Mary Bennet escrita por CuriosaRomanticreeder


Capítulo 8
Capitulo. 08 - Indignação e reverência.




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—Como...Como … Como ousa? A quanto tempo está aí, escutando as espreitas? - Pergunta uma Mary altiva e com seu rosto rubro de raiva e vergonha.

—Temo em dizer que todo o tempo; - lhe responde Sr. blostorn fazendo uma mesura - Srª Elizabeth, Srtª. Mary. Mas se me permite dizer não poderia ser mais grato aos céus por presente tão esplêndido. - Continua August com um sorriso ilustre.

—Seu...Seu.. - Antes que Mary pudesse terminar sua frase, Elizabeth diz: - Acredito que devo me dirigir ao meu querido marido neste momento, mas antes que eu saia, peço a ambos que conversem como pessoas compostas, com profundo respeito e principalmente que sejam verdadeiros um com o outro sem delongas. Podem me promete isso?

August acena em concordância. Mary olha para Elizabeth com olhar suplicante para que não saia. Se recordando que a mesma já usou olhar semelhante anteriormente quanto ao pedido do Sr. Collins. - Bom, de todos os modos creio que como estou grávida vai levar um bom tempo até que eu saia do corredor - Diz Elizabeth sorrindo a sua irmã. - Lembrem-se respeitosos Mary e verdadeiros.

—Ela está certa, não fui honesto com a Senhorita, Mary.- Diz Blostorn assim que Elizabeth sai de seu campo de visão.

—Nem honroso devo dizer.

—Por estas coisas suplico que me perdoe, mas antes que diga qualquer coisa que anseie muito sair por seus lábios, por favor me deixe agir da maneira certa e lhe dizer que não, não agi de modo leviano, que não tive por intenção desonra-la. Na verdade não tive intenção nenhuma, a verdade é que me perdi - Diz August se aproximando de Mary - Me perdi em seus olhos e cedi a um impulso repentino.

—Espera que isso me faça regozijar de suas ações? Espera que eu simplesmente me esqueça de suas ações passadas e voltemos a ser como antes, por que agiu por impulso como um homem pecador?

—Não! Esperava que, como a mulher que apresenta ser, que veja claramente que tudo o que  lhe digo é em verdade. Mas talvez nunca seja possível para mim passar em seu julgamento. Não sou bom o suficiente para ser declarado justo e digno de estar na presença da perfeita Mary Bennet.   

—Não sou perfeita Senhor, mas não trato os outros da maneira como me tratou, quando esperava que agisse como o cavalheiro que acreditei que fosse, que se desculpasse por ter me desrespeitado, agiu como um tolo presunçoso, tentando me fazer cair em suas artimanhas de galanteador.

—Artimanhas? Acha que a carta foi uma artimanha? Nada foi, a não ser a carta de um homem que acreditava que a senhorita fosse quem diz ser, dona de seu próprio corpo, de suas próprias vontades e desejos. Que deveria ter plena ciência do que suas ações podem fazer com um homem respeitável.

—O que senhor? Diga-me, o que foi que lhe causei?- Desta vez é Mary que se aproxima encarando a August frente a frente. - Diga-me o que foi que lhe fiz que justifique que o senhor me beije sem nenhum relacionamento implícito e depois questione meus sentimentos?

August Blastorn não diz nada, apenas olha para Mary estarrecido.

Diga- me Senhor Blastorn? - Mary respira fundo e pergunta mais uma vez com topor. - Diga-me o que lhe causei?

—Não consegue ver em meus olhos Mary? em voz baixa.

Apesar do frio que percorre sua espinha Mary lhe responde: - O que consigo ver neste momento Sr. Blastorn, me causa pesar, pois perdi um amigo. O senhor não consegue ser honesto consigo mesmo, e nem comigo em consequência. Talvez a pergunta que me fez devesse ser direcionada a si mesmo: ““Senhores respeitáveis e honrados não deveriam ter ciência clara de seus próprios sentimentos e desejos?” - Se afastando, continua - Lhe perdoou Sr. Blastorn, pois agiu com base em algo que não compreende. Foi guiado por um usual desejo leviano do homens.

Usual desejo? - Interrompe Sr. Blastorn.

—Sim. - responde Mary virando-se novamente - Sabemos todos que se é permitido aos homens em nossa sociedade que tratem com um certo engraçamento as damas sem que sejam vistos de maneira imprópria, sendo mais como um jogo, uma distração. O Sr. agiu da forma que acredita ser comum aos homens, se esquecendo que os homens que se encontram nesta casa não compactuam com esse tipo de comportamento.  Por isso o perdoou, mas …

—Não agi de tal maneira Mary, sim agi mal, mas por ter ciência clara do que anseio, tanto que não pude me conter. Mas não posso revelar a senhorita sem ao menos saber se estás pronta para o que o futuro poderia lhe reservar.

—Não house justificar sua falta de coragem me declarando imatura. Se tem algo mais a dizer, diga-me de uma vez, mas se não consegue dizer, seja homem e assuma que não lhe pertence a coragem digna de um verdadeiro homem!  

Sr. Blastorn nada diz, apenas encara Mary.

—Como dizia, de agora em diante não posso me permitir lhe dar atenção merecida a verdadeiros amigos, o que é de fato muito triste, pois ouso dizer, que fora o único que tive o prazer em denominar assim.- Mary se aproxima - Causa-me pesar saber que não pode ser honesto comigo e consigo mesmo, assuma que fora leviano e movido por ações procedentes das influências da sociedade em que vivemos.

Sr. Blastorn nota a sombra de Elizabeth na entrada do salão e se lembra de suas palavras: “ que sejam verdadeiros um com o outro sem delongas” .

Ele respira fundo e diz de uma só vez:

—Eu a amo!

E assim com essas palavras ele se retira, após olhar Mary por exatos cinco segundos, sai sem esperar uma resposta, deixando-a sozinha.


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