Era você escrita por JhullyChan


Capítulo 5
Trust Me.


Notas iniciais do capítulo

Tem alguém vivo aí? ^^ #MaisUmOn



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LEGENDA:

Itálico - pensamento

Negrito - sonho/lembrança

...x...x...x...x...x...x...x...x...x...x...x...x...x...x...x...x...x...x...x...x...x...x...

— Eu nunca voltei pra Londres. Estou aqui desde o seu acidente... Que droga Kagome! Eu não podia simplesmente aparecer! Deu um trabalhão conseguir forjar a minha volta para Londres. E você acha que foi fácil ficar só observando?! Eles precisavam acreditar que eu estava longe, que eles fossem atrás de mim.

Por que eu estou lembrando disso novamente? Balancei a cabeça de um lado para o outro e voltei a me concentrar em varrer o pátio. Uma semana! Uma semana e nada dele! Vou ter que apelar pro Miroku.

— Se continuar nesse ritmo o pátio vai encher de folhas novamente. - ouvi a voz do meu avô e voltei minha atenção pra ele.

— Me desculpe vovô. - abaixei a cabeça e voltei a varrer.

— Está chateada por conta do seu emprego? - ah é... Nem me lembrava que estava desempregada.

— Nem tanto... Eu não me lembro como era lá, então não tive ao que me apegar. - mexi os ombros - Acho que foi a melhor saída, já que eu não faço ideia do que fazia lá.

— Eu me lembro quando você conseguiu esse emprego. - ele parou e sorriu - Chegou em casa saltitando, cantando e distribuindo beijos. Até eu ganhei um! - ele fez cara de orgulhoso e eu ri - Seus olhos estavam brilhando. Nunca tinha visto tanta felicidade neles. - ri mais uma vez da expressão sonhadora do velho sacerdote.

— Então eu deveria gostar bastante. - terminei uma parte do pátio e limpei o suor que escorria de minha testa.

— Por que não entramos e tomamos um suco? Sinto que você precisa se acalmar.

— Não há ideia melhor, vovô! - sorri e o acompanhei pra dentro da pequena casa.

...

— Como estão as sessões? - Shippou levantou a cabeça e me perguntou.

— Bem e tranquilas. - pisquei pra ele - Já não preciso tanto da tipoia, estou diminuindo os remédios e as escoriações já foram embora faz tempo.

— Se vocês continuarem conversando, Kohaku não vai conseguir se concentrar. - Souta nos interrompeu.

— Hey! Eu não falei nada! - Kohaku, irmão mais novo de Sango, estava na mesma sala de Shippou e Souta. Eles estavam estudando pra prova.

— Tudo bem, tudo bem. Vou deixar vocês em paz! Só vim pegar água e já estou saindo. - terminei de encher o copo e já estava em direção à porta - Só me deixem apertar vocês rapidinho e eu saio. - mesmo sobre os protestos dos meus porquinhos, que já estavam com 17 anos, diga-se de passagem, abracei demoradamente cada um e dei um beijo estalado em suas bochechas.

Saí da cozinha, onde eles estavam estudando, voltei pra sala de jantar e me concentrei novamente nos cálculos à minha frente. Só pra complicar minha vida, não é Taisho Sesshoumaru.

— Você está com muito tempo livre. - ouvi a voz dele do outro lado da linha. Bufei.

— E daí?

— Pare de ser preguiçosa e apenas olhe o relatório e o balanço desse mês.

— Olhe você mesmo! Ou peça alguém do seu pessoal para fazer isso.

— Já enviei para o seu e-mail. Espero resposta até semana que vem.

E o idiota simplesmente desligou na minha cara! Arg! Se ele não fosse o irmão mais gato que eu tenho, eu matava! E agora cá estou eu, na sala de jantar, olhando o relatório contábil da empresa deles. Ajeitei meus óculos, tomei um gole da água e voltei os olhos para a tela do notebook.

...

Escutei o barulho da porta deslizando e levantei meus olhos.

