Acordei com Peeta beijando a minha barriga, causando-me uma onda de cocegas.

— Acorda dorminhoca, o café já está pronto. – Ele diz.

— Não... – Digo de um jeito manhoso que fez Peeta sorrir e subir seus beijos até minha bochecha.

— Humm, isso é mesmo uma pena... – Ele suspira descendo para meu pescoço. — Bom, melhor para mim. Terei que comer todos aqueles pães de queijo sozinho, sem falar daquele chocolate quente. – Ele disse e eu abro os olhos, ficando cega por alguns segundos por causa da claridade, assim que minha visão voltou ao normal, sentei-me na cama e vi Peeta soltar uma risadinha.

— Você não faria isso comigo. – Digo com a voz fingindo decepção.

— Só se você me obrigasse. – Ele dá de ombros.

Levanto-me apenas com minha roupa intima e paro de frente para o espelho que tem em nosso quarto. Só nesses últimos cinco meses eu já engodei seis quilos, isso mesmo. SEIS.

— Peeta?! – Chamo.

— O que? – Ele se vira para mim.

— Eu... quer dizer... você acha que eu estou gorda? – Viro-me para ele encarando seus olhos azuis e ele sorri.

— Bem, você engordou um pouquinho sim... quer dizer... você está um pouquinho... rechonchuda.

Arregalo os olhos, rechonchuda? Eu ouvi bem? Senti lágrimas em meus olhos e no momento seguinte eu já chorava como uma criança que acabará de descobrir que o Papai Noel não existia. Peeta veio até mim.

— Ei, não fica assim. – Ele me abraça apertado. — É normal a mulher engordar um pouco durante a gestação. – Eu continuei chorando, ele pega em meu rosto e me faz olhar para ele. — Você continua perfeita para mim.

Dito isso ele deixa um beijo calmo em meus lábios e diz que vai colocar a mesa. Entro no banheiro tomando um banho relaxante, depois vou até o meu guarda roupa procurando uma roupa leve. Experimentei uma, duas, três. Nenhuma das minhas camisetas entravam em mim.

— Não! Isso não pode ser! – Grito, começando a chorar novamente. Ouvi passos na escada e logo Peeta chegou ofegante em nosso quarto.

— O que foi? – Ele diz, vindo até mim.

— Isso é tudo sua culpa Peeta. – Digo sem olhar para ele.

— Mas o que...?

— Saia do meu quarto. – Digo ainda chorando. — Saia!

Ele suspira cansado e volta para cozinha novamente. Abro a porta do guarda roupa onde fica as roupas dele e pego uma blusa larga dele, vestindo-a. Penteei meus cabelos e os prendi em um rabo de cavalo alto. Assim que entrei na cozinha Peeta me encarou e sorriu.

— Tudo bem meu amor... pode vestir minhas blusas. – Ele diz.

— Não me enche. – Digo, sentindo que ia voltar a chorar novamente e ele vem até mim, fazendo-me sentar em uma cadeira e se sentando de frente para mim, segurando minhas mãos.

— O que houve com você? – Ele pergunta, acariciando meus cabelos.

— Eu estou feia, gorda e insuportável. – Voltei a chorar e ele me abraçou ainda acariciando meus cabelos.

— Você não está feia, um pouco gorda talvez. E sim, você está mesmo insuportável. – Ele sorri e eu reviro os olhos.

— Grande marido você é. – Digo fungando e ele enxuga minhas lágrimas. — Nenhuma roupa me cabe mais, estou desconfortável e essa barriga não para de crescer.

— Isso é normal Katniss. – Ele diz com sua costumeira paciência.

— Mas é que... você não vai mais me querer quando... quando eu estiver parecendo um bolo fofo! – Voltei a chorar.

— Hey, quem disse isso? – Ele sorri. — Katniss, eu te amo... sua aparência realmente não me importa. Mas se isso te deixa mais segura, saiba que eu sempre sonhei com esse dia, e acredite em mim, você não poderia estar mais linda e sexy.

— Eu tenho me sentido tão insegura... E esses seus agarramentos com sua amiga de infância não tem ajudado.

— Bem... isso também é normal. Chama-se grise de gravida. — Ele sorri.

— Você não presta mesmo. – Eu ri e ele me apertou em seus braços.

