Mercenaries: Seeking For The Just Reward escrita por Kyotekisei


Capítulo 2
Noite Sangrenta


Notas iniciais do capítulo

Olá, estou postando mais um capítulo já que o primeiro foi bem curtinho, de fato uma introdução mesmo.
Espero que apreciem. Boa leitura.



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Havia algo deveras suspeito nas ordens transmitidas por Nagato. Nunca antes uma ordem do tipo fora imposta na Akatsuki, aquilo era totalmente atípico e inusitado. 

Por isso, sentia que seria necessário que a situação fosse devidamente esclarecida, e portanto buscaria meios de o fazer, era a razão que o levava até aquele suntuoso e tradicional casarão, localizado na abastada Aoyama. Logo alcançou os portões colossais, provavelmente forjados em aço, que cercavam a residência, formando assim uma fortaleza impenetrável, então parou em frente ao menor portão, apertando o botão do interfone, sendo prontamente atendido por uma voz grave, que reconhecendo o homem do lado exterior através de câmeras monitoradoras, permitiu sua entrada. Caminhou apressado, pelo adorável jardim, no qual havia longos coqueiros, as mais diversas plantas, além de bancos e mesas distribuídos pelo mesmo, sem no entanto creditar um olhar se quer ao seu redor. Ainda em seu ritmo veloz, adentrou a casa, acenando levemente para os seguranças e empregados que circulavam por ali, alcançando as escadarias que levariam ao andar superior. Subiu os degraus de dois em dois, cessando a breve corrida, quando avistou uma porta de madeira pintada em branco, no extenso corredor, onde se encontravam outras tantas portas fechadas, porém sabia em qual delas, encontraria quem procurava, e assim o fez. Deu uma batida forte na resistente porta, escutando uma voz rouca e cansada, permitir sua entrada. Ao abrir passagem, deparou-se com a figura de um homem idoso deitado em seu opulento recinto, de cores neutras contrastando com a mobília escura que decorava o quarto. 

— Ah, é você! – Disse surpreso. – Pensei que estivesse em uma missão...sente-se. – Disse o homem mais velho, apontando uma confortável poltrona de couro ao seu lado, o mais jovem aceitou o convite e acomodou-se de qualquer forma, pois sentia-se inquieto. 

— Como está sua saúde, Hiruzen? – Indagou enquanto apoiava seu queixo na mão direita. 

— Não muito bem, como pode ver...estou realizando check-ups para descobrir a que se deve meu mal estar...mas e você? Me parece um pouco abatido, até intrigado com algo eu diria. – declarou o velho Sarutobi, que alternava o olhar entre o teto e a TV ligada, na qual era apresentado um documentário político, mas sem de fato prestar atenção no mesmo. 

Com as últimas palavras que ouviu, Sasuke chegou à conclusão de que aquele homem adoentado, de aparência frágil, realmente o conhecia bem, como apenas uma única pessoa restante próxima a si poderia. Saiu de seus devaneios, e falou: - Diga-me, por que quer que eu aniquile o clã Hyuuga? Pelo que sei, você tem pendências somente com Hiashi, e mais nenhum deles, então por quê? – Inquiriu sendo direto, afinal detestava rodeios. O velho Sarutobi piscou nervosamente, achando ter entendido errado, mas ao constatar a seriedade do jovem, percebeu que o mesmo realmente o havia perguntado algo tão infame, o olhou aturdido, e guinchou com o cenho franzido, em sinal de pura descrença: - Eu o quê? Está louco, rapaz?! 

— Como eu imaginava, as ordens não partiram de você... – Retorquiu movendo-se para frente, apoiando os cotovelos nas coxas, assumindo uma face pensativa. 

— Sasuke, tenho contas a acertar com Hiashi, porém ele não é uma prioridade no momento, prometi a ele que se sumisse das vistas da organização, eu o deixaria vivo, nem se quer sei onde ele está, e não tenho interesse em saber, quem dirá destruir seu clã inteiro! Sou um homem peculiarmente vingativo, no entanto, possuo princípios que não permitem me apetecer derramar sangue inocente. De onde tirou isso? – Estava visivelmente irritado e confuso, pois sua honra era injustamente denegrida.  

