Safe and Sound... escrita por Day Alves


Capítulo 15
Irei tentar...


Notas iniciais do capítulo

Oii tributos! Adivinhem quem está de ferias? EU!!! Espero ter tempo de escrever e postar bastante para vocês, já que eu não vou viajar mesmo.
Boa leitura! *-*



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Logo estávamos todos acomodados novamente dentro do trem, fomos chamados para o almoço, mas eu não estava com fome, então optei por ficar no quarto mesmo. Estava quase dormindo quando ouço batidas na porta.

— Katniss? – Ouço a voz de Effie e vou até a porta atender.

— Oi Effie, senta. – Digo sentando-me na minha cama e ela puxa a poltrona ficando na minha frente.

— Eu vim falar com você Katniss, não sei como dizer isso..., mas você sabe que pode contar comigo, não é? – Ela diz olhando em meus olhos. — Eu vou morar no 12 agora, sei que sua mãe está na Capital, então eu queria te dizer que você pode contar comigo, eu posso não ser boa em dar conselhos, mas eu posso ouvir em silêncio... E...

— Obrigado Effie, de verdade. Não sabe o quanto é bom ouvir alguém tão importante para mim me falar isso. – Digo dando uma pausa. — Na verdade, eu estou andando muito distraída e distante de todos.

— Eu sei, e também sei o porquê. – Ela me encara com um risinho. — Peeta. Se deu conta que ama ele, não é?

— Sim. – Digo sentindo lágrimas em meus olhos.

— Oh Katniss, isso é tão bom. – Ela diz com emoção na voz.

— Nem tanto Effie. – Digo limpando uma lagrima teimosa que escorre por meus olhos.

— O amor por si só, é difícil Katniss, mas você não pode desistir. Não deixe que a culpa e a dor afastem Peeta de você. – Ela diz me dando um abraço sincero.

— Estou tentando não deixar.

— Ele já sabe? – Ela pergunta entusiasmada.

— Não, eu sinceramente não me sinto pronta para falar. – Digo abaixando o olhar.

— E quem disse que você precisa falar? – Effie dá uma pausa sorrindo. — Katniss, simples palavras de carinho e ternura podem significar mais do que um “eu te amo”.

— E que palavras são essas?

— Deixa eu ver. – Ela para como se pensasse em algo. — "Eu gosto de ficar com você"; "você me faz bem"; "eu queria poder proteger você"; "você é importante para mim"... Etc. Mostre para ele que gosta dele. Que ele é importante. – Ela diz e eu sorrio.

— Irei tentar.

*-*

A tarde passa rápido, logo chega a noite e somos chamados para jantar, dessa vez a fome fala mais alto e eu vou. Depois da minha conversa com Effie eu me sinto bem melhor, ela tem razão. O que Peeta passou por minha culpa ou não já passou. A única coisa que eu posso fazer agora é tentar ajudá-lo a superar isso.

Jantamos enquanto falamos de coisas aleatórias, assim que acabamos, Haymitch e Effie se despedem de nós e vão se deitar. Caminho rumo a uma sala com um sofá e uma televisão, e nem me dou conta de que Peeta está aqui comigo, a não ser pela hora que ele se senta do meu lado no sofá.

— O que vamos assistir? – Ele pergunta me encarando.

— Não sei, vamos ver o que está passando. – Eu pego o controle e começo a surfar de canal em canal até que encontro um que está passando um filme. Peeta se aproxima de mim e eu deito minha cabeça em seu ombro, me embriago de seu cheiro e acabo pegando no sono.

 

Acordo meio sonolenta com alguém me colocando no que eu julgo ser uma cama, abro os olhos e encaro os azuis dos olhos de Peeta, estamos no meu quarto. Eu me lembro de ficar sentindo o cheiro do seu perfume até pegar no sono, e ele me trouxe para a cama. Ele não sabe o quão gentil isso é, mas eu sei.

