Safe and Sound... escrita por Day Alves


Capítulo 16
Você ainda se lembra...


Notas iniciais do capítulo

Oii Tributos! Tudo bem? Espero que sim.
Boa leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/697596/chapter/16

— ... entender. Ela vai querer bater em todo mundo.

— Estou tentando evitar que isso aconteça.

Abri os olhos. Estava na cama, mas não na minha cama.

O barulho das vozes estava abafado. Percebi que era porque eles estavam do lado de fora do quarto, em frente à porta.

— Ela nunca vai aceitar, ela amava Greasy. – Peeta argumentou.

— Vamos dar um jeito. – Diz Haymitch com a voz cansada.

A porta se abre, e Peeta entra.

— Sinto muito, não queria te acordar.

— É verdade?

— Sim, Katniss. Ela se foi.

Com uma expressão de extrema tristeza, Peeta pega minha mão e continua.

— Teve um problema no coração.

Sentei e me joguei nos braços de Peeta. Ele me abraçou com força e me deixou chorar em seu ombro. Sem pronunciar nenhuma daquelas idiotices de: “Você vai ficar bem”, “Ela já estava velha”, ou até mesmo “Ela queria que você seguisse em frente e não ficasse triste”.

— Greasy... Greasy... – Chorei.

— Shii... Eu estou aqui. – Peeta me tranquilizava.

— Não me despedi. Não...

— Katniss, não. Eu simplesmente não vou deixar você se culpar pela morte dela, não foi sua culpa. Ela tinha pressão alta, você sabe.

Concordei com a cabeça. Ele tinha razão. Greasy já era de idade bem avançada, e tinha vários problemas de saúde. Acompanhados pela falta de tratamento e muita fome.

— Agora escute: Você precisa se arrumar, ela morreu ontem à tarde. Eles querem enterrá-la logo. E tem mais... – Ele para um pouco. — Plutarch mandou câmeras para cá. Ele disse que todos de Panem querem saber mais sobre o enterro da segunda mãe do Tordo.

— Não! Isso jamais. Ela merece respeito. – Digo limpando algumas lágrimas que corriam teimosas por meu rosto.

— Eu sei, pedi que todos fossem embora. Mas você sabe. Plutarch é teimoso.

— Sei... vou tomar um banho. – Digo me levantando e indo até o banheiro. — Espera, essa não é minha casa.

— Não, é a minha. – Peeta diz vindo até mim. — Mas tomei a liberdade de ir até a sua casa e pegar um terno de roupa própria para a ocasião. Pode tomar banho aqui. Vou me retirar para você se aprontar.

Ele vem até mim e beija minha testa saindo em seguida. Caminho até o banheiro me preparando para tomar um banho. Termino e me visto. Peeta trouxe uma calça preta e uma blusa de manga longa da mesma cor. Faço minha trança e saio do quarto, entro em uma sala por estar meio perdida, nunca vim na casa de Peeta antes, a sala é organizada e cheia de quadros. Deve ser aqui onde Peeta usa como ateliê para suas pinturas. Fico meio tonta, pois a maioria dos seus quadros contem uma pintura minha. Saio de lá e avisto a escada, desço, encontrando Haymitch e Peeta com as cabeças baixas. Assim que notam minha presença se levantam me encarando.

— Preciso ir na minha casa, encontro vocês daqui a pouco. – Digo andando até a porta, porém no meio do caminho sinto uma tontura levando minha mão até a cabeça, Peeta vem até mim e me pega pela mão.

Assim que saímos pela porta vários flashes batem em meus olhos me fazendo recuar. Não acredito nisso, será que eles nunca mais vão me encarar como um ser humano? Será que minha vida vai ser sempre assim? Sempre sob os holofotes? Peeta segura mais forte em minha mão e me guia até a porta da minha casa.

— Te espero aqui fora. – Ele diz me dando um risinho fraco e eu entro fechando a porta.

Não vou demorar muito, apenas preciso pegar uma coisa. Assim que pego o que preciso abro a porta já em posição.

Posso ver a cara de surpresa dos reportes e jornalistas quando aponto meu arco em direção a eles.

— Katniss... – Peeta sussurra ao meu lado.

— Eu quero que todos vocês desliguem essas câmeras, ou serei obrigada a usar meu arco, depois de tanto tempo. – Digo e eles recuam desligando tudo e saindo as pressas.

Abro a porta novamente jogando meu arco lá dentro, algumas lágrimas começam a descer por meus olhos, Peeta se aproxima sem dizer nada e me abraça. Nessas horas em que ele demostra afeto por mim é que eu sinto que ele está voltando a ser o que era antes. Ele enlaça sua mão na minha e assim começamos a andar junto com Haymitch até o cemitério.

O resto do dia passou em um borrão de trajes negros e abraços. Muitas pessoas que eu nunca tinha visto compareceram ao funeral de Greasy. Fiquei em dúvida se eram todos amigos dela que eu não conhecia ou se tinham aparecido por minha causa.

