Do acaso à superação escrita por Paty Everllark


Capítulo 32
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Boa noite a todos. Como prometido no capitulo que postei ontem a noite, eis o epílogo de “Do Acaso à superação”

Antes de tudo, quero agradecer a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para que eu concluísse essa fanfic. Aos que comentaram, acompanharam, recomendaram e colocaram a história nos favoritos. Não mencionarei nomes aqui, pois posso esquecer algum nome e isso seria muita ingratidão.

Cada palavra, cada gentileza ao registrar uma opinião por escrito fez toda a diferença para mim. Mostrou-me de alguma forma que valia a pena continuar.
Quando comecei a escrever DAAS, jamais imaginaria que ela me traria tanta coisa boa, em especial o fato de poder interagir com gente maravilhosa. Foi mais de um ano que me dediquei a essa história, por muitas vezes pensei em desistir, mas sempre achei que seria injusto com os mais de 100 acompanhamentos, mesmo que mais da metade destes números nunca tenha se manifestado.

Hoje concluo minha primeira long fic, e mesmo já sentindo um apertinho de saudade no peito, sinto que cumpri minha missão com ela.

Ps: Belzinha, obrigada por ter me ajudado a melhorar minha escrita e por estar sempre comigo em meus projetos.

Fiquem com meu carinho e minha gratidão.
Beijos e espero que gostem do epilogo que eu preparei com muito carinho para vcs.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/697887/chapter/32

“Katniss! Johanna! Andem logo, a comida vai esfriar!”

A casa de Annie e Finnick continuava sendo nosso ponto de encontro. E os gritos da ruiva, na área da piscina, já demonstrava sua impaciência. No entanto, talvez minha irmã ainda necessitasse de mais tempo, e eu lhe daria todo o tempo que precisasse para sair do quarto. Afinal, o fato dela estar ali, num almoço de domingo com a família toda reunida,  já era o suficiente  para eu me sentir feliz.

Um passo de cada vez. Eu, mais do que qualquer pessoa, sabia como a máxima era verdadeira na situação dela. 

— Vamos minha irmã. Juntas, lembra?

— Ainda dói demais, Katniss.

— Eu sei, mas um dia a dor se tornará saudade. Só é preciso ter paciência, você vai ver.

Lembro-me – como se fosse hoje – o dia em que Johanna chegou a minha casa e encontrou-me agarrada ao celular de Gale, assistindo pela milésima vez o vídeo de meu último natal com ele e Jenn. Eu havia desistido de viver naquele dia. O medo impedia-me de dar um passo sequer adiante. No entanto, Johanna segurou em minha mão e feito uma criança aprendendo a andar, dei os primeiros passos rumo ao desconhecido. Agora tantos anos se passaram e estou tendo a oportunidade de fazer o mesmo por ela. Haymitch nos deixara no último verão. Meu cunhado, já não era tão jovem e embora tenha lutado bastante, acabou perdendo a batalha contra o câncer.

— Obrigada...

 Mesmo sofrendo, Johanna estava encontrando forças na família para superar seu luto. Sempre a admirei por sua força. Hoje, mais do que nunca ao observa-la – não fisicamente –, mas nos seus trejeitos, ela me lembrava muito minha mamãe. Em especial agora, com as rugas enfeitando seu rosto e seus cabelos grisalhos, que não tinha mais ânimo para pintar. Olhar para ela, era como estar de frente para dona Clara novamente.

— Te amo minha gigante – declarei carinhosa, forçando-a a se lembrar de nossas superações, ao citar o apelido que lhe dei quando eu era apenas uma criança.

— Também te amo, minha pirralha. – Joh me estendeu a mão e pude sentir que ela estava preparada para seguir em frente.

*******

— Por que está me olhando assim?

 Johanna questionou, agora mais tranquila. Minha irmã segurava em seus braços a netinha mais nova. Tiffany de um aninho e meio, filha de Abigail que, nos deixara na varanda para preparar a mamadeira da menina. A moreninha dormia feito um anjinho, sob os cuidados da avó babona, que sempre que podia, não desgrudava da garota. Já que sua caçula agora morava no Distrito 2 junto com o marido, um professor universitário que ela havia conhecido quando cursou a faculdade na Capital.