— Tudo bem, eu já estou indo. – Ele diz como se fosse errado o que ele estava fazendo. Sinto vontade de pedir para ele ficar e para dormir comigo, sinto vontade de dizer para ele que como ele tem os flashbacks eu tenho meus pesadelos e que todas as noites que eu acordo gritando eu fico imaginando como seria as coisas se ele estivesse ali do meu lado.

— Peeta? – Eu o chamo quando ele já está na porta.

— Oi?

— Pode ficar aqui comigo? – Pergunto levantando um pouco a cabeça e o encaro.

Ele me olha surpreso, mas logo sorri.

— Posso, eu posso. – Ele vem até mim, se deita ao meu lado, me aconchegando em seus braços fortes e quentes. Logo sinto o sono me dominar.

Acordo-me com a luz do sol entrando pela janela do trem. Olho para o lado e vejo Peeta dormindo, seu braço esquerdo por baixo das minhas costas. Não posso evitar que um sorriso se forme em meus lábios ao vê-lo assim, tão sereno e junto a mim.

Ele se mexe um pouco na cama, inspira profundamente e abre os olhos vendo que eu estou admirando-o. Sinto vergonha, mas assim que ele sorri para mim ela desaparece e um sentimento de ternura invade meu ser. “Por que ele tem que ser tão lindo?”. Pergunto para mim mesma.

— Dormiu bem? – Ele pergunta se sentando na cama, e eu o imito.

— Um pouco mais do que bem. – Abaixo a cabeça sorrindo sem graça. — E você?

— Um pouco mais do que bem... eu me lembrava que era bom dormir com você, mas não lembrava que era tanto. – Ele diz e sinto um fogo subindo para meu rosto. “Corar não, corar não.” Digo para mim fechando os olhos.

Um silêncio constrangedor se forma, até Peeta quebrá-lo.

— Sabe, eu andei pensando muito na nossa música. – Ele diz de supetão me fazendo encará-lo.

— Nossa música? – Repito sorrindo. — Desde quando aquela música é nossa?

— Desde quando você a cantou para mim e eu a cantei para você. – Ele diz com uma expressão obvia no rosto.

— Bom...

— Ah, e também me beijou depois de cantar. – Ele completa sorrindo.

— Eu não beijei você! – Digo sorrindo.

— Beijou sim.

— Não, não beijei. – Digo com mais convicção.

— Assume logo que beijou Katniss. Não seja maldosa. Eu me esqueço do que acontece durante os flashbacks, mas me lembro perfeitamente do que aconteceu antes. – Ele diz sorrindo e me encarando.

Uma forte vontade de beijá-lo me invade, lembro-me da minha conversa com Effie: “Mostre para ele que gosta dele. Que ele é importante.”. A voz de Effie ecoa na minha cabeça. Não consigo me controlar, sento no colo de Peeta, o que o surpreende.

— Quer saber de uma coisa? – Pergunto e ele apenas assente ainda atônito. — Eu beijei mesmo e quer saber de outra coisa? – Digo, aproximando minha boca de seu ouvido. – Eu adorei, e vou beijar de novo. – Assim que termino de falar avanço sobre seus lábios, no início ele parece surpreso, mas logo sorri, abrindo a boca para abrir passagem para minha língua. Eu passo as mãos em seus braços e abdômen, sentindo o quanto seu corpo é lindo e definido. “Benditos sejam os sacos de farinha!” Penso e isso me faz sorrir entre o beijo. Peeta passa suas mãos por minhas costas e segura firme em minha cintura. Sinto uma ânsia que toma conta de todo meu ser, fazendo-me querer mais. Deixo essa sensação deliciosa se espalhar pelo meu corpo, a única coisa que existe no mundo agora é, Peeta, seus lábios e seu corpo quente contra o meu.

Batidas na porta me traz de volta a realidade, nós nos separamos sobressaltados e eu encaro os lábios de Peeta levemente inchados e vermelhos. Saio de cima de seu colo e me sento novamente na cama.

