Depois da Tempestade escrita por DrixySB


Capítulo 8
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

O capítulo em que Jemma dá a volta por cima ;)
Postando mais cedo, devido a pedidos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/697932/chapter/8

As palavras de Bobbi reverberavam em sua mente. E, assim, ela caminhava resoluta, em direção ao quarto de Fitz. Trajando nada mais do que seu robe. Ela pedia aos céus para que ninguém estivesse atravessando uma noite de insônia e resolvesse sair do quarto e aparecer subitamente no corredor. Seria uma cena constrangedora e ela não saberia como explicar.

Por sorte, ninguém apareceu e ela já se encontrava diante da porta do quarto de Fitz. Respirou fundo, reunindo todos os resquícios de segurança que acreditava possuir e entrou sem bater, como de costume nas últimas noites.

Ele estava deitado sobre a cama, as mãos cruzadas sob a nuca, parecia compenetrado fitando o teto. A lâmpada do abajur se encontrava acesa sobre a mesa de cabeceira.

Jemma parou na soleira da porta e o encarou por um momento antes de fechá-la, recostando-se, e percebeu que o peito dele subiu e desceu em um movimento rápido e intenso, tomando fôlego, respirando fundo. Em nenhum momento ele dirigiu o olhar a ela, mesmo tendo ciência de sua presença ali. Ela não queria pensar no porquê disso, pois provavelmente vacilaria em seu intento e, talvez, até abandonasse o quarto.

Dirigiu-se a ele com passos determinados. Parando próxima à cama, ele a fitou. A luz do abajur iluminava seu rosto e lhe dava um aspecto quase celestial. Era inegável que havia desejo em seus profundos olhos azuis. Isso era algo que ele não conseguia disfarçar. Sentou-se em sua cama, ao lado dele e, como que por instinto, como se uma energia inexplicável, uma força os aliciasse, e seus corpos fossem pólos diferentes que se atraiam mutuamente, tal qual afirmava a teoria elementar do magnetismo, suas bocas foram de encontro uma a outra.

Ele levantou um pouco o tronco para alcança-la, envolvê-la em seus braços e, após os primeiros beijos – e ao perceber que ele a puxava para si – Jemma moveu-se rapidamente para se posicionar por cima dele, com uma perna de cada lado de seu corpo. Ela tomou as mãos dele nas suas, entrelaçando seus dedos, fazendo com que Fitz reclinasse o corpo até que se deitasse novamente sobre o colchão, parecendo enlevado com a atitude dela. Sem cerimônias, despiu-se do robe que vestia e consequentemente um som grave partiu da garganta de Fitz. Ela queria que fosse devagar, sem pressa, que ambos saboreassem cada momento o máximo que pudessem. Por isso a paciência em desfazer cada botão da camisa que ele vestia, em descer o zíper de sua calça, em friccionar seu clitóris contra a rigidez dele, em posicionar o membro dele em sua entrada, em descer seu corpo sobre ele, apreciando cada centímetro de sua extensão a penetrando... Jogou a cabeça para trás ao, enfim, senti-lo inteira e completamente dentro de si.

Fitz a observava, deleitado, sem conseguir controlar sua respiração que saia em lufadas, enquanto ela prendia seus pulsos como algemas contra o colchão, acima de sua cabeça, e começava finalmente a se mover sobre ele, cavalgando seu corpo. Ele se viu hipnotizado pelos movimentos circulares dos quadris dela. As mãos de Jemma soltaram as dele e foram parar em seu tórax, buscando por equilíbrio, as palmas em contato com o calor febril de sua pele. As mãos de Fitz, por sua vez, passearam vagarosamente pelo corpo dela, uma vez que ele se recobrou um pouco do torpor causado pelo ritmo hipnótico e cadenciado com que ela se movia sobre si. Foram de suas coxas para os quadris – sem jamais interferir na velocidade e compasso que ela havia ditado – e então para seus seios, demorando-se por ali, os acariciando, sentindo a suave textura da pele acetinada... Jemma gemeu deliciada, desfrutando daquela sensação.

Fitz não havia visto nada mais lindo do que a imagem dela sobre ele, nua, movendo-se compassadamente, o cabelo caótico, os olhos revirando-se em regozijo, a boca dela se entreabrindo. Ela o puxou de volta para si, para que beijasse seus seios. Assim ele o fez, tomando-os em sua boca vorazmente, enquanto ela intensificava o ritmo de seus quadris sobre ele, movendo-se de maneira frenética em sua busca desesperada por prazer. E como Fitz era muito atencioso, levou o polegar ao seu clitóris, fazendo com que Jemma chegasse mais rápido ao clímax, observando extasiado enquanto ela atingia o ponto máximo do prazer. Ela precisou levar uma mão à boca para não gritar.

