A Última Lua escrita por Gustavo


Capítulo 9
Not The Angels of Heaven


Notas iniciais do capítulo

"Você foi toda felicidade,
Você foi a maldade que só me fez bem,
Você foi o melhor dos meus planos e o pior dos enganos que eu pude fazer.
Das lembranças que eu trago na vida, você é a saudade que eu gosto de ter, só assim sinto você bem perto de mim ... outra vez!"



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MANSÃO FAMÍLIA COSTA/ BARRA DA TIJUCA/ RIO DE JANEIRO

— Explica pra ela Edgard – ela escondia um sorriso – o que você veio fazer aqui na minha casa e por que estava no meu quarto! (Stephanie)

Edgard engole em seco e fita os olhos verdes de Joanna, que o derretiam por baixo de algodão e carne. Ele desce todos os degraus e se põe de frente para as duas garotas, que eram muito parecidas. Era inegável não dizer que eram irmãs; uma coisa perceptível só de olhar.

— Eu e a Stephanie... – ele gagueja – nós somos amigos há muito tempo! E eu tinha vindo aqui encontra-la, não sabia que ela era a sua irmã! (Edgard)

 Jojo avalia os dois e percebe um deboche na feição de Stephanie, mas não se importa! Não tinha o porquê de duvidar de Edgard, apesar de tudo aquilo estar sendo muito estranho.

— Que coincidência... – ela sorri desajeitada – então acho que você já deve ter sacado que a minha família verdadeira é a Costa, e o meu pai era pai da Stephanie. Nós duas somos irmãs gêmeas. (Jojo)

— Sim, eu pensei muito ontem à noite – Tina aparece da cozinha – e considerei que você não é nada para mim! Não consigo te olhar como uma irmã por que você passou metade da minha vida distante; então se você quiser se mudar pra cá e fazer a festa do caqui, eu não vou me importar! (Stephanie)

— STEPHANIE – ela se impõe entre as duas, que se encaravam – eu disse qual seria as consequências caso você ultrapassasse dos limites... (Tina)

Jojo coloca suas mãos nos ombros de Tina, que estava de pé a sua frente. Achava a mulher muito bonita, e o pai, de muita sorte. Tina possuía curvaturas invejáveis, e sua pele parecia ter sido hidratada por pó de fada de tão surreal e lisa; seus cabelos louros caiam com cachos na altura dos ombros, e brilhavam quando a luz do sol de dispunham entre eles.

— Não tem problema, Tina – ela declara – faço das palavras da Stephanie as minhas! Ela não é nada para mim e está longe de ser considerada a minha irmã; mas não vou desistir dessa família, era um desejo do meu pai adotivo... (Jojo)

— Eu pesquisei sobre você na internet – seus olhos a miravam como um gavião fitava uma presa – vi que você é uma cantora muito famosa! Depois que fui te reconhecer; você não me parece ser uma sorrateira pobre e imunda que veio do submundo da favela conseguir dinheiro e se aproximar da situação da morte do meu pai... (Stephanie)

— Claro que não – ela a interrompe – eu sou muito digna... (Jojo)

— Então se mude para cá – ela revira os olhos – tem vários quartos sobrando e eu realmente não me importo! Só quero que fique longe das minhas coisas e do meu espaço. (Stephanie)

— É exatamente o que eu quero Joanna – ela vira para a cantora – também pensei muito e decidi que quero te conhecer melhor. Sei que você já tem uma casa lá em São Paulo, mas sei também que você deu uma pausa em sua carreira para resolver estes problemas familiares e espero que neste tempo fique conosco! (Tina)

— Por que você faria tanta questão disto? (Jojo)

— Para conhecer a filha que o Gael tanto falava que tinha perco – desta vez, ela coloca as mãos no ombro de Jojo – apesar de não parecer, ele falava bastante de você depois que nos revelou tudo. Ele se arrependia de ter entregado a filha ao João, mas tinha absoluta confiança no amor que o amigo sentia por você! (Tina)

— Blá Blá Blá – ela respira fundo – já disse a minha opinião sobre esta feira, e agora quero me retirar! – ela pega o colarinho da camisa de Edgard – primeiro quero falar com você! (Stephanie)

— Eu queria muito falar com a Joanna, antes... (Edgard)

Joanna o fita novamente, relembrando de sua presença naquela reunião. Ele ainda estava parado no mesmo lugar, e parecia apreensivo, apesar de já ter esclarecido as coisas. Os dois não namoravam ainda, nem tinham dado um beijo. Mas conversavam de forma tão intensa que Joanna não resistia em dizer que os dois estavam se envolvendo.  