— Katniss? – Effie chama.

— Pode entrar Effie. – Digo sorrindo.

Ela entra e assim que vê Peeta abre um enorme sorriso e olha para mim.

— Não é nada disso que você está pensando. – Tento me explicar antes que ela pense algo errado. — Nós não...

— É... Hm... vocês não vão descer? – Ela diz com um risinho estranho no rosto.

— Sim, já estávamos indo. – Peeta responde e me olha.

— Ok, eu já vou indo. Juízo crianças. – Ela diz, ainda sorrindo e sai fechando a porta.

Assim que Effie se vai, Peeta vem para cima de mim me beijando de surpresa, sorrio lhe afastando.

— Já chega Peeta, temos que ir. – Digo.

— Eu poderia ficar aqui... – Ele fala ainda em cima de mim. — Nós poderíamos ficar aqui. – Ele diz beijando minha bochecha e descendo os beijos até meu pescoço.

— Há, há, há, claro que sim. – Digo semicerrando os olhos e ele me encara na mesma hora.

— Não é nada disso que você está pensando... – Ele diz, com as bochechas levemente rosadas. Como ele consegue ficar tão lindo quando está corado?

— Sei...

Ele solta uma gargalhada nervosa e me encara novamente.

— Olha, nós dormimos na mesma cama e ainda estamos aqui a algum tempo... E olha que você até me provocou, mas, nós não fizemos nada... – Ele para um pouco. – Bom... não... eu... você sabe.

— Eu entendi Peeta... você não precisava explicar. – Digo gargalhando.

— Do que você está rindo? – Ele pergunta sério e isso só me faz rir ainda mais.

— Dá sua cara. Você fica tão fofinho quando está corado. – Digo passando a mão por seu rosto.

Peeta se aproxima de mim novamente, roçando seus lábios nos meus, sinto-o sorrir quando mordo seu lábio inferior. Sinto novamente aquele fogo subir por meu corpo, se continuar com Peeta nesse quarto, vou acabar perdendo o resto de juízo que eu tenho. Me afasto dele rapidamente e pulo fora da cama.

— O que foi? – Ele pergunta sorrindo.

— Melhor você ir, eu ainda tenho que tomar um banho, e você também. – Digo tentando não o encarar.

— Tudo bem... – Ele desce da cama e vem até mim, colocando uma de suas mãos em minha cintura e outra em minha nuca. “E lá vamos nós.”. Penso sorrindo, fecho os olhos e sinto Peeta beijar minha testa. — Até daqui a pouco.

Ele se afasta e eu levanto meus olhos para ele, sorrindo ainda mais.

— Até daqui a pouco. – Digo, ele sorri e sai pela porta.

Eu me jogo na cama novamente fechando os olhos. “Peeta é inacreditável.”. Penso sorrindo.

Levanto-me e vou tomar banho, me arrumo o mais rápido que posso e vou até o vagão onde será o café.

— Bom dia! – Digo sorrindo para o pessoal.

— Bom dia docinho! – Diz Haymitch sorrindo para mim de uma forma estranha. Encaro Peeta e ele tem um sorriso divertido no rosto. “Effie contou para ele.”. Penso me sentando ao lado de Peeta.

— Não fizemos nada. – Digo fazendo Haymitch gargalhar e me limito a sorrir.

— Tudo bem docinhos... vocês não precisam ficar com vergonha, isso é normal... apenas se cuidem. Sou muito novo para ser avô. – Ele diz e sinto meu rosto esquentar. O que ele está falando?

— Haymitch, por favor. Eu já te expliquei, eu e Katniss ficamos assistindo a Tv e ela dormiu, eu fui coloca-la na cama e ela pediu para eu ficar...

— Por que eu estava com medo, de ter pesadelos de novo. – Digo completando a frase de Peeta.

— Tudo bem, mas eu acho que vocês deveriam se resolver logo. – Ele diz saindo da mesa abraçado com Effie.

