Safe and Sound... escrita por Day Alves


Capítulo 33
Você já contou para ele?


Notas iniciais do capítulo

Oii tributos! Tudo bem? Espero que sim. Eu realmente não iria postar mais nenhum capítulo esse fim de semana, porém, tenho os melhores leitores desse mundo, que me deram bastantes comentários, e comentários muito, mas muito maravilindos. E como eu já tinha escrito esse capítulo, aqui está um agradinho nessa madrugada linda de Domingo, sem contar que eu não poderia dormir sem vir agradecer os elogios e os comentários fiéis que ando recebendo. *-* Obrigada! ♥

Boa leitura! ♥



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Caminho em direção ao quarto de Peeta com uma bandeja na mão, abro a porta e vejo ele deitado na cama. Ele está com um short e sem camisa, o pé imobilizado com um gesso. Assim que entro ele desvia seu olhar para mim dando um sorriso que eu posso jurar que iluminaria toda Panem.

— Bom dia! – Digo colocando a bandeja em seu colo.

— Ótimo dia! – Ele me encara.

— Trouxe seu café... – Ele sorri. — Queria te pedir desculpas por ontem... foi tudo minha culpa, olha como você está agora... nem pode se levantar. – Digo encarando seu pé.

— Pois é, coitado de mim. Não consigo fazer nada sozinho... não vou poder andar por vários dias e nem cozinhar com a mão desse jeito... – Ele diz balançando a cabeça em negação.

— Se tivesse algo que eu pudesse fazer para te recompensar... – Digo com pesar, mas logo me arrependo assim que vejo um sorriso travesso sair de seus lábios.

— Bom, eu não queria dizer nada..., mas já que você falou... – Ele toma um gole do chá.

— O que? – Pergunto arqueando uma sobrancelha.

— Bom, eu estava pensando que agora vou precisar de alguém que me faça companhia... entende? Não posso fazer muita coisa desse jeito. – Ele diz apontando para o pé.

Continuo encarando-o tentando acompanhar seu raciocínio.

— Então?

— Sei lá, você poderia passar uns dias na minha casa... você sabe, para cuidar de mim. – Dito isso ele dá seu sorriso mais inocente.

— Não sei... não me parece uma boa ideia...

— Qual é Katniss, olha como eu estou.

— Foi você quem caçou. – Digo levantando-me da cama.

— Ah, então você queria que eu deixasse aquele idiota te agarrar? – Ele agora parece nervoso.

— Não... – Suspiro.

— Hmm...

— Está bem Peeta... – Falo.

— Está bem o que? – Ele pergunta.

— Eu cuido de você.

— Na minha casa?

— Onde mais?

— Não sei...

— Deixa de ser besta e toma seu café.

Peeta me encara mais alguns minutos com um sorriso no rosto e depois volta sua atenção para a sua bandeja. Assim que ele termina eu tiro a bandeja de seu colo e ele me pede ajuda para colocar uma calça e uma camisa. Eu abro sua mala e instantaneamente sou embriagada pelo cheiro de seu perfume. Pego uma blusa na cor vinho e uma calça preta. Ajudo-o a vestir a calça e quando vou ajuda-lo a vestir a blusa, Peeta me pega pela cintura jogando-me sobre o colchão. Sua respiração quente bate em meu rosto causando-me um arrepio involuntário.

— Peeta... – Começo.

— Shh... Não diz nada. Só deixa eu aproveitar o momento. – Dito isso ele me abraça deitando-se por cima de mim, enfiando seu rosto em meu pescoço. — Você não sabe o quanto eu senti falta do seu cheiro... – Ele inspira profundamente com o nariz roçando em meu pescoço e eu estremeço.

— Chega... – Digo, me desvencilhando de seus braços. Ele se senta na cama e me olha cabisbaixo. De repente seus lábios começam a chamar a minha atenção, eles são incrivelmente rosados e finos, mas o principal, são tão macios e deliciosos. Um fogo começa a subir por meu corpo e eu mordo o lábio inferior quando Peeta volta a falar.

— Desculpe-me eu sei que não tenho o... – Ele não terminou de falar, já que eu fui até ele calando-o com meus lábios. Eu não sei realmente o que está acontecendo comigo... será que peguei uma daquelas doenças de mudança de temperamento? Já que acabei de repreendê-lo por ele estar perto demais, agora eu estou aqui, beijando-o apaixonadamente. E se não fosse por causa dos meus pulmões, não o largaria tão cedo. Solto-o colando minha testa na sua, nossa respiração está ofegante e ele está com um sorriso em seus lábios.