— É rápido – ela o segue com o olhar – lá em cima! A Joanna pode te esperar; como você disse, somos amigos há muito tempo! (Stephanie)

Edgard apenas vira as costas e segue Stephanie, subindo as escadas e adentrando em seu quarto.

— Então quer dizer que você esta envolvido com a minha irmã... (Stephanie)

— Sim – ele engole em seco – não achei necessário te contar que eu estava com outra garota... (Edgard)

— Você é esperto, claro que não me contaria – ela sorri ironicamente – está realmente afim dela e ainda não a levou para a cama! Se me contasse de sua existência, saberia que eu iria até o fim do mundo para descobrir quem era e te ameaçar, como você faz! (Stephanie)

— Mas com a revelação de seu segredo, você teria tudo a perder... (Edgard)

— Não mais – ela caminha em voltas pelo quarto – não teria como você provar que eu tenho AIDS e guardo meu sangue em frascos de vidro. Eu mudei o lugar de armazenamento! (Stephanie)

Stephanie descobrira sua doença a pouco mais de 4 anos. Desesperara-se e culpara Deus de todas as formas por esta maldição que a havia afligido. Desde então, como em um conto de lenda urbana, retirava seu sangue em uma seringa e em seus inimigos, injetava a doença por suas veias para sofrerem como si. Ao olhar de Edgard, Stephanie era um pouco psicopata.

— Eu vou te deixar em paz – ele a fita – se você prometer jamais enfiar sequer uma agulha nas veias da Joanna... (Edgard)

— Isso eu posso prometer – ela debocha – e você sabe que eu levo promessas muito a sério... (Stephanie)

— Pois leve esta então – ele se aproxima da porta, indicando sua saída – por que a partir de agora não vou encostar nenhum dedo em você! (Edgard)

Stephanie não o responde, apenas o fita com seu sorriso e seus olhos fundos como um de um gato.

*

GRAJAÚ/ RIO DE JANEIRO

Victor sai do carro luxuoso preto de Lilo e acena com as mãos, quando o carro parte em alta velocidade para de volta a Barra da tijuca. Antes de entrar em casa, duas vozes femininas o interrompem, e ele fita duas moças vindo em sua direção; pareciam ser mãe e filha. Uma tinha cabelos longos e espessos, e a outra parecia ter maior idade, com cabelos louros e um corpo acadêmico.

Um breve lampejo de luz passa em seu cérebro e ele reconhece as duas; eram Nathalia e Karol, suas novas vizinhas. Tinham mudado não fazia mais de 3 meses; eles nunca se comunicaram, e raramente via as duas.

— Pois não? (Victor)

As duas se entreolham e se viram completamente para ele, bordando um alto sorriso no rosto.

— Nós queremos conversar com você... – ela usava um salto enorme – de preferência dentro de sua casa! (Karol)

— Por que dentro de casa? – ele indaga – podem falar aqui mesmo... (Victor)

— Dentro de casa para que você tenha aonde desmaiar depois do que te falaremos – ela se aproxima da porta – (Nathalia)

Victor não diz mais nada; estava curioso com tudo aquilo! Não tinha contato com ninguém da rua onde morava, e sua mãe habitava São Paulo. Ele viera para o Rio, pois o trabalho de prostituição era mais fácil no local.

Ele abre as portas e deixa as duas entrarem; entra logo após e a tranca. Depois, todos vão para a sala e os três se sentam no sofá. Victor percebe que Nathalia, a filha, carregava consigo um DVD.

