You're burning up, I'm cooling down. escrita por Thai


Capítulo 10
II To never wonder what you are


Notas iniciais do capítulo

Consegui comprar um teclado novo logo, amém haha
Fiz uma playlist pra fic. Pensei em criar no spotfy, mas talvez nem todos tenham acesso, então fiz pelo youtube mesmo. Sintam-se a vontade para sugerirem músicas que vocês acham que combinam com a história. Aconselho muito que ouçam enquanto leem, é uma experiência que eu mesma tenho enquanto escrevo.
Aqui o link: https://www.youtube.com/playlist?list=PLiyJb8dvem5SiZLfiYro-ntjIh-HoSCGq
Eu amei escrever esse capítulo, tem bastante ação e consegui explorar um lado diferente do meu estilo narrativo. Espero que gostem.



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O percurso até o Gargalo se tornara mais exaustivo do que o esperado devido a neve que acumulava e cobria a Estrada do Rei, de forma a afundar as botas dos viajantes. Não haviam levado carroças com suprimentos ou cavalos, visto que não atravessariam quando chegassem aos pântanos. Então o peso sobre suas costas com os mantimentos que carregavam fazia com que se arrastassem de forma lenta. Jon liderava a caminhada, seguido por alguns homens Mormont e Manderly, seus nomes eram Walton, Cregan, Therry, Robert e Rodrik. Meera e Arya estavam ao seu lado. A garota Reed lhe guiava o caminho, embora até ali soubesse aonde ir. Era só seguir ao sul até o Fosso Cailin e depois a sudoeste, até encontrar os pântanos. Jon temia essa parte. Fantasma havia ido com ele, mas naquele momento não estava às vistas, havia partido na frente com Nymeria, provavelmente a procura de comida.

— Isso é tão nostálgico — Arya comentou quando pararam para montar acampamento. Tinham se afastado da estrada para não chamar atenção e as árvores densas das florestas dos arredores os mantinham discretos.

Jon a olhou, estudando sua expressão. A última vez em que Arya tinha seguido aquela estrada rumo ao Sul tinha sido em sua ida para Porto Real com Ned e Sansa.

— Você está bem? — questionou preocupado.

— Sim — ela respondeu muito rápido, quase como se tentasse não falar mais do que devia, para não deixar transparecer como aquilo lhe afetava. — Vou dar uma volta.

Ela então partiu, deixando Jon e Meera sozinhos. Os homens haviam saído para procurar galhos para acender uma fogueira e talvez alguma comida. A garota se aproximou dele e sentou ao seu lado em um tronco tombado e úmido. Ela estava coberta por um pesado manto de lã e se encolheu devido ao frio. Os dois ficaram em silêncio por um tempo, observando a claridade do dia lhes deixar e os raios que atravessavam pelas folhas se tornarem mais fracos.

— Então, qual o plano para atravessar o pântano com tantos homens? — ele perguntou, não fazendo ideia de como chegar até Atalaia da Água Cinzenta. Ninguém atravessava os pântanos do Gargalo sem que fosse com a ajuda de um cranogmano.

— Tenho meus métodos. Saberá quando chegarmos lá, não tenho como explicar sem que veja com os próprios olhos. Mas passaremos, lhe garanto. — ela lhe abriu um sorriso confiante.

Jon sorriu para ela. A garota tinha espírito, tinha que admitir. Bran havia lhe dito que era uma ótima caçadora, mas concluiu que talvez seu forte fossem peixes e rãs. Os homens retornaram e trouxeram consigo galhos grossos e folhas secas, porém não tão secas assim.

— Conseguimos poucas coisas que não estivessem úmidas pela neve, mas creio serem suficientes para a noite. Devemos chegar ao Gargalo amanhã perto do meio dia. — Rodrik comentou otimista. Era um homem alto, de feições comuns, porém gentis.

— Rezo aos Deuses para que sim, Rodrik. Não encontramos nenhuma comida, Lorde Snow. Os animais parecem ter fugido do frio como nós deveríamos também — Cregan reclamou. Era o maior dos homens e parecia estar sempre com fome. Seu mau humor reinou quando a comida que tinham levado acabara.

