Astronaut: ReFlying escrita por Kaline Bogard


Capítulo 34
Extra (Oficial) - 02


Notas iniciais do capítulo

Ae, meus consagrados! Capítulo de aviso... ZOERINHA! Até parece que eu faria uma maldade dessas com vocês!

Terminei, eu estava enrolada porque tinha uma piada nerd nesse capítulo e eu precisava reentrar no espírito da coisa, fui protelando, protelando e pá. Seis anos se passaram. Desisti da piada ultra "Sheldon Cooper" e fiquei na humildade dos meus conhecimentos mesmo, perdoem.

Volto hoje para postar a segunda cena extra e fechar a noite da festa. E tem mais um. Prometo não demorar mais seis anos, até porque ele está digitadinho no meu pendrive.
Se não ocorrer nenhum contra tempo, semana que vem eu posto e finalizo essa fanfic!

Boa leitura!!



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Chegar ao banheiro foi mais fácil do que Wade Wilson temeu. Seu protegido estava um tanto alterado pelo álcool, e avançou como se fosse vítima de um vendaval: oscilando para lá e para cá, até alcançar a porta do banheiro. Poderiam ter tido incidentes complicados, mas nada aconteceu.

Infelizmente a porta trancada indicou que teriam que esperar um pouco antes de usar o lugar.

— Tá ocupado, baby boy — a voz rouca lamentou — Segura a torneirinha aí.

— Não... vou conseguir — Peter suspirou. Estava realmente apertado!

Wade analisou as possibilidades, coçando o queixo de forma diligente. Por fim resolveu-se, enfiou a mão no bolso e puxou um araminho. Em segundos abria a porta do banheiro sem qualquer dificuldade.

— Tá na hora de desocupar a moita! — gritou para quem estava lá dentro. Um rapaz saiu depressa, ajeitando a calça sem reclamar — Puta que me pariu, mas que catinga! Vai na fé, baby boy, uma morte horrível te espera.

— Obrigado... Wade...

— Quer ajuda? — ninguém podia julgá-lo por tentar, hum?

Peter não respondeu. Apenas fechou a porta com força e passou a trava com duas voltas.

Wade recostou-se na parede ao lado da porta e cruzou os braços, passando a vigiar como um verdadeiro cão de guarda. Assobiou duas canções e notou alguém se aproximando, mas fez um gesto de mão:

— Emergência aqui, vai pro matinho.

Ato que se repetiu algumas vezes, sempre que um convidado tentava usar o banheiro, dava um jeito de dispensar a pessoa:

— Sem chance, garotão, prioridades.

— Já tentou uma garrafa? Funciona.

— A missão tá complicada, mocinha. Procura outro lugar.

— Baby boy tá passando um fax, vaza.

Nem todos se assustavam com o “segurança” ali parado, então uma fila foi se formando com os mais desesperados. Wade começou a achar que alguma coisa estava errada, porque os minutos passavam e Peter não saia de lá de dentro. À certa altura virou-se para a fila e deu de ombros:

— Parece um caso real de diarreia — e aproximou-se da entrada, tentando escutar o que acontecia lá dentro — Petey? É dos grandão? Ponto oito na escala Richter? A batalha tá feia aí? Aqui também tá. Vão começar uns cagão no corredor — então baixou o tom de voz e começou a resmungar — Merda fodida, será crime se eu invadir? E der uma conferida na pistola? To no programa de reabilitação, não posso responder processo... mas tudo pelo baby boy, me jogo no campo e abraço a bomba.

Por fim decidiu-se, recorrendo ao truque do araminho. Assim que destrancou a porta, assistido pelos outros garotos (e garotas), colocou uma das mãos sobre os olhos (deixando um vãozinho de nada para espiar) e entrou.

— Baby boy? Tá vivo, soldado?

— ... porque a reversão do buraco branco anula a teoria geral de inadmissib...i...lidade inerente ao buraco... negro. Tempo. Reverso, compreende? Isso é fator de impacto na teoria geral. E Einstein teorizou além: radiação... alta. Palavras de Ludwig Flamm: o colapso tem que... ser... CONNNN-tornado. Depois disso: viajar no espaço-tempo, a última... pronteira da humanidade... será conquistada.

Wade tirou a mão do rosto e analisou Peter Parker em frente ao espelho sobre a pia, discursando como se estivesse diante de uma plateia de cientistas.

— “Pronteira”? — foi o que disse — Terminou o serviço?

— Terminei. Daí pensei... numa boa resposta para... o doutor Cooper — Peter resmungou. Isso sempre acontecia com ele durante uma discussão, ele não conseguia pensar em argumentos plausíveis na hora! As respostas afiadas só vinham depois.

— Arrasou, Petey! O Nobel é seu!! — Wade aplaudiu com entusiasmo — Mas que porra é uma “pronteira da humanidade”?

— Caralho!! — alguém gritou da porta — Eu vou mijar na calça, inferno!!

— Cadê a sororidade nessa porra? — Wade rebateu com pouca paciência, mas mesmo assim segurou no braço de Peter e o puxou com jeitinho para ceder espaço aos demais. Assim que saíram no corredor, levaram uma vaia enorme.  Mas o rapaz apenas riu e comemorou:

— Seu discurso foi incrível, baby boy, olha a aclamação dos fãs. Que tal um beijo pra comemorar.

— Desculpa, Wade... preciso de água...

— É pra já! Deixa com o pai. Vamos voltar pra sala, senta no sofá e me espera. Ah, você quer mesmo água? Não prefere um leitinho fresco...?

