You're burning up, I'm cooling down. escrita por Thai


Capítulo 1
Not through love but through revenge.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, a fic está em fase experimental, de acordo com a aceitação de vocês. Comentem, me digam o que acharam, qualquer crítica ou sugestão será bem vinda.



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— Ainda remoo o modo como lhe tratei no passado — Sansa Stark encarava Jon Snow. Estava segura agora. Estava longe de Ramsay e, embora longe de Winterfell, se sentia em casa. Ele era sua família. A única que lhe sobrara.

— Você era uma criança. Nós éramos — Jon a fitou sereno, repuxando um sorriso em seus lábios. Tentava parecer pacífico, para lhe passar segurança, embora ainda lhe queimassem os olhares de desprezo que a mais velha das filhas Stark lhe dirigira, imitando sua mãe. Mas ela era uma criança. — É uma mulher agora. — seus olhos passearam por ela, por seus cabelos compridos e ruivos, como o fogo que os aquecia, por seus seios avantajados mesmo através dos muitos tecidos que a cobriam, eles não estavam ali antes. Estava mais alta, mais calejada. Parecia com Catelyn e tal semelhança o fazia estremecer.

Sansa baixou os olhos para o fogo. Estava em Castelo Negro, aquecida, depois de uma longa jornada. Continuava a sentir-se suja, embora lhe tivessem oferecido um banho. A sopa quente ainda lhe forrava o estomago. O sentimento de gratidão em seu âmago era esmagado pelas tormentas que sentia. Jon estava ali, ao seu lado, deveria se sentir feliz, mas a imagem de Ramsay não saía de sua cabeça. Sentia o gosto da pele dele entre seus dentes, de quando o mordera em um gesto impensado, tentando fugir. Recebera um tapa por aquilo. E outro. E outro. Sentia o toque frio das mãos ásperas de seu agressor em sua carne, os hematomas ainda existentes por baixo das camadas de roupa. Queria ser capaz de sorrir para Jon, mas não se julgava capaz. Sua face era rígida, talvez tivesse se esquecido de como sorrir.

— Sinto muito — ela murmurou muito baixo, quase inaudível, se Jon não estivesse tão próximo sequer teria ouvido. — Queria ser capaz de voltar no tempo, fazer tudo diferente, tratá-lo bem, não sair de Winterfell. Queria Robb de volta, queria o pai, a mãe. Queria ver Bran escalando todas as torres e Rickon perseguindo Robb como se fosse um modelo a ser seguido. E Arya, Deuses, como sinto falta de Arya. — Sansa lamentou, lembrando-se da irmã mais nova, como implicava com ela pelo simples fato de ser diferente. Como se arrependia, como queria pedir perdão por tudo e ter sua irmã de volta, agora entendia seu jeito. Talvez se tivesse sido mais como a caçula... — Estão todos mortos agora.

— Pare de se punir — Jon disse autoritário, mas seu olhar passava tranquilidade, talvez fosse uma característica natural. Sansa sentia que os patrulheiros o respeitavam, sua imagem era imponente. — Você já passou por sofrimento o suficiente, não o alimente.

— Não consigo. Pensar em como tudo isso pode ter sido minha culpa. Por ser uma criança estúpida e sonhadora, que não viu o mal crescente em Joffrey desde o princípio. Por ter mentido e causado a morte de Lady. Por ter causado a morte do pai... — a voz da garota falhou, sentiu sua face esquentar enquanto lágrimas começavam a cair. Jon se aproximou mais, cauteloso, dando margem para que se afastasse, mas ela não o fez. A abraçou, seus braços largos e fortes muito acolhedores, de uma forma desajeitada, como se seus corpos não se encaixassem, não pertencessem juntos. Embora parecesse errado, ela se sentia bem com o contato.

— Nada disso é sua culpa. Esse é um jogo de gigantes, você foi apenas uma peça. O pai teria ido a Porto Real de toda forma, era uma ordem do Rei. Ele lhe prometeu a Joffrey. E Joffrey o matou, não você.

— Ele me fez ver, Jon. Eu assisti tudo, vi quando Sor Ilyn lhe cortou a cabeça. Depois ele me fez vê-la em uma estaca. Sequer teve seu corpo sepultado na cripta, em Winterfell, onde é seu lugar. Sequer teve uma morte digna. Ele deveria estar aqui, com você, a salvo. Eu casaria com Ramsay de novo se isso o trouxesse de volta. Casaria com Joffrey, deuses. Com quem fosse. Sofreria a dor de mil golpes se isso trouxesse todos eles de volta.

Jon não sabia o que dizer. Sentia-se inútil por não ser capaz de tomar aquela dor que a irmã sentia. A palavra irmã lhe pareceu estranha a princípio, nunca havia pensado nela daquela forma. Mas era o que era. Era sua família. Era uma Stark, filha de seu pai. Jon experimentara a morte, não havia nada do outro lado além do escuro. Talvez tivesse voltado para cumprir sua missão, talvez protegê-la fosse seu destino. Viu-se muito inclinado àquele pensamento. Era seu dever.

— Está tudo bem agora — ele a apertou contra si. — Não deixarei que nenhum mal lhe aflija. Eu prometo fidelidade a você, Sansa Stark, me dedicarei a guardar sua vida, nem que isso custe minha própria. Que você não experimente dor alguma, nunca mais, milady. Minha patrulha acabou, não visto mais o negro, minha vida já foi gasta nessa missão, mas de alguma forma a tenho de volta, são os Deuses me dizendo que tenho uma nova. Vamos tomar Winterfell de volta. — não sabia de onde tinham surgido aquelas palavras, mas elas eram tão verdadeiras que só poderiam ter vindo de seu mais profundo íntimo.

Então, como há muito não fazia, Sansa Stark sorriu. Sorriu para Jon como quem sorri para alguém querido. Ele era seu irmão, sentia aquilo agora, todo o tempo desperdiçado o desprezando agora ficara para trás. Seria forte por ele, por ela, por sua família. Iria vingá-los, nem que aquilo custasse tudo que ainda tinha, toda sua humanidade. O norte se lembrava.


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Notas finais do capítulo

É isso, é uma introdução para tudo o que tenho em mente. Me contem o que acharam.