— Isso é um motim? – Pergunto enquanto me sirvo, e ouço a risada de Peeta, o que também me faz sorrir.

— Parece que ele vai ficar no pé de vocês agora. – Diz Aniie sorrindo.

— E quando é que ele não está no nosso pé? – Pergunto alargando meu sorriso quando Peeta põe seu braço no encosto da minha cadeira.

— Quero contar uma coisa para vocês. – Diz Annie sorrindo.

— Conte. – Digo sorrindo.

— Eu decidi ir para o 12 com vocês, vou arrumar um hotel para ficar até Paylor liberar uma casa na Vila dos Vitoriosos. Vocês são a única família que eu tenho agora, em breve o meu filho vai nascer, e eu não quero estar sozinha. Quero que ele cresça perto dos meus amigos e dos amigos do pai dele. – Ela diz passando a mão sobre a barriga com os olhos marejados de lágrimas. Só aí percebo que os meus estão da mesma forma.

— Não vai ficar em hotel nenhum. Eu faço questão que você fique na minha casa até Paylor liberar uma para você. – Digo indo abraça-la e ela me agradece.

— E quero que você saiba que pode contar conosco Annie, você não está sozinha, e muito menos seu filho. – Diz Peeta sorrindo ternamente para ela.

— Obrigado, muito obrigado aos dois. – Diz Annie emocionada.

— Não tem nada o que agradecer... isso é o mínimo que posso fazer por vocês. – Digo me sentando ao lado de Peeta novamente.

— Obrigado mesmo assim... Bom, agora eu já vou, essa gravidez tem me deixado muito cansada e meus pés estão constantemente inchados. – Ela diz sorrindo e se retirando da sala.

Encaro um quadradinho invisível na minha frente e me perco em pensamentos. Ao menos agora Annie e o bebê dela ficarão perto de pessoas boas, que darão apoio e carinho para eles, principalmente Peeta. Ele adora crianças, e esse bebê pode até ajuda-lo com seu tratamento.

— Katniss?

Sou tirada de meus pensamentos com Peeta me chamando.

— Oi. – Digo o encarando.

— Você está bem? – Ele pergunta visivelmente preocupado.

— Sim, só estava pensando. – Digo sorrindo e voltando a tomar o meu café.

Assim que terminamos Haymitch vem nos dizer que estamos chegando, então eu subo para pegar minha mala.

Assim que descemos na estação sinto um aperto em meu peito, a ponto de me fazer sentir vontade de chorar.

— Docinho? – Haymitch me chama quando vê que estou ficando para trás.

— Sim?

— O que você tem? – Peeta vem até mim.

— Eu não sei... – Ele põe suas mãos sobre meus ombros. — Senti um aperto no coração.

— Sra. Mellark... Sra. Mellark... – Diz alguém e eu me viro.

— Sim? – Estou tão absurda em meus pensamentos que nem vejo o que digo.

— Ainda bem que eu lhe encontrei. – Diz um garoto com uma voz triste.

— O que aconteceu? – Pergunto temendo o pior.

— Não sabíamos onde você estava. Eu nem sei como te dizer isso. – Ele diz com lágrimas nos olhos.

— Diga-me, o que aconteceu. – Falo já em lágrimas.

— Katniss, se acalma. – Diz Peeta.

— Sinto muito Sra. Mellark. Odeio ter de contar isso a você. Greasy faleceu.

Não compreendi as palavras de imediato. Porém, não importava como as organizasse na minha cabeça, a impensável conclusão era sempre a mesma.

E então tudo começou a balançar e vi Peeta com uma expressão assustada. A última coisa que senti foram os braços dele me segurando para que eu não desabasse no chão.


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Notas finais do capítulo

Oii de novo, espero que tenham gostado. Deixem comentários seus lindos! Beijos e até a próxima! E que a sorte esteja sempre a seu favor! ♥