Do acaso à superação escrita por Paty Everllark


Capítulo 1
Juntas.


Notas iniciais do capítulo

Gente sejam bem vindos, desculpem os erros ortográficos, e peguem leve essa é minha primeira fic ok? Bora ler e ver se você aprovam. Bjs e nos vemos nas notas finais



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                                                                                                          24/12/2014

Na manhã de véspera de natal acordei angustiada sentindo um forte aperto no peito.  Não saberia dizer o que estava acontecendo comigo. Levantei-me bem cedinho, começando assim os preparativos para a ceia, que pela primeira vez seria em minha casa.

 Sempre celebrávamos na casa de minha irmã Johanna. Ela e Haymitch eram ótimos anfitriões,  sua casa era maior que a minha e meu cunhado, sem dúvidas a graça da noite. Era hilário ver aquele cara se livrar de seu mau humor habitual e vestir-se de papai Noel.  Seus netos, os gêmeos Marvel e Madge, de cinco anos,  filhos de Annie e Finnick, Cato, seu filho de seu casamento com minha irmã, de nove anos,  e minha princesinha Jennifer, que há uma semana  completara três aninhos, adoravam vê-lo em ação.

Haymitch havia sido casado com Effie Trinket, a mãe de Annie. Ela faleceu cinco anos antes de eu e minha irmã conhecê-lo, ou como ele mesmo gosta de dizer:  "caíssemos de paraquedas em sua vida." Na época Annie e eu tínhamos a mesma idade, 10 anos.  Fomos criadas como irmãs após o casamento dele com  Johanna. 

O relacionamento de Joh e Hay era algo lindo de ver, apesar da diferença de idade e do temperamento explosivos dos dois. O Lar deles era exemplo de ninho abençoado e cheio de amor. 

Tentei manter a calma, coloquei a culpa do meu nervosismo na preocupação de acolher bem minha família e a família de meu marido.

  A noite foi perfeita, melhor até do que eu esperava.  Consegui espantar meu medo de não ser tão boa na organização de um jantar quanto minha irmã, já que ela era formada em gastronomia.  No final,  tudo havia dado certo.

Na manhã seguinte fui acordada por minha pequena que entrou em meu quarto como se o mundo estivesse acabando.

—Mamãe, mamãe acorda! – Minha filha exclamou de maneira agitada.

—O papai Noel deixou um monte de presentes na árvore! –  gritou a frase. Jennifer até tentou, mas não aguentou ficar acordada até meia noite. Para não deixá-la triste, eu e Gale deixamos nossos presentes intactos para que quando ela acordasse os abríssemos juntos.

— Vamos acordem! – insistiu se jogando em nossa cama  e nos sacudindo com força. Mantive-me imóvel, ela então virou-se para meu marido, que aquela altura do campeonato estava totalmente acordado.  Jenn estava ansiosa para ver a minha reação ao abrir meu presente. Há uma  semana,  ela  e o pai foram ao shopping  e compraram um vestido lindo que eu andava namorando ha um bom tempo, no intuito de me presentear

— levanta mãezinha, o papai Noel deixou presentes para você também!

Pelo canto do olho a vi tentando piscar para o pai.  Ficou parecendo mais uma careta.  Ouvi a gargalhada de meu marido ecoando no quarto. 

Como eu amava aquele som.

— É pequena parece que a mamãe esta muito cansada – disse meu marido.

— Depois a mamãe desce. Que tal se descêssemos para abrir logo os presentes e também comer aqueles chocolates super gostosos que tia Annie trouxe para você ontem.

— Não papai! – Fez birra.

— Eu quero que vejamos juntos os presentes! –Sorri internamente com a atitude de minha peixinha, que com apenas três aninhos já apresentava uma personalidade digamos, forte... bem forte.

 Continuei fingindo dormir.

— Amor, acorda vai...

Meu marido sussurrou em meu ouvido. Resmunguei um pouco, porém  ao abrir os olhos vi as duas pessoas que mais amo neste mundo, minha filha com seu inseparável cobertorzinho azul, e Gale, já com o celular apontado para mim filmando todas as minhas reações. Nem havia me dado conta  de quando ele ligou o aparelho.     

