Safe and Sound... escrita por Day Alves


Capítulo 25
Adeus Peeta Mellark...


Notas iniciais do capítulo

Oii tributos! Como vocês estão? Espero que bem!
Boa leitura! ♥



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Por algum motivo que eu ainda não sei, acabei acordando no meio da noite novamente. Olhei pela janela e ainda estava bem escuro, olhei para o lado e Peeta não estava mais abraçado a mim, ele nem sequer estava na cama comigo.

— Peeta? – Chamo baixinho, mas não obtenho resposta. Levanto-me da cama indo até o banheiro, mas estava vazio. Saio do quarto e vejo uma luz acesa no fim do corredor. Caminho até o quarto sem fazer barulho, a porta está entreaberta, abro a porta e lá estava ele. Com as mãos firmes na janela olhando para a rua. O quarto está completamente destruído. Cadeiras, cômodas, quadros e até alguns objetos de decoração. Estava tudo quebrado  e jogado no chão. Dou um passo para dentro do quarto.

— Peeta? – Digo e ele me encara instantaneamente.

— O que você faz aqui? – Ele grita.

Encaro seus olhos, não vejo sua íris azul, apenas um borrão preto. Peeta está tendo um flashback. Fico paralisada por alguns minutos sem respondê-lo.

— Você não me ouviu? – Ele bate a mão em uma jarra de flores e o joga no chão, eu me assusto com isso. Mas não consigo sair do lugar. — Eu perguntei o que você faz aqui!

Ele dá alguns passos para perto de mim.

— Eu moro aqui, Peeta...

— Não minta para mim! – Ele esbraveja gesticulando com as mãos.

— Eu não estou mentindo. Eu juro. – Digo sentindo lágrimas em meus olhos.

— Não acredito em você. Tudo que você faz é mentir para mim, me humilhar e me fazer de bobo. – Ele diz com um ódio visível na voz.

— Isso não é verdade, isso foi o que Snow fez você pensar. Foi ele quem mentiu para você. – Digo.

Peeta pega um pedaço do vaso quebrado e olha em meus olhos. Dou um passo para trás. Ele encarava o pedaço de vidro nas mãos sorrindo maleficamente.

— Você me faz passar maus bocados Katniss. Você me humilhou, me rejeitou, me agrediu, tentou me matar. E ainda por cima, você matou minha família. – Ele me encara ainda sorrindo. — Mas não tem problema. Agora eu farei o mesmo com você.

Eu não sabia o que fazer, apenas sai correndo porta afora e ele veio atrás de mim, desci as escadas correndo e fui em direção a sala, porém acabei tropeçando no tapete e cai de bruços. Tentei levantar e ir até a porta, mas Peeta me alcançou, ele me virou para cima sentando-se sobre minha barriga e segurando meus braços com suas mãos, impedindo-me de qualquer movimento, dando um tapa forte em meu rosto e um soco em minha boca e eu cuspo sangue.

— O que vai fazer agora? Vai chamar o Gale? Vai me atirar uma flecha? – Ele pergunta. — Acho que não dá não é mesmo? Está na hora de encontrar todas as pessoas que você matou. Inclusive Prim, não sente saudades dela, Katniss? Ela sim era uma boa menina. Ela não era má como você. – Ele cuspiu as palavras.

Peeta segurou meus braços com apenas uma mão, enquanto tentava alcançar o pedaço de vidro que estava um pouco longe com a outra, com isso eu consegui soltar minha mão, dei um murro em seu rosto e o empurrei de cima de mim, porém antes que eu pudesse sair pela porta. Ele me pegou pelos cabelos me empurrando contra a parede.

— Está querendo fugir, Katniss? Por que? Você sabe que merece ser punida. Você é uma assassina. – Peeta colocou o pedaço de vidro em meu pescoço fazendo um pouco de pressão. — Você sabe que merece morrer.

Sinto uma pequena ardência em meu pescoço e presumo que o vidro está começando a me cortar.

— Sim, você tem razão. Eu sou uma assassina, eu mereço ser punida com a morte. Mas se eu tivesse que morrer, não seria pelas suas mãos. Sabe por quê? – Tento manter minhas palavras firmes, mas já estou chorando. — Porque você é bom Peeta, você está agindo assim porque está sobre afeito de um flashback. Mas se você me matar, vai sofrer muito depois. Porque você me ama. – Digo passando minha mão por seu rosto. — Assim como eu te amo. – Digo chorando ainda mais.