— Acho que agora podem me falar... (Victor)

— Todos os dias nós observamos você chegando com um carro preto e luxuoso – ela começa – desde então estávamos curiosas para descobrir quem era; e descobrimos! Um homem muito bonito, né? (Karol)

— O que isso tem haver com vocês? – ele parecia incomodado – olha, eu nem as conheço... (Victor)

— Mas a gente te conhece, muito bem por sinal – ela levanta o DVD – ladrãozinho! (Nathalia)

Um arrepio percorre as espinhas de Victor; uma pontada súbita de dor sobe em seu peito, uma dor que ele só sentia quando sonhava que se separava de Lilo. Quando a escuridão o consumia e ele se via sozinho num mundo de sombras.

— O que você quer dizer com isso...? (Victor)

— Isso mesmo que você está pensando – ela se levanta o sofá – faz um tempinho que você roubou aquela joalheria na esquina da avenida. Ninguém percebeu. Você foi cauteloso – ela sorria – mas eu vi tudo, pois te reconheci! Meu vizinho. (Karol)

— Isso é uma calunia contra mim... – ele gagueja – eu não roubei joalheria nenhuma... (Victor)

— É? Por que não é isso que as filmagens mostram – ela mostra a tela de seu celular para ele – (Nathalia)

Victor pega o aparelho e se choca com o que via; realmente era ele. Tinha roubado uma joalheria, a não muito tempo, para dar um broche de ouro para o seu namorado, Lilo! Mas foi muito silencioso, e ninguém percebeu que enquanto a atendente procurava outras peças para mostrar a ele, o mesmo pegava a que estava no balcão.

— O que vocês querem de mim? – ele as fita – eu não tenho dinheiro nenhum... (Victor)

— Claro que tem – Nathalia sorria, estava planejando isso há muito tempo – você vai se casar com o seu milionário, e de inicio, vai mudar para o seu enorme apartamento! Nós vamos juntos como parte de sua família. (Nathalia)

— VOCÊS SÃO DUAS MALUCAS – ele joga o celular no chão, o estilhaçando – eu não vou permitir uma coisa dessas... (Victor)

— Aé? – Karol ainda se sentava no sofá – e o que o seu namoradinho milionário vai pensar ao ver esse vídeo maravilhoso? Ou melhor, a policia? (Karol)

Victor não diz nada. Amava Lilo demais, e a ideia de ter o próprio amado olhando para ele decepcionado, ou até mesmo com nojo, o atordoava.

— Não posso fazer isso... – ele olha espantado para as duas – o Lilo jamais aceitaria casar comigo do dia para a noite! Nem namoramos abertamente. (Victor)

— Vocês não precisam se casar teoricamente – ela se aproxima dele – só precisamos nos mudar para o apartamento e termos tudo que quisermos quando pedirmos! (Nathalia)

— Ah, mas você vai dar o seu jeito, se não ele vai ser o primeiro a conferir o tem no DVD da minha filha – ela se levanta do sofá – e a primeira coisa que eu quero além de me mudar para a Barra, é um celular novo! Você acabou de destruir o meu. (Karol)

Ele não diz nada e apenas observa, com olhos cerrados e cheios de lágrimas, as duas saindo de sua casa rindo e adentrando pela rua afora. Na sua cabeça não entrava uma coisa daquelas, a ambição do ser humano era destrutiva. A ambição é maléfica, dura e invejosa, como também pode ser pura e honesta. A maldade pode ser um sentimento multifacetado, um desejo desmentido, ambíguo e complexo que às vezes, destrói vidas.

*

MANSÃO FAMÍLIA COSTA/ RIO DE JANEIRO

Tina se estica na cadeira de praia que obtinha na borda da piscina, acompanhada de Elenice, sua amiga de tempos. Ela coloca seu óculo de sol na mesa ao lado, e fita a sua amiga, que já bebericava um pouco de cerveja.

— Estou sentindo muito dó da Joanna – ela suspira – a menina só tem a Stephanie, viva, como parte da família, e a própria prefere ignorar a sua existência e a humilhar! (Tina)

— Você conhece a sua enteada, inclusive – ela pergunta sem rodeios – até agora, não me contou como foi a sua passagem na casa daquela mulher muda, a Patrícia Alexandre. (Elenice)

Tina não contara sobre ninguém o seu rodeio na casa da mulher que revelara o autor(a) do assassinato de seu marido. Ao ouvir isto da amiga, ela congela e seus pelos do braço se eriçam. Havia comentado com a morena, sobre a mulher; que era muda, e tinha tido as cordas vocais arrancadas.

