Safe and Sound... escrita por Day Alves


Capítulo 44
O que houve?


Notas iniciais do capítulo

Oii tributos! Tudo bem? Espero que sim. Bom, como esse capítulo já está pronto a alguns dias, eu resolvi postá-lo. Encarem ele como um pedido de desculpa pelo capítulo anterior kkk.

Boa leitura! ♥



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Uma semana se passa. Uma semana desde que eu e Johanna viemos morar na Capital. Alugamos um apartamento e tentamos nos aturar na medida do possível. A coisa toda não é tão insuportável, brigamos pelo controle da tv, comemos juntas, assistindo filmes de terror e nos consolamos quando lembramos dos garotos. Peeta ligou no meu celular várias vezes, assim como Gale ligou para a Johanna. Mas não atendemos. Os demais não nos ligaram, nem mesmo minha mãe ou Effie.

— Eu não estou bem... – Diz Johanna aparecendo na sala com a mão direita na barriga de seis meses.

— O que houve? – Pergunto tomando um pouco de suco.

— Esse menino não para de mexer dentro de mim. – Ela suspira.

— Devia agradecer, queria que o meu se mexesse também. – Digo, passando a mão levemente na barriga.

— Ele nunca mexeu?

— Não, a medica disse que talvez ele seja mais preguiçoso. Mas em breve vai começar a mexer. – Dou de ombros. — Espero que ela esteja certa.

— Quantas horas? – Ela indaga sentando-se ao meu lado.

— Já passa das 11:00. – Digo. — Vou tomar um banho, quero sair um pouco mais tarde.

Vou até o banheiro tomando um banho de banheira e lavando meus cabelos. Demoro um pouco mais que o habitual, visto-me e quando saio encontro Johanna com uma expressão nervosa e preocupada no rosto.

— O que houve? – Pergunto pensando ser algo com o bebê.

— Haymitch. – Ela me entrega o celular dela e eu o pego.

— Oi? Haymitch? – Digo, enquanto Johanna sai para o quarto.

— Vocês precisam voltar! Precisam voltar agora! – Sua voz é urgente e desesperada.

— O que? Do que você está falando? – Pergunto perplexa. — Eu não vou voltar!

— Katniss, cala essa boca e presta a atenção! Peeta está louco sem você! O dia tem 24 horas, pois bem. Vou de resumir o cronograma de vida que ele tem levado essa semana. – Ele dá uma pausa como para pegar folego. — Ele fica 12 horas do dia fazendo pães, não me pergunte aonde eu coloco todos esses pães, ele dorme cerca de 2 horas no máximo depois acorda tendo pesadelos e daí vem os flashbacks que duram cerca de 2 horas de prazo, 5 horas bebendo junto de Gale e 3 chorando sem parar. Sabe quantos flashbacks seu maridinho teve só essa semana? Sete! – Afasto um pouco o celular do ouvido a medida que Haymitch começa a gritar.

— Sete!? – Exclamo assustada.

— Um a cada dia, estou sentindo que a qualquer momento o cérebro dele vai explodir ou ele vai cortar os próprios pulsos. – Ele diz um pouco mais baixo.

Sinto meu coração gelar, ele não pode ficar assim, o cérebro dele não vai aguentar tanto esforço. Ou ele vai pirar de vez ou algo muito pior pode acontecer. “Escolha Katniss”. Sussurra minha consciência.

— Estou indo pra aí. Tchau. – Digo já caminhando em direção ao quarto e pegando minhas malas, gesticulando para Johanna fazer o mesmo.

— Tchau, espero vocês na estação de trem. – Ele diz.

— Não, iremos no aerodeslizador para chegar mais rápido. Nos vemos ao anoitecer. – Digo já desligando o celular. — Johanna liga para Paylor e peça para ela nos liberar um aerodeslizador.

*-*

Assim que chegamos ao doze encontramos Haymitch sentado do lado de fora da minha casa olhando rumo a casa de Johanna.

— Haymitch, como eles estão? – Pergunto, aproximando-me dele.

