A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 39
Capítulo Trinta e Nove - Exausta


Notas iniciais do capítulo

Voltei!
Divirtam-se!



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                Belinda entrou no dormitório quando o sol estava prestes a nascer, sendo pega de surpresa por Hermione, que estava sentada em sua cama, a aguardando e fazendo a menina segurar o xingamento que viera na ponta de sua língua.

                Lestrange fechou os olhos e respirou fundo, sabia que mentira contar, mas estava exausta e queria apenas dormir por alguns minutos, contudo fez um gesto para a castanha e seguiu para o banheiro. Bell não virou em momento algum para ver se era seguida, sabia que Hermione a acompanharia.

—Onde você estava até essa hora? –Hermione questionou, assim que a porta do banheiro se fechou em um leve ‘clic’ e Bell largou a mochila no chão.

               Belinda se voltou para encarar a amiga.

—Eu realmente preciso dizer, Hermione?

               Hermione viu todo o cansaço que Belinda vinha escondendo nos últimos tempos.

—Estamos preocupados com você, Bell. –A menina falou. –Você quase não dorme mais, você não come mais com a gente, está sempre pelos cantos e nem está aparecendo nas reuniões da Armada. –A castanha suspirou. –Sabemos que não está bem e isso faz com que fiquemos...

—Eu sei, Hermione. –Interrompeu, encarando a amiga. –Olha, sei que no quesito amizade, eu estou deixando muito a desejar, mas eu simplesmente não... Eu não consigo me portar de outro modo, não agora, não quando parece que tá tudo ruindo ao meu redor.

               Belinda se virou para encarar o espelho, os olhos negros estavam opacos e algo naquele olhar a lembrou de Bellatrix, o que a fez segurar firmemente na ponta do mármore frio da pia e baixar a cabeça, fechando os olhos e respirando fundo.

—Bell...

—Olha, eu não faço ideia do que está acontecendo comigo mesma, Granger. Sabe o quão difícil é admitir isso? Sabe o quão difícil é admitir que estou sem o controle da minha vida? –Riu sem humor. –Você imagina o quão é difícil se quer pensar que alguns dos maiores e mais famosos Comensais da Morte possam ser seus pais? –Ela sabia que haviam boatos por Hogwarts quanto ao parentesco com os Lestrange. –Não, você não imagina. Porque você está segura quanto ao laço com seus pais, com a sua família. –Hermione a viu erguer os olhos, havia um brilho tão feroz quanto desesperado e triste. Ela se focou no rosto de Granger. –Hermione, eu não tenho família, nem sei quem são meus pais. –Riu novamente. –A única certeza é que tenho o Draco e ele não me deixa desistir de toda a merda que tá acontecendo.

—Belinda...

—Sejamos sinceras, você, com toda a genialidade que tem, acredita mesmo que com tudo o que está acontecendo, se eu não tivesse o Draco na minha vida, eu ainda estaria aqui? –Ela deu um sorriso de lado e franziu o cenho. Seu rosto mostrava todo o deboche que tinha.

—Quando você fala aqui, quer dizer Hogwarts ou...?

                Hermione não terminou a frase, viu o perigo e a força que a palavra traria.

                Bell não fez questão de afirmar o que a amiga já sabia e só temia dizer.

                Os dias se passaram sem mais questionamentos, mas Bell sabia que Hermione e Gina ficavam atentas a ela quando estavam perto, preocupadas e cuidadosas. Lestrange sabia também que Hermione, muitas vezes, a aguardava voltar para o dormitório, mesmo que fingisse estar dormindo quando ela retornava, independente do horário, mas para Granger, ela só ficava escondida em alguma das Torres, sem vontade de conversar e ver ninguém.

 

 

                A primavera finalmente iniciava e começava a deixar tudo mais florido, Bell gostava da primavera, era uma boa estação para desenhar, porque se encontrava cores em tudo. Ela atravessava o jardim, junto a Rúnda, quando viu Draco, que estava distraído conversando com Blás, Pansy e a Dupla de Patetas.

                Draco rolou os olhos para Pansy, ignorando a frase da menina, viu Rúnda se encostar em sua perna e antes que pudesse se abaixar para pegar o gato, sentiu alguém se jogar sobre ele, agarrando-o pela costa.

—Oi. –Disse ele sem se preocupar em virar, sabendo bem que era Belinda, não por causa de Rúnda, mas conhecia bem a amiga.

                 Draco sabia que ultimamente, mesmo com Pansy presente, ela preferia ficar com ele e Blás do que com os próprios amigos, mas ainda não tiveram tempo para conversar realmente sobre o assunto. Porque assim que acabavam as aulas ela desaparecia para encontrar Dorian e ele próprio estava ocupado com a Brigada Inquisitorial, não entrara no bando de Umbridge por vontade, sim porque Lucius mandara e ficava mais fácil se livrar dos olhos dela e poder praticar seus estudos particulares sobre DCAT.

