A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 26
Capítulo Vinte e Seis - Gotas de Limão


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem
Divirtam-se!



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    Lestrange caminhou com os amigos para o trem, mas sem realmente ouvir o que era dito, a mente estava entorpecida e distante demais, tanto que ninguém se deu ao trabalho de realmente falar com ela, Freddie somente passou o braço por seus ombros e manteve a conversa divertida com George, Lino e mais dois rapazes que Belinda não deu a importância nem de olhar para os rostos, logo atrás ela conseguia distinguir a voz de Murilo, Douglas, Marcos, Daniel e Gina, que trazia Rúnda nos braços, mas sem realmente assimilar o que eles diziam.
           Belinda viu o cabelo loiro passar a frente, conversando com Blás e Théo, junto com seus dois seguranças idiotas, Crabbe e Goyle, mas nem sinal de Pansy, ela sorriu levemente e continuou a caminhada.
          Malfoy a notou. Bell parecia mais pálida que o comum e tão dispersa que provavelmente nem ouvia o que os amigos idiotas falavam ao seu redor.
—O que foi? –Théo chamou.
—Só lembrei que a Bell queria falar comigo. –Deu de ombros, mentindo.
—É impressão ou a Bell conseguiu ficar mais pálida que o normal? –Blás riu, mas parecia haver seriedade e preocupação escondidas em sua questão.
—Tudo é possível ao se tratar dela, cara. –Draco riu.
—Não entendo qual é o problema dela comigo, isso sim. –Théo falou e Draco deu de ombros.
—É que você é um idiota. –Zabini provocou e Draco sorriu, assentindo.
—Isso é verdade.
—Vocês dois também são, nem por isso ela ignora vocês.
—Draco cresceu com ela. –Blás informou tranquilamente. –E eu não fico babando nela sempre que ela tá perto.
—Não me culpa, ela é bonita. –Théo deu um sorriso de canto e Draco rolou os olhos.
—Belinda não gosta de Sonserinos. –O loiro disse.
—Ela gosta do Tayner e do Olivier, até onde sei, sem falar de vocês dois.
—Bell me tolera. –Blás brincou, embora se desse bem com a menina.
—A história com o Tayner e Olivier é antiga, da época que ela não falava nem comigo. –Draco bagunçou o cabelo da nunca.
—Os caras são mais babacas que eu. –Théo argumentou.
—Não mesmo. –Foi Blás a dizer. –Os dois são bacanas e jogam Quadribol pra caralho, podem ser irritantes quando querem e pregar peças até em Merlin, mas sabem ser legais, você é só idiota mesmo.
           Draco riu e balançou a cabeça, enquanto subia na plataforma e logo notou Belinda se aproximando, deixando os amigos um pouco atrás.
—Oi. –Ela cumprimentou e Blás lhe sorriu.
—E ai, Lestrange?
—Morrendo de sono. –Ela sorriu. –E você?
—Eu? –O moreno fingiu pensar, mas trazia um leve sorriso. –Eu tô achando que você precisa pegar um solzinho.
           Belinda sorriu e deu de ombros.
—Infelizmente nem todos podem ter uma cor linda como você, Blás. –Ele sorriu e lhe deu uma piscadela.
—Obrigada, Lestrange. É bom ouvir um elogio seu, pra variar.
          Draco notou que Théo a encarava abertamente, enquanto ela o ignorava sem se preocupar com isso.
—Oi pra você também, Belinda. –Théo cumprimentou e Bell o encarou com a sobrancelha arqueada.
—Oi. –A simplicidade de como ela falara fez Blás rir.
—E é por isso que ela te ignora. –O moreno provocou descaradamente e Belinda deu um sorrisinho, mas Draco notou que parecia cru de sentimentos. –Assim como faz com Crabbe e Goyle.
—Os seguranças idiotas. –Ela murmurou.
           Belinda passou o braço pela cintura de Draco e se encolheu, estava frio e ela precisava se aquecer antes de congelar, sendo que faltavam alguns minutos para o trem partir.
—Vamos entrar. –Disse o loiro, passando por fim o braço pelos ombros da amiga.
         Draco notou que os amigos de Belinda encararam a cena com caretas, mas Coren não escondia nem um pouco sua raiva.
—Vão ficar em casa durante todo o natal? –Blaise quis saber.
