamos imediatamente a tentativa de estupro?- Perguntou perspicaz. – O foco da conversa se desviou.

—Se tem dúvidas por que já vai libera-la? – Perguntei a encarando.

— Como médica eu posso dizer que seus sinais estão estáveis, ela está hidratada, toda a droga está fora do seu sistema, ela está lúcida e não apresenta nenhum sinal de trauma, então, antes que sugira, eu não posso encaminha-la a um psiquiatra.  – Deu de ombros. – Eu não posso manter um paciente saudável física, psicológica e aparentemente emocionalmente aqui apenas por que tenho dúvidas como mulher. – Suspirou. – E ambos sabemos que o fato de ter consumido drogas ilegais não a manterá aqui, ela é filha de um dos Deuses do Olimpo, somos pobres mortais Oliver.

— Não somos pobres mortais. – Tommy negou. – Eu não sou o herdeiro de um império para ser chamado de pobre mortal, coloque um rico nessa frase, e Ollie não fica atrás. Além de herdeiro da QC, ele praticamente é dono desse hospital. – Emitiu um falso suspiro de pena e apoiou uma mão no ombro feminino com solidariedade fingida. – Não se preocupe querida, quando casar comigo você será rica também.

— Estou reconsiderando novamente. – O alertou.

— Anime-se! Você pode me dar o golpe do baú. – Brincou. Caitlin lhe lançou um olhar rabugento. – O que acha? Quer engravidar para garantir meu dinheiro?

— Como consegue ser tão irritante?

— Com licença. – A voz forte se fez presente os arrancando de sua brincadeira, eu ainda estava sorrindo devido à ceninha idiota que eu presenciava quando encarei o sujeito que havia chamado nossa atenção. O olhar do homem alto desviou até a revista aberta e Caitlin se apressou em fecha-la imediatamente.

— Pois não? – Perguntou com seu habitual sorriso simpático.

— Eu vim por uma paciente, Felicity Smoak. – Falou sem rodeios. – Me disseram que você é sua médica... – Olhou para seu crachá rapidamente. – Dra. Snow.

— Isso. – Assentiu. – Você deve ser Sr. Diggle.

— Ela está bem? – Perguntou visualmente preocupado. Eu honestamente esperava um sujeito vestindo terno e gravata preta, camisa branca e uma daquelas estúpidas escutas. Eu não esperava alguém vestido em jeans confortáveis e jaqueta de couro.

— Ela está bem. – Tommy murmurou erguendo sua mão para cumprimenta-lo. – Eu sou Dr. Merlyn, este é Dr. Queen, ele foi quem a encontrou ontem.

— Obrigado. – Murmurou sincero.

— Não por isso. – Murmurei com um aceno. – Eu apenas a entreguei aos cuidados de Dra. Snow e Dr. Merlyn.

— Ela está ótima na verdade. – Caitlin tomou voz. – Eu estava prestes a lhe dar alta. Você pode vir comigo.

— Ok. – Assentiu. – Obrigado, novamente. – Murmurou antes de se afastar acompanhando Caitlin.

— Pelo perfil de Felicity “Smoak” eu acho que ele não é apenas seu segurança. – Tommy murmurou. – Definitivamente é mais do que isso.

— O que você está falando? – Perguntei o encarando duramente.

— Já assistiu “O guarda costas”?  - Perguntou em tom sugestivo.

— Eu estou indo. – Murmurei.

— Já?

— Vocês estavam me expulsando minutos atrás. – Dei de ombros.

— Entendi. – Assentiu. – Agora que ela está com seu protetor, você não precisa mais acampar em frente a sua porta, certo?

— Até mais, Tommy. – Murmurei me afastando não lhe dando mais material para especulação.

Quando cheguei em minha casa eu não fiz cerimônia, eu me joguei em minha cama e deixei quaisquer pensamentos sobre o dia de hoje e o anterior fossem deixados de lado, eu dormi profundamente, sendo interrompido apenas quando escutei o toque insistente da campainha, muito tarde foi quando me dei conta que havia esquecido do jantar com Thea. Minha irmã.

De novo.

Ela iria me matar.

Não vivíamos mais juntos desde que saí da mansão, ela também o fez, anos mais tarde, já que eu fui quando terminei a faculdade de medicina, e ela quando entrou na faculdade no semestre passado, embora ainda não tivesse sido medicina. Gostávamos de nos encontrar para o jantar ou almoço durante a semana, quantas vezes pudéssemos.