— Nagato me deu a missão de aniquilá-los por completo, ainda esta noite, e me afirmou ser uma ordem vinda de você. – Explicou o moreno, ainda na posição anterior, com as mãos agora entrelaçadas, servindo de apoio para o maxilar rijo. No instante em que terminou, o mais velho soltou um breve riso sem humor, e prosseguiu: 

— Entendo, como eu desconfiava, há alguém ditando falsas ordens em meu nome na Akatsuki...Tem noção de quem possa ser? – Sasuke levantou-se, mantendo o olhar circunspecto sobre o líder da organização, e aparentemente pensando por poucos segundos, respondeu: 

— Tenho, porém não é nada concreto, só uma suspeita infundada, mas descobrirei tudo em breve. – Afundou uma das mãos dentro do bolso da calça social negra, assim como o terno que trajava, passando a direita pelos cabelos, desgrenhando-os, fazendo com que fosse possível identificar diversos piercings na orelha esquerda.  – Estou indo, desejo-lhe melhoras, até. – Disse virando os calcanhares, indo em direção à porta pela qual entrou, pronto para partir, sendo impedido pela voz um tanto exausta de Sarutobi, que questionou: - Ainda vai até lá hoje? – Sasuke nada disse, como retorno, apenas meneou a cabeça, permanecendo de costas, com a mão na maçaneta polida. 

— Compreendo, espero que consiga as respostas que procuramos...seja cauteloso, quem está por trás da farsa, certamente estará lhe observando de perto! – Constatou certo do que acabara de proferir. – Quanto a Konohamaru, peça a Iruka, que providencie uma vaga no externato inglês, e envie meu neto para lá imediatamente. E você, volte a me ver quando descobrir qualquer coisa. – Disse em tom autoritário, voltando a deitar-se novamente, para repousar. 

— Okay. – Replicou monossílabo como de costume, e saiu. 

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Moviam-se com destreza, pelo vistoso jardim da mansão Hyuuga, protegida por um esquema tecnológico de alarmes, envolvendo todo o perímetro do terreno, previamente desativado pelas hábeis mulheres, que caminhavam sutilmente pelo local, carregando mochilas nas costas, - contendo armas e equipamentos - porém desprovidas de preocupação em serem vistas, já que a residência não mais contava com escoltas particulares, pois estranhamente todos estavam desmaiados e dispersados, pelo ambiente mal iluminado, alguns apenas estavam desacordados, outros jaziam mortos cercados por grotescas poças escarlates de sangue. 

— Você não brincava quando disse que isto seria uma carnificina. – Disse enquanto analisava um dos cadáveres, que possuía uma expressão surpresa em seu rosto, perceptível pelos olhos esbugalhados, e boca aberta, da qual corria um filete grosso de sangue. 

— Realmente, não esperava por tamanha truculência, apesar disto facilitar nossa entrada...ainda assim é... 

— Repugnante! – Constatou interrompendo. – Hey Tsunade, acha que a Akatsuki ainda está aqui? 

— Creio que sim, o sangue parece estar fresco, como se derramado há minutos atrás... – Sussurrou enquanto mentalizava a cena. – Acho que Hiashi não se importava em ser descoberto, afinal que tipo de criminoso se acomoda numa casa gigantesca como essa, em um bairro tão movimentado?  

— Sei lá... – Disse dando de ombros, porém sua atenção foi desviada ao escutar um ruído de móveis sendo arrastados dentro da casa, com um meio sorriso, Sakura alegou: pelo visto temos companhia esta noite, vamos nos infiltrar através dos dutos de ventilação, assim teremos menos chances de sermos descobertas antecipadamente. – Sentenciou olhando em volta, procurando por algo, e quando encontrou o que pretendia, apontou para uma das paredes externas da mansão – que logicamente deveria fazer parte da sala de estar - sendo seguida pelos olhos perspicazes da mais velha, a qual identificou um ar condicionado instalado na mesma. – Achamos a nossa rota de acesso! 

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— Como suspeitava, era realmente você que ordenava em nome de Hiruzen! – Bradou enquanto empunhava uma bela Colt personalizada apontada em direção ao homem à sua frente. 

