Passamos a semana da lua de mel nas nuvens! Tudo, mas tudo mesmo, foi simplesmente um sonho! Como nós queríamos prolongar aqueles momentos! Não precisa nem dizer que praticamente não saímos do hotel. A entrada vivia cheia de fotógrafos que não nos davam um minuto de paz. Em uma das noites que resolvemos sair para dançar, precisamos fazer uso de um carro camuflado. Isso não é vida, sinceramente. Jack já estava acostumado com esse assédio, mas eu não! Eu meio que vivia na obscuridade, escondida atrás da fama dele. Para a imprensa eu não passava de uma reles integrante de uma equipe, guardadas as devidas proporções. Ao nos casarmos, eu também me tornei alvo da mídia.

Foi justamente no nosso ultimo dia de “lazer” que as coisas começaram a acontecer. Nunca me senti daquela maneira! Como é que o mundo da fama faz qualquer coisa para vender uma matéria, tirando seu lucro da maneira mais vil!

Eu estava no quarto organizando nossas coisas para a partida, quando Jack saiu do banheiro e me agarrou por trás.

-“E ai Sra Jay Rathbone? O que minha esposa acha de fazermos um 'lanchinho' antes de irmos embora?”

- “Nossa, é assim? Depois de passarmos uma semana inteira trancados aqui, literalmente nos refestelando um do outro, você ainda quer um lanchinho?” respondi.

 - “Mas é claro que sim! Nunca vou me cansar de você minha linda! Casei para que fosse pra sempre, esqueceu?” disse ele com a voz rouca.

 -“Hmmm... isso me parece um convite e tanto! Acho que ainda dá tempo para um lanchinho sim!”

Dizendo isso, pulei em seu pescoço dando-lhe um beijo. Nesse momento a campainha do apartamento tocou, e Jack foi ver o que era. Aproveitei, tirei a roupa e me deitei na cama só de calcinha e sutiã. Jack demorou para voltar, e aquilo despertou a minha curiosidade. O que estaria havendo? Me enrolando no lençol, fui atrás dele. Chegando na ante sala, o vi parado, estático lendo alguma coisa que parecia ser um jornal. Fui até ele e dando-lhe um beijo, perguntei o que era. Ele não me respondeu, limitou-se a me entregar o jornal e voltar para o quarto.

Curiosa, olhei para o jornal e qual não foi o meu espanto ao ver o meu retrato abraçando .... Jerad!!!!! Como assim? Abri a pagina no intuito de ler a matéria! Meu coração já estava aos pulos, comecei a tremer inteira, o que era aquilo?!? O que estavam tentando fazer com o meu casamento? Com a minha vida? O texto era muito claro, dizia que a Sra Jay Rathbone, esposa do cantor e ator Jackson R. estava tendo um caso com seu parceiro de banda Jared e questionava inclusive, se eu havia me casado com Jack, grávida de Jared! Lendo isso, senti meu sangue descer para os pés, fiquei completamente tonta e desmaiei.

Despertei com Jack me carregando no colo e me colocando na cama. Ao vê-lo quis lhe dizer algo, mas o choque era tamanho que minha voz não saía. Ele me olhou de um jeito que congelei. Ele estava acreditando naquela calúnia? Como podia? Como ele poderia acreditar NAQUILO? Meu corpo inteiro tremia de desespero. De que jeito eu iria provar a ele que eu não tinha nada a ver com aquela notícia?

Tentei falar com ele, mas foi em vão. Ele apenas me olhou e disse para que descansasse. De que forma eu iria descansar? Eu queria que ele falasse comigo, que me deixasse me defender. Mas ele simplesmente me deu as costas e saiu. Atordoada, me levantei, vesti a primeira roupa que me apareceu na frente e corri atrás dele.

-“ Jack, por favor amor. Me diz que não está acreditando nisso! Por favor....” Implorei a ele.

Ele não me respondeu, segurou meus pulsos me impedindo de abraçá-lo. A única coisa que ele disse foi para me arrumar por que iríamos embora. Caminhei desolada de volta ao quarto, caindo em cima da cama e chorando desconsoladamente. Como as pessoas podiam ser tão más! Será possível que ninguém pode ser feliz neste mundo maldito? A revolta se apossou de mim e meu choro irrompeu do fundo da minha garganta. Parecia que um raio havia me partido ao meio! Eu estava desolada..... e se Jack nunca acreditasse em mim? E se ele resolvesse se separar? Meu desespero foi tão grande que tive uma vertigem e novamente desmaiei.

Ao acordar imaginei estar sonhando e procurei por ele. Virei meu rosto e o vi sentado no sofá da antesala.

         - “Jjjjacckk....” tentei chamá-lo, mas minha voz saiu tremida.

De repente um homem todo vestido de branco se aproximou, dizendo ser médico do hotel e que eu estava com uma crise de febre, mas que ele já havia administrado um medicamento que iria abaixá-la, que eu não me preocupasse, nós não iríamos perder o avião. Olhei para ele e pedi que, por favor, chamasse meu marido. Jack se aproximou de mim e me olhou friamente.

- “O que você quer? Precisa de alguma coisa?” Disse ele.

- “Ssssimmm, preciso de vc....respondi. Ppppor fffavor acredita em mim, você me conhece desde que éramos crianças, você sabe como eu sou. Nunca tive um namorado, você foi o primeiro em tudo Jack, em tudo! Jared é só meu amigo. Ele te respeita mais que qualquer coisa no mundo. Voce é a minha vida agora, se você não acreditar em mim vou morrer, por favor... Jjjaccck ..... te amo!”

- “Não sei Jay, não sei mesmo. Estou infeliz, com ódio de você, dele e desse jornal idiota. Não me faça dizer mais nada. Por favor, melhore logo para que possamos embarcar de volta. Preciso trabalhar”. Disse ele com os olhos cheios de lagrimas.

Aquilo me cortou o coração. Jurei a mim mesma que ia fazer justiça, isso não ia ficar assim! Entristecida, me levantei e me vesti como ele havia me pedido. Naquele momento se o avião caísse, eu morreria feliz. Nunca em toda a minha vida havia me sentido tão abandonada à minha própria sorte como naquele momento. Jack não emitiu um único som ao longo de todo o trajeto de volta para casa, nem me olhou uma vez sequer.