Amor Adolescente escrita por Alluka


Capítulo 5
Consequências


Notas iniciais do capítulo

Desculpeeeeeeem pela demora, pra compensar vou o próximo amanhã já.



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Caio avistava Bruno de longe, seus pés acompanhavam cada movimento furioso de seu copo.

— O que você quer com a Maya? 

Os olhos de Maya - que avistava tudo da janela de vidro - brilhavam de medo com o que ia acontecer, assim como os de Caio brilhavam de ódio. 

— O QUE VOCÊ QUER COM ELA?

— Qual o seu problema? – Bruno retribuía o empurrão de Caio fazendo suas cabeças se cruzarem de modo agressivo. Maya que ainda observava tudo da sala de aula levantou-se apontando para o corredor. 

— ELES VÃO BRIGAR! – Ela deu um pulo se dirigindo até eles e esbarrando nas coisas. 

— O meu problema é que eu conheço seu jogo. E a Maya é minha amiga, se você fizer alguma coisa pra ela, eu...

O professor apareceu, interrompendo a fala de Caio mais não foi o bastante para Bruno ficar quieto.

— Você o que?

Bruno o empurrou fazendo no mesmo instante em que Caio ia depositar um soco no rosto dele, o professor se colocar na frente, Caio recuou. 

— Vocês dois na minha sala, agora! 

Os garotos entravam fazendo Maya se jogar na frente de Caio e o olhar brava. 

— Você bateu a cabeça? – Maya batia na cabeça de Caio fazendo ele se desviar. – Está louco? Como pode brigar assim desse jeito? OLHE PRA MIM CAIO EU TO FALANDO COM VOCÊ!

— Maya...

—O QUE? – Ela olhou para o professor e sorrio. – Desculpa senhor. 

— Isso não é ótimo? – Todos olharam para o professor sem entender. – Todos resolvendo os problemas de uma forma saudável, aprimorando a capacidade física!

As garotas deram um sorriso falso como se concordassem, porém Maya fingira abraçar Caio mais puxava seu cabelo discretamente sussurrando que depois iria matá-lo, enquanto Gisele fazia o mesmo com o irmão. 

— E vai ser melhor ainda quando todos nos reencontrarmos aqui todo o dia após a aula!

— O QUE? – Todos falaram em coro. 

— A cada ação a uma consequência! - O professor sorriu. - Ou vocês preferem que eu comunique isso ao diretor?

Os meninos giraram os olhos, enquanto as meninas concordaram, preferindo ficar em uma sala todos os dias do que fazendo faxina pelo colégio como detenção pelas brigas.

...

 

Andressa ainda sentia raiva, raiva de tudo e de todos. Suas mãos apoiavam no balcão da pia do banheiro enquanto seu olhar permanecia fixo diante do espelho. Ela analisava cada detalhe de sua face procurando um erro, e talvez um defeito para entender o por que de tanta tristeza. Ela gritou de raiva seguindo de chutes em caixas que se encontravam ali, fazendo sua mão seguir diretamente a caixa de porcelana onde ficava o sabonete ser jogada no espelho. Ele rachou, porém, continuou ali. 
Nesse instante alguém entrava. 

— Amiga. – Andressa virou encarando Cláudia. – Você ta bem?

— Há é você. Não estava com o professor?

— Ele fugi com uma briga que teve no corredor. – Ela sorrio. 

Andressa abraçou Cláudia que ainda tentava entender o que acontecia, porém de alguma maneira, suspeitava. 

— Me conta amiga. Desabafa! 

Andressa sentou no chão com Cláudia e desabafou, sobre tudo. Cláudia permanecia quieta apenas escutando.

Miguel estava pensativo deitado no banco do colégio. Talvez sentindo saudade de seus pais, de sua infância, de tudo que tivera e ainda tem significado em sua vida. Mel passou por ele em silêncio fazendo Miguel erguer e cabeça. 

— Oi Mel, você viu a Bianca?