O pároco da Capital presidiu a celebração, mas a única família que Greasy tinha era sua neta, e está não estava em condição de fazer discurso. Então eu tomei a frente, não que eu estivesse em condição, mas Greasy merecia que eu dissesse algo sobre ela. Depois veio o funeral, bem mais sofisticado do que eu esperava. Peeta e Haymitch provavelmente devem ter cuidado para que ela tivesse um funeral digno. O funeral foi curto, mas para mim não tinha problema. Queria que aquele momento fosse o menos doloroso possível.

Peeta permaneceu perto de mim o tempo todo. Me sentia grata por sua presença; ninguém poderia me dar mais força nesse momento do que ele.

Após o funeral, foram cada um para sua casa, menos Peeta, ele me acompanhou até minha casa.

— Annie vai dormir com você hoje? – Ele perguntou me ajudando a sentar no sofá.

— Não, ela vai ficar na casa de Haymitch. – Digo com a voz embargada.

Peeta se aproxima de mim se sentando ao meu lado e olha em meus olhos.

— Quer que eu fique com você está noite? – Ele diz calmamente. — Posso dormir no quarto de hóspedes.

— Quero, obrigado. – Murmuro me levantando.

— Você quer que eu prepare algo para você comer? – Ele pergunta me imitando.

— Não, se quiser comer alguma coisa. Sinta-se em casa. Eu vou tomar um banho. – Digo subindo as escadas.

Dispo-me enquanto a banheira enche de água, sinto meus músculos estremecerem a medida que a água quente vai relaxando meu corpo. Fecho os olhos e tento tirar um cochilo. Durmo cerca de 10 minutos, até que escuto Peeta chamar meu nome. Respondo-o saindo da banheira e vestindo um roupão cinza. Saio do banheiro abrindo a porta do meu quarto, dando de cara com Peeta. Ele me olha de cima a baixo e faz uma expressão estranha.

— Eu preparei alguma coisa para a gente comer, acho que seria bom se você comesse algo. – Ele diz evitando olhar em meus olhos.

— Não Peeta, eu realmente não quero nada. – Digo com a voz falha.

— Tudo bem... – Ele diz virando as costas e eu fecho a porta.

Visto-me com meu pijama laranja claro, “A cor preferida do Peeta.”. Penso descendo as escadas.

— Peeta? – Chamo por ele, mas não obtenho resposta.

Olho para a mesa na cozinha, um prato sobre a mesa e a cadeira está jogada no chão. “Ah não. De novo não.”. Penso, correndo para o escritório. Assim que entro pela porta vejo Peeta, ele está com as costas viradas para mim, mas posso ver pela forma em que seus ombros se movimentam que sua respiração está acelerada.

— Peeta?

— Oi... – Ele diz se virando para mim, ele tem uma expressão cansada no rosto e está ofegando.

— Você está bem? – Pergunto passando a mão por seu rosto e ele fecha os olhos como se apreciasse o meu toque.

— Agora estou. – Ele diz, Peeta se aproxima de mim, eu fecho os olhos esperando por um beijo. Mas me surpreendo quando sinto seus braços em torno de mim, me apertando em um abraço terno.

— Me desculpa. – Peço sentindo lágrimas escorrerem por meus olhos.

— Pelo que? – Ele pergunta em meu ouvido.

— Por todo esse sofrimento que eu trouxe para sua vida. – Afasto minha cabeça de seu ombro vendo a mancha que minhas lágrimas fizeram em sua camisa verde.   

— Você não percebe, não é? – Ele diz sorrindo.

— O que?

— As coisas boas que você trouxe para minha vida. Katniss, te amar foi a melhor coisa que me aconteceu. E eu fico feliz, por que se eu sofri tudo o que eu sofri, foi porque eu te amava, e também de certa forma porque você se importava comigo. – Ele diz e eu sorrio.

“Um pouco mais do que me importo.”. Penso.

— Vamos, eu te ajudo a arrumar as coisas na cozinha. – Digo virando as costas.

— Adorei o seu pijama. – Ele diz atrás de mim.

— Eu sei, é sua cor preferida. – Sorrio, apesar de saber que ele não pode ver.

— Você ainda se lembra. – Ele afirma.

Lavamos a louça em silêncio e subimos para o 2º andar. Peeta já caminhava para o quarto de hóspedes quando eu o chamei.

— Você se importa de dormir comigo? É só mais hoje. – Peço com um pouco de vergonha.

— Claro. – Ele diz, eu entro no meu quarto e arrumo a cama, Peeta se deita e logo eu me junto a ele.

Ele passa a mão em torno de mim enquanto acaricia meus cabelos com a outra. Em poucos minutos o sono chega e eu me deixo levar pelo cansaço do dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oii de novo! Espero que tenham gostado, quer dizer. Esse capítulo ficou mais em torno da Greasy, mas no próximo vou voltar minha atenção para o nosso casal preferido!
Deixem comentários!!! Fantasminhas, apareçam, eu assisto Supernatural, não tenho medo! Kkkk beijos! ♥