— Katniss...

— Cala a boca... – Digo levantando-me. — Eu sei que já conversamos sobre isso... sei que você não quer que a gente se aproxime... Desculpa, não vai mais se repetir. – Digo, evitando olhar em seus olhos.

— Tudo bem Katniss... não precisa se desculpar, afinal, eu também te beijei, certo? – Ele me encara por alguns minutos. — Afinal estou começando a achar que fiz uma grande burrada me separando de você.

*-*

Agora estamos todos na sala de Paylor, ela nos convocou para uma reunião para tratarmos de “assuntos de urgência”, até agora a única urgência que eu vejo aqui está no desespero de Enobaria em ficar agarrada em Peeta. Eu juro que se meu arco estivesse aqui, eu acertaria uma flecha na cara dela. Encaro os outros ao meu redor, Haymitch e Effie conversam algo sobre o casamento – que eles pretendem agendar para no máximo o mês que vem -, Gale e Johanna discutem sobre o nome do bebê, Annie murmura algo como “Finnick vai acordar logo e vai nos ensurdecer com seu choro.”. Já Beetee mantem os olhos fixos nas mãos. Estou tão entretida com essas urgências que mal percebo que estou acariciando minha barriga sobre a blusa. Fico um pouco intrigada com meu ato, mas solto um risinho balançando a cabeça.

Quando finalmente Paylor entra para darmos início a reunião, eu já estou pensando em sair correndo dali.

— Boa tarde! Espero que vocês estejam bem, e que perdoem o meu atraso. – Ele se senta e nos encara.

— Boa tarde! – Respondemos em uníssono.

— Sem mais delongas, vamos direto ao assunto. Acredito que todos vocês saibam o porquê de estarem aqui... eu os convoquei para essa reunião por que preciso decidir um assunto sério com vocês. – Paylor dá uma pausa e nos encara. — Vocês estiveram nessa mesma sala a alguns meses atrás com a ex presidente Alma Coin para decidir se teria ou não uma edição final dos Jogos Vorazes. Na época a maioria votou “sim”, porém agora que o estado físico e metal de todos está bem melhor, eu peço que vocês apresentem seus votos novamente. – Ela pede abaixando o olhar e vejo que ela teme algo.

— Não. – Peeta é o primeiro a se manifestar. — Eu sei muito bem o que é passar pelos Jogos, não quero isso para mais ninguém.

— Não. – Diz Annie. — Como eu disse na primeira votação, se Finnick estivesse aqui ele também diria não.

— Não. – Diz Johanna e todos a encaram. — Antes eu só estava pensando em vingança, mas agora, bom, eu estou gravida. E assim como não desejo que meu bebê passe pelos Jogos, também não desejo que ninguém passe.

— Eu voto sim. – Diz Enobaria. Como esperado, ninguém se surpreende.

— Não. – Diz Beetee. — Por Wiress.

Chegou a minha vez de votar, todos me encaram com perspectiva, abaixo meus olhos e encaro minha barriga por alguns instantes, solto um sorriso e volto a encará-los.

— Meu voto é não. – Digo e sinto todos soltarem o ar. — Por Prim, por mim, por nós e por nossos futuros filhos. Os Jogos devem ser instintos de uma vez por todas.

— Como dá primeira vez, eu voto com o Tordo. – Haymitch sorri.

 

Após a reunião todos vamos para o jardim, o dia está quente e ensolarado. Estamos sentados na grama, um do lado do outro. Encaro o céu por alguns instantes.

— Senhor, me leve antes que eu derreta! – Suspiro.

— Até que para “A Garota em Chamas” você não lida muito bem com o calor. – Haymitch ironiza e eu dou língua.

— E se a gente fosse na praia? – Pergunta Johanna.

— Ótima ideia. – Digo me levantando.

— Contando que a docinho não tente se matar de novo. – Diz Haymitch.

— Aquilo se chama diversão, talvez você devesse se soltar mais. – Digo.

— Diversão para mim é uma beb... – Ele para de falar e encara Effie que o fuzila com os olhos. — Passar a tarde escolhendo vestidos com a minha noiva.

Subo para o quarto colocando uma roupa mais leve e desço para encontrar com os outros. Decidimos ir a pé até a praia, Eu, Annie e minha mãe vamos mais atrás deixando os casais andando na frente. E isso também inclui Peeta e Enobaria, já que ela não desgruda dele. Apesar que era engraçado ver ele tentando se equilibrar em cima das muletas enquanto Enobaria agarrava seu braço. Assim que chegamos a praia eu tiro minha roupa colocando uma saída de praia branca com renda.