— Viemos nos distrair um pouco. - Souta já entrou e deitou de bruços no chão ao meu lado.

— Já terminaram de estudar? - perguntei.

— Não, só demos uma pausa. Quer dizer, eu pedi uma pausa. Ensinar a esses dois geometria espacial é pior do que ter que fazer aula de natação. - Kohaku respirou fundo, se sentou em uma das cadeiras à minha frente e se debruçou sobre a mesa, em um claro sinal de cansaço. Olhei para Shippou não entendendo a afirmação sobre a natação.

— Ele morre de vergonha de fazer a aula de natação. - Shippou me explicou enquanto deitava com a cabeça em meu colo - Por mais que as garotas soltem suspiros quando ele passa, o idiota não se sente confortável.

— Então quer dizer que o meu porquinho mais nerd continua tímido? - sorri pela vergonha estampada em suas bochechas vermelhas.

Eles continuaram conversando, eu salvei a planilha que estava analisando e passei a observar o que eu havia perdido nesses últimos anos. Sorri pela mistura que os meus caçulas eram.

Shippou era o típico galanteador, cabelo ruivo, olhos verdes, parecia uma raposa de tão astuto. O mais novo e menor dos três, porém o mais audacioso e precoce. Era ótimo com as palavras, o que ajuda bastante a conquistar garotas, além de ser o historiador do trio. Kohaku era a versão masculina de Sango, com cabelos e olhos na cor chocolate, porte atlético, porém magro. O próprio nerd que não sabe que é gato. Normalmente se dava bem em todas as matérias, mas as matemáticas e físicas da vida eram suas paixões. Já meu irmão, Souta, era o perfeito professor de educação física. Mais forte dos três, era atleta nato e por conta da facilidade com os esportes, tudo o que o envolvia era motivo de interesse pra ele. Totalmente o meu oposto. Balancei a cabeça por conta das minhas péssimas lembranças das aulas de educação física.

Decidi entrar na conversa e passamos um tempo ali, todos juntos. Meus pais chegaram e o jantar foi uma alegria só! As refeições feitas na cozinha, principalmente quando os meninos estavam lá, era pura festa! Meu pai e meu avô agiam como garotões mais novos, tentando interagir com os três adolescentes, enquanto mamãe e eu passávamos a noite rindo das coisas absurdas que eles conversavam.

...

— Boa noite rapazes, liguem quando chegarem em casa, por favor! - ouvi as recomendações de minha mãe para Shippou e Kohaku. Ri dela enquanto Souta se limitava a rolar os olhos. Mães — Kagome, - voltei minha atenção para a minha mãe novamente - você poderia recolher as roupas? Seu avô falou que essa noite vai chover.

— E vovô nunca erra. - Souta comentou enquanto começava a subir as escadas.

— Pode parar por aí, mocinho! Vá conferir se as portas do templo e da casa do poço estão fechadas. Da última vez, entrou água por lá. - mamãe mandou e meu irmão desceu as escadas. Saí pela porta dos fundos e comecei a recolher as roupas. Chuva? Sério mesmo?! Olhei para o céu. Não tem nuvem nenhuma! Só esse vento forte. Respirei fundo. Enfim...

Olhei para o pátio. Vi a movimentação do meu irmão pelo templo, mas outra coisa me chamou atenção. Por que tem luz acesa na casa do poço? Como se lesse a minha mente, a luz se apagou e porta daquela casa se abriu. Vi Suikotsu sair dela, juntamente com um cara grande usando uma máscara estranha. Meu corpo gelou pelo fato de eles estarem ali olhando diretamente pra mim, mas principalmente porque meu irmão já estava saindo do templo. Souta. Senti que havia travado, por milésimos talvez. Se eu correr até ele, eles nos alcançarão. Mas se eu não avisar, Souta irá direto pra eles!

— SOUTA! - antes mesmo que eu pensasse no que estava fazendo, soltei as roupas e corri em direção ao meu irmão, lutando para não olhar para aquelas duas figuras que me deixavam apavorada.

