A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 15
Capítulo Quinze - Animagus


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, é que eu tô cheia de coisas pra fazer. Mas espero que vocês gostem.
Divirtam-se!



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Belinda se levantou atrasada na manhã seguinte e seus braços doíam de tanto que esfregara os banheiros, mas também estava levemente entretida, já que a tarde anterior havia sido extremamente agradável, na companhia de Ty e Draco, que zombaram um do outro como velhos amigos. Bell gostava dessa parceria, mesmo que temporária e por sua causa, que os dois criaram, era bom pelo menos um de seus amigos não ficasse incomodado com a presença e companhia de Draco.

As aulas foram verdadeiros sacrifícios, mas a de Transfiguração foi a pior, não pela dificuldade, mas por ter sido tão fácil, mesmo aos olhos de McGonagall, que no início da aula dissera que o Feitiço de Desaparição seria o mais difícil de Transfiguração nos N.O.M.s, mas Belinda já havia aprendido com Rabastan e o executou perfeitamente. Sua lesma desaparecera na primeira tentativa, o que gerou um olhar curioso da professora e cinco pontos para a Grifinória, mas a menina notou o erro. Não devia chamar atenção, porém se permanecesse obtendo tanto sucesso com seus Feitiços, seria facilmente alvo de olhares.
A tarde, na aula de Tratado de Criaturas Mágicas, ela evitou responder às questões, mas logo foi puxada por Dino e Simas, para fazer trio com eles, o que a fez bufar, mas concordar. Bell notara que ali perto Draco estava com seus dois capachos e que havia pego, aparentemente, o maior Tronquilho que encontrara, a menina não falou nada, mas evitou ficar perto dele, principalmente porque Harry também estava ali. Ela sentou a distância, sendo acompanhada pelos dois rapazes, logo puxou um pergaminho e pena, desenhando com rapidez e eficiência e indicando as partes do Tronquilho.
–Sei lá, cara. —Dino falou em certo momento, aparentemente desconfortável.
–O Potter tá ficando doido sim. —Simas insistiu. —Já viu como ele tá se comportando?!
–Não concordo com você, Simas. —Bell comentou, ainda de olho no próprio trabalho.
–E por que não?
–Eu realmente acredito que Voldemort tenha retornado. —O nome fez os dois rapazes se encolherem.
–Qual é, Bell? —Disse Simas e bufou. —Eu acho que você acredita nele só porque é mais fácil e menos doloroso.
–Simas... —Dino começou, mas foi interrompido pelo olhar que Belinda dirigiu ao seu companheiro.
Belinda ergueu a cabeça e encarou Simas friamente, o fazendo recuar minimamente.
–E eu acho que seja mais confortável pra você continuar agindo feito um imbecil de merda e covarde. —Se colocou de pé, pois já acabara de fazer seu trabalho. —Quando estiver disposto a aceitar a verdade, a gente se fala.