          Belinda não gostava de quando ia falar com Draco e os dois capachos estavam perto, mas seja o que Draco tivesse lhes dito eles simplesmente calavam a boca e fingiam não estar ali. Lestrange era grata.
—Cara, a gente ainda não sabe, mas provavelmente. –Draco informou, enquanto rebocava Belinda para dentro do trem.
—Vão lá em casa, vai ser divertido. –Zabini convidou.
—A gente pode marcar isso.
          Draco imaginou que seria bom pra Belinda sair um pouco da zona de guerra que seria a Mansão Malfoy durante aquele natal.
          Belinda suspirou assim que entrou no trem, após conseguir passar por todos os alunos parados na entrada. Não havia como negar que aquele natal sem dúvida alguma seria memorável.
—O que foi? –Draco questionou e ela ergue os olhos negros para o amigo, dando um leve sorriso em seguida.
—Estou bem.
          Era óbvio que Draco não acreditava naquilo e pelo canto do olho Belinda notou Zabini, que também não parecia comprar o que ela dissera. Belinda realmente gostava de Blás e não fazia ideia do motivo.
—Faz tempo que não acredito quando você diz isso. –O loiro comentou e Belinda deu um risinho, voltando à atenção para Draco.
—Proble é teu. –Provocou, se soltando do amigo. –Não esquenta, Malfoy. –Bell se inclinou e beijou de leve o rosto do loiro, que rolou os olhos.
—Se eu receber uma notícia de que você desmaiou de novo, eu te jogo pela janela do trem, entendeu?
           Belinda sentiu a risada explodir de sua garganta, atraindo muitos olhares de quem passava por ali, inclusive de seus amigos, que provavelmente não a ouviam rir daquele modo verdadeiro há dias.
—Você é um idiota! –Ela acusou e ele sorriu.
—Mais inteligente que você.
          Belinda bufou, ainda rindo um pouco e deu um leve soco no ombro do loiro.
—Vai sonhando. –Draco sorriu e lhe deu uma piscadela.
—Só tô dizendo a verdade, Black.
—E eu sou um Augurey. –Disse ela, rolando os olhos.
—Não duvido muito. –Draco e Blás falaram e ela os encarou de boca aberta, em um perfeito ‘O’.
—Que absurdo! –Mas ela riu. –Sou mais charmosa que um Augurey, vai?!
          A verdade é que Lestrange gostava, de uma forma estranha e melancólica, dos Augurey, eles eram nativos da Grã-Bretanha e da Irlanda, contudo costumavam migrar para outros cantos. Bell achava os pássaros magros e de aparência e ar tão tristonho, de alguma forma intrigante. Muitos o comparavam a abutres desnutridos, mas havia algo, talvez na cor preto-esverdeado, ou canto baixo e soluçante, que muitos acreditavam ser um prenuncio de morte, ou ainda por serem tão tímidos e gostarem de fazer seus ninhos em forma de lágrimas em moitas espinhosas, gostando somente de voar sob fortes chuvas. Belinda ouvira o Augurey uma vez, o canto era tão triste que pareceu partir seu coração. Bell recordava de ter sentido vontade de chorar junto ao pássaro, mas ainda assim o viu sair pra chuva e voar para longe do ninho, havia um encanto ali, algo que ela jamais conseguiu compreender.
—Não tenho tanta certeza. –Malfoy provocou mais uma vez e ela lhe mostrou o dedo do meio em um gesto imoral.
—Ela é tão amável. –Théo disse e os dois rapazes riram, Bell somente deu um sorriso provocador.
—Apenas com quem merece, Nott. –Esclareceu.
—Interessante. –Ele lhe deu um sorrisinho de canto e ela rolou os olhos.
—Não. –Cortou com simplicidade, balançando a cabeça negativamente, fazendo Blaise e Draco gargalharem, enquanto Théo estalava a língua.
—Que pena.
—Não acho. –Mas ela sorriu, era a primeira vez que sorria para Nott, mesmo que levemente.
          Belinda não gostava do rapaz, a verdade era essa, e nem parecia que conseguiria, mesmo que se esforçasse, havia algo nele que a repelia.
          O pequeno grupo se encolheu de leve ao ouvir o irritante apito do Expresso Hogwarts, alertando que estavam partindo.
—Bem, nos vemos depois. –Ela disse para Draco, que assentiu.