— Há sim, ela está de castigo junto com as meninas na sala do professor Vitor. 

— O que aconteceu? – Ele se levantava enquanto Mel se aproximou. 

— A gente se desentendeu com a Gisele, Cláudia e uma desconhecida. Bom a Bianca nos ajudou. – Ela piscou fazendo Miguel abrir a boca. Bianca não era muito e brigar, então ele sabia quem começara a briga. 

— Aquelas garotas não tomam jeito. – Mel concordava com a cabeça. – E porque não está lá também?

— Bom isso já é outra história. – Ela falava rindo. – Quando ela sair eu conto que você a deu os parabéns pela briga! 

Miguel voltava a se deitar e Mel continuava andando. 

— Esses dois ainda vão dar o que falar. 

Mel falara para si mesma e entrou no colégio, porém seguiu um caminho bem longe da sala do professor.

Andressa apoiava a cabeça no ombro de Cláudia que acariciava seus cabelos. Ela levantou-se fazendo Andressa a fitar. 

— Isso não pode ficar assim! 

— O que quer dizer? – Ela limpava os olhos com a manga da blusa. 

— Que você não pode ficar chorando pelos cantos enquanto outra pessoa vence, enquanto a vida passa por você. – Ela se agachara ficando de frente a Andressa, segurando suas mãos. – Me diz uma coisa: O quanto você está disposta a arriscar para ter Thiago? 

Andressa abaixou o rosto, ela sabia a respostas, porém não sabia se era a certa. 

— Tudo! 

Cláudia sorriu fazendo a amiga levantar e abrir a torneira. 

— Lava esse rosto, arruma esse uniforme que você vai conseguir com o Thiago! Mas tem que estar disposta a fazer tudo. Você está? 

— Estou! - Ela falou tentando se convencer. - Eu amo ele e quero que ele também me ame. 

Aquelas palavras não saíram direito da boca de Andressa. Mas era o que ela mais queria naquele momento. 

— Então está bem! Vai até seu quarto e pegue a câmera! 

Andressa saia saltitante, mas curiosa com o que a amiga planejava. Cláudia sorrio de uma forma um tanto traiçoeira, iria conseguir cumprir pelo menos uma parte do que disse mais cedo.

Na sala do professor, todos estavam em silêncio apenas esperando chegar três horas em ponto para saírem. Caio estava quase dormindo, porém era despertado por cotoveladas que Maya dava freqüentemente. Gisele encara Maya como se estivesse a torturando pelos olhos enquanto Bruno olhava desconfiado o modo como Maya estava abraçada em Caio. Bianca respirava e suspirava varias vezes como se estivesse sobrando apenas avistando o quarteto amoroso que se formava ali. 

— Bom, podem sair! 

No mesmo instante Caio puxava Maya de um lado e Bruno de outro fazendo a mesma enlouquecer. 

— Maya, temos que conversar! – Bruno se manifestava arrastando Maya para um lado. 

— Depois que eu falar com ela! – Caio insistia fazendo a mesma explodir. 

— CHEGA! Não vou falar com ninguém. Depois conversamos, agora preciso descansar! 

Ela balançou o cabelo e saiu satisfeita até o dormitório, sussurrando varias vezes que eles ainda iam enlouquece – lá.

Thiago estava deitado no dormitório escutando musica e imaginando como seria montar uma banda de rock. Ele rira de si mesmo toda vez que pensava isso, e ria mais imaginando eles vestidos de sunga nos shows. De repente uma cabeleira loira pulou em cima dele e ficou o encarando. 

— O que está fazendo? 

— Dançando, não percebeu? – Thiago sorrio fazendo Mel mostrar a língua. 

— Sem graça. Sabia que o Caio e o Bruno quase brigaram pela Maya hoje? – Mel erguia as sobrancelhas. 

— Serio? Depois ficam falando que o Miguel está apaixonado!

— O Miguel ta apaixonado? 