— O quê? - ele me olhou preocupado, e assim que eu o alcancei ele segurou meus ombros - O que foi Kagome? - olhei para trás, em direção à casa do poço, e não os vi por lá. Mas o que...? - Kagome? - senti ele me balançar. Voltei minha atenção pra ele.

— Eu achei... - olhei novamente na direção contrária - Achei que tivesse visto algo. - disse em um sussurro. Souta balançou a cabeça de um lado para o outro, colocou o braço sobre os meus ombros e fomos para a casa do poço. Ele forçou a porta para confirmar se estava trancada.

— Ainda bem que mamãe lembrou. - ele fechou a porta - Todas as portas estavam abertas. - olhei para a vegetação em volta da casa, mas não consegui ver nada por conta da escuridão - Vamos, eu te ajudo com as roupas.

...

— E então, alguma notícia de Bankotsu? - parei de fazer caretas para Aiko e olhei para Sango.

— Como?

— Você comentou que havia respondido a carta, já chegou mais alguma dele? - ela terminou de dobrar as roupas das gêmeas e apoiou as mãos na cintura.

— Não chegou nada dele. - bom, tecnicamente isso não deixa de ser verdade, já que ele não respondeu a minha carta. Mexi os ombros e voltei a brincar com Aiko.

— Olá! Como estão as mulheres da minha vida? - Miroku entrou no quarto das meninas e foi direto dar um beijo em Sango.

— Chegou cedo. - Sango comentou enquanto passava os braços ao redor da cintura do moreno. Sorri. E pensar que eu perdi o início disso.

— Conseguimos fechar a loja no horário e o trânsito colaborou. - ele sorriu pra ela e olhou pra mim - Olá Kagome. Parece mais feliz hoje. - estreitei os olhos. Esse safado sabe que eu e Bankotsu nos encontramos e está jogando verde pra colher maduro. Cara de pau!

— Essas coisas fofas sempre me deixam mais feliz. - sorri de forma inocente enquanto pegava Emi no colo. Minha sobrinha postiça sorriu, estendendo os bracinhos tentando alcançar meu rosto e eu deixei que um sorriso genuíno escapasse - Vontade de te morder! - balancei e a abracei.

...

— Ah, estava esquecendo de te avisar. - Sango me alcançou antes que eu começasse a descer as escadas do prédio - Estamos querendo marcar uma noite das garotas. Na verdade, tornar um encontro mensal. Cada mês decidiremos aonde vamos. Nessa semana nós estamos querendo ir ao karaokê, você topa?

— Que dia?

— Sexta da semana que vem.

— Você, Rin, Kikyou e eu?

— Isso aí! - ela piscou pra mim e fez uma carinha de cachorro - Vamos, por favor! Precisamos de uma noite só nossa! Os rapazes fazem isso semanalmente e devo dizer, eles voltam bem relaxados.

— Imagino. - ri das vezes que os rapazes passavam os finais de semana na casa de campo enfurnados na sala de jogos - Tudo bem. Decida com as garotas em qual nós vamos e me avise.

— Tudo bem! Vai ser muito bom!

— Miroku vai ficar com as meninas?

— Claro! - Sango imitou uma risada malvada - Vamos ver se ele dá conta das duas.

...

Me diz... Pra quê, raios, 281 degraus? Parei em plena subida e apoiei as mãos na cintura enquanto respirava fundo. Cadê o fôlego e a energia que eu tinha pra subir isso daqui correndo? Meu Kami! Estou velha! Estou muito velha!

— Realmente, as suas caretas são impagáveis. - dei um pulo e tive que me segurar nele pra não cair.

— Kami! Você é silencioso! - ele riu e eu o soltei - Pare de me assustar dessa forma Banryu!

— Tenho que aproveitar quando você está sozinha, o que é um pouco complicado.

— Por quê?

— Sempre alguém está por perto, principalmente a sua família. – ele segurou a minha mão e começou a me puxar em direção às árvores. Parei, lembrando da noite em que achei que tivesse visto aquelas duas figuras – O que houve?

