Safe and Sound... escrita por Day Alves


Capítulo 36
Já acabou?


Notas iniciais do capítulo

Oii tributos! ♥



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Acordo-me no outro dia com uma péssima dor de cabeça, não dormi quase nada a noite toda, não que isso seja novidade para mim. Tomo meu banho e desço para a cozinha, encontrando minha mãe preparando o café enquanto conversa com Effie.

— Bom dia filha. – Ela diz sorrindo.

— Bom dia mãe, bom dia Effie. – Digo, sentando-me ao seu lado na mesa e vejo que lágrimas saem de seus olhos.

— Bom dia Katniss. – Ela diz com a voz embargada.

— Hey, aconteceu alguma coisa? – Pergunto passando a mão em seu braço.

— Eu e o Haymitch... – Ela tenta dizer mais é impedida pelo choro.

— Calma Effie. Toma esse chá, vai te fazer bem. Sabe que não pode ficar nervosa. – Diz minha mãe.

— Eu e o Haymitch brigamos. – Ela diz mais calma. — Desde que ele me pediu em casamento, ele me prometeu que não ia mais beber. – Ela diz e eu assinto, bem que ele estava andando muito sóbrio ultimamente. — Mas na noite passada, ele teve uma recaída, bem quando... quando eu ia contar para ele que... que eu estou gravida Katniss!

Sinto-me em choque, Effie gravida? Isso é demais para minha cabeça, fecho os olhos e abro-os novamente tentando raciocinar.

— Meu Deus Effie, isso é... Maravilhoso. – Digo sorrindo para ela.

— Sim, mas conversando com sua mãe, descobri que você também está... por que não me contou antes Katniss? – Ela pergunta séria.

— Não queria que Peeta soubesse. – Digo abaixando o olhar. — Na verdade ainda não quero. – Encaro-a e ela balança a cabeça positivamente.

— Não se preocupe, não vou falar nada para ele. – Ela sorri pegando em minha mão. — Estou feliz por você, o sonho de Peeta sempre foi ser pai, ele vai ficar histérico quando souber.

— Não tenho tanta certeza disso... – Respondo tristemente.

— Fiquei sabendo que você pegou ele e Delly se beijando. Katniss, eu te garanto que ele tem uma boa explicação para isso. Ele te ama, eu sei. O único motivo pelo qual ele voltou para casa, foi você Katniss. Ele me disse isso. Peeta nunca deixou de te amar. – Ela diz.

— Haymitch também te ama Effie, eu tenho certeza. Afinal, ele nunca deixaria te beber ou se esforçaria para deixar se não fosse por algo que ele realmente ama. – Digo e gargalhamos juntas.

Ouço a porta se abrindo e vejo Gale, Johanna, Haymitch, Annie e Peeta entrando.

— Bom dia pessoal. – Diz Gale e eu encaro Haymitch, ele tem seu olhar firme em Effie e parece sóbrio.

— Bom dia. – Eu, minha mãe e Effie respondemos.

— E aquele piquenique Katniss? – Diz Gale.

— Podemos marcar. – Digo.

— E se a gente fosse hoje? – Diz Johanna.

— Hoje? Só se for agora. – Diz Haymitch sorrindo.

— Tudo bem, então vamos agora. – Diz Annie.

Um pequeno tumulto começa, minha mãe e Peeta começam a fazer algumas guloseimas para levarmos enquanto Annie vai para sua casa preparar uma bolsa para Finnick, Gale e eu arrumamos nossos materiais de caça e Haymitch e Effie se encaram na mesa.

— Prontos? – Grita Haymitch após alguns minutos.

— Prontos! – Respondemos em couro.

Eu e Gale vamos na frente guiando os outros, estou com meu arco e Gale está com uma daquelas armas que ele usou na revolução que atira flechas. Estamos quase no meio do caminho quando escuto um barulho vindo em nossa direção. Rapidamente tomo minha pose de caçadora e coloco-me em posição de ataque esperando que o barulho de aproxime. Quando de repente aparece um cervo. Sorrio aliviada e Gale bate em meu ombro.

— Calma Catnip, é só um cervo. – Ele diz e voltamos a caminhar.

— Não fale assim, eu participei de dois Jogos Vorazes e de uma Revolução, tenho o direito de passar o resto da minha vida alarmada. – Digo sorrindo.