— Sinto muito por isso, Cregan. Calculamos mal, não esperava que a neve estivesse tão alta. Muito menos que tivéssemos que passar alguns dias parados devido à tempestade. — Walton disse, sentando-se em um dos troncos ao lado de Jon. Ele havia sido responsável por traçar a rota, era o mais estratégico deles. Cregan fechara a cara, com raiva, cruzando os braços como uma criança contrariada.

— Pelo menos água não nos falta — Robert disse divertido apontando toda a neve ao redor e Therry riu alto. Os dois eram os mais brincalhões, sempre de bom humor e fazendo piadas.

Therry se agachou e começou a construir uma pequena barreira de galhos, trouxera um pouco de areia que tinha recolhido próximo às raízes de uma grande árvore que possuía folhas tão grandes que a neve não fora capaz de atravessar. Reuniu ali as folhas e trabalhou para acender o fogo. Quando conseguiu, todos se sentiram aliviados pelo calor que as chamas emanavam. Não era muito, mas parecia o suficiente. A noite havia caído e Jon olhou ao redor a procura de Arya, a irmã ainda não havia retornado e passou a se sentir alerta. Levantou-se e deixou o aquecimento do fogo, partindo a procura da irmã, deixando os homens e Meera para trás, que conversavam animados.

Adentrou a mata escura, andando com cuidado para não escorregar ou tropeçar. Seus olhos demoraram em se acostumar com a escuridão e sentiu seu corpo protestar contra o frio. Tremia não só pelo ar gelado que tocava sua face, mas também por medo do que poderia ter acontecido com Arya. Não deveria tê-la deixado sozinha. Avistou um ponto branco adiante, uma mancha muito alva e com olhos vermelhos brilhantes. Fantasma se aproximou dele, passando por suas pernas e depois fazendo com que o seguisse. Jon caminhou apreensivo e cuidadoso. Tocou o cabo de Garralonga, se precavendo. Avistou Arya agachada ao lado de Nymeria e sentiu alivio. Ao ouvir os passos ruidosos de Jon em contato com a neve, Arya se virou para olhá-lo. A menina sorriu.

— Acho que temos comida — falou, apontando para um cervo morto. Jon sorriu, constatando que aquilo havia sido trabalho dos lobos.

Voltou com Arya para pedir ajuda aos homens para que carregassem o animal até o acampamento e riu divertido ao ver Cregan levantar-se correndo e arrastar o cervo praticamente sozinho. Meera os ajudou a cortar os melhores pedaços da carne e Arya trouxera espetos de madeira para que assassem. Comeram até se sentirem satisfeitos. Com o estômago lhes agradecendo por se sentir forrado e aquecido. Jon ficara de guarda durante o primeiro horário da vigília. Dormira pouco durante a viagem, embora não se sentisse cansado como deveria. Pensava em Sansa e em qual teria sido sua reação ao ler a carta que lhe deixara. Sentia-se também preocupado por ter partido enquanto Mindinho ainda estava em Winterfell. Resolveu que o mandaria embora assim que colocasse os pés em casa novamente. Não suportava imaginá-lo próximo a Sansa. O que lhe acalmava, no entanto, era saber que Brienne protegeria a irmã com sua própria vida se fosse preciso. Fantasma e Nymeria haviam sumido novamente e constatou que não os veria mais até o fim daquela viagem. Arya acordara no meio da noite, dizendo para trocarem de lugar, mas Jon recusou, então a menina sentou-se próxima a ele.

— No que pensa, Snow? — ela perguntou curiosa.

— Tantas coisas. É tão louco pensar em tudo o que passamos.

Arya concordou silenciosa. Eles aproveitaram a companhia um do outro, sem dizer muito. Não havia necessidade, pareciam se entender mesmo sem palavras. Robert acordou quando a madrugada avançou e tomou o lugar dos dois na vigília. Jon conseguiu dormir um pouco, era mais do que nas noites anteriores. Talvez o fato de ter saciado sua fome tenha ajudado a lhe dar sono. O dia amanheceu tímido, o sol se escondia por trás das nuvens e partiram muito cedo, continuando sua viagem. Como Rodrik havia previsto, haviam chegado ao Gargalo próximo ao meio dia.

— Então, o que fazemos agora? — Walton perguntou olhando para Meera.

