A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 63
Capitulo Sessenta e Três - Vale Jiuzhaigou


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo de presente pra vocês.
Espero que gostem.
E mais uma vez eu digo, com honestidade e felicidade: DIVIRTAM-SE! kkkkkk



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/698185/chapter/63

    Belinda se surpreendeu por todo companheirismo e tranquilidade de Rabastan e Ellen, era inacreditável o quão amigáveis eles eram com o outro. Fora uma noite realmente surpreendente e até mesmo divertida. Os dois tinham muitas memórias a compartilhar e coisas do passado a contar. Belinda descobriu o quão Rabastan gostava de aprontar pelos corredores de Hogwarts e que costumava deixar os professores loucos. Lestrange nunca esperou que Rabastan fosse divertido daquele modo, sempre o viu como um homem problemático e perigoso, no máximo um cúmplice para se livrar de Bellatrix, entretanto jamais vira por baixa do Comensal da Morte, em momento algum tentou entender quem ele fora. Ainda não se importava e provavelmente nunca se importaria, todavia era interessante as novas descobertas.

        O dia estava quase amanhecendo quando Rabastan abriu um largo sorriso e brindou com alguém além de Belinda, que fez careta.

—Pelo visto está na hora de você nos deixar, Ferinha.

—Como? –Ela arqueou a sobrancelha e antes que pudesse virar para ver do que Rabastan falava, sentiu a presença, não foi necessário nenhum toque ou olhar, mas ela soube de quem se tratava.

—Você está atrasada. –Ele resmungou a frase de cumprimento.

         Belinda sorriu de canto e deu de ombros, antes de relaxar. Por um momento, quando Rabastan falara, ela imaginou Bellatrix surgindo e a arrastando para um treino terrivelmente doloroso, mas era somente Dorian, o que a permitiu ficar aliviada.

—Bem, não é como se eu tivesse tido a oportunidade de ir encontra-lo, não é mesmo?

          Dorian entrou em seu campo de visão e sorriu de canto também, puxou a cadeira ao lado dela, sentando-se e cruzando os braços no peito, parecendo muito relaxado, mas ainda com uma seriedade que normalmente parecia manter as pessoas longe.

—Rabastan. –Ele cumprimentou.

—Você está parecendo mais educado do que eu lembro dos nossos encontros. –Rabastan comentou, antes de dar de ombros. –Nossa Ferinha tem influência nisso?

—E você parece mais humano. –Ele retrucou, fazendo Bell sorrir e Ellen rir. –E Belinda não é bom exemplo pra ninguém, então não posso dizer que ela tem influência nisso, não é mesmo?

—Bem, não sei quem é, mas já gosto de você. –Ellen comentou, fazendo Dorian a encarar.

—Esse é Dorian. –Rabastan apresentou.

—Deve ser o namorado de Belinda. –Ela pareceu empolgada. –Fazem um casal lindo.

—Não somos um casal. –Disseram juntos, ambos fazendo mais carranca que o necessário.

—Deveriam. –Ellen não deixou a resposta seca dos dois desanima-la.

—Bem, acho que já estou cansada dessa conversa e olha que ela mal começou, mas acho melhor finalizar aqui. –Belinda comentou, se colocando de pé. –Se não se importa, Rabastan, estamos de saída.

—Tão cedo? –Ele riu.

—Obrigada pela recepção, Ellen. –Belinda agradeceu.

—Volte sempre que quiser. –Disse animadamente. –La Versoix, Genebra, Suiça, número 1231. Use a Place Jean-Georges Mussard como referência.

            Belinda não respondeu, mas assentiu. Não tinha certeza se um dia retornaria até aquele lugar, não sozinha e não por vontade própria pelo menos. Ela havia gostado de Ellen, mas não confiava na mulher, ela era amiga de Rabastan e qualquer coisa ligada a um Lestrange a fazia pensar cuidadosamente, por mais amigável que parecesse. Ela era uma Lestrange, por mais que odiasse isso, por mais que o nome lhe trouxesse tanta dor e perda, ainda era a família onde nascera e a qual, por mais que não tivesse seu sangue, pertencia de uma forma ou outra, então sabia exatamente como aquela família poderia ser traiçoeira, assim como aqueles que estavam ao seu lado.

—Divirta-se, Ferinha. –Rabastan lhe sorriu, percebendo em que direção os pensamentos da menina seguiam. –E não se preocupe, sua bagagem já está sob os cuidados de Dorian, não é mesmo?

         Belinda não se deu ao trabalho de falar e nem Dorian, que somente acompanhou a garota para um corredor qualquer e em seguida tocou seu braço.

 

 

            Inicialmente Belinda não viu nada ao desaparatarem, até Dorian a chamar para segui-lo. A casa era desconhecida e pequena, mas convidativa de algum modo. Belinda encarou a pequena construção de pedras isolada de tudo, o campo ao redor era limpo e alguns metros depois cercado por árvores.