Thiago percebeu que havia contado um segredo e tentou disfarçar. 

— Q-que? Não, não. - Ele tossiu disfarçando fazendo Mel sorrir. 

— Não se preocupa, mas sabe eu tenho uma amiga que também esta. – Mel piscou como uma forma de dizer que Bianca também estava. Thiago abriu a boca entendendo no mesmo instante em que Mel se jogou por lado e se deitou do lado dele. 

— Não acha estranho?

— O que? 

— A gente aqui no colégio. É diferente, parece que não era para estarmos aqui... – Mel olhou para Thiago de uma forma suspeita fazendo os dois rirem ao mesmo tempo. 

— Bom você era para estar em hospital psiquiátrico! – Ele riu fazendo Mel dar um sorriso sínico. 

— Hahaha! E você era para estar recebendo eletro choques. – Mel levantou e ligou o som bem alto e começou a dançar loucamente.

Os dois levantaram e saíram do conceito de dança para o de loucura. 

— Daqui a pouco o diretor aparece aqui.

— VOCÊ SE PREOCUPA DEMAIS!

Os dois pulavam loucamente em cima das camas até Mel tocar um travesseiro em Thiago e os dois começarem uma guerra. Mel foi pular de uma cama fazendo Thiago se desequilibrar a segurando e os dois caírem no chão. Seus olhares de cruzaram de uma forma diferente enquanto o travesseiro na mão de Mel era o único obstáculo entre os dois corpos. Mel olhava para Thiago tentando decifrar seu olhar, ela sorria mais ele permanecia serio, como se estivesse se segurando para dizer algo. Thiago fechou os olhos e se aproximou da boca vermelha de Mel enquanto a mesma o olhou assustada. 

— O que está acontecendo aqui? 

O monitor do quarto dos meninos aparecia fazendo Thiago abrir os olhos e levantar e cabeça olhando através da cama sorrindo. Ele se levantou e logo depois Mel, ambos sorrindo enquanto o monitor os encarava serio. 

— Direção, agora!

Os dois saíram do quarto rapidamente e seguiram com o monitor até a direção. Na verdade não estavam pensando muito nisso, pois no mesmo instante em que a viajem de poucos corredores permaneceu calada, nos pensamentos de Thiago ele se culpava por quase beijar sua melhor amiga, enquanto nos de Mel, ela se questionava o que realmente aconteceu naqueles poucos segundos.

“Vitor – Sempre, sempre irá haver conseqüências de tudo o que fizermos. Não importa se fizemos tudo por impulso, se nos arrependemos, ou se simplesmente não conseguimos controlar nossas emoções. Também não importa se o ato que cometemos é uma coisa boa ou uma coisa ruim, ela sempre aparece: para melhor ou para pior.” 

— Agora amiga é só colar e enviar! Não ficou perfeito? – Claudia sorria para Andressa. 

— Ai, não sei. Parece que isso só vai arrumar muita confusão. Tem certeza que ninguém vai descobrir? 

— Claro que não. Postamos anônimo. Depois só mandamos as fotos...

Cláudia sorrio e abraçou a amiga que ainda tinha seu coração machucado. Talvez por algo que estivesse certeza, ou por algo que nem sequer existe.

“Vitor – Não importa se fomos manipulados, se mentimos e agimos sem saber, sem ter certeza. Você é responsável por aquilo que criou.”

— Maya posso falar com você? – Caio perguntava para Maya que estava deitada em seu quarto. 

— Não! 

— Por favor, me desculpa! Eu agi por impulso não sei o que me deu... – Ele tocou no braço de Maya a fazendo virar e o encarar nos olhos. 

— Você fez aquilo e depois vêm me pedir desculpas? É tão fácil assim pra você? – Maya virou novamente ficando de costas e deixando algumas lágrimas escaparem de seus olhos. – As ações têm conseqüências Caio, e algumas também não têm perdão!