— E eu também sabia que você hesitaria em cumprir a missão, caro Sasuke, por isso nós viemos aqui pessoalmente, para testemunhar e punir sua covardia! Caso atire, eu os matarei! – Alertou, apontando sua Desert Eagle, para um grupo de três pessoas, amarradas e sentadas, no piso de madeira clara  daquele salão de jogos da mansão, - no qual havia consoles recém lançados acomodados sobre um balcão de marfim, uma pista média para boliche, além de máquinas de pinball, e jogos de tabuleiro metodicamente organizados numa estante cor creme - sendo cercados por uma mulher de cabelos roxos, coberta com um manto negro, que possuía detalhes vermelhos, e por um homem de cabelos compridos e pretos, com exóticas tatuagens abaixo dos olhos, vestido de forma idêntica à outra, ambos encostavam armas de fogo, nas cabeças das vítimas, dais quais uma garota, de aproximadamente treze anos de idade chorava copiosamente. 

— Nunca pensei que pudesse ser tão sujo, Yahiko! – Vociferou, segurando a arma em sua mão de maneira ainda mais firme, trincando os dentes devido a cólera exacerbada. – O que raios você quer com os Hyuugas? Não me venha com desculpas, sei que Hiruzen está pouco se fodendo para eles! Diga logo! 

O homem num traje social azul-escuro, gargalhou macabramente, fixando seu olhar na face irritada à sua frente, mostrando um sorriso sádico e medonho ao mesmo, e por fim, manifestou-se: - Como você é mal, Sasuke-kun... não entende que quem está sendo injustiçado nisso tudo, sou eu? 

— Como? – Indagou, lançando um rápido olhar à família presa, que observava a discussão dos dois com tensão aparente, tanto pelo diálogo em si, como por estarem sendo alvejados. 

— Deixe-me te contar então...- Falou divertido, passando o dedo médio da mão esquerda nos lábios. – Esse pedaço de merda do Hiashi, participou em uma aposta de Blackjack, no cassino Roppongi’s Desire comigo, ele apostou tudo o que possui, exatamente tudo! – Parou, gargalhou novamente ainda mais alto que a outra vez, e deu continuidade em seguida: - Isso inclui esta mansão, os três carros de luxo, dinheiro aplicado em bancos suíços, e suas duas vadiazinhas. 

As vítimas com mãos e panturrilhas atadas, encararam a figura de Hiashi cabisbaixo naquele momento, com total perplexidade, a matriarca Hyuuga pronunciou-se aos prantos imediatamente: - Hiashi, como foi capaz de nos envolver nisso? Sempre soube que você é ganancioso, mas pra que apelar a tanto? 

— Cale-se! De onde você acha que saia dinheiro para seus gastos com roupas e sapatos de marcas? Você sempre foi uma inútil, incapaz de me dar um herdeiro! Só me ofereceu duas mulheres, sendo que esta bastarda ao seu lado é cega! Por sua culpa meu pai não me deixou herança alguma, tudo ficou para aquele moleque infeliz! – Bradou expondo toda a ira vinda de seu âmago, movendo-se freneticamente, como se quisesse se desprender e estrangular sua esposa na primeira oportunidade. 

— Não é bonitinho? – Debochou a figura de cabelos escuros, que se agachava em frente ao casal, levando as mãos ao rosto, encostando os dedos longos nas palmas, numa tentativa de fazer um gesto dócil dotado de zombaria. - Eles estão tendo uma DR antes darem adeus eternamente, mas...- Levantou-se bruscamente, para então distribuir ponta pés nas faces e tórax de ambos, a filha mais nova que se encontrava junto deles, apenas contorcia-se tampando as orelhas, pretendendo ficar alheia ao que ocorria. - vocês são muito irritantes! - Finalizou pondo-se em pé outra vez, porém deteve-se ainda frente a quase destruída família. 

— Agora você me fez lembrar de algo, Kyusuke. - Yahiko retorquiu pensativo, sem nem ao menos, desconcentrar-se do ex-companheiro ainda imóvel, desejando atirar contra si desesperadamente. - Onde está Hinata? - Dirigiu sua pergunta a Hiashi, sem reparar no mesmo, que afobado tratou de responder-lhe: - Ela foi passar o fim de semana com Hizashi... 