—Onde estamos?

—Seja bem vinda ao Vale Jiuzhaigou. –Bell arqueou a sobrancelha e ele rolou os olhos. –China, Belinda. Estamos na China.

—Gostaria de conhecer. –Ela comentou, prendendo o cabelo em um coque frouxo.

         Dorian ponderou por um momento e por fim assentiu, a vendo tentar fazer os fios permanecerem presos, mas era quase impossível.

—O dia está amanhecendo, então acho que você irá gostar das paisagens que o Vale Jiuzhaigou tem a oferecer. –Ele sorriu de repente. –É irônico, mas não deveria ter ninguém residindo nesse lugar, contudo os Trouxas não veem o que temos aqui, porque estamos cercados por magia, aqui eles só enxergam um precipício, nada mais. Para os Trouxas esse lugar é considerado um patrimônio mundial, no fim das contas é bom, porque assim é protegido. –Deu de ombros.  –E os Bruxos não conseguem ver por causa dos Feitiços de proteção.

—Isso é interessante. –Ela comentou, desistindo de tentar prender as madeixas e deixando várias soltas.

—Creio que seja mais inteligente você trocar essa roupa por algo mais leve. –Ele comentou, indicando a calça jeans e a blusa de manga, seguindo para dentro da casa. –Vamos caminhar, conhecer o lugar e depois treinar. –Ele a encarou por sob o ombro. –Já deixei você ter muito descanso.

          O comentário a fez bufar.

—Não me culpe por sua preguiça. –Revidou.

          Dorian não se deu ao trabalho de responder, somente negou com a cabeça e empurrou a porta da pequena casa.

         Belinda foi obrigada a morder a língua ao seguir Dorian, por dentro o lugar tinha uma elegância e conforto inegável. Era aconchegante de um modo atrativo e familiar, algo longe dos padrões comuns aos quais ela estava acostumada a viver, entretanto muito mais convidativo.

—Que lugar é esse?

—Já disse, é o Vale...

—Não, não é isso que tô perguntando. –Ela bufou. –Como você encontrou esse lugar?

          Dorian parou de andar e a encarou, dando um sorriso.

—Mistérios que você não precisa saber.  –Informou.

       Belinda permitiu que ele indicasse o quarto em que ela ficaria e onde sua bagagem já aguardava.

 

        O nascer do sol naquele lugar era deslumbrante, o vento batia em seu rosto calmo e afável, o aroma fresco e doce. O lago, que ficava a menos de dez minutos de caminhada da casa, era de um azul tão claro que chegava quase ao cristalino, permitindo ver a areia do fundo e alguns troncos de árvores cheios de limo caídos, um pouco de grama em alguns pontos e todo o esplendor do lago. O sol refletia na água e praticamente a convidava a nadar, a cascata baixa vinha passando por entre as árvores de modo feroz, mas piedoso, como somente a natureza poderia ser.

          Dorian viu a menina sorrir ao encarar o lago, parecia calma como a tempos ele não via. Não era um sorriso forçado para mostrar que estava bem, somente um leve sorriso pelo encanto de encontrar uma paisagem natural, bela e convidativa.

—O que acha de...?

          Dorian foi interrompido pelo ataque repentino dela, mas ela não o atacou para ferir realmente, só para alertá-lo de já estar preparada para o duelo, isso o fez espelhar o sorriso da garota assim que massageou o ombro, onde ela acertara.

—Surpreso? –Ela brincou, já atacando novamente, contudo mudando para ataques efetivos e pronta para machucá-lo.

—Ainda não. –Ele sorriu, mas ficara surpreso.

          Belinda o atacava impiedosamente, mostrando toda a evolução que tivera desde que se conheceram, mas que ela guardava com medo de destruir o espaço que usavam ou chamar atenção, todavia não tinham problema naquele momento, já que estavam distante de tudo e em lugar aberto. O que parecia fazer Belinda se sentir mais selvagem e livre do que em qualquer momento desde que Dorian a conhecera, isso era interessante e levaria o treinamento a novos parâmetros que deveriam ser explorados até o último segundo.

            Belinda viu o sorriso faminto de Dorian, enquanto se defendia de um enorme jato d’água, aquele sorriso parecia querer devorar almas, o que a fez sentir que aqueles dias que passariam juntos iria valar a pena e que seja o que ele estivesse planejando para treinamento, ela queria levar até o fim. Uma Águia e um Lobo juntos poderiam consumir o mundo usando somente a raiva, o desejo de vingança e a força de vontade. Bell correspondeu o sorriso e o atacou com mais força.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? Curtiram?
Acho que é um capítulo diferente do que estamos acostumados, mas ainda assim mais leve.
Deixem seus comentários.
Beijos e até o próximo capítulo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.