— Para onde estamos indo?

— Para o mesmo lugar que conversamos da última vez. – ele voltou a me puxar – Não é seguro ficar tão à vista.

— Lá também não é. – percebi, tarde, que ele havia parado por conta do meu comentário. Acabei batendo em suas costas – Hey! – levei a mão ao nariz. Que corpo duro! Parece até pedra. Ai meu nariz! — Não pare tão de repente assim.

— Por que lá não é seguro? – ele se virou pra mim com um olhar sério e preocupado.

— Porque a alguns dias atrás, vi Suikotsu e um cara com uma máscara muito estranha saindo da casa do poço. – não sei como explicar, mas reconheci raiva e fúria em seus olhos. O mais inesperado foi ele ter segurado meus ombros, me obrigando a recuar até esbarrar em uma árvore.

— O que você disse? – o desespero dele me deixou mais desesperada do que já estava.

— Eles estavam aqui. – Bankotsu respirou fundo e me soltou – Isso é ruim?

— Eles não deveriam estar aqui. – ouvi ele sussurrando – O acordo já foi feito.

— Acordo? Que acordo? – aquela palavra me deixou em estado de alerta. Fui até ele, obrigando-o a parar – Bankotsu, você está me deixando mais nervosa ainda. Que acordo é esse?

Ele sorriu pra mim, como se achasse graça da minha reação. Segurou minhas mãos e pôs sobre o seu peito. Senti como seu coração estava acelerado.

— Essas palavras tem gosto de déjà vu pra mim. – olhei para minhas mãos e depois para o seu rosto – Você já reagiu da mesma forma antes e a sua preocupação me dá esperanças. Esperanças de um dia, quando tudo isso for resolvido, eu possa te mostrar tudo o que passamos juntos e continuar escrevendo a nossa história. – suas palavras me tiraram o fôlego, mas uma parte de mim preferiu acreditar que não eram verdadeiras.

Me afastei dele, começando a voltar para a escadaria e senti que ele me acompanhava.

— Kagome? - ele me chamou.

— Vamos resolver isso, mas não aqui, não agora. - pisei no piso de pedra e me virei para encará-lo, ele estava parado, com as sombras das árvores cobrindo-o - Há algum outro lugar onde possamos nos encontrar?

— O apartamento. - demorei alguns segundos para entender de qual ele se referia. Balancei a cabeça concordando - Entro em contato com você e vamos pra lá. - ele terminou, saindo de perto de mim, se misturando mais ainda à vegetação.

— Banryu! - sussurrei, mas sabia que ele me ouviria. Ele parou, voltando a olhar pra mim - Por favor, tome cuidado. - até eu me surpreendi com as palavras que saíram da minha boca. Ele sorriu e desapareceu dentre as árvores.

...

— Deem tchau pra mamãe, amores. - Miroku estava na cozinha, com as gêmeas, tentando dar comida as duas ao mesmo tempo.

— Se comportem, sejam boazinhas com o papai e durmam cedo, ok?! – Sango falou com as meninas, enquanto as beijava na testa. Ela parou quando terminou de beijar Aiko e a cheirou – Oh amorzinho. – ela pegou a mais velha – Ela fez cocô, vou trocá-la e já volto. – ela falou e eu esperei que ela saísse.

— Por que você não me falou que ele estava aqui? – dei um soco em seu ombro e sussurrei. Sorte nossa que ele estava limpando a mão, se não ele teria esbarrado em Emi.

— Eu já esperava essa reação vinda de você. – ele continuou calmo – Achei até que você demorou para descobrir. – ele balançou a cabeça de um lado para o outro – Você costumava a ser mais esperta, Ka.

— E você costumava a ser um amigo mais leal e me contar as coisas.

— Ai, essa doeu! – ele fingiu dor, mas logo voltou a alimentar Emi – Fiz o que Bankotsu me pediu e sabia que era o melhor pra você. Essa amnésia veio em ótima hora.

— Do que você está falando?