— Tsc, que ruim! Justo quando achei que teria um brinquedinho para me entreter...sabia que esse asqueroso aí, - apontou com o polegar para o patriarca. - me prometeu a virgindade das duas filhas na aposta? - Kyusuke! - Chamou seu subordinado.  

— Sim senhor? - Atendeu, virando-se para deparar-se com as costas do ruivo. 

— Mate-os agora! E você Konan, nos espere no carro, iremos acabar com isso logo, estou entediado...- Ordenou com jactância aos dois. Kyusuke ajeitou-se, mostrando prontidão para ceifar vidas, enquanto a mulher acatando a ordem recebida, saiu imperceptível do salão. 

— Não! Você não irá matá-los! - Gritou Sasuke irrompendo no ambiente quase silencioso, a não ser pelo débil lamento da esposa de Hiashi, que observava sua filha inerte, parecendo ter tido um colapso mental, também pudera, aquele era um evento excessivamente traumático para uma adolescente presenciar. 

— E acha que pode me impedir? Você está em um impasse, veja podemos nos matar simultaneamente! Ou só porque acredita ser o prodígio da Akatsuki, que pensa poder me matar antes de que eu o faça?  

— MÃE! PAI! - Berrou pasma, a figura feminina que acabara de adentrar o recinto, pondo-se a correr desengonçada em direção aos progenitores, porém foi impedida pelo algoz, que por reflexo, deu as costas aos pais da garota, voltando-se a ela, pronto para disparar na mesma: - Afaste-se! Mais um passo, e eu irei atirar! - Advertiu convicto, com o dedo a postos no gatilho. 

A jovem que deveria ter em torno de dezenove anos, vestida com um jeans, e camiseta verde, não atentou ao aviso a ela dado, rumando depressa à mesa de sinuca que havia ali, na qual o pai estava escorado, ao lado da sua mãe perceptivelmente aflita, e de sua irmã que permanecia impassível. Então, o esperado aconteceu. Sim, já era previsível a tragédia que ocorreria, seria hipocrisia dizer que foi inevitável, a vida da garota dependia da misericórdia daquele homem, porém ele não mostrou benevolência, e a matou com um tiro de nove milímetros na testa. 

— HINATA! NÃO! - Clamou a plenos pulmões, como se a vida de sua filha pudesse ser restabelecida por isso, todavia, não aconteceu, e a mulher que tinha a feição indefinida, devido ao misto de emoções que se passavam dentro de si, viu sua criança tombar, e desfalecer naquele chão gélido, sentindo-se a mais impotente das criaturas. Seu esposo partilhava do mesmo sentimento, balançava a cabeça, tentando negar que aquela desgraça fosse real. Hanabi, que estava indiferente, ao ver sua irmã morrer, não relutou, e se entregou às lágrimas que desciam pelas bochechas desenfreadamente. 

Sasuke observava os acontecimentos incrédulo, estava imóvel, e sua imponente arma, e o braço que a suportava despencaram ao lado do corpo. Aquilo não poderia estar acontecendo, novamente sentia-se incapaz de proteger aqueles por quem nutria alguma estima. 

— Muito bem, Kyusuke, acabe com os pais da nossa estimada defunta, depois leve a ceguinha, tenho certeza de que Zetsu, pedófilo como é saberá usufruir dela. - Instruiu demonstrando desprezo, pelo quão patético estava sendo o que deveria ser um fugaz massacre. O leal moreno, assimilou o decreto, e lançou um sorriso escancarado, aparentando aprovação ao que ouvira. Yahiko, percebendo a morbidez, e o estado de transe atordoado no qual Sasuke se encontrava, aproveitou a oportunidade de ouro, e disparou nele, a uma distância de três metros. Em seguida, os assassinos desordeiros deixaram o local sem se importarem com nada além de fugir, abandonando os moribundos agonizantes dispersos pelo refinado cômodo sendo Sasuke um deles, e ali próximo ao arcade caiu ferido e inconsciente.


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Notas finais do capítulo

Desculpem os erros ortográficos e por favor digam o que estão achando, críticas construtivas são super bem vindas pois acrescentam muito para o aprendizado de quem está começando.
Até mais.



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