A semana fora extremamente cansativa, tanto física quanto mentalmente, mas a detenção finalmente chegara ao fim. Durante as aulas de Dolores, Belinda não dizia absolutamente nada e somente abria o livro, sem ler realmente, ficava encarando o vazio sem se preocupar e quando notava estar sendo observada pela Vadia do Ministério, simplesmente fixava o olhar na página, lutando contra a vontade de manda-la para muito longe.
Belinda vinha evitando os amigos, não por completo, contudo passava mais tempo na companhia dos gêmeos, vendo as loucuras que aprontavam, havia conseguido os calouros para que fizessem testes no primeiro dia, exatamente como dissera, mas mesmo quando Hermione lhe disse o quão irresponsáveis os dois estavam sendo, repetindo isso várias vezes durante aquela semana, ela fingiu não saber de nada e somente deu de ombros.
O dia estava irritantemente frio e ela enfiou as mãos nos bolsos do casaco da Grifinória, se apressando para chegar ao Salão Principal, estava faminta e seu castigo finalmente acabara, ela seria poupada da presença e voz de Filch, o que seria digno de comemoração, caso seu humor não estivesse oscilando tanto.
Bell entrou no Grande Salão e suspirou, notando vários pares de olhos tão conhecidos sobre ela, encarou Ty na mesa da Corvinal e ele lhe deu um sorriso e piscadela, em seguida a menina caminhou até o lugar onde os amigos estavam e se jogou ao lado dos gêmeos, de frente para Marcos e Murilo.
–Bell. —Marcos lhe sorriu.
–A gente já tava sentindo sua falta, sabia? —Murilo disse, lhe sorrindo.
–Eu sei. —Respondeu com tranquilidade, enquanto pegava uma costela de porco.
–Convencida. —Marcos rebateu e ela sorriu calmamente.
–Nem sou.
O almoço todo Marcos pareceu andar sobre ovos, tendo cuidado com as palavras, mas vez ou outra deixava um comentário debochado escapar, enquanto Belinda mordia a língua e fingia não ter ouvido, não estava disposta a brigar e nem se indispor mais, queria manter o humor o mais leve possível, já bastava que mais cedo O Profeta Diário anunciara que por ordem do Ministro a Vaca Rosa, Dolores Umbridge, ganhara o cargo de Alta Inquisidora de Hogwarts, tendo o poder para fazer o que desejasse na Escola, sem falar que Lucius deu um depoimento favorável a isso. Belinda sabia que Lucius não se oporia publicamente ao Ministério, mas ainda assim se sentia enjoada.
Belinda sentou ao lado de Dino, como acontecia normalmente, ele lhe sorriu e puxou seu material, todos sabiam que a aula de Adivinhação viria recheada de desgraças. Ela brincou com seu Diário de Sonhos, enquanto notava Umbridge ao canto e tentava ignorar o sorriso irritante da mulher.
–Qual foi seu sonho? —Dino perguntou com um leve sorriso.
–Eu matava a Vaca do Ministério de forma lenta e dolorosa. —Assegurou e ele riu baixinho.
–Que mais?
–Sempre acordo deprimida porque sei que não posso fazer isso. —Suspirou teatralmente.
–Você é doida. —Ele disse sorrindo, mas já se preparando pra escrever. —Qual título?
–Tortura. —Ela decidiu entrar na brincadeira, ignorando o fato de Dolores começar a se aproximar com Trelawney.
Dino riu e começou a calcular a numerologia do sonho. Foi no exato momento que sentiu as duas pararem aos seus lados.
–E então meus queridos? —Sibila questionou.
Dino fez careta quando Trelawney se inclinou sobre seu ombro e olhou para o que ele fazia.
–Oh, minha criança. —Disse ela, focando os olhos em Belinda. —Nada bom, nada bom. —Suspirou.
–Você vai passar por uma fase de sofrimento, que caíra sobre você como uma tempestade. —Dino dizia, mas Bell conseguia ver o riso brincando em seus olhos. Contudo Bell se limitou a assentir e fazer um muxoxo.
Belinda não acreditava em 90% das previsões que via com seus colegas na aula de Adivinhação, porém o que Dino falava não era mentira, a única diferença é que não ia acontecer, já estava acontecendo, desde o dia em que Bellatrix, Rabastan e Rodolphus Lestrange entraram em sua vida.
–Que pena. —Sibila disse, tocando levemente o ombro da menina e se dirigindo para a próxima dupla.
Dolores encarou Belinda e depois seguiu Trelawney.
–Eu poderia matar aquela Vadia do Ministério. —Bell resmungou com Dino, enquanto andavam para DCAT.
–Como nos seus sonhos? —Zombou e ela riu.
–Exatamente como nos meus sonhos.
Defesa Contra as Artes das Trevas foi um caos, o que só fez piorar seu humor. Belinda nem mesmo fingiu que lia, apenas encarou o nada a sua frente e permaneceu assim até o fim da aula.
–Finalmente acabou. —Lilá comentou enquanto guardava seu material.
–Srtª. Lestrange. —Umbridge chamou quando a menina estava quase saindo da sala. Um imenso sorriso brincando em seus lábios e Belinda sentiu a raiva aumentar. —Fique um pouco mais, gostaria de conversar com você.