— De que você... – ouvimos Sango vindo pelo corredor, cantarolando com Aiko – precisa me ajudar a entender qual a diferença entre o óleo para higiene e loção hidratante protetora. – ele automaticamente mudou de assunto.

— A diferença é que você pode deixar isso por minha conta. – Sango respondeu por mim, enquanto colocava Aiko na cadeira alta.

— Mas, como um bom pai, quero participar efetivamente dos cuidados com as minhas filhotas.

— Participe efetivamente dando comida, trocando as fraldas e colocando-as para dormir cedo. – Sango se aproximou dele e lhe deu um selinho – Não voltaremos tarde, mas qualquer coisa me ligue.

— Pode deixar Sangozinha. – ele, costumeiramente, apalpou as nádegas dela. Coisa que fez com que o sangue dela fervesse e ela ficasse vermelha. Não sei se raiva ou de vergonha.

— Menores de idade no recinto! – reclamei.

— Você? – ele implicou comigo.

Dei-lhe um tapa na cabeça e sussurrei – Não pense que acabamos. – ele se limitou a sorrir, mandar beijos para Sango e voltar a cuidar das gêmeas.

...

— Deve ser ótimo perder a memória. - rolei os olhos. A única parte ruim de ser a motorista da rodada, é ter que aguentar as personalidades bêbadas das amigas - Imagina, - tentei segurar seus braços, que estavam escorregando de meus ombros - você faz uma burrada das grandes, aí perde a memória! - consegui entender suas palavras, mesmo emboladas - Pimba! Sem arrependimentos!

— Não perdi porque quis, foi um acidente. - comecei a me explicar, mas me lembrei do estado dela - Esquece! - tampei meus ouvidos por conta do barulho que Kikyou e Rin estavam fazendo enquanto cantavam.

...

— Sentia que isso ia acontecer. - InuYasha reclamou assim que abriu a porta do carona e Kikyou se jogou em seus braços.

— Inuuuuuu! - a voz dela subiu algumas oitavas enquanto ria, feliz por encontrar o noivo.

— Me desculpe ter te ligado a essa hora, mas ainda tenho essas duas pra entregar. - me inclinei pelo banco do carona e falei alto o suficiente para que ele pudesse me ouvir, apontando para o banco de trás.

— Não se preocupe. - ele pegou Kikyou no colo - Me mande uma mensagem assim que chegar em casa, ok?!

— Pode deixar! - pisquei pra ele e ele chutou a porta, que bateu na minha mão - Hey! - ouvi sua risada e acabei me juntando a ela.

O caminho até a mansão dos Taisho foi tranquilo, mesmo com Rin tentando tomar o volante de mim enquanto me chamava de lerda e Sango chorando por que estávamos 'brigando'. Ao chegar lá Keiko já nos esperava na entrada da casa.

— Boa noite, Keiko-sam. - disse assim que consegui sair do carro.

— Boa noite senhorita Higurashi.

— Onde está Sesshoumaru? - estranhei a governanta estar esperando ao invés do esposo.

— Está descendo. - ouvi sua voz, mas estava em estado de choque ao perceber que Rin havia saído do carro e estava correndo pelo gramado. Correr é modo de dizer, por que ela está caindo a cada três passos.

— VOLTA AQUI CORUJA! SUA P*%A! VOCÊ MATOU O STUART! - ela gritou enquanto tentava alcançar o bosque que ficava próximo à casa. Continuei paralisada com a cena, até que ouvi alguém respirando fundo ao meu lado.

— Nessas horas que eu amaldiçoo o álcool.

— Não vai atrás dela? - perguntei, preocupada por ver minha amiga bêbada correndo, caindo e xingando corujas alheias.

— ELE ERA MEU ÚNICO AMIGO! COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO COMIGO, P*#$A!?

— Vou esperar ela torcer o tornozelo ou algo assim. - dei-lhe uma cotovelada, mas ele não se moveu.

— Pare com isso e vá atrás dela!

— Não mandei embebedá-la ou solta-la no gramado. - Rin corria de um lado para o outro, gritando aos quatro ventos. Respirei fundo.