— Estou me lembrando da mamãe e do quanto ela ficaria feliz se estivesse aqui conosco.

Minha irmã lançou-me um olhar carregado de compreensão.

— Às vezes, eu me pergunto se ela teria orgulho de nós duas... – A voz dela soou embargada.

— Nós conquistamos tantas coisas, com as quais, nem sonhávamos quando saímos do 12, não é minha irmã?

Minha pergunta ficou sem resposta, mas acompanhei seu olhar. Ao nosso redor contemplei minha família reunida. Próximo à churrasqueira, os anfitriões, não cabiam em si tamanha felicidade. O primeiro netinho de ambos estava a caminho, alegria esta, que me afetava diretamente. Já que, a esposa de Marvel era a minha Amber, que ao lado do esposo sustentava um barrigão de seis meses do meu terceiro netinho.

Não sei quem mais a bajulava, se o marido ou seus sogros. Madge, que ainda estava solteira, morria de ciúme da situação. A coisa só não tomava proporções maiores porque, a loirinha já era senhora de si. Minha sobrinha vivia do próprio salário em um apartamento, no mesmo condomínio dos pais.

 – Vovó Kat! Vovó Joh!

  Aquelas vozinhas gritando em uníssono, eram músicas aos meus ouvidos. Voltei-me em direção a porta de entrada e me deparei com meus netos. Liam com oito e Lucca com três aninhos, ambos irradiavam saudades, levantei-me com rapidez da espreguiçadeira e abri os braços para acolhê-los.  Estava igualmente contente ao revê-los. Peeta havia ido até a estação buscar Melissa e Cato, os dois tinham se mudado de nossa casa no inicio do ano para o Distrito 4 por causa do trabalho de meu sobrinho. Meu marido demorou a aceitar o fato, devido à loucura que sentia pelos netos, que moraram conosco desde que nasceram.

Peeta sempre amou nossas filhas, Nunca duvidei disso. Elas eram seu maior orgulho, entretanto, no meu intimo eu sabia que, embora apaixonado por cada uma de suas princesas, o loiro sonhava muito com um filho homem. Realização que encontrou nos netos, visto que Amber também estava esperando um garotinho.

— Por que demoraram tanto? Já estava ficando preocupada – perguntei agachada e com os dois loirinhos gorduchos em meus braços.

— O vovô levou a gente no parquinho da pracinha, para tomar sorvete e empinar pipa – disse Liam, com medo de tomar bronca. Olhei de soslaio para meu marido, a roupa imunda e o cabelo desgrenhado. Peeta  sorriu sem jeito. Eu havia pedido para que ele não demorasse. Queria logo ver meus netos.

— Porque será que isso não me surpreende? – perguntei, olhando-o com falsa  repreensão.

Embora seus cabelos grisalhos já indicasse a idade, a energia com a qual Peeta brincava com os netos sempre era contagiante. Eu sabia que ele jamais abria mão desses momentos preciosos e agora tão raros considerando  à distância. Seria pedir demais que ele não mimasse um pouco os meninos. Estava gravado em minha memória a reação – nada agradável – dele ao saber da existência de Liam...

 “Aquele garoto... eu sabia que devia ter tomado uma providência, quando eles eram crianças e os encontramos dormindo juntos na torre da igreja, no dia do nosso casamento, mas você e sua irmã disseram que não havia maldade alguma na atitude deles.”

Foi o que Peeta me disse quando lhe revelei que nossa filha mais velha esperava um bebê.

Mel e Cato ainda não tinham terminado a faculdade, mas se amavam desde criança. No dia de nosso casamento, Melissa e meu sobrinho quase acabaram com a nossa festa. Os dois desapareceram por horas, no final da tarde os encontramos dormindo juntos na torre da capela.  Cato queria mostrar a minha filha o filhote de cachorrinho que havia encontrado escondido no local, mas num descuido bateu a porta trancando-a por fora.  Melissa ficou tão apavorada que chorou em seus braços a tarde toda até que ambos pegaram no sono, impossibilitados de saírem sozinhos do local.

