P.O.V. Davina.

Eu fui contratada como copeira. Eu cozinho, arrumo camas e limpo penicos pra viver, eu sei isso é um insulto á minha inteligencia.

Mas, quando em Roma... Eu estou ensinando a Rebeca a ler e escrever.

Eu sempre cantava enquanto trabalhava. Eu cantava músicas da minha época. 

P.O.V. Príncipe David.

Eu sempre ouvia aquela voz angelical cantando músicas que eu desconhecia. Mas, hoje eu vi a dona da bela voz.

Era uma serva, ela era a mulher mais bela que eu já havia visto, o inglês dela era inteligível, mas diferente do nosso.

—Pronto, agora de volta pra cozinha.

—Com licença.

—Pois não?

Perguntou mau humorada.

—Porque tão mau humorada?

—Porque eu to trabalhando sem folga desde as seis da manhã. E já fui assediada mais vezes do que consigo contar.

—Qual é o teu nome?

—Davina Chandler Keller. Adeus.

Ela desceu as escadas trotando e cantando.

—Eu gostei dela.

—Gostastes de quem meu Senhor?

—Davina Chandler Keller. 

—A cozinheira?

—Ela é cozinheira? Suas mãos são tão macias.

—E suas unhas são coloridas.

—Eu não reparei nisso não.

—Os senhores não reparam nisso, eles reparam no busto e nas nádegas.

—Sim. Davina é tão magra, mas sua magreza não é aquela magreza feia das outras criadas.

Davina. Que nome mais diferente ela tem.

—Ela vai cozinhar para o seu baile de aniversário.

—Eu acho que já comi sua comida antes e devo dizer que é maravilhosa.

—Ela tem um pequeno livro de receitas, que carrega por ai.

—Ela é linda. Parece uma fada.

—E tem a personalidade de um cavalo selvagem.

—A filha de um dos lordes está extremamente adoentada. Temem que não passe dessa noite.

—E qual é o nome dessa filha se me permite perguntar.

—Davina.

—O nome por favor.

—A pequena Lady Claire.

—Em que quarto ela está?

—No quarto de hóspedes na Ala Sudeste.

—Obrigado.

Ela desceu as escadas.

—Ela é tão misteriosa.

—Misteriosa demais.