 – Não acredito! Gale para! eu estou horrível... Desliga este celular, meu cabelo esta parecendo um ninho de tordos.  Choramiguei. 

—Eu já te disse que você fica super gost...– interrompeu a frase ao  se lembrar da presença de Jennifer. 

—Linda quando acorda– concluiu, me fazendo rir.

— Você diz isso porque até de pijamas e com essa cara amassada você é lindo–debochei.

— Você sabe porquê minha cara está tão amassada,  não é senhora Hawthorne?  Você não devia ter me ajudado na limpeza da cozinha ontem. Eu já estava exausto depois de lavar tantos pratos e panelas.

Gale falou de forma cínica, o que me fez rir lembrando-me das loucuras que fizemos na cozinha na noite anterior, entre a lavagem de um prato e outro.   

 – Ah não,  senhor Hawthorne?  Então a culpa é minha agora? Na hora não vi o senhor reclamar da minha ajudinha— falo e o puxo para um beijo, finalmente ele desliga o celular e  corresponde meu gesto.

—Vocês não vão começar a namorar agora né?  –  minha filha ao coocar as mãozinhas na cintura, manifestando assim toda a impaciência com a  nossa 'melação

— Ainda temos os presentes para abrir.  Mamãe, papai, levantem por favor... – suplicou colocando  as mãozinhas frente ao  corpinho em forma de prece. Jenn continuou  insistindo para que nós levantássemos.

Naquele momento senti outra vez a angústia tomando conta de mim, puxei-a para meu colo a abraçando de uma maneira possessiva, senti lágrimas se formando em meus olhos e a apertei ainda mais.

 – Mamãe, para! você esta me apertando – afrouxei meu abraço, mas sem solta-la e a enchi de beijos,  repetindo diversas vezes que a amava.

Nem eu saberia dizer o que estava acontecendo comigo.

—Está bem  peixinha,  você venceu –falei, Em seguida seguimos os três para a sala, para abrir nossos  presentes e nos empanturramos de chocolate.

 Aquele foi nosso ultimo natal. Uma semana depois no dia 30 /12 /2014 um motorista totalmente embriagado avançou o sinal vermelho batendo de frente no carro de meu marido. Ele tinha ido ao mercado e levado nossa filha, foram  comprar o restante do material para a ceia do réveillon. Minha filha morreu no local, e meu marido a caminho do hospital.

Uma parte de mim morreu naquele dia.

                                                                     Dois meses depois

— Niss está em casa? 

Ouço um barulho de chaves e em seguida a voz de Johanna invadir a casa. Estou aos prantos com o celular de Gale em uma das mãos- assistindo pela milésima vez a gravação que ele fez no nosso ultimo Natal,   na outra,  um vidro de calmantes.

Minha irmã se desesperou percebendo o que eu estava preste a fazer. 

Joh puxou-me para seus braços, tirando o telefone e o vidro de calmantes de minhas mãos, jogando-os longe. Continuei chorando,  então ela gritou comigo me trazendo  de volta a realidade.

—Katniss você precisa reagir! Você só tem 29 anos, tem uma vida inteira pela frente. Morrer não é a solução! Eles não iriam querer isso.

Johanna também tinha lágrimas nos olhos.

 –  Johanna que vida? Eu Já estou morta, morri naquele dia...

 – Não! Nãoo morreu,   esta viva!  

 –Joh eu não consigo tá legal. Eu não sei como, não sou forte como você– minhas lágrimas não paravam de cair.

— Nós já vencemos muitas batalhas, vamos conseguir outra vez,  Katniss.

— Vem,  levanta.  Vou te levar para minha casa.  Estão todos nos esperando.– Minha irmã se levantou,  estendeu-me a mão e disse:

— Juntas.

Dei um suspiro sôfrego e respondi:

— Juntas.

 


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? continuo? Eu adoraria saber o que vocês acharam, então não sejam tímidos ok? bjokas.