Depois de alguns minutos chegamos ao lago. Estendemos a toalha e começamos e tirar as coisas de dentro da cesta, Peeta e minha mãe conversam animados sobre algum tipo de comida, enquanto Gale e Johanna se agarram na nossa frente mesmo, Annie amamenta Finnick, Haymitch e Effie ficam se encarando, já eu me levanto tirando minha blusa e minha calça e entrando no lago. Inevitavelmente começo a pensar no que Effie me disse, será que Peeta voltou para o 12 realmente por minha causa? Será que ele realmente me ama como todos dizem? Se sim, por que ele estava beijando a Delly então? Fico um tempo boiando e encarando o céu. O sol brilha, mas algumas nuvens de chuva começam a ocupar espaço.

— Vai chover. – Digo saindo do lago.

— Vai mesmo, talvez devêssemos voltar. – Diz Gale.

Juntamos nossas coisas e quando acabamos começamos a andar em direção a saída da floresta, está ventando muito e o sol já não está tão brilhante. Estou andando mais atrás quando sinto falta de algo.

— Espera, eu esqueci meu arco para trás. – Digo.

— Sério? – Minha mãe pergunta.

— É, tenho que voltar para busca-lo. – Digo entregando a bolsa de Finnick que estava em minhas mãos para minha mãe.

— Você não vai voltar sozinha. – Diz Peeta.

— Gale você os leva embora, eu encontro vocês mais tarde. – Digo virando-me de costas.

— Tudo bem, eu vou com ela. – Ouço Peeta dizer e ele começa a caminhar mais atrás de mim.

Aperto o passo quase deixando-o para trás e ouço ele reclamar.

— Eu não pedi para você vir comigo. – Digo sem olhar para trás.

— Não importa. – Ele sussurra.

— Afinal, você nem deveria estar aqui... O que aconteceu? Por que não ficou em casa cuidando da sua amada namoradinha? – Digo irônica.

— Por que ela veio para a floresta, e eu estou aqui para cuidar dela. Mesmo que isso signifique que ela não me trate muito bem. – Ele responde.

Paro de andar e viro encarando-o, ele também está parando e mantem seu olhar fixo em mim.

— Escuta aqui, eu já disse para você parar de fazer gracinha comigo. O que você ganha com isso? – Vocifero para ele que encolhe os ombros.

— Katniss, eu quero te explicar. Não é nada do que você viu... ela só estava...

— Te beijando? Não tente me fazer de boba, eu sei o que eu vi. – Digo voltando a andar.

— Você nunca vai me perdoar, não é? – Ele suspira tristemente.

— Não tenho nada que te perdoar, não temos nada. Você é livre, assim como eu. – Digo tentando ser rude, mas minha voz sai parecendo um sussurro.

Voltamos até o lago e eu pego meu arco, tinha o deixado pendurado no galho da árvore. A chuva nos pega na metade do caminho, deixo-me encarar Peeta algumas vezes, mas em todas ele está com a cabeça baixa. Assim que chegamos a Aldeia dos Vitoriosos o céu parece querer desabar sobre nossas cabeças. Caminho direto para minha casa e vejo Peeta fazer o mesmo rumando para a sua. 

— Filha, você está bem? – Pergunta minha mãe vindo em minha direção.

— Sim, só preciso de um banho quente e roupas secas. – Digo.

— Ouça, eu preparei um lanchinho para você e seu jantar já está pronto, Annie pediu para que eu dormisse lá com ela hoje. Tem algum problema para você? – Ela pergunta.

— Não, nenhum. – Respondo.

Ela se despede de mim e sai, e eu faço o mesmo de todos os dias. Tomo banho, janto e vou me deitar, mas o sono nunca chega. Após horas encarando meu teto ouço um barulho vindo do andar de baixo. Pego meu arco e desço as escadas, está tudo muito escuro, vejo uma sombra se aproximar e me preparo para acertá-la quando vejo a luz da lua bater no rosto de Peeta. Suspiro aliviada e abaixo o arco.

— Você por acaso quer morrer garoto? – Pergunto.

— Não, só quero falar com você. – Ele diz.

— Peeta, você já viu as horas? Está de madrugada. Nos falamos amanhã. – Digo.

— Não vou embora até falar com você. – Ele diz calmamente.

— Peeta, não faz eu me estressar.

