Marinette chegou na escola, decidida a conversar com Adrien, porém o mesmo ainda não havia chegado. Como ela não viu nem Alya nem Nino, decidiu ficar parada nas escadas, esperando por algum dos amigos.

O carro de Adrien logo parou na frente da escola e quando ele desceu, Marinette se aproximou e tentou acenar, no entanto, um grupo de garotas passou em sua frente, esbarrando nela e a fazendo cair no chão. Elas formaram um ciclo ao redor de Adrien, pedindo autógrafos e fotos.

— Adrien! - Marinette chamou enquanto levantava limpando sua calça e resmungando. O loiro deu uma rápida olhada para ela e depois desviou a atenção para uma garota, sorrindo para a mesma. A azulada sentiu seu sangue ferver e fechou as mãos em formato de punho, entrando para a sala de aula em seguida.

— Ah, oi Mari! Eu entrei mais cedo porque o Nino me pediu o dever de física. - Alya cumprimentou a amiga.

— Sem problemas. - forçou um sorriso.

Logo o sinal tocou e todos entraram. Adrien passou pela porta e segundos depois a professora chegou.

— Olá, classe. Primeiramente eu gostaria de dizer que corrigi os trabalhos de vocês sobre Paris e devo dizer que todos estavam muito bons. - Marinette bufou lembrando que o seu artigo era sobre Chat Noir, ou melhor, Adrien. - E eu vou entregá-los agora, para que vocês o apresentem para a classe.

— O quê? - a azulada saltou. - O que acontece se eu não ler?

— Irá perder pontos, senhorita Cheng. - a azulada assentiu e esperou a professora chamar seu nome, para entregar o trabalho. - Certo, agora eu vou chamando e a dupla deve se dirigir até a frente para ler. Vamos começar com Max e Nino. - os alunos apresentaram os trabalhos, porém Marinette nem conseguiu prestar atenção direito, devido ao nervosismo - Agora, Marinette e Adrien. - os dois levantaram ao mesmo tempo e pararam lado a lado.

— Pode começar. - a azulada sussurrou, porém sem olhar para ele.

— Certo. - o loiro pigarreou - Nosso trabalho é sobre a Ladybug e o Chat Noir, os fabulosos heróis da cidade. - a garota revirou os olhos discretamente enquanto Adrien desviou a atenção para a a folha - Embora não temos acesso a muitas informações sobre Ladybug, através de seus atos é possível perceber que ela tem um bom coração e está sempre disposta a salvar as pessoas, mesmo que esteja em uma situação complicada de sua vida. Pois sempre que ela aparece, um sorriso está estampado em sua face, um sorriso caloroso que traz esperança à todos aqueles que estão amedrontados com o mal. - Marinette corou de leve - Só por disponibilizar o seu tempo por Paris, posso afirmar que Ladybug é uma heroína. E quando digo heroína, não falo somente do título e sim dos atos. Obviamente ela faz tudo a seu alcance para salvar todos que puder e acredito que se ela não tivesse um traje que a permitisse saltar por aí com seu ioiô, estaria salvando as pessoas de alguma outra forma. Enfim posso concluir que, à garota por baixo do traje, devemos um grande agradecimento, pois ela é quem faz a Ladybug acontecer. Ou seja, Paris está salva graças a coragem dessa garota que está por trás da máscara de joaninha. - a classe bateu palmas e Adrien olhou para Marinette que estava corada em sem reação. - Sua vez. - sussurrou para ela.

— Ãhn... ok. - balançou a cabeça tentando afastar os pensamentos - Bem, Chat Noir pode ser considerado um dos mistérios de Paris. Não sabemos quem é ele e porque está lutando a favor dos cidadãos. Suas motivações reais são desconhecidas, no entanto, ele luta para o bem de pessoas que muitas vezes ele nem conhece e é isso o que faz dele um herói. - a azulada sentia suas bochechas queimarem - Obviamente ele passa por complicações em sua vida cotidiana, afinal, todos passamos. Porém Chat Noir está sempre alegre e confiante, as vezes até demais. - os alunos riram e Adrien encolheu os ombros soltando uma risada também - Mas talvez isso seja uma maneira de quebrar o clima tenso em uma luta, o que não é ruim. Todos precisamos de diversão, inclusive quando se luta contra um vilão. Paris precisa do herói que ele é, porque acredito que sem ele, Ladybug não seria nada e vice-versa. Os dois funcionam bem como uma dupla. Também acredito que Chat Noir pode fazer muito mais do que ele demonstra, já que ele é muito forte e determinado. Pessoas como ele, com um coração puro, são muito difíceis de achar hoje em dia, então temos que agradecer por ele dedicar o seu tempo para lutar ao lado de Paris na guerra contra o crime. Pois a cidade pode não saber quem é o garoto por trás da máscara, mas que ela tem uma enorme admiração e respeito por ele, ela tem. A verdade é que não importa quem ele seja, ou por quais os problemas ele passa, o que importa é que todos estaremos ao lado dele, assim como ele esteve ao nosso. Somos gratos por Chat Noir ter entrado em nossas vidas.

Todos aplaudiram e Marinette e Adrien trocaram olhares envergonhados e sentaram nos seus lugares.

— Aí, será que vocês permitem que eu publique o texto de vocês no meu blog? - Alya perguntou a dupla - Dando os devidos créditos é claro.

— Pode sim. - o loiro respondeu - Mas porque quer publicá-los?

— É que ficaram muito bons, sabe, parece que vocês até conhecem eles. - ela riu. Os dois novamente se entreolharam e logo riram nervosos.

Assim que o sinal tocou para o intervalo, Marinette tentou passar reto por Adrien, porém o mesmo parou na frente dela, impedindo sua passagem.

— Eu gostei muito do que você disse sobre mim. - falou - Achei que ia me xingar ou algo do tipo. - riu porém fechou a cara quando viu que a garota não tinha feito o mesmo - O que foi?

— Nada. Agora se me der licença... - Adrien parou na frente dela novamente.

— Não sem antes me dizer o porquê de você estar brava. Achei que ontem tínhamos ficado bem.

— E ficamos, mas hoje de manhã você me viu e nem me deu atenção quando chamei seu nome. - disparou impaciente - Eu sei que você tem suas fãs e tudo mais, eu respeito isso. Só que você simplesmente virou a cara e deu um desses seus sorrisos idiotas para uma garota que estava praticamente se jogando em cima de você. - cruzou os braços - Garanto que é uma interesseira qualquer. - o loiro riu e Marinette o encarou confusa.

— Você... está com ciúmes? É por isso que estava brava? Porque estava com ciúmes? - Adrien riu novamente e a azulada ficou desconcertada. Realmente estava enciumada? Na verdade, ela não tinha parado para pensar nisso.

— Eu... eu não estava com ciúmes. Q-Que bobagem! Pff... eu... com ciúmes? De você? Não, não. - balançou as mãos e no ar e Adrien colocou as suas nos ombros dela.

— Só para constar, você fica linda com ciúmes. - corou novamente.

— Eu já disse que eu não estava com ciúmes.

— Certo, certo. - ele riu e colocou as mãos no bolso. - Mas respondendo sua acusação, eu não fui até você porque não consegui sair do meio daquelas garotas, acredite, eu tentei. E eu não sorri para ela, eu sorri para a câmera dela. Na verdade, eu nem lembro mais como ela era. - Marinette sentiu um alívio no peito.

— Aham. - fingiu indiferença.

— Além do mais, você sabe que eu só tenho olhos para você, my lady.