Campinas, 28 de abril de 2016

Querido Alan Rickman,

Fiquei aqui imaginado como seria morrer de câncer. Não deve ser nada agradável lutar contra ele, né? Mas posso supor que você teve muitas experiências aqui na Terra, pois você morreu com 69 anos, quase 70. Poxa, parece que foi uma vida bem vivida, Alan!

Ninguém sabe o que é viver e morrer com um maldito câncer até ter essa doença, porém espero que você tenha sido muito feliz nos seus últimos dias de vida e, claro, antes do câncer também.

Confesso que não conhecia o ator que se escondia atrás de Severus Snape da saga de Harry Potter, com sua pele pálida, seu cabelo preto até os ombros e sua capa escura, por isso acabo confundindo você com ele em minha cabeça. Eu não odiava você, é claro, só não ia muito com a cara de Snape, seu personagem, apesar de que no final você sempre ajudava Harry. Porém eu nunca iria adivinhar que iria me apegar, pois você o fazia parecer não muito amigável, um cara misterioso apenas. Até que no último filme da saga “você” morreu e eu lamentei. E então, caro Alan, você, o ator por trás do Snape, morreu também!

Eu fiquei com uma sensação estranha e não pude deixar de, mais uma vez, relacionar você com ele e lamentar. Como não te conhecia tão bem, fui buscar mais informações e descobri alguns trabalhos que você fez, como "Duro de Matar”, "O príncipe dos ladrões”, "Sweeney Todd”, e a voz do gato de “Alice Através dos Espelhos”, seu último trabalho antes de nos deixar.

Não sei onde você está agora, mas espero que veja minha carta, porque apesar de na maioria do tempo não gostar de Snape, quando vi uma foto sua já na velhice, antes de falecer, de uma certa maneira mexeu com a minha pessoa, embora eu não saiba por quê.

Não sei o quanto você sofreu, ou foi feliz, o quanto as pessoas te julgavam pelos papeis em que atuava por aí. Porém eu espero ansiosamente te conhecer um dia e falar sobre o quanto você me fez pensar um pouco mais na vida. Pensar que não temos muito tempo aqui, pois acredito que estejamos só de passagem até uma nova era chegar, quando seremos todos felizes e não haverá dor.

Caro Alan, você deixou saudades. Com uma frase deixada por você digo adeus: "Um filme, uma peça de teatro, uma música ou um livro podem fazer a diferença. Podem mudar o mundo."

Beijos,

Misteriosa Rute