Safe and Sound... escrita por Day Alves


Capítulo 29
Você é um imbecil Peeta Mellark...


Notas iniciais do capítulo

Oii tributos! Tudo bem? Espero que sim!
Boa leitura! ♥



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Quando eu estava quase, quase mesmo pegando no sono, sinto Peeta se levantar bruscamente do meu lado, a princípio ainda com o susto, penso que ele está tendo um flashback. Mas vejo que não quando o vejo entrar no banheiro e vomitar. Vou até ele e passo a mão por suas costas até que ele se recomponha. Ele escova os dentes e eu o ajudo a voltar para a cama.

— Peeta, eu vou até meu quarto para ver se consigo algum remédio que possa te ajudar. – Digo passando a mão em sua testa.

— Não! – Ele protesta. — Não quero que você vá.

— Eu volto rápido. Prometo. – Digo dando um sorriso para ele.

— Está bem, mas promete que vai voltar?

— Prometo. – Digo beijando sua testa e saindo do quarto.

Vou até o quarto de minha mãe e bato na porta, ela de pronto vem me atender.

— Filha? Está tudo bem? – Ela pergunta.

— Sim, quer dizer... mais ou menos, é o Peeta sabe... Ele encheu a cara e agora não para de vomitar. – Digo encarando-a.

— Oh sim, tenho um remédio aqui que é ótimo para isso. – Minha mãe entra em seu quarto e logo sai com uma cartela de remédio.

— Obrigado mãe. – Digo abraçando-a.

— Não tem o que me agradecer, espero que isso ajude. – Ela diz com um sorriso.

— Eu também. – Sorrio já me encaminhando para o quarto de Peeta, assim que entro, vejo ele vomitando de novo. Ele escova os dentes e vem até mim, parecendo um pouquinho, bem pouquinho mais sóbrio.

Faço ele se deitar novamente na cama e lhe dou o remédio.

— Obrigado. – Ele diz segurando minha mão.

Eu estou sentada na poltrona de frente para sua cama, ele está segurando minha mão direita na altura de seu rosto enquanto me encara com o que eu poderia chamar de... Ternura.

— Pelo quê?

— Por cuidar de mim. – Ele diz sorrindo.

— Não me agradeça por isso... – Paro um pouco. — Você sabe que eu te amo.

— Sim, eu sei. E você também sabe que eu te amo mais que tudo nessa vida.

— Eu sei... – Digo sentindo um aperto em meu coração. — Agora trate de dormir. Você precisa.

Ele abre a boca para retrucar mais acaba cedendo. Ele fecha os olhos enquanto eu passo minha mão esquerda em seus cabelos. Não demora muito e ele dorme, inclino-me um pouco e deixo um leve beijo em seus lábios. Logo eu também caio em um sono profundo sentada naquela poltrona ali mesmo, enquanto Peeta segura minha mão e eu acaricio seus cabelos.

*-*

Acordo-me no outro dia, nem abro meus olhos e já sinto uma fisgada em minha coluna, provavelmente eu peguei um mal jeito dormindo nessa posição. Resmungo um pouco e abro meus olhos, encarando duas pupilas incrivelmente azuis. Peeta me olha com curiosidade e espanto.

— Katniss? – Ele sussurra meu nome colocando a mão na cabeça. — O que aconteceu?

— Bom, antes ou depois de você encher a cara igual ao Haymitch? – Digo levantando-me, porém sinto uma leve tontura, logo me recomponho e volto a encarar Peeta.

— Katniss, a gente...

— Não, não aconteceu nada, você estava tão bêbado que nem conseguiria.

— Meu Deus, eu não me lembro de nada. Quer dizer, não claramente. – Ele diz e eu sinto meu sangue gelar. Será que ele se lembra de algo que conversamos depois que eu o trouxe para cá? Não, isso não pode ser.

— Você se lembra de algo depois que...

— Que você me trouxe para cá? – Ele me interrompe.

— É...