— Eu não sei se seria adequado te contar... – ela engole em seco e beberica a cerveja – você poderia se descontrolar e ir atrás da pessoa! (Tina)

— E por que você ainda não foi? (Elenice)

— Por que eu tenho medo! Elx é uma pessoa terrível que teve a capacidade – ela se corrige – a atrocidade de retirar as cordas vocais de uma mulher inocente! (Tina)

Elenice fita a amiga com os olhos cerrados, e se aproxima dela.

— Você precisa me contar imediatamente – ela a tranquiliza – você sabe que eu não vou fazer nada! (Elenice)

Tina respira fundo e puxa a amiga para perto de si, colocando seus lábios no ouvido da mesma. Não sabia qual seria a reação da mesma. Ainda não tinha contado para ninguém e nem afrontado e ido atrás desta pessoa, pois planejava algo épico em sua mente. Algo para desestabiliza-lx e mostrar que não era ela que tinha que ter medo.

Ela conta toda a história que sabia para Elenice, e quando termina, a mulher se afasta dela com os olhos esbugalhados e com um O formado nos lábios diante do choque!

— Você tem certeza? – ela gagueja – por que eu não... (Elenice)

— Eu tenho plena certeza disto; tenho provas – ela é seca – e pretendo usar contra a pessoa em breve! (Tina)

*

SORVETERIA DEL GELATO/ COPACABANA/ RIO DE JANEIRO

Leslye adentra pela sorveteria e logo encontra Romeu sentado em uma cadeira. O garoto havia ligado muito para ela, o dia inteiro, após a manhã e marcara um encontro mais decente entre os dois. Sua prima, Giovanna, havia ficado chocada. Ele não havia ligado para ela no dia seguinte após transarem, e um lampejo de decepção passava pelos seus olhos.

Leslye não se importa. Fora ela que tinha armado toda essa vingança, então teria de lidar com as consequências.

A loura vestia um vestido branco, e os lábios marcados por um batom rose destacavam seu cabelo claro a luz do sol. Romeu sorri quando a vê; a garota reluzia impressionantemente.

Os dois pedem seus respectivos sorvetes, que chega rápido. Era de massa italiana. Alguns minutos de silencio se passam enquanto saboreavam a sobremesa, e Romeu dá uma risadinha ao olhar para o rosto da garota.

— Está um pouco sujo aqui no canto de sua boca... – ele aponta – (Romeu)

Leslye pega desesperadamente um papel e tenta limpar, mas borra todo o batom.

— Saiu? (Leslye)

— Não – enquanto ria suavemente, pega um pouco de papel – (Romeu)

Ela fica parada enquanto ele limpa a extremidade de seus lábios com um sorriso doce; Leslye admirava seus olhos azuis e nem conseguia acreditar que aquele garoto, que mais parecia um anjo caído do céu, havia destruído o coração de muitas garotas. Ele termina de limpar e joga o papel no lixo; voltando a olhar a garota, percebe a mesma estava um pouco encolhida diante da situação.

— Que mico... – ela ri – (Leslye)

— Mico? – seu sorriso brilhava – mico por quê? Quem que nunca se lambuzou de sorvete na vida? (Romeu)

Leslye abre uma gargalhada e o olha admirada; em tempos não ria com um garoto daquele jeito.

— Sabia que eu to gostando muito desse seu jeito espontâneo? (Romeu)

Ela não entende e o olha confusa.