— Você esqueceu. – Murmurou quando abri a porta com o semblante culpado. – De novo.

— Desculpe. – Pedi. – Mas foi um dia de cão.

— Tudo bem. – Sorriu antes de me abraçar. – Sempre podemos pedir pizza.

— Soa como o paraíso. – Murmurei sincero. Ela rapidamente foi até o telefone e pegou um dos números que costumávamos usar.

— Eu pensei que você estaria de folga hoje. – Comentou. – Mudança de turnos.

— Algo aconteceu. – Expliquei. – Quando eu estava saindo do hospital, uma garota literalmente desmaiou em meus braços.

— O que aconteceu? – Perguntou franzindo o cenho.

— É muito complicado. – Dei de ombros. – Ela está bem, é irritante, rude, mimada e egoísta.

— Nossa! – Exclamou admirada. - Nem foi o que eu perguntei. – Brincou. Então inclinou a cabeça me analisando. – Não a julgue muito cedo Oliver.

— Por que ainda estamos falando disso? Ligue para a pizza. – Murmurei passando a mão em meus cabelos, o plano era esquecer o dia de hoje. Não ficar remoendo.

— Por que você sempre faz isso. – Murmurou com um suspiro. – Você possui moldes Oliver. O melhor amigo, a irmã, a amiga e até mesmo pacientes. Cada molde é perfeito, e quando alguém não se encaixa nele você o julga.

— Você basicamente está me chamando de mesquinho.  –A acusei.

— Não. – Negou. – Estou apenas dizendo que não há molde perfeito. Você é certinho demais para um mundo onde nada é totalmente certo ou errado, apenas se lembre disso e não trate a garota como se ela tivesse cometido algum crime por não se encaixar em seus ideais de perfeição.

— Eu duvido que eu chegue a vê-la novamente. – Dei de ombros. – Mas tentarei me lembrar disso.

— É um bom começo. – Piscou. – Então... Pizza?

 

POV FELICITY

Entrei em minha casa segurando um suspiro de alívio. A razão para segurar o suspiro? Estava bem atrás de mim, eu podia sentir seu olhar preocupado e de reprovação perfurar minha cabeça. Ele estava em uma aparente calma desde que entrou no quarto junto à médica simpática e escutou todo o seu blá blá blá médico. Ele não havia dito nenhuma palavra, seu único gesto de afeição foi envolver minha mão na sua enquanto ela falava, e suas únicas palavras foram para dizer que já estávamos indo e para agradecer novamente a médica. Ele cuidou de tudo na recepção e fomos embora. Ele estava há muito tempo calmo e sem fazer nenhuma pergunta, o que significa que ele estaria cortando seu silêncio em 3...2...1...

— O que aconteceu Felicity? – Perguntou sem erguer sua voz, virei-me para ele e o encontrei sentado no braço do sofá. A casa era grande, demais para mim, mas não tanto quanto meus pais queriam. Por mim eu viveria em algo menor, mas a casa era para recepciona-los também quando estivesse na cidade, eu não tinha como argumentar muito contra. Mas por algum motivo, minha sala pareceu menor.

— Você escutou a médica. – Dei de ombros. – Eu comecei algo sem controle.

— Você sabe que eu não compro essa sua postura de garota mimada. – Ergueu uma mão indicando que parasse. – Algo aconteceu, alguém a drogou naquela festa, foi Cooper?

— Eu realmente não quero falar sobre isso Diggle. – Murmurei cansada.

— Ele a tocou? Quão longe ele foi? – Ergueu-se. – Isso é sério, não é mais uma de suas brincadeiras infantis, eu não entendo como posso ser seu segurança, mas em situações como essa sou afastado. Cooper não deveria estar acima de qualquer lei ou punição.

— Ambos sabemos que Cooper é protegido de seu pai e do meu. – Murmurei. Fechei meus olhos ao perceber que havia feito uma admissão. – Nada aconteceu Diggle, sim, alguém me drogou, mas foi estúpido para não saber a quantidade que seria o suficiente para me deixar inconsciente. Eu me afastei assim que percebi os efeitos. – Menti. Havia demorado mais. Tinha sido tempo o suficiente para ele e seus amigos me encurralarem na biblioteca, o maldito havia dito como me foderia e depois observaria cada um dos seus amigos fazerem o mesmo. Cooper era doente, nada aconteceu, mas apenas por que um rapaz vestido com capuz vermelho que estava na biblioteca sem que percebêssemos se fez aparecer ao derrubar uma das estantes em um dos amigos de Cooper, ganhei tempo o suficiente para me arrastar até o armário mais próximo e me esconder. Eles realmente haviam errado a dosagem, mas eu estava sentindo os efeitos, e se não fosse à confusão causada pelo rapaz que eu não conseguiria ter me salvado. Eu vi quando ele passou em frente ao armário procurando por mim, considerei chama-lo, mas eu não tinha coragem, eu não confiava plenamente nele, então quando percebi que o corredor estava limpo eu saí. Eu cheguei ao estacionamento do Hospital St. Anna por que ele era ridiculamente perto. Se eles soubessem seria irônico. Desmaiar nos braços do Dr. Queen parecia ter sido a única coisa certa ao fazer em toda a noite.