Peter não se deu ao trabalho de responder. O aparelho de som fora levado para a garagem, chegava ali dando a boa impressão de música ambiente.

— Chega pra lá, cidadão — Wade pediu para um adolescente acomodado na poltrona, assim que foi obedecido, ajudou Peter a se sentar — Volto num segundo! BAMF!

===

Facilmente Wade Wilson encontrou a cozinha. Natasha estava lá, apanhando algumas pedras de gelo e pegou um copo com água para Wade, conforme o pedido do rapaz.

Ao voltar para a sala, percebeu que Peter não estava no sofá em que o deixou.

— Baby boy? Petey? Amor da minha vida? Cobaia do meu cama sutra?! — lançou olhando ao redor. Só então notou um grupinho no canto do cômodo e foi acometido por um péssimo pressentimento — Licença, dá espaço, gostoso passando — foi dizendo enquanto afastava as pessoas empurrando com um dos braços, o outro segurando o copo com cuidado.

Comprovou que a intuição ruim resultou mais do que certa. Peter estava sentado contra o canto da parede, gesticulando e falando muito, de modo enfático e irritado, nitidamente engrolado pela embriagues, conquanto compreensível.

— O que aconteceu? — Wade perguntou para uma menina ao seu lado.

— Esse cara está debatendo com o Homem Invisível qual animal seria a melhor base para criar um super-herói. Parece que o Homem Invisível votou na Naja, que cospe veneno. E esse doido...

— Aranha! — Peter exclamou agitando as duas mãos — Claro que uma aranha... prefeito! Teias. FISHHH — moveu o pulso dando a impressão de disparar a tal teia do pulso — Aguentam muito peso. Força. Veneno. Aranha.

— Caralhos voadores — Wade riu, virou-se para o adolescente do outro lado — É assim que vocês me veem? Doidinho de pedra? Mas o Petey fica fofinho.

— Aranha! — Peter falou mais exaltado, assustando a audiência improvisada. Então ficou de pé em um movimento ágil e apontou para a parede — Eu... vou... te mostrar! — e sem aviso algum avançou um passo, abrindo os braços e saltando na nítida intenção de grudar na parede.

Wade, assim como os demais, observou a queda desastrosa sem poder fazer muita coisa. Os expectadores ficaram tão chocados que ninguém conseguiu rir.

— Eita, caralho — olhou ao redor, notando as expressões impactadas — Aranha é legal. Meu voto é seu.

Entregou o copo para a pessoa mais próxima e foi socorrer o rapaz estendido no chão.

— Wade — Peter sussurrou — O Homem Invisível... me trapaceou...

— Hai, hai, baby boy — o rapaz soou condescendente — O Homem Invisível é muito mau. Chega de bebida pro Petey, vamos encontrar um quarto pra você descansar.

Obedecendo a indicação, Peter chegou a se apoiar no cotovelo e tentar se levantar, mas não conseguiu. Ele foi acometido por uma ânsia de vomito e antes que qualquer um pudesse prever, vomitou tudo o que havia bebido.

===

— Socorro! — Wade voltou para o gramado onde os amigos estavam reunidos, levava um Peter Parker em péssimo estado nos braços, a roupa toda suja de vômito (onde ele tentou nadar “Porque estava quentinho”), com soluços de embriagues.

— Meu filho! — Tony Stark levantou-se da grama e veio ver o que estava acontecendo.

— Chamou o hugão e foi bonito. Na verdade não foi muito bonito... mas é detalhe.

— Vai precisar de um banho — Niat comentou, experiente na situação, pois havia acabado de usar o banheiro da suíte para banhar a namorada e alocá-la em um canto para que se recuperasse da bebedeira.

— Traz o Peter, Wade — Bruce veio parar ao lado de Tony, analisando o pobre embriagado.

— Vamos cuidar do nosso filho — Tony bateu no peito com orgulho.

Bruce apenas girou os olhos e indicou o caminho.

Foram juntos para a suíte que ficava fora do acesso dos convidados, para limpar o jovem bêbado. A música mal chegava ao quarto principal, havia certa paz. Wade carregou Peter nos braços até a porta do banheiro e o colocou de pé parcamente, de modo que Bruce passasse um braço dele por cima de seu ombro.

— Podemos colocar as roupas para lavar, mas ele terá que vestir a mesma cueca — Tony suspirou — Cria minha e tão fraco pra bebida...

— Vou ajudar a lavar! — Wade decidiu, então esfregou as mãos com uma empolgação suspeita.

— Nem pensar, Zé Lelé — Tony meneou a cabeça.

— Sou ótimo com o sabonete, Stark!! Com os dedos e com o pint...

 Bruce ergueu as sobrancelhas e Tony girou os olhos, fechando a porta no instante seguinte e cortando a frase indecente.

— Stark? Não posso dar nem uma ajudinha?! Eu fui o herói do banheiro! Que porra é uma pronteira?!! Ai, ai. Sou tão incompreendido — suspirou sofrido.

Então tirou a blusa moletom e deixou sobre a cama de casal, para que colocassem em Peter até as roupas do garoto secarem. Então saiu pela janela assobiando, só de regata branca mostrando que as marcas do rosto também estavam em seu torso. Ia se juntar ao resto do grupo e preferiu evitar passar pela sala e causar um rebuliço. Deixou Petey em boas mãos, não melhores do que as suas, mas... paciência!

[CE01]


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Notas finais do capítulo

E aí?!! Demorei, mas sacumé: quem é vivo sempre aparece!!

Até semana que vem! Alguém arrisca dizer o que seria uma pronteira...?!!



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