A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 53
Capítulo Cinquenta e Três - Bom em Fingir


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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                A semana se arrastou lentamente, quase engatinhando, como se zombasse abertamente de Draco, que já estava subindo pelas paredes por ter que ficar trancafiado na Ala Hospitalar, contudo a parte que mais o perturbava era que Belinda nem mesmo aparecera uma única vez. Era como se ela não se importasse, talvez ela realmente o odiasse naquele momento, talvez não houvesse mais nada a fazer para conseguir seu perdão, talvez Belinda estivesse tão irritada com ele que nada a faria voltar atrás, ele bem sabia o quão teimosa a menina era. Draco suspirou e fechou os olhos, respirando fundo e sentindo uma pontada na cabeça.

—Inferno. –Ele sussurrou.

—Draco? –Malfoy abriu os olhos imediatamente, vendo quem ele menos queria ver.

               Lucius estava de pé a sua frente, a expressão preocupada.

—Pai. –Ele cumprimentou de volta.

—Vim para levá-lo a um lugar decente, ficar aqui nessa enfermaria não ajuda em nada. –Resmungou e Draco se desesperou, não podia sair dali.

—Não. –Ele foi firme. –Não precisa.

—No St. Mungus vão descobrir rapidamente o que você tem.

                Malfoy se ajeitou na cama. Se estivesse realmente doente, iria preferir fazer a vontade do pai e depois ir desfrutar do conforto de sua casa, contudo ele necessitava ficar em Hogwarts. Draco estava completamente perdido em pensamentos, tentando achar a melhor forma de convencer seu pai a deixá-lo no Castelo, foi quando de repente viu a menina caminhando até eles, os olhos escuros estavam sérios e ela parecia mais irritada que o comum.

—O que você quer, Lucius?

               Belinda focou os olhos no rosto de Lucius, sem olhar uma única vez na direção de Draco, confessava querer saber como ele estava, contudo não queria encará-lo e fraquejar. Blaise lhe avisara, antes que ela entrasse na cozinha, que Lucius a esperava na Ala Hospitalar.

—Isso foi mandado pra você. –Lucius estendeu um envelope negro. –Narcisa fez questão de mandar, quer saber como você está.

               Belinda pegou o envelope e o girou na mão, era de tamanho médio e papel grosso, levemente pesado. Ela compreendia que a carta não fora enviada por Ciça, provavelmente devia ser de Rabastan e devia estar bem lacrada e codificada. Recentemente Dorian lhe ensinou como lacrar uma carta e codificá-la, para caso caísse nas mãos de pessoas erradas, ele lhe informara que durante muito tempo foi assim que os Aurores se comunicavam, enquanto caçavam os seguidores de Voldemort, para não descobrirem o real significado da carta, contudo contou que haviam parado, porque os irmãos Lestrange conseguiam interpretá-las apesar de todos os esforços feitos pelos Aurores, já que Rabastan fora um Auror em sua juventude, mesmo que tenha trabalhado somente por um ano.

               Belinda se intrigava pelo tanto de conhecimento que Dorian possuía, o rapaz sabia um pouco de tudo, mas nunca lhe dizia como conseguia as informações, lhe alegando que ela não precisava saber os segredos dele.

—Algo mais? –Ela encarou o homem outra vez, guardando o envelope no bolso interno de suas vestes.

—Não.

                 Belinda assentiu e encarou Malfoy. O loiro estava muito pálido e cheio de profundas olheiras, cobertores grossos o cobriam até os ombros e seus lábios estavam arroxeados e ressecados.

—Você está horrível. –Belinda não conseguiu segurar o comentário, mesmo que não houvesse nenhuma simpatia ou diversão ali.

                Draco se surpreendeu com a frase. Era comum eles falarem algo assim um para o outro, mas foi tão sem sentimentos que nem parecia Belinda.

—Não vou morrer ainda. –Ele tentou zombar rindo, fazendo o pequeno riso dar início a uma crise de tosse.