— Felicity? – Diggle questionou-me percebendo meu silêncio.

— Nada aconteceu. – Repeti. – Eu só quero ir para o meu quarto, eu estou cansada, fiquei tensa no hospital, eu apenas quero dormir. Você sabe que dia é amanhã.

— Você tem certeza que ir amanhã? – Perguntou-me incerto. – Podemos adiar mais um dia.

— Eu tenho 23 anos Diggle. – Suspirei. – Enquanto alguns estariam terminando, eu posso afirmar que já adiei a faculdade demais. – Não havia sido minha escolha, meu pai estava feliz em manter a imagem de princesa protegida que adiava os estudos para viajar pelo mundo. Ele queria alguém ignorante, que dependesse dele, alguém como minha mãe. Argumentei que ele seria mal visto, que classe de senador não se preocupa com a educação da própria filha? Ele concordou, mas riu. Disse que eu podia fazer algo inútil, eu podia fazer artes se quisesse, ou até mesmo música, já que eu insistia em tocar meu estúpido piano. Essa havia sido suas exatas palavras.

Se soubessem como ele é realmente.

— Então amanhã eu a levarei para a faculdade. – Alertou-me. Eu já esperava por isso. Então não foi uma grande surpresa.

— Logo após minha corrida. – Murmurei.

— Por que você quer correr agora? – Perguntou-me sem paciência. – Há uma academia aqui. Você deveria ficar se recuperando amanhã.

— Eu sei disso, mas vim para essa cidade para obter um pouco de liberdade, não toda, não sou ingênua assim. – Falei sem humor. – Mas não vou ficar presa em casa. Eu tenho sido presa todos esses anos. Tem um parque, não muito longe daqui, é bonito, eu quero ir lá.

— Então eu farei companhia. – Murmurou.

 -Você ficará sentado em um dos bancos.  – Argumentei.

— Apenas se a visibilidade for boa. – Retrucou.

— Está bem. – Suspirei. – Posso subir agora?

— Vá descansar. – Sorriu consentindo, meneei a cabeça e me permiti abraça-lo. Diggle era a única coisa boa nisso tudo, o quanto eu pudesse fazer para mantê-lo, eu faria. Despedi-me com um beijo em sua bochecha e subi para o meu quarto. Eu não tinha ideia do quanto estava cansada até que eu apaguei.

Quando acordei eu estava ansiosa. Eu estaria indo para a faculdade hoje. Eu veria mais gente da minha idade do que estava acostumada, talvez não exatamente da minha idade, mas próxima o bastante. Quando vesti uma roupa folgada para correr eu estava agitada e tensa.

Diggle já estava me aguardando. Fomos de carro por que eu menti um pouco sobre a distância, mas o lugar realmente era lindo, e se eu corresse por uma hora, eu chegaria em casa a tempo para me trocar e ira até a faculdade, era arriscado, mas eu realmente queria isso. Eu estava apenas na minha segunda volta no parque quando avistei uma silhueta conhecida. Diggle havia ficado rabugento sentado em um dos bancos, então ele não estava ao meu lado para me segurar quando tropecei meus pés ao identificar a silhueta.

Era uma boa coisa eu não ter caído, pois seria a segunda vez que eu cairia aos pés do Dr. Queen em menos de dois dias. Sua expressão quando me encarou era carregada surpresa e de algo mais... Julgamento?

Era isso. Ele já havia feito minha imagem, eu era culpada por isso, então não perdi meu tempo lamentando. Ergui meus ombros e esbocei um falso sorriso, me aproximei deixando um pouco de provocação escapar em minhas palavras.

— Ora, se não é meu médico favorito... – Seu suspiro exasperado se fez audível. – Olá, Dr. Delícia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!! Vejo vocês nos coments...
Xoxo, LelahBallu.



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