Peeta solta um pouco a pressão sobre meu pescoço, eu aproveito a deixa e dou uma joelhada em cheio em meio a suas pernas. Ele se contorce de dor e eu saio correndo. Ando pela rua sem saber para onde vou, se for para casa de Annie posso colocar ela e o bebê em perigo, então lembrei da casa de Haymitch. Sai correndo em direção à sua casa. A porta estava trancada. Olho para trás e vejo Peeta se aproximar ainda mais. Começo a esmurrar a porta.

— Haymitch! Socorro! Abre a porta! Haymitch.

Olho para trás vendo Peeta cada vez mais perto. Bato mais forte na porta de Haymitch. Quando Peeta está a menos de dez passos de me alcançar Haymitch abre a porta. Eu entro apressada para dentro.

— Katniss... – Haymitch diz, mas para, assim que vê Peeta entrar na casa com um pedaço de vidro na mão. Haymitch pega um pedaço de pau que está atrás da porta e não pensa duas vezes antes de acertá-lo na cabeça de Peeta, ele cai na mesma hora em meus pés, inconsciente. Fico parada alguns minutos, assustada com a cena.

— Você deu uma paulada na cabeça dele? – Digo furiosa.

— O que você queria que eu fizesse? Sentasse e assistisse ele te matar? – Ele diz igualmente irritado.

— Oh meu Deus! O que aconteceu aqui? – Diz Effie aparecendo na sala de roupão.

— Pode me ajudar a colocar ele no sofá? – Eu pergunto para Haymitch e ele assente.

Haymitch e eu o deitamos no sofá, eu puxo a poltrona e me sento ao seu lado.

— Vocês têm que parar de bater na cabeça dele. – Digo passando a mão no rosto de Peeta, ele não tinha mais aquela expressão furiosa e assassina de antes. Dormia serenamente.

— Peeta queria matar Katniss. – Ele diz para Effie que leva as duas mãos a boca.

— Ele não sabia o que estava fazendo. – Digo ofendida.

— Mas não deixava de estar querendo te matar por isso.

— Por que raios você guarda um pedaço de pau atrás da porta? – Pergunto passando a mão pelo braço de Peeta.

— Sei lá, vai que alguém quer me assaltar, tenho que me defender.

— Te assaltar? E essa pessoa roubaria o quê? Bebida alcoólica? – Digo irônica.

— Nunca se sabe. – Ele se sentou na mesa de centro ficando ao meu lado. — O que aconteceu docinho?

Contei tudo para Haymitch desde o pesadelo até a parte em que chegamos aqui, claro omitindo alguns detalhes que não eram importantes. Effie passou um café e se sentou conosco.

— Provavelmente, esse pesadelo desencadeou o flashback, ele parecia estar tão bem. – Haymicth diz.

— Ele estava. – Digo passando a mão pela bochecha de Peeta.

Nenhum de nós voltou a dormir, olhei para meus braços avaliando-os, estavam ambos com marcas rochas, meu rosto estava vermelho onde Peeta tinha batido e minha boca com um pequeno corte, e eu tinha um leve corte no pescoço. O dia já estava amanhecendo quando Peeta começou a se mexer, ele se sentou no sofá colocando a mão sobre o lugar onde Haymitch havia lhe dado a paulada.

— Aí, minha cabeça. – Ele encara Haymitch e Effie por alguns minutos. — O que vocês estão fazendo aqui?

— Na verdade é você quem invadiu a minha casa. – Haymitch diz.

Peeta me olha confuso e ao mesmo tempo assustado, acho que sua ficha está começando a cair.

— O que estamos fazendo na casa de Haymitch? Como vim parar aqui? – Peeta queria explicações, mas eu somente o encarava. Não tinha coragem de lhe contar a verdade.

— Você teve um flashback. – Diz Haymitch.

— Eu tive um flashback? – Peeta pergunta assustado.

— Na verdade, você surtou. Queria matar Katniss de todo jeito. – Haymitch joga as palavras para Peeta de forma dura e eu o fuzilo com o olhar.

