A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 70
Capítulo Setenta – Fantasma e Selvageria


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora!

Eu estive em período de prova e fiquei com nota vermelha em uma matéria, precisei me ausentar para poder me focar e recuperar, CONSEGUI! Passei e estou de férias, o que quer dizer capítulos e mais capítulos.

Estou trabalhando no terceiro livro. E devo dizer que estamos na reta final de "Marcados" e logo teremos "Pacto de Sangue".

Obrigada por não desistirem da Bell. Prometo recompensar.



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                Belinda respirou fundo, seus momentos de paz chegaram ao fim, aquele era o dia em que retornaria a Mansão Malfoy e toda a obscuridade que engolia o local, voltaria a convivências que a enojavam e amedrontavam. Belinda acelerou a corrida, respirando fundo e mantendo os olhos bem abertos para não esquecer como era bonito e confortável correr por entre as árvores do Vale Jiuzhaigou. Lestrange sabia que estava na hora de voltar, foi o que a fez se obrigar a dar meia volta e retornar a casa. A primeira coisa que Belinda viu foi Dorian sentada no pequeno banco de madeira que havia sido colocado, ele estava de olhos fechados, contudo assim que a ouviu chegar, abriu os observadores olhos lilases.

 -Você está atrasada. –Ele disse, mas de modo tranquilo, não estava com ânimo para zombar ou nada disso.

                Dorian viu os olhos frios do Lobo, tão frios e distantes que poderiam desesperar qualquer pessoa que caísse naquela imensidão cortante, mas ele já se adaptara, Belinda não costumava fingir estar bem na frente dele, nunca houve aquela necessidade, se gostando ou não.

                Belinda assentiu e entrou na casa. Precisava deixar de ser um Lobo e voltar a sua forma original, para poder retornar a sua vida, independente de quão ruim o que a esperava seria.

                O sol havia acabado de se pôr quando desaparataram em frente à Mansão Malfoy, a qual a menina olhou com um descontentamento palpável. Dorian reconhecia aquele olhar, era irônico como ficaram próximos, mesmo sem serem amigos, após o tempo em que passaram juntos, a um ponto de saberem o que o outro poderia comer milhares de vezes ao dia e o que não suportariam comer uma única vez se quer na vida. E era isso que o fazia compreender aquele olhar e a leve arqueada de sobrancelha.

 -Você sabe como faremos a partir de agora, não sabe?

 -Sim. –Ela concordou, olhando para Rabastan saindo da casa.

 -Ferinha. –Rabastan cumprimentou sorrindo.

 -Olá, Rabastan. –Rabastan viu que a menina parecia cansada e sem ânimo.

 -Ao que parece você andou pegando pesado com a Ferinha, em? –Ele questionou Dorian.

                Belinda viu Dorian rolar os olhos.

 -Você disse que eu deveria levá-la ao limite e ensinar todo o possível. –Dorian retrucou. –Ai está o resultado da inutilidade dela.

                Bell bufou e enfiou as mãos nos bolsos.

 -Se vocês vão ficar tagarelando, me permitam ir primeiro.

                Dorian a viu seguir para o portão, nem mesmo fazendo menção de pegar o malão, deixando a responsabilidade para Rabastan.

 -Ela fica cada dia mais extravagante, não é mesmo? –Rabastan brincou, dando uma risadinha. –Bom trabalho, agora eu assumirei.

                Dorian não se atreveu a responder, simplesmente aparatou e voltou para a tranquilidade do Vale Jiuzhaigou, porque no dia seguinte ele também tinha seu próprio inferno para retornar. Sua pobre vida medíocre pra debochar de tudo o que ele tentava escapar.

                Belinda esperou Rabastan na soleira da porta, sem a coragem necessária de entrar na casa. Voltar para a Mansão Malfoy era como retornar para a parte mais sombria e infeliz de sua vida, mesmo que as únicas pessoas de sua família vivessem ali.

 -O que você está esperando? –Rabastan perguntou, deixando o malão da menina no chão e a encarando observar a maçaneta como uma inimiga mortal.

 -Estou me preparando para o que me aguarda. –Ela respondeu honestamente.

 -Bella?

 -Não é exatamente como se ela fosse me esperar de braços abertos, principalmente após o estúpido jantar.

 -Na verdade Bella nunca esperaria de braços abertos por você. –Bell assentiu.

 -Nisso concordamos.

                Rabastan não disse nada, ele conseguia ver a briga interna que ela travava em sua mente, mas sem transparecer medo por fora. Belinda, de uma forma curiosa, o fazia recordar de Victória. Uma força gritante, mesmo que em momentos de pânico.

 -Quando você estiver pronta. –Ele deixou escapar.

                Belinda sorriu de canto, os olhos dois poços fundos e escuros, onde luz nenhuma conseguia refletir.

 -Se formos esperar por isso, talvez nunca consigamos entrar, Bast. –Ela ironizou, mas viu o choque nele, como se um fantasma estivesse diante do homem.

                Rabastan praticamente viu Victória, o tom debochado para esconder a raiva e o medo, a postura quase relaxada demais mascarando os reais sentimentos. Tudo nela o fez lembrar de sua melhor amiga, mesmo que por um segundo Vickie esteve viva diante de seus olhos.

 -Bem, então acho que talvez tenha que ser no impulso?! –Rabastan questionou, tentando brincar e Belinda deu de ombros.

 -Definiu as decisões da minha vida.