Estavam diante de um conjunto de pântanos que pareciam inexpugnáveis. Jon estudou a área. A lama escondia grandes e profundos poços, que imaginou que caso dessem o azar de cair não sairiam vivos. O ar era úmido, as árvores eram altas, porém afundadas até a metade, revelando o quão fundo era a água. Viu lagartos passando com habilidade, viu também quando alguns foram sugados por areia movediça e engoliu em seco. Concluiu ser bastante improvável que entrassem na água lamacenta e pegajosa. Observou Meera se aproximar de uma árvore, impulsionando suas pernas contra o tronco coberto de musgos com destreza, e subiu até o topo. Seus olhos seguiram cada movimento que ela fazia, estava interessado e entusiasmado com os segredos escondidos. A garota puxou uma corda oculta por entre folhas que Jon jamais suspeitaria estar ali, quem olhasse sem saber o que procurar confundiria o objeto por um simples cipó. A corda estava coberta de fungos verdes o que a camuflava muito bem. Meera a puxou, pulando de uma vez da árvore e caindo com os pés firmes a sustentando e impedindo que se machucasse. Agarrou com força a corda e ruídos pesados de madeira foram ouvidos. Todos arregalaram os olhos surpresos quando do outro lado do grande rio de lodo uma ponte de madeira caiu e fez um baque próximo aos seus pés. Meera sorriu com a expressão de todos.

— Lhe disse que passaríamos. — falou para Jon e caminhou até a ponte. — Cuidado onde pisam, sigam meus passos. Há lugares estrategicamente enfraquecidos para que a madeira ceda e vocês afundem.

Jon observou Cregan esboçar uma expressão de medo. Era o maior deles e temia que a madeira não suportasse seu peso.

— O que acontece se um de nós cair? — o homenzarrão perguntou.

Meera lhe lançou um olhar sugestivo e todos concluíram que só existia um fim para quem caísse. Arya passou primeiro junto de Meera, eram menores e mais habilidosas. Foram seguidas por Walton, Robert, Rodrik e Therry. Jon passou em seguida, se equilibrando com cuidado. Apenas Cregan ficou do outro lado, enquanto os outros aguardavam que tomasse coragem.

— Ande logo, Cregan. — Arya gritou impaciente. — Seja homem — o provocou.

— Gosto de ser um homem vivo, se me permite. — então pôs um de seus pés sobre a ponte, ouvindo a madeira ranger e voltando logo em seguida para a terra firme. — Isso foi feito para a travessia de cranogmanos, vocês são pequenos como anões. — disse para Meera que riu.

— Vai suportar seu peso. Basta seguir meus passos e ficará bem — lhe garantiu.

O homem então voltou a tocar a madeira com os pés e seguiu de forma lenta, tentando imitar os movimentos da garota Reed. Cada passo que dava fazia com que seu corpo grande tremesse. Quando estava tão próximo do outro lado que apenas um passo lhe faltava, pisou em falso e a madeira cedeu sob seus pés. O homem caiu na água fazendo com que uma grande quantidade de lama levantasse. Cregan começou a se debater em desespero enquanto afundava rapidamente.

— Cregan! — Robert correu até ele, tentando alcançar sua mão que balançava a procura de algo para agarrar.

— Ajude! — Therry gritou para Meera, que permaneceu estática onde estava.

— Meera, faça alguma coisa! — Jon falou exasperado vendo o homem afundar. Correu para tentar ajudá-lo.

Àquela altura, todos já estavam puxando o homem pela mão, forçando seu corpo pesado para fora da lama que o sugava cada vez mais para o fundo. Arya estudou a expressão de Meera que estava impassível.

— Não há nada que possam fazer — ela disse fria. — E pare de se debater, apenas vai fazer com que afunde mais rápido. E parem de puxá-lo. Cregan já está morto. — então deu as costas para a cena e caminhou se afastando.

Os esforços para tirar o homem da água foram todos vãos. Observaram em choque enquanto seu corpo afundava e ele gritava com aflição, sua voz ecoava por todo o local com uma ânsia raivosa para sair dali. Mesmo quando já não mais o podiam ver e apenas o movimento do lodo se agitando em ondas era visto enquanto ele lutava contra a areia que o sugava, os homens permaneceram olhando para o local onde Cregan afundara. Jon caiu no chão, passando as mãos nos cabelos. Sentiu-se desamparado. Havia levado aqueles homens para a morte. Era responsável por suas vidas. Sentiu-se enjoado. Observou aturdido ao redor quando ouviu a voz de Robert gritara contra Meera.