— Vamos entrar? – Pergunta minha mãe.

— Ainda não, quero tomar um pouco de sol. – Digo me deitando na tolha que estendi na areia.

— Deixa de frescura, você já é bem bronzeada. – Diz Johanna puxando meu pé em direção a água.

— Não quero! – Viro-me de bruços tentando agarrar a areia. Percebo o olhar de todos sobre nós.

— Anda logo Kat. – Ela diz me soltando.

— Kat? Desde quando eu te dei essa intimidade? – Digo, sorrindo e tirando minha saída de praia, ficando apenas com uma calcinha e um sutiã que pareciam muito um daqueles biquínis da Capital.

— Desde quando dividimos a morfina. – Diz Johanna.

— Esse não foi o seu melhor argumento. – Digo.

— Não mesmo. – Então ela me empurra para dentro da água.

Começamos a nadar apenas nós duas, logo os demais vieram nos acompanhar, menos Peeta e Enobaria, eles ficaram sentados na areia apenas nos observando. Eu fui nadando até uma parte mais funda no mar e mergulhei. Precisava de um tempo para mim, um tempo sozinha. Espero que aqui não tenha tubarões. Assusto-me quando sinto alguém puxar meu pé, olho para trás ainda dentro d’água, e vejo Gale subir para a superfície. O acompanho.

— O que foi Katniss? – Ele pergunta.

— Nada. – Olho para o horizonte.

— Nada? Tente mentir para alguém que não te conhece desde criança. – Ele sorri.

— Eu não sei ao certo o que está acontecendo. – Bufo.

— Se precisar de alguém para conversar, estou aqui.

— Vocês vão para o 12 mesmo? – Pergunto.

Depois de darmos nossos votos na reunião, Gale e Johanna nos surpreenderam pedindo para que Paylor liberasse uma casa na Aldeia dos Vitoriosos para que eles se mudassem para o 12. Claro que Paylor atendeu de pronto. Então, quando voltássemos para o 12 íamos parar no 7 para eles arrumarem suas malas. É claro que eu estou amando a notícia, acompanharei a gravidez do meu afilhado de perto, e é bom saber que não serei a única gravida na Aldeia dos Vitoriosos.

— Vamos, Johanna está muito entusiasmada. E vai ser bom para mim voltar para o 12, lá sempre foi o meu lar. Não que o 7 seja ruim. Mas, me sinto meio por fora lá, sabe? – Ele diz com um suspiro.

— Sei, era assim que eu me sentia no 13. – Digo.

Conversamos mais um pouco até voltarmos apara a areia, deitamos um ao lado do outro e Peeta acabou ficando do meu lado, comemos, brincamos e nadamos como se não houvesse amanhã. Ficamos na praia até o sol se pôr, assim que o vento gélido bateu em meu rosto, chamei o pessoal para irmos embora. Voltamos depressa para a mansão e nossas malas já estavam prontas, pegamos tudo e saímos em direção a estação. Paylor não pôde nos acompanhar, mas se despediu rapidamente de cada um de nós antes de sairmos. Entramos rapidamente no trem e eu fui direto para minha cabine, tomei um banho relaxando até minha mãe vir me chamar para irmos jantar.

*-*

Quando acordei no outro dia a primeira notícia que tive foi que já havíamos deixado a Enobaria no 2. Suspirei de alivio, não gostava nem um pouco daquela mulher. Tomei meu banho e fui tomar o café da manhã. Estávamos voltando para casa na mesma velocidade que fomos para a Capital, no fim da tarde já deixaríamos Beetee no 3.

— Onde está o rapaz mais lindo de toda Panem? – Pergunto assim que entro no vagão onde será servido o café.

— Ele está um pouco feio hoje, não para de chorar. – Diz Annie, aninhado o pequeno em meus braços. Como se fosse planejado, Finnick se calou na mesma hora.

— Acho que ele estava sentindo falta da titia, não estava? – Digo para Finnick sentando com ele em uma das cadeiras enquanto um funcionário me servia o café.

— Você leva jeito com as crianças Katniss... – Diz Beetee sorrindo. — Não pensa em ter filhos?

Essa pergunta me faz sorrir um pouco, como se eu já não estivesse grávida.

— Claro que sim. – Digo encarando Finnick que brincava com sua mãozinha. — As únicas coisas que me faltam são: Um marido e coragem.

— Você é linda, tenho certeza que não vai demorar para encontrar alguém. – Ele sorri amigável e eu retribuo o sorriso.