               A primeira reação de Belinda foi dar um passo em direção ao rapaz e estender a mão para tocá-lo, mas no momento seguinte corria para localizar Madame Pomfrey, recordando a frase que se repetia na mão de diversos amigos "Não devo contar mentiras". A enfermeira estava em sua sala, organizando algumas Poções.

—Madame Pomfrey, o Draco está passando mal! –Ela ofegava.

                 Belinda não quis seguir a enfermeira e ficou cerca de dez minutos na pequena sala cheia de Poções, nunca havia visto a expressão de Draco tão abatida. Lestrange retornou hesitante para a o leito de Malfoy, vendo Lucius sentado ao lado da cama do filho, mostrando uma leve preocupação, enquanto Madame Pomfrey pegava um frasco vazio da mão trêmula de Draco.

               Draco não se sentia realmente mal, os efeitos externos em seu corpo não o afetavam completamente, somente na hora dos ataques. Malfoy se questionava em que lugar os gêmeos encontraram aquilo e o quão perigoso era, contudo seria mil vezes mais perigoso se Belinda descobrisse toda a verdade, porque ele tinha certeza que ela realmente o faria ficar de cama e por tempo indeterminado. Draco suspirou, ainda de olhos fechados, deixando o gosto amargo da poção passar, entretanto sentiu alguém o encarando, alguém que não era seu pai, foi o que o fez abrir os olhos e encontrar Belinda o analisando, havia preocupação, mas a raiva ainda estava presente.

—Espera um pouco que eu tenho que falar com você. –Lucius a alertou, a fazendo suspirar e concordar por fim.

              Belinda se apoiou na parede próxima a cama de Draco e focou os olhos em Lucius, que conversava com Madame Pomfrey sobre transferir o filho para St. Mungus. Lestrange não sabia bem o que pensar sobre o assunto, deveria ser o melhor, já que St. Mungus era o melhor hospital para Bruxos, mas ela percebeu a relutância de Draco em concordar com aquilo, no final das contas a vontade do garoto foi levada em consideração e Lucius concordou, mas esclareceu que se durasse muito mais tempo não teria negociação.

—Se me derem licença, preciso arrumar minha sala.

—Obrigada, Madame Pomfrey. –Belinda falou automaticamente, mas nem mesmo se dignou a olhar a enfermeira, estava muito concentrada em uma mancha no chão.

—Belinda? –Lucius chamou por fim, a fazendo erguer os olhos, mas sem falar nada. –Irá ler logo a carta e mandar uma resposta pra Narcisa?

               Belinda ponderou, mas decidiu que era melhor não, quanto menos os Malfoy fossem envolvidos, mesmo Lucius, em seus planos, era mais seguro.

—Não, não agora.

—Os N.O.M.s estão chegando, está preparada? –Lucius questionou.

              Belinda bufou, ele nunca questionava sobre suas habilidades.

—Se a nossa querida professora Umbridge permitisse uso de Varinhas, provavelmente estaria. –Mentiu descaradamente.

—Você não está...?

—Não. –Ela cortou, olhando ao redor e tentando localizar os malditos gatos de Umbridge.

               Lucius notou a própria falha e olhou em volta.

—Estude mais.

              Belinda soltou um risinho irritado.

—Obviamente. –Se desencostou. –Tenho coisas a fazer.

—Não ficará aqui?

              Belinda congelou, Draco viu os ombros rígidos e depois ela virou com um sorrisinho falso.

—Como eu disse, tenho coisas a fazer. –Deu de ombros. –Malfoy não tá morrendo de fato, ele só é bom em fingir as coisas.

              Draco sentiu a alfinetada e a viu ir embora, parecendo decidida a se manter longe dele, era doloroso, mas isso o fez perceber que permanecer naquela cama não ajudaria em nada. Talvez, como dissera Taylor, ela houvesse balançado e amolecido, contudo não duraria muito tempo e ele precisava aproveitar enquanto ela ainda não lhe era indiferente. Estava na hora de mudar os planos.


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Notas finais do capítulo

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Beijos e até o próximo capítulo.



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