— Você ficou aí parada o vendo morrer! Que tipo de pessoa é você? Por que não fez algo? — ele avançou contra ela, sendo impedido por Therry e Walton, que o seguravam com força.

— Cale a boca! — ela olhou ao redor assustada. — Cale a boca agora mesmo! — seus olhos vasculharam espantados as redondezas, como se esperasse algo acontecer. Algo ruim.

— O que há de errado, Meera? — Arya perguntou seguindo os olhos dela com os seus, procurando o que ela procurava. — O que está acontecendo?

— Eles estão aqui. — disse.

Jon levantou-se depressa e Rodrik parou ao seu lado. Todos se calaram e apenas suas respirações ofegantes e assustadas eram ouvidas. Meera se moveu com perícia, seus passos eram surdos sobre o chão lamacento. Ela parou próximo de outra árvore., enfiando a mão em um buraco negro e profundo talhado no tronco. Tirou de lá um objeto desconhecido. Jon se moveu arrastando os pés em um giro, olhando ao redor, ouvindo passos se aproximarem e seu sangue gelou.

— Fique perto de mim, Arya — a menina não se moveu, sentia-se capaz de se proteger sozinha.

Jon viu um homem muito baixo e coberto de folhas e galhos apontando uma flecha em direção a eles, avistou mais e mais deles surgindo por entre os arbustos e por baixo da lama. Estavam em toda parte.

— Meera!

A garota montava as peças de um objeto que se assemelhava bastante a um berrante, mas era muito menor do que os que já tinha visto antes. Viu quando uma flecha passou pro seus olhos e se enterrou na coxa de Arya. Ele gritou e correu até ela, a segurando antes que caísse. Procurou por Meera e a viu levar o objeto até os lábios, o assoprando.  O barulho agudo ecoou por todos os lados e logo depois se fez silêncio. Os homens estavam parados e juntos e suas respirações eram aceleradas. Observaram apreensivos enquanto os homens misteriosos que os atacaram os olhavam através de seus esconderijos. Meera tomou a frente e jogou o pequeno berrante no chão.

— Lar, coração e colheita — ela proferiu com a voz firme. — Sou Meera Reed. E esses são meus amigos. Estou com os filhos de Lorde Eddard Stark — anunciou.

Então os homens se deixaram revelar. Vestiam roupas feitas de trapos e usavam folhas e galhos como adorno.

— Meera Reed. Não esperávamos vê-la tão cedo — um garoto falou com a voz rouca. — Onde está Jojen? — recebeu silêncio como resposta e tirou suas conclusões. — Sinto muito.

— Tudo bem, Cricket. Apenas nos dê passagem, estou indo para casa.

Ele abriu caminho para que passassem e jogou para Jon um frasco contendo um líquido transparente.

— Ela vai ficar bem, apenas a dê isso. O veneno não irá matá-la. — disse olhando para Arya que estava inconsciente nos braços de Jon.

Jon empurrou o conteúdo do frasco goela abaixo de Arya sem pensar, rasgou um pedaço de tecido do manto que carregava e amarrou ao redor da perna dela, acima do ferimento de flecha. Tomou a garota nos braços e a ergueu.

— É melhor que fique. — fuzilou o garoto com o olhar e recebeu um sorriso desafiador como resposta.

— Sinto muito, Jon — Meera disse. — Minha intenção era que passássemos sem fazer barulho e que eu pudesse soar o sinal antes que fossemos atacados. Não queria que nada de ruim tivesse acontecido a ninguém. Nem a Cregan, nem a Arya.