—Até depois.
—Lestrange! –Ty a agarrou pelas costas, a fazendo rir baixinho e esticar o pescoço para encarar o rapaz.
—Olá nerd. –Ela cumprimentou, assim que encontrou os olhos verdes.
—Vim te sequestrar. –Disse, já começando a arrastar a menina, que não ofereceu resistência alguma. –Tchau Malfoy.
          Draco rolou os olhos, vendo Taylor arrastar Belinda dali e logo se perderem na multidão.
—Tá ai um casal improvável. –Blás comentou.
—E você vê a Belinda sendo provável em qualquer coisa? –Draco questionou.
—Pensando assim. –Os dois riram.
—Mas eles são só amigos. –O loiro deu de ombros, começando a andar a procura de uma cabine vazia.
—Então ela tá solteira? –Nott sorriu.
—Pra você não. –Draco anunciou. –Acho que pra ti ela nunca vai tá disponível.
—O que eu fiz pra ela me odiar assim? –Théo franziu a sobrancelha, mas Draco viu as bochechas claras serem tingidas de vermelho, tanto pela raiva quanto vergonha.
—Ela também não gosta muito de mim. –Crabbe falou.
—Ela odeia a gente. –Goyle confirmou.
—Belinda não gosta de 95% da população, não se sintam especiais. –Disse Draco, abrindo a porta de uma cabine onde estavam apenas dois primeiranistas, que olharam assombrados para eles.
—Vazem pirralhos. –Théo mandou, achando finalmente alguém para descontar sua frustração.
—Mas... –Um deles tentou argumentar.
          Draco viu Nott pegar o menino pela gola da camisa e o erguer, deixando o garoto na ponta dos pés.
—Vai mesmo querer que eu explique? –Os olhos irritadiços assustaram o pirralho.
—A gente já tá indo. –O outro disse, fazendo Théo descartar violentamente o menino que segurava, o fazendo tropeçar nos próprios pés até a parede do outro lado do corredor, enquanto o outro saiu apressadamente.
—Tão educado. –Draco zombou, se jogando em um dos sofás e alongando o pescoço, enquanto Blás fechava a porta da cabine.
           A conversa se estendeu por um longo tempo, até Draco decidir que sua fome era maior que a preguiça, assim como não estava disposto a mandar ninguém ir atrás de algo para comer, já que nem ele sabia o que desejava. O loiro se colocou de pé e com um girar de pulso ouviu o barulho dos ossos estalando.
—Vai aonde? –Nott perguntou.
—Cagar, por que? —Draco quis saber, encarando o amigo. —Quer ir comigo e me limpar?
          Blás riu, entretido com uma barra de alcaçuz.
—Às vezes eu te odeio, Malfoy. –Théo falou, sem realmente se importar.
—Às vezes? –O loiro fingiu pensar, enquanto abria a porta da cabine. –Eu sinto isso por você sempre, cara.
—Se tiver chocolate eu aceito. –Zabini disse, antes de o loiro fechar a porta.
           Blás normalmente sabia como Draco agia, embora não o compreendesse em grande parte do tempo.
          Draco se deixou distrair enquanto andava pelos corredores, comprou uma porção de besteiras e continuou vagando, sem realmente querer voltar para a cabine, recordando que Belinda dizia que os últimos vagões do trem sempre ficavam vazios e andando para o local. Em algum momento de sua lenta caminhada o loiro ouviu o miado e sentiu algo se enroscar em sua perna.
—Olá Flea-bitten. –O loiro se agachou e acariciou a cabeça do gato, que fechou os olhos. –O que diabos você tá fazendo aqui? –O gato miou levemente. –Por acaso a imprestável da sua dona passou mal de novo? –O bicho abriu os olhos muito verdes e miou novamente, fazendo o loiro bufar.
           Draco pegou o gato no colo e se ergueu, continuando a caminhada e logo achando uma cabine vazia, a qual deixou a porta minimamente aberta, pois Rúnda gostava tanto de ficar preso quanto a dona, ambos gritavam por liberdade e o loiro bem sabia disso.
—Droga, não acredito que o perdi. –Draco ouviu uma voz resmungar do lado de fora. –Rúnda? –A voz ficou mais alta, quando a voz feminina chamou.