— Espontâneo? (Leslye)

— É. Você não é nada montada – eles se olhavam intensamente – to cansado dessas menininhas que vão para a night e ficam fazendo tipo! – ela dá uma risada diante das palavras – pessoas como você são reais! Você me lembra muito a minha ex namorada, Raissa! –  ele sorria –  ela é demais! (Romeu)

— Demais – ela o olha incomodada – é você me falar isso! Ta fazendo o que comigo se ainda gosta dela? (Leslye)

— De verdade? – ele engole em seco fitando seus olhos – estou me dando uma segunda chance! (Romeu)

— Traduzindo; você quer arranjar uma substituta e no mínimo – ela o olha de cima a baixo e faz gestos – acha que basta estalar os dedos pra eu ficar no lugar dela! (Leslye)

— Claro que não – ele se aproxima dela, parecendo sincero – mas eu quero te conquistar sim! E eu vou com calma desta vez, para não errar de novo. (Romeu)

Algo dentro de Leslye se agita. Pareciam como borboletas voando no seu estomago; jamais alguém tentara a conquistar, e ele falava de uma forma que parecia sincero. Conheciam-se apenas há um dia, e ele provocava reações desconhecidas nela.

Em silencio, eles continuam se aproximando. Lábios quase se tocando. Leslye resiste e se esquiva, tocando a bochecha do rapaz.

— Obrigada – ela se levanta, haviam pagado a conta no pedido – pelo sorvete! (Leslye)

Ela se vira de costas e o deixa sozinho, sorrindo enquanto a vê saindo! Não desistiria tão fácil assim, e a seu ver, estava tudo apenas começando!

*

MANSÃO FAMÍLIA COSTA/ RIO DE JANEIRO

O celular de Stephanie toca e ela corre rapidamente para atendê-lo. O identificador dizia desconhecido e ela franze o cenho; estava com preguiça de conversar, queria apenas deitar e dormir o dia inteiro. Ela desliza o dedo pela tela “atender” e coloca o aparelho nos ouvidos. A voz vinda do outro lado é reconhecida.

XV: Oi, gata misteriosa da praça! (Leon)

XV: Oi convencido — ela sorri, era a primeira vez que ele ligava para ela – o que quer comigo? (Stephanie)

XV: Eu queria que pudéssemos nos ver... — sua voz soava melódica – se quiser claro... (Leon)

XV: E aonde? — ela caminha pelo quarto – gosto de lugares reservados! (Stephanie)

XV: Por que não nos encontramos na mesma praça e depois resolvemos? (Leon)

XV: Que horas? (Stephanie)

XV: Às sete da noite! (Leon)

XV: Vemos-nos lá... (Stephanie)

Ela desliga o celular e não consegue controlar seu sorriso. Estava muito interessada em Leon; interessada a primeira vez em alguém desde que terminara com Edgard. No fundo, bem no fundo, ainda se importava com aquele cretino.

Ela dá pulinhos de felicidade e se joga na cama, seus longos cabelos fazendo um cobertor em seus olhos.

*

PARQUE BOSQUE DA BARRA/ RIO DE JANEIRO

Joanna e Edgard caminham de mãos dadas pelo gramado verde do parque, em volta ao grande lago quando se encontraram pela segunda vez.

— Confesso que fiquei surpresa quando te vi saindo do quarto da Stephanie – ela o fita – por um momento pensei que estivesse saindo com duas! (Jojo)

— Por que pensa uma coisa dessas de mim? – ele sorri – jamais faria isso com você! (Edgard)

Eles param de caminhar e se olham, frente a frente. Os olhos verdes de Joanna estavam mais claros, e reluzia uma beleza irreparável. Edgard se aproxima dela e coloca a ponta de seu dedo anular nos queixos da menina, que fecha os olhos por tamanha aproximação.

Ele aproxima seu rosto dos dela, e seus lábios se tocam, se roçando um no outro.

— Você gosta de mim – ela engole em seco, ainda de olhos fechados – o suficiente, pra não me descartar assim que isso acontecer? (Joanna)

— Definitivamente. Você não sai da minha cabeça. (Edgard)

Por que é fraca, se encolhe nos braços dele. Por que é fraca, pressiona os seus lábios contra os dele, a procura de algo que a faça parar de fugir, que a faça esquecer-se dos problemas. Ambos são fracos, ao que parece.

As mãos dele escorregam por sua pele e ela sente um tipo diferente de dor, mais profunda que seus nervos. Dói como um peso oco e vazio. As mãos dela passam por seu braço definido, e ela, na mais pura emoção, se entrega ao momento único.

Estas alegrias violentas têm fins violentos
        Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora
Que num beijo se consomem.


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Notas finais do capítulo

Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.



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