— Obrigada Beetee, mas a verdade é que eu já encontrei alguém. – Suspiro sem encarar Peeta. — Só que, não deu muito certo.

— Indireta... – Murmura Johanna.

— Oh, sinto muito. – Ele diz.

— Não sinta, está tudo bem. – Digo voltando minha atenção para Finnick, ignorando o olhar de Johanna.

O tempo passou rápido, estávamos parados na estação do 7 para Johanna e Gale pegarem suas coisas. Effie e Haymitch os acompanharam, eu preferi ficar e Peeta, Annie e minha mãe fizeram o mesmo.

— Você pode sentir, não pode? – Pergunto para Finnick em meus braços. — Você pode sentir o meu bebê. – Sussurro para ele que sorri.

Estou no último vagão com Finnick, tenho passado bastante tempo com ele, e sinto a ligação que nós temos toda vez que eu o pego. Ouço alguém entrar no vagão e vejo Peeta se sentar do meu lado colocando as muletas no chão.

— Você leva jeito com ele. – Ele diz sorrindo.

— É, acho que temos uma forte ligação, não é pequeno? – Sorrio para Finnick.

— Você seria uma ótima mãe. – Peeta diz me encarando.

— Será? Não tenho tanta certeza.

— Eu tenho. – Ele sorri. — Sabe Katniss, eu queria falar com você sobre o que eu disse no meu quarto... eu...

— Tudo bem Peeta, sei que você falou sem pensar... você já parece se dar melhor com as muletas, não preciso te ajudar mais na sua casa, não é? – Pergunto olhando para Finnick que parece ter caído em um sono profundo.

— Claro que não, aqui o Haymitch tem me ajudado muito. Mas em casa ele não vai poder. Tem que ficar com a Effie, e além do mais, agora tem essa do casamento.

— Está bem... Só não faça isso durar mais que o necessário. – Digo.

— É tão ruim assim ficar perto de mim? – Ele pergunta sério.

— Não Peeta, esse é o problema, você diz que quer se afastar de mim, mas... você sabe que está fazendo tudo errado. Eu ainda não me recuperei do golpe que você me deu, não estou pronta para me aproximar de você de novo, e você me afastar novamente. Acredite em mim, isso dói mais do que ser estrangulada ou espancada ou até mesmo degolada. – Dito isso eu me levanto com Finnick. — Se quer se afastar de mim, se afaste! Não posso te obrigar a me amar e a ficar comigo. Mas não brinque assim com meus sentimentos. Não vou conseguir me levantar se cair de novo.

E assim eu saio do vagão e vou atrás de Annie, Finnick já começa a resmungar em meus braços e eu ainda não tenho o que ele precisa. Encontro-a no vagão bar junto de minha mãe. Vejo alguns funcionários carregando algumas malas e logo o trem começa a se mover novamente. Logo Johanna, Gale, Effie, Haymitch e Peeta aparecem.

— Aquela vez foi realmente muito engraçada. – Diz Gale e todos riem.

— Engraçada? Se eu não tivesse um bom reflexo levaria uma flechada no meio da testa. – Falo com indignação.

Estamos aqui cerca de duas horas e o assunto principal é: Gale, eu e a floresta.

— Mas foi engraçado. Ela me olhou com cara de “você está querendo me matar?”. Eu juro que quase fiz xixi nas calças. – Todos riem. — Katniss sempre foi uma criança muito intimidadora. Eu me lembro de ter medo dela.

— Boboca, acontece que ninguém gostava de mim. – Digo fazendo bico.

— Ninguém virgula, nessa época Peeta já era apaixonado por você. – Diz Johanna.

— Isso é verdade. – Diz minha mãe e eu a fuzilo.

— Ok, ok... Mudando de assunto. Lembra aquela vez que os gansos selvagens correram atrás de você? – Digo gargalhando ao me lembrar.

— Sim, foi engraçado. Eu admito. – Gale sorri. — Agora que eu vou para o 12, podemos ir caçar juntos de novo.

— Sim, vai ser divertido. Agora não precisamos mais nos preocupar em caçar o suficiente para nossas famílias não morrerem, nem pensar que vamos ser pegos pelos Pacificadores. – Digo.

— Se fomos pensar bem, já sofremos muito, hein? – Diz Gale com um semblante triste. — Lembra antes de você se voluntariar no 74º Jogos Vorazes? Fizemos um banquete com pão e queijo. Eu me lembro que eu troquei o pão com o pai do Peeta e o queijo foi a Prim que te deu. – Diz ele com um ar triste.

— Sim, se formos pensar vivemos no paraíso hoje. – Digo.