Todos a olharam compadecidos. Embora a fatalidade ainda os assolasse, perceberam que a garota sentia de verdade o que havia acontecido. Retomaram sua jornada sem mais interrupções, em silêncio fúnebre, deixando para trás os cranogmanos. Jon olhava para Arya desacordada e sentia uma fisgada em seu peito, sentia culpa. A imagem da menina daquela forma indefesa fazia com que sentisse uma dor opressiva. Sabia, no entanto, que ela ficaria bem. Andaram algumas longas horas em silêncio até se depararem com uma ilha flutuando sobre a água lamacenta do pântano e nela se erguia um Castelo modesto. Era Atalaia da Água Cinzenta. Suas pedras eram escuras e cobertas de musgos, com torres médias levantadas de forma desajeitada. Parecia um lugar abandonado. Meera caminhou até a beira do rio escuro que se formava ao redor da construção e se abaixou próxima a uma pedra grande, a empurrando com esforço. Jon viu mais uma corda escondida ali e quando a menina a puxou um barco emergiu das águas.

— Entrem. — disse enquanto saltava para dentro do transporte.

Jon passou primeiro, colocando Arya com cuidado no canto. Os homens o seguiram, ajudando Meera com os remos. Remaram por alguns minutos e atracaram nas areias úmidas da costa. A garota Reed saiu depressa e correu para o portão de madeira que protegia o castelo. Tocou nele com uma sequencia de batidas que Jon concluiu ser premeditada. O portão fora arrastado e todos observaram enquanto dois homens surgiram.

— Meera, é você? — o mais velho deles perguntou, a olhando com os olhos semicerrados.

— Sou eu, Bogss. Onde está meu pai? — perguntou aflita. — Trouxe convidados e notícias ruins.

— Lorde Reed está em seus aposentos, garota. Ficará feliz em vê-la. Onde está seu irmão? — ele vasculhou os presentes a procura de Jojen. Recebeu o mesmo silêncio frio de Criket e teve a mesma conclusão. Notícias ruins. — Sinto muito. — puxou a menina em um abraço rápido que ela se esquivou com habilidade.

— Por favor, ofereça acomodações aos convidados e procure alguém para tratar do ferimento da garota. É Arya Stark. — o homem assentiu. — Jon, deixe Arya com Boggs, ela estará em boas mãos, lhe prometo. Acredito que meu pai ficará feliz em vê-lo. Siga-me.

Jon concordou relutante e deixou a irmã nos braços do homem de expressões duras.  Fazia com que se lembrasse de Davos e talvez tal semelhança o tenha feito ceder a guarda de Arya para ele. Seguiu Meera pelo pátio, através do saguão e subiu por uma escada de pedra que dava para uma única porta. Meera a abriu sem bater e se deparou com Howland Reed observando algo através de uma grande janela.

— Pai — a menina correu até ele e o homem se virou para recebê-la.

Sua face era flácida e tinha linhas de expressão que acusavam sua idade. Parecia cansado. Os olhos eram escuros e nublados. Agachou-se para abraçá-la e, ao contrário dos outros, não perguntou por Jojen. Jon concluiu que ele já sabia. Acreditava que a ligação fraternal de um pai e filho fosse o suficiente para saber quando o outro estava em perigo. O abraço foi demorado e Jon ouviu Meera soluçar.

— Você sabia que isso ia acontecer — Howland afagou os cabelos da filha e a consolou.

— Saber não me preparou para o fim — a ouviu reclamar.

— Nada poderia tê-la preparado. Mas lamentar não irá trazê-lo de volta — o homem era duro em suas palavras e Jon se remexeu desconfortável. — Quem é nosso convidado? — ele perguntou e Meera se afastou, enxugando as lágrimas.

— É Jon Snow. — Meera anunciou. Jon se aproximou do homem e lhe estendeu a mão.

— É um prazer conhecê-lo, Lorde Reed. Meu pai falava muito bem do senhor. Dizia que devia sua vida a você — o homem tomou a mão que Jon lhe direcionava e a apertou firme.

— Jon Snow. Esperei muito por esse momento. — ele então abriu um sorriso e estudou o bastardo como se soubesse um segredo sobre ele que nem mesmo Jon sabia. O mesmo olhar que sentia vindo de Bran. Jon ergueu a sobrancelha curioso e se sentiu desconfortável com os olhos de Howland Reed vasculhando-o. — Você se parece com ela.


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Notas finais do capítulo

Tomei liberdade de criar um modo de atravessar o Gargalo que não foi citado na série ou nos livros, pelo menos que eu me lembre. Realmente não encontrei nada sobre a travessia, o que se sabe é que é bastante difícil. Usei um pouco de licença poética haha