— Em uma palavra? – Ele indaga. — Péssimos. Gale está apagado em casa e Peeta está inconsciente, ele acabou de ter um flashback e eu tive que desacordá-lo...

Não esperei Haymitch acabar de falar e já entrei correndo em casa jogando minha mala num canto da sala.

— Só uma coisa, ele está mesmo horrível. – Haymitch suspira. — Fiz de tudo para que ele se animasse, mas ele tem se mantido bem empenhado em morrer essa última semana. Não come, não dorme, não toma banho, o único momento que ele não chora ou não tem um flashback é assim, apagado. – Ele balança a cabeça negativamente. — Katniss, eu sei que deve ser horrível ver o que você viu, mas aquilo foi mesmo uma armação, Delly e Madge confessaram depois que vocês foram embora. Peeta e Gale as expulsaram, e elas foram para o quatro. De qualquer forma, é melhor se preparar para o que vai ver.

— Obrigada por tudo Haymitch... – Digo lhe abraçando. — Nem sei como te agradecer.

— Cuide dele... – Diz ele. — Vendo como eles ficaram esses dias sem vocês, principalmente o Peeta. Tenho que pensar melhor para ver se amo mesmo a Effie.

— Ama sim, só é um amor diferente. Cada pessoa ama do seu jeito. – Digo dando de ombros.

— Sim, mas aquele garoto te ama de forma sobrenatural. Agora tenho mais que certeza absoluta que ele não mentiu quando disse na segunda arena que você é a vida dele. – Ele diz e dá mais um suspiro.

— Não se preocupe Haymitch, vou cuidar dele. – Digo sorrindo de leve para ele.

— Está bem, então eu vou para casa, qualquer coisa me avise. – Ele diz já se encaminhando para a porta.

Pego novamente minha mala e subo para nosso quarto, assim que entro pela porta vejo Peeta deitado de bruços na cama. Ele parece estar em um sono profundo, aproximo-me dele. Seus cabelos loiros estão ásperos e desgrenhados, sua roupa está suja, bem como ele, sua testa possui uma protuberância, provavelmente causada por Haymitch quando foi desacordá-lo. Vejo que ele segura algo firmemente com a mão esquerda e vejo que é a minha pérola. Aquela que ele me deu no Massacre Quaternário. Deposito um beijo em sua testa e desço para a cozinha. Assim que chego lá, levo um susto: Farinha espalhada por todos os cantos, panelas amassadas na pia e cestas cheias de pães sobre a mesa e nas bancadas. Não sei o que Haymitch anda fazendo com tantos pães. Olho em volta tentando decidir por onde começar e decido primeiro limpar toda essa farinha, depois vou lavar a louça e por último guardo os pães. Assim que termino de arrumar tudo começo a picar algumas verduras para fazer uma sopa para Peeta, se ele passou tantos dias sem comer, tenho certeza que não vai conseguir por nada muito forte no estômago. Assim que ponho tudo para ferver, ouço passos na escada e sinto borboletas em meu estômago, até parece que estou o vendo pela primeira vez. Ele adentra a cozinha coçando os olhos com os ombros caídos. Parece levar um choque ao me ver sentada sobre a bancada.

— Tenho que tomar meus remédios... essas alucinações estão parecendo cada dia mais reais. – Ele sussurra para si mesmo.

Solto uma risada e desço da bancada caminhando até ele, que recua um pouco com os olhos arregalados.

— Geralmente elas não andam... – Ele desvia seu olhar do meu.

— Peeta...

— Nem falam. – Ele passa reto por mim e vai até o fogão. — Nem tão pouco cozinham.

Ele se vira para mim e me encara, seus olhos estão avermelhados e cheios de lágrimas.

— Katniss? – Ele sussurra, como se não acreditasse que eu estivesse mesmo aqui.

— Oi... – Digo baixinho.


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Notas finais do capítulo

Oii de novo! Espero que tenham gostado e saciado um pouco sua sede de sangue! Kkkk, não deixem de comentar! Bjs e até a próxima.

E que a sorte, esteja sempre ao seu favor! ♥