— Sim, eu me lembro. Muito vagamente, mas lembro. – Sinto minha pele queimar.

— Oh meu Deus... – Sussurro para mim mesma.

— A propósito, me desculpa pelo trabalho que eu te dei. – Ele diz se levantando. — Você não precisava ter dormido aqui.

Ah que ótimo, eu passo a noite com a bunda pregada naquela maldita poltrona, preocupada com esse imbecil e agora ele diz que eu não precisava ter dormido aqui? Sinto meu sangue subir à cabeça.

— Você é um imbecil... – Digo virando-me para ele, porém digo tão baixo que até mesmo eu mal escuto.

— O que? – Ele pergunta.

— Você é um imbecil Peeta Mellark... – Digo vociferando.

— Katniss...

— Cale a boca... – Digo severa e ele se cala — Sem querer jogar em sua cara, mas jogando, eu estava muito bem lá no último vagão, olhando as estrelas e fazendo vários nadas até o Nathan chegar lá me dizendo que havia algo errado com você. Eu saí desesperada de lá, achando que você estava tendo uma crise, e te encontro seminu encima de uma mesa rebolando igual a não sei o que, bêbado e passando mal. Eu te levo para o seu quarto, com você quase me derrubando umas cinco vezes no meio do caminho, chego no seu quarto, te ajudo a tomar um banho, te ajudo a se vestir, além de ter passado maus bocados para segurar o meu jantar enquanto te via colocar o seu todo para fora, de uma forma não muito apetitosa. Te dou remédio, cuido de você, passo a noite toda sentada em uma poltrona nada confortável, só para garantir que se você passasse mal eu iria perceber. Acordo toda dolorida, com fome e com sono, e você tem a descaradagem de me dizer que eu não precisava ter ficado aqui? – Paro para respirar e vejo a expressão assustada e arrependida no rosto de Peeta. — Ah, quer saber? Vá a merda Mellark! – Digo abrindo a porta, pronta para sair, quando sinto o braço de Peeta me puxar para ele. O encaro enfurecida.

— Obrigado por tudo. – Ele diz de modo mecânico. Como se estivesse sendo obrigado, sinto lágrimas em meus olhos e tiro seu braço de mim com arranco.

— Vá a merda. – Digo saindo pela porta e fazendo questão de batê-la com toda força.

Vou até meu quarto e arrumo a banheira para eu poder tomar um banho. Sinto meu estômago se contorcer, e uma sensação estranha de que minha bile quer sair para fora, quando me dou conta, estou vomitando algo que nem tem em meu estômago. Após isso, escovo meus dentes e entro na banheira, não demoro muito, visto-me e vou tomar café, apesar de ter vomitado a menos de 20 minutos, estou com uma fome insuportável.

Assim que entro no vagão, sou recebida pelo cheiro maravilhoso de bolo e café quentinho. Encaro a mesa e vejo Haymitch, Effie, Annie, Johanna, Gale, minha mãe, Peeta e... Quem é aquela ali passando a mão em seu braço esquerdo mesmo? Ah sim, Enobaria. Sinto uma pequena vontade de arrastar sua cara pelos trilhos do trem, mas me contento em dar um sorriso para todos. Sento-me entre minha mãe e Annie que segura o pequeno Finnick nos braços. Começamos a tomar café, e vejo Peeta conversar animadamente com aquela estupida, jogo a faca com um pouco de força sobre a mesa e ouço Effie dar um gritinho ao lado de Haymitch.

— Menininha, isso é mogno. – Ela diz.

— Perdão Effie, não acordei de bom humor hoje. – Digo encarando Enobaria e ela me dá um risinho.

— Junte-se a mim. – Diz Johanna lançando um olhar mortal para a Enobaria. — Afinal, nunca acordamos de bom humor. Não pense que isso é uma indireta para você, querida Enobaria. – Johanna sorri e pisca para mim.