                Rabastan sorriu e a viu abrir a porta de uma vez, entrando em seguida. Ele viu o que aconteceria assim que ela estava diante a passagem para a sala, viu Bellatrix puxando a Varinha e apontando para o peito da menina, ela ganharia um machucado e tanto, sem nem a possibilidade de defesa. Belinda ergueu o olhar no último segundo, vendo o sorriso psicótico de Bella e a luz púrpura vindo em sua direção.

                Draco congelou, aquilo iria deixa-la gravemente ferida, no mínimo, mas algo inesperado ocorreu.

 -Ops! –Rabastan soltou, defendendo Bell do ataque no último instante.

                Belinda sorriu e olhou por sob o ombro, a expressão completamente relaxada e brincalhona, totalmente o oposto do que estava antes de entrarem na casa. Ela nem mesmo parecia mais estar fingindo.

 -Lento. –Provocou e ele sorriu, dando de ombros.

 -Eu estava pensando se valia a pena salvar você. –Contra-atacou, caminhando para o seu lado.

 -E pelo visto vale. –Ela voltou a olhar para o centro da sala, onde Bellatrix bufava de raiva. –Oh, olá Bella. Espero que seu pescoço esteja bem. –Bell tocou no próprio pescoço, indicando o lugar que machucara Bellatrix.

 -Sua...

 -Já sei, já sei. –Bell se jogou no sofá.

 -Garota insolente! –Rabastan debochou.

 -Criaturinha insignificante! Garota arrogante! –Belinda entrou na brincadeira de Rabastan. –E blá, blá, blá. Típico, não é? –Rolou os olhos e viu Rabastan sentar ao seu lado. –Ela nunca muda o repertório, é um tanto enjoativo.

 -Um dia você acostuma. –Rabastan sorriu. –Ou para de escutá-la, o que também é inteligente, se quer minha opinião.

 -Mas ela fica gritando. –Bell comentou, ignorando o fato de Bellatrix estar falando. –Isso me irrita.

 -SUA PIRRALHA MALDITA! –Bella berrou.

                Belinda respirou fundo e a olhou nos olhos.

 -Pra que tanto barulho?

                Rabastan riu, ainda segurando a Varinha para qualquer eventualidade, porém notou o olhar curioso do irmão sobre a menina e ele, que deu de ombros e sorriu. Não poderia explicar que Belinda o fizera ver o fantasma da única amiga que teve e que realmente poderia ter mudado muito das suas decisões e das do irmão, provavelmente os salvando de muitos anos de escuridão e loucura de Azkaban.

 -Vamos treinar um pouco e ver se o treinamento com Rabastan foi de alguma utilidade. –Rodolphus chamou.

                Belinda olhou para o homem e tentou esconder os pensamentos de sua mente. Pai era uma palavra que ela não conseguia conectar a Rodolphus, mas podia brincar um pouco com as recém descobertas que fizera, quanto mais conseguisse aparentar estar relaxada, mais teria tempo de analisar as situações.

 -Como quiser, Rod. –Ela sorriu, se erguendo em um salto. –Estou querendo me alongar um pouco.

                Foi um segundo, um único segundo, mas Belinda viu um brilho curioso nos olhos frios do homem, um sentimento que sumiu com a mesma rapidez que surgiu.

 -Bem, o que posso dizer? –Rabastan brincou, se erguendo enquanto a menina prendia o cabelo em um rabo de cavalo alto. –Nossa Ferinha cresceu e está com um excelente humor para treinar. Na verdade ela tem estado com excelente humor para praticamente tudo.

                Draco viu Belinda entrelaçar o braço no de Rabastan, que nem mesmo pestanejou, só a olhou e sorriu, começando a andar. A menina não o olhara nenhuma vez, assim como não fez com Narcisa, ela estava completamente focada a Bellatrix e Draco sabia que era inteligente o fazer, assim como sabia ser burrice toda aquela provocação.

 -Seja cuidadosa. –Rabastan sussurrou, enquanto caminhavam para fora da casa. –Você não pode mostrar muito, se não...

 -Não se preocupe. –Ela assegurou. –Sei o que devo e como devo fazer. –Ela foi firme. –Bellatrix precisa saber que aprendi algumas coisas, contudo não pode saber a que ponto, caso o contrário perderemos o elemento surpresa na hora certa e isso é inaceitável.

                Rabastan a encarou e ela sorriu, como se realmente estivesse bem.

 -Você é melhor atriz que eu esperava, Ferinha.

                Belinda riu baixinho, mas de forma sonora, atraindo vários olhares, inclusive de Rodolphus.

 -O que posso dizer? –Ela questionou enquanto soltava seu braço. –Tive um excelente professor.

                Rabastan se questionou se aquela frase realmente se aplicava a ele ou a Dorian, mas independente de quem ela falava, era igualmente problemático. Mas ele ainda assim riu.

 -Boa sorte, Ferinha.

                Belinda assentiu e pegou sua Varinha, a girando cuidadosamente entre o indicador e médio.

 -Farei bom uso dela. –Sorriu.

                Rodolphus se aproximou do irmão, vendo Belinda desferir o primeiro ataque, sua postura era tão selvagem quanto os sorrisos e provocações, na verdade, era tão selvagem quanto sua aparência como Animago. Belinda gritava selvageria, mais do que Rodolphus vira desde que a conheceu.


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Notas finais do capítulo

E ai? Curtiram?
Deixem seus comentários e me digam o que estão esperando para a terceira temporada.
Beijos e até o próximo capítulo.



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