Espasmos violentos percorreram seu corpo durante vários segundos e, enquanto ela se recobrava do atordoamento causado pelas ondas de prazer, pousou as mãos na nuca de Fitz, recostando a testa na dele. Ele cerrou os olhos de imediato.

— Olhe pra mim! – ela pediu suavemente.

Ele os abriu vagarosamente, mas os fixou nos lábios dela, evitando o contato ocular.

— Olhe nos meus olhos, Fitz...

Não houve como resistir quando ele ouviu o seu nome ser pronunciado com tamanha reverência, momentos após ela chegar ao ápice com ele, ainda sentindo os tremores provenientes de seu orgasmo por todo o corpo. Ela o sentia ainda tão profundamente dentro de si, como algo que sempre esteve entranhado nela, uma peça fundamental de seu ser, uma parte de si que ela reencontrara nele. Fitz olhou dentro de seus olhos, enfim, ambos centrados um no outro durante um longo momento, até que ele também chegasse ao auge. E ali estava expressa toda a devoção que sentiam – a qual não ousavam verbalizar por pura insegurança, por receio de se abrirem um com o outro, de serem honestos consigo próprios e com seus respectivos sentimentos. Ele não conseguiu se manter olhando para ela, no entanto, fechando os olhos e gemendo guturalmente no exato instante em que Jemma sentiu o orgasmo dele a invadir.

Durante os minutos que se sucederam, ela permaneceu sobre ele, pedindo em um sussurro para que continuasse dentro dela. Jemma não queria que aquela sensação de plenitude, infinitude e unicidade a abandonasse tão cedo. Queria apenas mais alguns momentos acreditando que eles eram um só, algo singular.

E como o cansaço a dominava, logo ela adormeceu envolvida em seus braços.

*

Ele, no entanto, não conseguiu dormir. Permaneceu acordado pensando em tudo o que havia acontecido naquela noite, no que vinha acontecendo entre eles... Fitz não estava surpreso que houvesse tanta química e tamanha compatibilidade física entre eles. Ambos se conheciam perfeitamente bem, sabiam ler os gestos e intenções um do outro facilmente. E ele tinha certeza que Jemma também não estava surpresa. Havia aquela harmonia, o sincronismo e a reciprocidade de sempre. Fosse no laboratório ou em seu quarto, sobre sua cama.

Mas eles não estavam, de fato, na mesma nota, tocando a mesma melodia...

Os últimos vestígios de um sorriso ainda se encontravam na face de Jemma enquanto ela dormia profundamente. Parecia genuinamente satisfeita e feliz. Mas era uma felicidade passageira, um júbilo temporário que mascarava o terrível sentimento de culpa que ela ainda possuía. E, quando ela despertasse daquele transe, e encarasse a realidade, Fitz sabia que iria se sentir a pior das criaturas por ter compactuado com ela daquelas horas inconsequentes de prazer. Um prazer efêmero, que se dissolveria frente a todos os conflitos que eles ainda possuíam e dos quais eles não poderiam fugir por muito tempo. Mais cedo ou mais tarde, teriam de enfrentá-los.

Fitz se perguntava se aquelas conversas inacabadas, os assuntos mal ou não resolvidos entre eles, a atormentavam tanto quanto a ele. Se ela também sentia que quanto mais fisicamente envolvidos estavam, mais distantes ficavam um do outro emocionalmente. E se eles continuassem assim, a confusão tornar-se-ia cada vez maior e chegaria um momento em que eles seriam tomados por uma onda contínua de sofrimento, pois estavam ignorando o quanto machucavam a si mesmos e um ao outro, perdidos em uma relação totalmente carnal. Nem sua amizade, sua cumplicidade, o seu afeto pelo outro sobreviveria àquele martírio.

Diferente de momentos atrás, quando ele a fitava deleitado, com pura lascívia em seus olhos intensamente azuis, agora ele a encarava com melancolia. Levando suavemente uma mecha do cabelo de Jemma para trás da orelha, chegou à triste conclusão do que eram agora e do quão diferentes eram de outrora. Aquela ainda era a Jemma Simmons que ele conhecera anos atrás na Academia. Ainda era a garota que o entendia, que o completava, a quem ele amava... E naquele momento, eles haviam se convertido em dois amantes fortuitos que se encontravam na calada da noite apenas para saciar seus desejos, suas necessidades... Não era assim que deveria ser. Fisicamente satisfeitos, emocionalmente instáveis.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Depois da Tempestade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.