         Rúnda, que estava deitado no banco em frente ao de Draco, mal ergueu a cabeça, contudo deu um longo miado para atrair atenção de quem lhe chamava, sem se importar realmente se lhe escutariam.
—Você tá aqui! –Disse a menina, sentindo alivio e entrando na cabine. –Sua dona me mata se eu te perder.
          Draco percebeu que ela não o vira, estava preocupada demais com o gato para se importar com ele comendo Gotas de Limão no outro banco.
—Mata mesmo. –Draco concordou, fazendo a menina saltar no lugar e virar pra ele, assustada.
          Os olhos castanhos arregalaram e o cabelo castanho e volumoso, que mal estava preso em um coque, se soltou, revelando seu extenso volume.
—Malfoy?! –Ela estava surpresa, além de levemente assustada.
—Olá Granger. –Ele cumprimentou, com um tranquilo sorriso, colocando mais um dos pequenos doces, que realmente pareciam gotas de limão, na boca. –Você perdeu o Flea-bitten? Bell ficaria bem aborrecida. –Ele zombou e viu as bochechas da menina corarem.
—Eu não o perdi. –Ela empinou o queixo, em uma falsa tentativa de altivez.
—Então está aqui porque sentiu minha falta e veio me procurar? –Ele sorriu mais abertamente.
—O que? –Ela disse mais alto do que pretendia. –Você tá louco! –Ela bufou.
          Draco a viu se virar e pegar Rúnda no colo, mas ele se ergueu e fechou a porta da cabine, se colocando entre a castanha e a saída. Hermione o encarou de olhos arregalados e abraçou Rúnda mais junto ao peito.
—Tanta pressa, Granger. –Debochou, se encostando na porta com tranquilidade.
—O que diabos você pensa que tá fazendo, Fuinha?
          Draco sorriu e pegou mais uma Gota de Limão. Hermione o viu colocar um doce entre os dentes, a menina notou todo o movimento que a língua do loiro fez para puxar o doce para dentro da boca.
—Eu tô comendo um docinho, quer? –Ele brincou.
          Draco realmente gostava de ver a garota sem graça, era prazeroso.
—Sai da frente, Malfoy. –Ela mandou, batendo o pé no chão. –Tenho mais o que fazer.
—Foi você quem invadiu minha cabine, a culpa é sua. –Ele sorriu e a encarou por sob os cílios.
         Hermione odiava que os cílios do rapaz fossem tão bonitos, mais do que os dela.
—Eu não invadi nada, eu só vim pegar o Rúnda!
—Então admite que o tinha perdido? –Draco arqueou a sobrancelha.
         Granger odiou a presunção naquele olhar, que apesar de frios o azul se fazia bem presente no cinza.
—Não admito nada.
—Então você veio me ver? Eu sabia. –Ele sorriu e se desencostou, dando um passo para perto da menina.
          Draco achava engraçado que era sempre o mesmo jogo, ele dava um passo a diante e ela um atrás.
—O que você pensa que tá fazendo? –Ela sibilou.
—Eu não costumo pensar muito nessas horas, Granger. –Ele sorriu como um maldito predador. –Eu sou talentoso o suficiente para deixar os instintos me guiarem e só aproveitar o que quero.
           Hermione sentiu um calafrio percorrer sua espinha e os pelos de sua nuca e braços se arrepiarem, a fazendo engolir a seco.
          Malfoy notou o nervosismo dela e sorriu, se aproximando mais e a obrigando a colar a costa na janela fria, ele se inclinou para frente, deixando seus lábios próximos ao dela e com cuidado para não machucar Rúnda, que ela ainda segurava como para se proteger.
—Medo, Granger? –Zombou.
           Hermione sentiu o hálito, normalmente com odor, e ao que se lembrava gosto, de maracujá e baunilha, agora mesclado com limão.
—E por que eu deveria? –A respiração dela estava mais rápida e Malfoy passou a ponta da língua nos próprios lábios.
           Hermione sentiu mais um calafrio, pois a ponta da língua de Malfoy tocou seu lábio e ela se segurou para não beijá-lo e nem passar a própria língua nos lábios, ela praticamente sentiu arder onde a língua dele tocara sua boca.
Ah, Granger. –Ele sussurrou de um modo quase musical. –Você não deveria ter dito algo assim.


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Notas finais do capítulo

Porque Dramione é amor ♥
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