—Se eu disser que tem uma probabilidade muito grande de eu dormir aqui mesmo, você acredita? –Ela quis saber.

—Vindo de você? –Ele brincou. –Eu acredito em tudo, Bell.

                  Draco ouviu uma leve risada e viu Crabbe e Goyle começarem a se retirar, nunca ficavam quando Bell estava presente, por alguma razão a menina se irritava com a presença dos dois.

—Você tá péssima. –Blás debochou, a encarando e a vendo sorrir.

—Obrigada. –A voz cansada era perceptível a qualquer um.

—Quando vocês se livrarem disso, eu volto. –Pansy provocou, como todos os dias fazia.

                 Belinda olhou por sob o ombro de Draco e fez careta.

—Se eles não se livram de você, que é insuportável, por que fariam isso comigo?

—Falou a queridinha dos Comensais da Morte. –Rebateu Pansy.

—Pansy! –Draco advertiu, fazendo Belinda soltar um risinho, que chamou atenção de todos.

                 Belinda encarou Pansy e sorriu de canto.

—Deixa. –Tranquilizou o amigo. –Mas vamos pensar assim, pelo menos sou querida de alguém, o contrário de você, Parkinson, que mal é tolerada, mesmo pelos seus colegas de Casa.

                 A tranquilidade na expressão e voz da menina fizeram Blaise rir, assim como o próprio Draco.

—Olha bem aqui, sua...

—Chega, Pansy. –A voz de Draco dava por encerrada a conversa.

—Você só a protege e...

—Eu acho que já falei uma vez, mas vou repetir. –Draco esclareceu. –Você vai deixar a minha prima em paz, Pansy. –Afirmou. –Eu já tô cansado dessa sua guerra infantil.

                Belinda viu o degrade de cores que Pansy fez em questão de segundos, a raiva querendo transbordar por seus olhos e finalmente ela se virar e praticamente correr pra longe.

—Isso foi... Nem sei o que foi. –Bell comentou. –Mas quer dizer que agora sou sua prima, Malfoy? –Ela debochou, o fazendo sorrir.

—Calada.

                Belinda sorriu, mas assentiu e deixou seu peso mais sobre o rapaz. Draco bufou, mas não se incomodou, sabia que Belinda mal vinha dormindo.

—E ai, amanhã é sábado, o que vamos fazer? –Zabini chamou.

—Dormir?! –Bell não parecia muito certa da própria resposta, o que fez os dois rapazes sorrirem.

                Draco riu e a puxou pra frente.

—Vamos sentar. –Ele decidiu. –Se não você vai acabar caindo.

                Draco sentou com a costa apoiada em uma árvore e Bell se jogou no peito do amigo, fazendo Blás rir e sentar de frente para a dupla.

—Amanhã vamos para Hogsmeade.

—Quem disse?

—Eu e ninguém tá pedindo sua opinião. –Blás foi direto, a fazendo bufar.

—Achei que eu deveria concordar ou não.

—Não, dessa vez não. –Blás disse.

—Se ele convidasse, qual seria a resposta? –Draco quis saber.

—Provavelmente não. –Ela respondeu.

—Mas eu não dando alternativa, você aparece. –Blás esclareceu. –Já estamos nos falando a bastante tempo pra que eu saiba que você é estranha, Lestrange.

—Não sou estranha. –Ela contestou rindo. –Só não sigo o padrão dito normal. –Ela brincou, fazendo os dois rirem.

                  A conversa se estendeu enquanto a noite iniciava, Draco não notou quando, mas percebeu que em algum momento Bell adormecera.

—Ela parece exausta. –Blás comentou, encarando o rosto da menina e Draco assentiu. –Mas é estranho, cara.

—O que? –Draco o encarou.

—Isso. –Ele apontou pra ela. –Ela só fica com a gente praticamente, ignora os amigos na maior parte do tempo... –Ele coçou a testa. –Mesmo os mais próximos.

—Eu sei. –Draco suspirou e voltou a olhar a menina.

—Ela tá mal com essa história dos Lestrange, né?

                  Draco ponderou alguns segundos, por fim tirou o cabelo que caia no rosto dela.

—Acho que qualquer um estaria. –Ele comentou por fim. –A Bell é até mais... Acho, que mais forte que muitos. –Ele fez careta. –Não sei se qualquer um aguentaria a pressão que ela suporta.

                  Blás assentiu, mas Draco sabia que o amigo nem imaginava do quadro geral que ele falava, só tinha uma leve visão. Bell vinha aguentando muitas coisas, principalmente treinos desgastantes com Dorian, que apesar de tudo, a estava ajudando como mais ninguém conseguiria. Draco não gostava de Dorian, mas de certa forma era grato.

 


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Notas finais do capítulo

Demorei a postar, sei disso, mas eu tava travada.

Espero que tenham gostado.

Deixem seus comentários.

Beijos e até o próximo capítulo.



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