— Por sua causa. – Diz Effie com um sorriso.

— Minha causa? Eu não fiz muita coisa. – Digo fazendo uma careta.

— Ameaçou comer amoras envenenadas, foi eletrocutada, levou um tiro, sem querer ser rude, foi estrangulada. Viu sua irmã morrer, sofreu queimaduras horríveis. Isso é pouco? Acho que ainda tem mais... você só não fez, como passou por coisas horríveis. – Diz Haymitch sorrindo.

Após o jantar, eu fui para minha cabine. Só queria dormir um pouco antes de chegar no 12. Precisava disso. Tomo um banho e vou para minha casa. Dormindo quase que instantaneamente.

— Acorda desmiolada! – Acordo com Johanna se jogando em minha cama e gritando.

— Só mais cinco minutos. – Digo virando para o outro lado.

— Se quiser ficar dentro desse vagão o resto da vida, tudo bem. Eu vou para minha casa. – Ela diz.

— Já chegamos no 12? – Pergunto mais acordada.

— Ainda não, falta uns 20 minutos...

— Quantas horas são? – Pergunto.

— 14h, agora levanta. Você já perdeu o almoço. Temos que ir para casa. – Dito isso ela sai do meu quarto saltitando. Com certeza a gravidez tem feito bem para ela.

Levanto-me e vou para o banheiro, tomo um banho rápido e ponho uma roupa leve. Pego minha mala e vou de encontro aos outros. Minutos depois e trem para e começamos a caminhar até a Aldeia dos Vitoriosos.

— A gente podia marcar de caçar um dia, juntos. – Diz Gale.

— Sim, o que você acha de irmos amanhã? – Pergunto.

— Ótimo, o que você acha de levarmos os outros? – Ele pergunta. — Eles podem nos acompanhar enquanto caçamos.

— Claro... Vamos falar com eles depois.

*-*

— Você já contou para ele? – Minha mãe pergunta.

— Não, ainda não. – Respondo.

— Katniss, uma hora você vai ter que falar. Não vai poder esconder isso os nove meses. Uma hora ele vai descobrir, e é melhor que seja por você. – Ela diz.

— Eu só preciso de mais um tempinho. – Digo, encarando minha mãe que está de frente para o fogão preparando a janta. — Vou tomar banho enquanto você termina aí. – Digo já subindo as escadas, assim que entro no banheiro e tiro minha roupa, reparo em uma estranha mancha de sangue em minha calcinha. Entro em desespero na mesma hora, e começo a gritar minha mãe. Dois segundos depois ela chega em meu quarto ofegante.

— O que houve Katniss? – Ela pergunta.

— Mãe, eu estou perdendo sangue. – Digo me enrolando na toalha.

— Muito sangue? – Ela diz.

— Não, eu não sei. Tinha sangue na minha roupa. – Digo já chorando e ela sorri encarando minhas roupas.

— Oh Katniss... isso é normal. Entre 6 a 20 dias depois da fecundação, o embrião percorre as trompas e se implanta na parede do útero, isso pode causar um pequeno sangramento como esse. – Suspiro aliviada e ela sorri mais ainda.

— Que susto. – Digo.

— Isso é um bom sinal... é sinal de que você tem medo de perde-lo. É sinal que você o ama. – Ela diz.

— Claro que amo, apesar de sentir medo, não suportaria perde-lo.

— Toma seu banho e desce que eu tenho que lhe dar alguns concelhos. Ou qualquer hora dessas o meu neto nasce antes da hora por causa de um susto. – Ela diz sorrindo e sai do meu quarto murmurando outras coisas.

Entro no box e começo o meu banho, inevitavelmente começo a pensar em Peeta, não posso ficar evitando isso por muito tempo, tenho que contar para ele. Ou ele vai perder uma das melhores fases da minha gravidez. E se isso acontecer, ele jamais vai me perdoar. Termino meu banho e desço para a cozinha.

— Já terminei aqui, pode levar para Peeta. – Ela disse me entregando uma bandeja com dois pratos.

— Dois pratos? É só o Peeta. – Digo.

— Não, você vai jantar com ele. – Ela diz me empurrando até a porta. — Seja amigável, e tente acabar logo com suas dúvidas. O pai dessa criança tem que saber que ela existe.


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Notas finais do capítulo

Oii de novo! Espero que tenham gostado, esse capítulo ficou um pouquinho só grande e sem muito movimento eu confesso, prometo dar o meu melhor no próximo. ;)

E que a sorte, esteja sempre ao seu favor! ♥

Beijos! ♥