Draco encarou a cena e viu Bell somente fazer sinal para que ele se retirasse também. Belinda seguiu até a mesa da professora e a encarou, notando que todos já haviam saído.
–Tenho notado que você não lê o que estou mandando... —Começou a professora.
–Na verdade já li todo o livro. —Revidou e viu o sorriso da mulher ampliar, parecendo que rasgaria seu rosto.
–Então você poderia me dar algumas respostas, não é?
Belinda percebeu que ela fizera algo semelhante com Hermione, mas as duas leram o livro completo exatamente para poder irritar Umbridge.
–Creio que a aula tenha chegado ao fim, o que quer dizer que não preciso fazer isso. —Disse de modo controlado, não aguentaria ficar na sala na companhia daquela mulher.
–Contudo eu faço questão que fique. —Sorriu. —E de conversarmos sobre o livro.
Belinda sentiu o ódio aumentar, entretanto sentou em uma das cadeiras da primeira fila e encarou a mulher.
Lestrange passara horas respondendo perguntas estúpidas feitas por Umbridge, o que só fazia sua raiva ficar cada vez pior e ela sentir mais dificuldade de manter a compostura.
–E então, srtª. Lestrange, depois de toda nossa conversa, você ainda acha mesmo que o Lorde das Trevas tenha retornado? —Ela quis saber, com um risinho na voz. —Como você disse, os mortos não podem voltar.
–Somente de acordo com o que diz esse livro em questão, mas sabemos haver magias negras e extremamente perigosas. —O rosto da mulher atingiu uma cor vermelha intensa e os olhos ficaram cheios de fúria contida, assim como seu sorriso.
–Então você acredita em seu retorno? Mesmo o senhor Potter já desistiu dessa ideia absurda. Isso foi somente estresse após a perda...
–Acho melhor pararmos por aqui. —Belinda cortou, se colocando de pé.
–Ainda não disse que podia se levantar.
–Eu fiquei para falar sobre o livro, passei a tarde toda aqui e estou perdendo o horário do jantar. —A voz trazia um nojo palpável. —Mas não estou de detenção e não sou obrigada a permanecer aqui.
–Enquanto eu desejar, é. —Sorriu.
–E o que a senhora tem a me dizer que eu já não saiba? —Perguntou cruzando os braços em frente ao peito.
–Como ia dizendo, o senhor Potter estava nervoso ao ver o colega morrer. —Belinda se tremeu dos pés a cabeça, mantendo as mãos fechadas em punho para tentar não estrangular a mulher. —Isso o fez imaginar coisas e sair falando bobagens por aí, assustando os demais colegas. Cedrico Diggory morreu acidentalmente no Torneio Tribruxo, como já ocorreu outras vezes e em outros lugares. Foi somente um incidente.
Incidente!
Isso fez Belinda ter que usar todo o controle que não tinha. A morte de Cedrico passara de assassinato do maior Bruxo das Trevas a um mero incidente.
Belinda tremia visivelmente, mas mantinha o olhar de Dolores. A menina notou que ela não diria mais nada, que estava esperando o que a própria Bell diria e se forçou a falar.
–Mais alguma coisa? —A voz saiu carregada de um ódio e nojo que poderia assustar qualquer pessoa, mas Dolores sorriu, como se tivesse satisfeita.
–Acho que estamos conversadas, Srtª. Lestrange. —Sorriu. —Faça um resumo do livro, com no mínimo dois metros de pergaminhos, para a próxima semana. —Bell puxou a mochila para o ombro e começou a marchar para a porta. —Boa noite, Srtª. Lestrange.
Bell não respondeu, sentia que se falasse qualquer coisa iria explodir. Assim que se viu fora da sala de Umbridge começou a correr para fora do castelo e se afastou o máximo possível do jardim.
Belinda atirou sua mochila no chão e urrou de raiva, os olhos ardiam tanto quanto o peito e ela se viu ajoelhada no chão e berrando de ódio. Precisava extravasar de algum modo.
Lestrange sentia como se a raiva somente crescesse e ela perdesse o controle de tudo, se sentia estremecer por inteira e não conseguia recuperar o controle.
Draco estava saindo do Salão Principal quando viu um vulto conhecido passar correndo para fora do castelo, ele sabia que Belinda sairia da sala de Umbridge furiosa, então a seguiu, mas deixou que ela tivesse uma boa dianteira, somente a manteve sob sua vista.
Malfoy viu com espanto o que acontecia. Em um minuto Belinda estava de joelhos no chão, se tremendo toda e de repente suas roupas explodiram e em seu lugar um Lobo extremamente grande e de pelagem negra uivava para o céu, com uma fúria que fez Draco se preocupar.
Belinda era um animago. Um lindo e aparentemente perigoso Lobo Selvagem.


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Notas finais do capítulo

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