Vitor – Nos arrependemos: Deixamos a raiva passageira de lado e nos entristecemos, sentimos pena, agonia e culpa. Então... levantamos-nos e pedimos perdão. 
Porém na maioria das vezes, a conseqüência de nossas ações também é sofrida por outras pessoas, que não conseguem perdoar.”

Mel saíra da sala do diretor após as milhares de lições de moral de que meninas são proibidas nos dormitórios dos rapazes. E apesar disso, não era só impressão quando varias pessoas a olharam. Algumas risadas de fundo fizeram Mel se dirigir a um mural no qual varias pessoas estavam. Uma foto sua e de Thiago deitados fizera Mel abrir a boca. 

— Será eu o primeiro? – Ela leu o que estava escrito embaixo e amassou a foto de raiva. Um garoto foi em direção a ela. 

— E ai Mel? Quando vai ser a minha vez? 

Mel jogou a foto no rosto do garoto e saiu correndo batendo em uma pessoa. 

— O que houve? – Gustavo olhava para as pessoas e depois nos olhos de Mel. 

— Não interessa. – Ela saiu correndo não dando tempo de Gustavo questionar. Um garoto gritou um pouco de longe. 

— Hei! Se quiser ela tem que entrar na fila, e ela é grande...

Ele gargalhou, fazendo Gustavo pegar a foto e a analisar, indo logo em seguida em direção ao garoto. Seu punho se fechou com a foto na mão, e com apenas um movimento depositou um soco no rosto do rapaz, seguindo sem esperar resposta, na mesma direção em que Mel havia corrido.

“Vitor – Nem sempre as conseqüências são certas, ou direcionadas as pessoas que realmente as merecem. Porém ela não é totalmente injusta, apenas uma forma de garantir que da próxima vez não cometemos esse mesmo erro. Algumas vezes não aprendemos, insistimos nesse mesmo erro, pois é fácil concertar as coisas quando estamos arrependidos. Mas algumas pessoas não têm segundas chances.”

Thiago estava conversando com Caio e Miguel quando Mel se aproximou irritada, sua mão foi em direção ao rosto de Thiago o dando um tapa. Ele ficou estático enquanto Caio e Miguel levantaram-se. 

— Porque fez isso? – Ele perguntava se levantando. 

— Cala a boca – Caio e Miguel deram um passo pra trás com o grito de Mel. – Como é usar as pessoas para fazer sua fama?

— Mel eu não sei...

— Droga Thiago, eu pensei que você fosse meu amigo! Eu confiei em você, por que você fez isso?

Mel estava quase chorando de raiva. Thiago a olhava procurando uma resposta pra tudo, e enquanto Gustavo se aproximou, um coração arrependido olhava de longe.

— Calma Mel, você está alterada. - Caio tentava se aproximar.

— Não, eu não estou! Sei perfeitamente o que estou fazendo e porque estou fazendo. 

— E porque está fazendo? - Thiago se manifestou, gritando tanto quanto ela. - DROGA O QUE EU FIZ? 

— E ainda pergunta? – Mel não conseguia mais falar, ela juntava palavras, porém saiam pela metade. – Eu nunca mais vou falar com você! Você me magoou, e a partir de hoje... Eu te odeio Thiago! 

Mel jogou a foto amassada em seu rosto e correu. Thiago a abriu com o coração machucado e franziu o cenho no mesmo instante em que Caio pegou a foto de sua mão. 

— O que você fez? 

Caio o fitou se colocando em sua frente e fazendo a pergunta que Thiago não sabia responder. 

Vitor - São nossas ações que no final de tudo define quem realmente somos. Se são boas ou ruins apenas mostram uma parte de nosso caráter. Um caráter que permanece escondido e apagado por muito tempo, porém, mais cedo ou mais tarde ele se revela. É como a lei do retorno triplo: Tudo o que fazemos para os outros retornam três vezes para a gente. Nenhuma ação fica sem consequência.


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Notas finais do capítulo

bjs



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