— É por isso que você me ama! – Ele dá um sorriso galanteador e eu beijo sua bochecha.

Tomamos café e fomos para o sofá.

— Você não tem que ir trabalhar? – Pergunto erguendo uma sobrancelha.

— Prefiro ficar aqui. – Ele ri.

— Perfeito, também prefiro.

Passamos a tarde da manhã toda sentados no sofá assistindo a Tv, depois do almoço, decidimos fazer um piquenique na Campina. Passamos uma tarde divertida, brincando e também namorando um pouquinho. Peeta está sentado sobre a toalha, e eu estou meio sentada, meio deitada, com a cabeça apoiada em seu peito e saboreando um delicioso pedaço de bolo de chocolate. Estamos observando o pôr do sol, Peeta me abraça colocando ambas as mãos sobre minha barriga, fazendo um pouco de carinho. Quando de repente eu sinto algo estremecer dentro de mim, fazendo-me parar de comer o bolo instantaneamente e olhar assustada para Peeta. Ele sorri e eu sinto um movimento dentro de mim, fazendo lágrimas de desespero e felicidade correrem por minhas bochechas. Coloco minhas mãos sobre as mãos de Peeta e sinto algo cair em meu ombro. Olho para Peeta e vejo que uma lágrima caiu de seus olhos. Seria impossível não saber o que se passa nesse momento tão magico entre nós dois. Nosso filho está se mexendo pela primeira vez.

*-*

3 meses depois...

— Katniss... – Ouço a voz de Peeta me chamar, um pouco mais grave que o normal. — Katniss, acorda!

Abro os olhos e encaro a janela, ainda está bem escuro, o que significa que ainda está de madrugada. Encaro meu lindo marido à minha frente.

— Johanna vai ter o bebê! – Ele diz.

Levanto-me da cama com sua ajuda e começo a me vestir enquanto ele desce para a sala e tenta acalmar Effie. Ouço seu choro daqui de cima, e fico imaginando quando for a vez dela, já que ela sempre surta em situações como essa. Desço as escadas já pronta, encontrando Haymitch e Peeta tentando fazer Effie parar de chorar e Annie tentando fazer o pequeno Finnick dormir novamente. Minha mãe, Gale e Johanna já devem estar no Hospital.

— Vamos? – Pergunto. Eles assentem e todos seguimos rumo ao carro que Peeta comprou mês passado, minhas caminhadas estão ficando cada dia mais impossíveis, então, meu maravilhoso marido resolveu comprar esse carro para podermos nos mover com mais facilidade e rapidez.

Assim que chegamos entramos e encontramos Gale desesperado na sala de espera, Peeta e Haymitch foram ao seu encontro, enquanto Annie tentava acalmar Effie e Finnick ao mesmo tempo e eu me locomovia até a recepção procurando ter mais notícias. Até que minha mãe aparece.

— O bebê já nasceu. – Ela disse e Gale soltou o ar que nem ele sabia que estava prendendo. — Ele é lindo e bem forte. Gale me acompanhe, os demais poderão vê-los mais tarde.

Gale se vai junto de minha mãe e eu e Peeta nos sentamos no sofá. Passo a mão por minha barriga sentindo nosso filho ficar agitado.

— Você está bem? – Peeta pergunta.

— Estou, ele só está desinquieto. – Digo e arfo ao sentir ele chutar a minha bexiga.

— Deve estar ficando apertado aí dentro. – Ele diz passando a mão por minha barriga. — Não é mesmo garotão?

E como se fosse combinado, nosso filho parou de mexer ficando mais tranquilo e eu pude respirar normalmente.

— Ele se acalmou... – Digo colocando minha mão sobre a sua e trocamos um sorriso cumplice. Que logo foi substituído por uma expressão de susto quando ouvimos Effie chorar ainda mais alto.

— Vocês são tão lindos! – Ela diz com a voz embargada e eu sorrio, Peeta se levanta e vai até ela, abraçando-a.

Haymitch revira os olhos antes de murmurar um:

— Hormônios!

Assim que o dia amanheceu, pudemos ver Johanna e o bebê, a morena só sabia reclamar, mas não podia esconder a felicidade e o encanto pelo pequeno ser de cabelos pretos e olhos cinzas que dormia preguiçosamente em seus braços. Ela receberia alta no mesmo dia e todos fomos juntos para casa.