— Não foi bem assim... – Tento dizer.

— Foi sim. – Diz Haymitch.

— Eu te machuquei? – Pergunta Peeta, vejo lágrimas de culpa em seus olhos. Detesto ver ele assim.

— Não, é claro que não me machucou. Eu estou bem. – Digo me sentando ao seu lado colocando minhas mãos em volta de seu rosto.

— Então o que são essas marcas roxas em seus braços e esse corte em sua boca? Katniss, eu cortei o seu pescoço? – Peeta afasta minha cabeça olhando para meu pescoço.

— Não Peeta, não foi você. Eu caí no chão, várias vezes. – Digo sentindo as lágrimas caírem de meus olhos.

— Daí você ficou com as marcas dos meus dedos em você? – Peeta se levanta e começa a andar de um lado para outro.

Olhei para o lado frustrada.

— Acho melhor a gente subir. – Haymitch diz e Effie o acompanha escada acima.

— Por Deus Katniss, eu podia ter matado você. Você estava dormindo. Nem ia poder se defender. – Ele diz passando a mão pelos cabelos, mostrando sua impaciência.

— Mas você não fez isso, está tudo bem. Nós sabíamos que ia ser difícil às vezes. – Digo me aproximando dele, mas ele recua.

— Não. Katniss, eu poderia ter matado você. Sabe como eu me sentiria se fizesse isso? – Ele diz deixando uma lágrima solitária cair de seus olhos azuis. — É melhor eu ficar longe de você.

Senti meu mundo desabar, era como se tudo estivesse desmoronando. Como se as ondas mais fortes invadissem a costa e me levasse com elas. Eu entendi bem o que ele queria dizer. Peeta queria se afastar de mim, acabar com o que temos. Com o que demoramos tanto para conseguir. Fechei os olhos com força, não podia acreditar nisso, levei minha mão ao peito, não estava conseguindo respirar direito.

— Você não pode fazer isso comigo! – Gritei ainda engasgada com minhas lágrimas. — Não pode fazer isso comigo, não agora, que eu já me acostumei a você. Não agora que eu já te amo mais que minha própria vida. – Digo indo em sua direção como uma loba faminta. Eu não estou desesperada, bom talvez isso também, mais o que me atinge com toda força é a raiva. — Eu não aceito Peeta, não aceito. – Grito pegando um vaso que está em cima da mesa de centro e jogo contra a parede.

— Eu sinto muito Katniss, isso não está mais em discussão. – Ele vem até mim, me dando um beijo calmo nos lábios e me abraçando forte, minhas lágrimas caiam em sua camisa e eu também sentia meu ombro ser molhado.

— Não faz isso com a gente. – Digo sentindo minhas forças se esvaírem.

— Eu te amo, nunca se esqueça disso. – Ele diz, e outra lágrima cai de seus olhos.

— Não, não ama. Se me amasse, ficaria comigo. Lutaria comigo e por mim. – Eu digo empurrando-o para longe. Sinto o sangue subir para minha cabeça. Estou furiosa. — Mas ao invés disso, está agindo como um covarde.

— Não vou discutir com você. – Ele diz.

— Não vamos discutir Peeta, se é assim que você quer. Tudo bem, eu aguento. Afinal, não é a primeira e nem a última vez que alguém me abandona. Eu já deveria ter me acostumado. – Digo sorrindo e limpando minhas lágrimas, Peeta me olha assustado. Estou agindo como uma maníaca. — Olha só como eu sou ridícula. Por que estou chorando?

— Katniss...

— Adeus Peeta Mellark. – Digo indo em direção a porta. Porém sinto tudo rodar, tento me apoiar em algo, mas pareço estar despencando em um abismo sem fim. Sinto braços fortes e protetores ao meu redor, e vejo tudo ficar escuro.


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Notas finais do capítulo

Oii de novo! Espero que tenham gostado (mas eu sei que não. Kkkk) Não deixem de comentar a opinião de vocês. E por favor não queiram me matar! ♥
Amo vocês... ♥
Beijos! Amo vocês mesmo viu? Ignorem essa separação, lembrem-se que eu amo vocês. E por favor não parem de ler. ♥ (Chantagem emocional por que sei que vocês vão querer me matar!) Até mais...