Em minha memória era nítida as imagem de Peeta e Haymitch indagando juntos, ao vermos os diminutos corpinhos, abraçados sobre o terninho que Cato vestia e que num gesto de cavalheirismo estendeu no chão para Mel se deitar.

“Devemos nos preocupar com isso esposas?” 

A cena era tão linda! Na realidade, eu e minha irmã intuímos que sim, devíamos ficar atentas, mas na época nada ousamos falar para não instiga-los, tampouco assustar nossos cônjuges. Com o tempo a amizade se fortaleceu entre eles, tornando-se algo muito mais forte e por que não dizer belo? Eu, melhor do que ninguém sabia, pois acompanhei de perto o despertar do sentimento, afinal não existia segredos entre mim e minha filha. Mas agora tudo havia ficado no passado. Minha filha era uma fotógrafa premiadíssima e o marido era um importante cirurgião, ambos nos provaram que a chegada do filho, não foi impedimento algum para que realizassem seus sonhos.

 – Onde estão minhas irmãs? – Melissa questionou para evitar colocar o pai numa saia justa diante das crianças. Soltei os meninos, que foram cumprimentar minha irmã.

— Isabel e Sophia estão se trocando. Acabaram de chegar. – Minhas filhas mais novas estavam cursando a universidade na Capital, assim como Primrose que estava fazendo o doutorado. Vinham só nos finais de semanas e nas férias para casa.  –  Primrose já deve estar chegando com o namorado e o sogro.

— Sogro?!

— É o sogro, não entendi muito bem, mas foi o que as meninas disseram ao chegar. Disseram que nós ficaremos felizes em conhecê-lo. – Dei de ombros ao responder, percebendo meu marido e meu genro fugindo de fininho para a área da churrasqueira.

Minhas filhas mais novas eram umas espoletas. Puxaram todo o carisma e simpatia do pai, embora Sophia fosse minha cópia “cuspida e escarrada”, junto de Prim, elas adoravam aprontar. Quando colocaram os pés na casa dos tios, eu sabia que escondiam algo, entretanto, só entendi o que era, quando o sogro de Prim chegou.

— Jason Donovan?!

A surpresa na voz de Johanna era nítida em rever seu ex-namorado.  Na verdade, eu, Annie e Finnick compartilhamos do mesmo sentimento.  Jay sumira de nossas vidas depois que Joh o descartou ainda na faculdade, logo depois ela se casou com Haymitch. Perdemos todo e qualquer contato que pudéssemos ter com ele, no entanto, o destino mais uma vez brincava conosco.

Jason era o famoso sogro de Prim?

— Foi uma grata surpresa quando meu filho trouxe Primrose para que eu a conhecesse... Pensei que jamais nos reencontraríamos novamente nesta vida Mason...

 

*****

— Do jeito como ele encara sua irmã tenho certeza que ela não seguira só por muito tempo. 

 As mãos de Peeta envolveram em minha cintura fazendo ali uma leve carícia. Do outro lado da piscina Johanna e Jay conversavam animados. Mesmo de um jeito tímido Joh procurava interagir com ele.

—Eu senti tantas saudades de ver o sorriso dela... – confessei emocionada. 

Meu marido não disse mais nada, somente encostou o queixo na curva do meu pescoço e juntos, em total silêncio, ficamos ali admirando – não apenas o casal defronte –, mas toda a nossa grande família reunida.  

Um filme passou em minha mente, recordei o momento exato que eu parei de temer o futuro e me foquei apenas no presente. E que presente. Sorri, recordando a sabedoria oriental que diz:

A vida começa onde o medo termina. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom é isso. Despeço-me de vocês, ao menos em DAAS, visto que tenho outra história em andamento e um novo projeto, que em breve estarei postando.

Espero que tenham gostado. Bom fim de semana a todos. Nos lemos por ai. XD



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Do acaso à superação" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.