— Não faço. Katniss, eu só preciso falar e você só precisa me ouvir. Depois do que eu vou dizer, se você quiser, eu nunca mais dirijo a palavra a você, e prometo não te procurar mais.  – Ele diz.

— Tudo bem, você tem cinco minutos. – Digo, sentando na cadeira da cozinha e ele fica de pé a minha frente.

— Por que estamos fazendo isso? Olha bem, todos esses erros, esses desperdícios. Eu estive tão longe, por tanto tempo. Eu juro pela minha vida que mesmo dentro daquele cativeiro, sofrendo as piores torturas da minha vida, tudo que eu pensava era em como eu te amava e o quanto eu queria que você estivesse comigo, o quanto eu queria que você chegasse e me salvasse como você sempre fez. Eu sei que me afastei de você quando você precisava de mim, e sei que fiz isso mais de uma vez. Mas não tem um dia se quer que eu não me arrependa, Katniss eu não sei mais o que é ter uma noite de sono. Quando eu finalmente apago, não por sono, mas talvez por exaustão, tudo que eu tenho são pesadelos e com isso eu acordo na esperança de que você está ali comigo, que eu não estou sozinho, mas quando eu vejo que você não está, e que a culpa foi minha, isso só piora as coisas. Eu nem consigo respirar direito o dia que eu não te vejo Katniss, por que eu te amo, e tudo na minha vida gira em torno de você. Por isso eu peço, nem que seja de joelhos para que você volte para mim, por que eu preciso de você, eu preciso que você me perdoe por tudo que eu te fiz passar. Eu sinto que com você eu posso resistir, por que eu passaria por todo o inferno por nós dois, só você pode fazer com que eu mantenha a sanidade, só você pode fazer com que eu sobreviva a esses flashbacks. Você é a minha cura. E eu vim até aqui, no meio da madrugada, correndo o risco de ser atingido por uma flecha por que eu precisava. Eu preciso ouvir você dizer que me ama, nem que seja pela última vez. – Ele está ofegando pela quantidade de coisas que disse sem parar, mas ao mesmo tempo parece aliviado, como se tivesse tirado um peso das costas.

— Seu tempo acabou. – Digo lhe encarando e ele me olha incrédulo.

— Sério isso? – Ele pergunta perplexo. — Meu tempo acabou?

— Sim, seu tempo acabou. Agora é a minha vez. – Digo, levantando-me e o jogando sentado na cadeira que eu estava.

— Katniss... – Ele suspira.

— Cale a boca, você invade a minha casa no meio da madrugada depois de passar duas semanas e meio me ignorando e mais uns dias brincando de volta ou não volta comigo. Agora você vai me ouvir. Por que você é o mais próximo que eu vou chegar do paraíso. E quando você me deixou, eu passei dias me perguntando quem sou eu sem Peeta Mellark. E eu não quero cair aos pedaços, e eu não quero falar sobre isso, eu não quero conversar, por que eu estou completamente apaixonada por você. Você é o único, com quem eu ficaria até o final e quando eu estou desfeita, é você quem me traz de volta. E eu detesto a forma com que eu me rendo a você com um simples sorriso, e eu odeio a forma com que eu preciso de você. E eu te odeio Peeta, te odeio com as minhas forças e sabe porquê? Pelo simples fato de não conseguir parar de te amar. E por tudo em você me fazer te amar cada dia mais. – Jogo tudo para ele como se estivesse lhe dando uma bronca, acho que eu até gritei, mas não importa. Precisávamos ser sinceros um com o outro.

— Já acabou? – Ele pergunta sério, se levantando e encostando na mesa.

— Já, já acabei. – Respondo abaixando o olhar.

— Ótimo, por que eu preciso fazer uma coisa agora. – Dito isso ele me puxa para seus braços e me encara por alguns segundos até colar seus lábios nos meus. O beijo não é quente, mas também não é calmo, só estamos matando a saudade um do outro. Não é um beijo de desejo, é um beijo de reconciliação. Estamos voltando um para o outro. E dessa vez é pra valer.


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Notas finais do capítulo

Oii de novo! Espero que tenham gostado, eu REALMENTE, não sei fazer declarações, mas precisava colocar um ponto nisso, espero que não tenha decepcionado kkkk. Não deixem de comentar e FANTASMINHAS, apareçam vai... Amo vocês! ♥

E que a sorte, esteja sempre ao seu favor! ♥

Bjs... *-*