Quando estou quase terminando de tomar meu café, Finnick começa a chorar, de início apenas um murmuro, depois começa a chorar desesperadamente. Minha mãe e Annie ficam desesperadas com os gritos do pequeno, e fazem de tudo para acalmá-lo. Fazem massagem em sua barriguinha, Annie tenta amamentá-lo, minha mãe começa a balançá-lo, por último, todos tentam acalmá-lo. Até mesmo Peeta que é bom com crianças, não consegue fazê-lo parar de chorar, e quando Enobaria pede para pegá-lo e Annie deixa apenas para não fazer mal feito, o pequeno apenas começa a chorar ainda mais, Enobaria faz uma careta e eu vou até ela para pegá-lo.

— Não se incomode Katniss, termina seu café. – Diz Annie.

— Não é nenhum incomodo Annie, e eu já terminei. – Digo tirando o pequeno dos braços daquela estupida. Começo a fazer carinho nos poucos fios de cabelo loiros que habitam sua cabecinha e ele devagar vai se acalmando, mais ainda chora um pouco. — Você quer que eu cante para você? – Como se adivinhasse o que eu pergunto, ele para de chorar um pouco, logo voltando a se desesperar. Sento-me na poltrona e o encaro.  

— Acho que isso foi um sim. – Annie sorri.

Fecho os olhos por alguns segundos, tentando decidir qual música devo cantar.

Bem no fundo da campina, embaixo do salgueiro / Um leito de grama, um macio e verde travesseiro / Deite a cabeça e feche esses olhos cansados / E quando se abrirem, o sol já estará no alto dos prados. – Começo a cantar e instantaneamente o pequeno para de chorar e começa a me olhar curioso.

— Acho que ele gostou docinho. – Encaro Haymitch e sorrio. Logo o pequeno começa a chorar novamente. — Continue.

Aqui é seguro, e aqui é um abrigo / Aqui as margaridas te protegem de todo perigo / Aqui seus sonhos são doces / E amanhã serão lei / Aqui é o lugar onde sempre lhe amarei. — É inevitável cantar essa música e não lembrar de Prim ou de Rue. Deito a cabecinha de Finnick em meu colo e o encaro. — Bem no fundo da campina, bem distante / Num maço de folhas, brilha o luar aconchegante / Esqueça suas tristezas e aquele problema estafante / Porque quando amanhecer de novo ele não será mais tão pujante. — Sinto meus olhos lagrimejarem e sinto lágrimas quentes rolarem de meus olhos. Mas ninguém ousa dar uma palavra. Minha mãe vem até mim e me abraça de lado. — Aqui é seguro, e aqui é um abrigo / Aqui as margaridas te protegem de todo perigo / Aqui seus sonhos são doces / E amanhã serão lei / Aqui é o lugar onde sempre lhe amarei. — Cantamos a última parte juntas e quando olho para Finnick ele já está dormindo. Levanto-me com ele nos braços, tomando cuidado para não o acordar, e tento limpar minhas lágrimas.

— Obrigado Katniss, nunca o vi dormir tão serenamente. – Diz Annie encarando o filho que dorme em seus braços.

— Não precisa agradecer. – Digo ainda com a voz embargada. — Arg! O que há de errado comigo? – Digo sem conseguir parar de chorar.

— É muita emoção, eu não te vejo cantar desde.... Desde... – Haymitch tenta falar.

— Desde aquele prontopop nos destroços do 12. – Digo sentando-me novamente a mesa.

Coloco as mãos sobre meu rosto tentando afastar as lágrimas, odeio parecer tão vulnerável, após alguns segundos eu me acalmo. Levanto-me da mesa e todos me encaram.

— Aonde você vai filha? – Minha mãe pergunta.

— No último vagão, quero ficar um pouco sozinha. – Dito isso eu saio de lá, sem nem ao menos olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

Oii de novo! Espero que tenham gostado e não deixem de comentar hein?
Beijos e até a próxima...

E que a sorte, esteja sempre ao seu favor! ♥

Tchau!