— Bom, a esposa é sua. - mexi os ombros - Tenho que levar uma depressiva pra casa ainda. - apontei para o carro onde conseguia ouvir Sango chorando e cantando uma música qualquer.

— Boa sorte.

— Obrigada. - dei um beijo em seu rosto e voltei para a estrada.

Sango cantou todas as músicas tristes e românticas que tinha em seu celular durante o percurso. Tentei tomar o aparelho dela e joga-lo pela janela, mas todas as minhas tentativas foram frustradas pela distância.

— Vamos baleia, temos que subir seis lances de escada ainda. - disse assim que estacionei o carro e consegui fazer com que ela se apoiasse em meus ombros, bati a porta do carro e o tranquei.

A subida foi complicada. A cada quatro degraus ela soltava algum trecho de música, voltava a chorar e balançava o corpo, fazendo com que por duas vezes, eu batesse meu joelho nos degraus para impedir que caíssemos. Ótimo! Mais alguns roxos pra contar história. Pensei carrancuda. Conseguimos chegar até o apartamento deles e, graças a Kami, Miroku já nos esperava na porta.

— Reconheci a voz dela lá do segundo andar. - ele pegou ela de mim e entrou.

— Idiota, então por que não foi nos ajudar? - fechei a porta e fui direto para a geladeira atrás de algo congelado o suficiente para acalmar meus músculos lesionados.

— Amooooooor, - Sango começou a chorar - eu estou gorda? - ela soluçou.

— Nunca! Você está gostosa. Muito mais gostosa do que na época em que te conheci, quando você era aquela tampinha magricela de 8 anos de idade. - ela riu em meio ao choro. Me limitei a rolar os olhos enquanto sentava no sofá e esperava Miroku sumir com ela corredor a dentro. Senti o bolso da jaqueta vibrar.

"Mamãe quer saber se você vai voltar pra casa." Li a mensagem de Souta.

"Não. Não vou dormir em casa hoje. As garotas me deram mais trabalho do que o normal." Respondi.

"Ok." Guardei o celular no bolso.

— Vai dormir aqui?

— É claro que... - fui interrompida novamente pelo celular.

"Te encontro no seu carro em 10 minutos. B" Uni as sobrancelhas.

— O que foi? – Miroku se sentou ao meu lado e eu lhe mostrei a mensagem – Hunnnn... – reconheci aquele sorriso malicioso – Hoje você não dorme aqui. – ele me cutucou.

— Vou pra casa. – ele sorriu novamente – Pare com isso e me responda de uma vez, o que você sabe sobre essa história do Bankotsu ainda estar aqui.

— Sei que sua memória recente foi apagada, mas as coisas que estão acontecendo hoje são resultados das escolhas feitas a oito anos atrás. – parei confusa.

— Como assim? – eu realmente não me lembrava de nada importante que havia acontecido a oito anos atrás – Eu fiz essas escolhas?

— Sim e hoje está colhendo os frutos delas.

— Mas o que eu... – senti o celular vibrando mais um vez - Que porcaria! - sussurrei.

"Cheguei. B"

— Acho melhor você ir, ele não gosta de esperar. - Miroku leu a mensagem.

— Não se passaram 10 minutos. - guardei o celular. Ele se levantou e abriu a porta.

— Ele é a melhor pessoa pra responder todas as suas perguntas. - parei em frente a ele e o abracei - Não se preocupe Kagome, assim como eu há outros quatro.

— Há outros? Como assim? - ele apenas sorriu e fechou a porta.

 


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas! o/

Mistéééééérios no ar kkkk #RisadaMaléfica

Agora temos Bankotsu e Miroku escondendo coisas de Kagome. #OMG

*Momento Jhully Youtuber*

Caso tenham alguma dúvida, sugestões, críticas (peguem leve #Please) ou comentários, podem mandar pra mim que responderei o melhor que conseguir :D

P.s.1: E se tiver algum erro, por favor, me avisem ^^'

Até a próxima ;*

#Beijos



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