Don't trust him escrita por PolarBear


Capítulo 3
Vingança




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"P.O.V. Alicia"

A primeira aula havia acabado e eu estava indo falar com Grayson quando Kylie me chamou e ficou tagarelando junto com Elisa sobre como Will era um tarado e como elas nunca tinham percebido que ele gostava de mim, eu fiquei ouvindo e esperando uma deixa para que pudesse sair quando Peter aparece na porta me chamando e interrompendo as duas, elas olharam para ele e depois para mim.

— Você vai falar pra ele?

— Sim... - Eu estava indecisa, não sabia se conseguiria contar pra ele.

— Esse sim ai não me pareceu muito firme. - Elisa desconfiou.

— Eu vou ver. - eu fui até ele e o abracei.

— Oi - falei colada no peitoral dele abafando minha vós. 

— Oi - pude perceber que ele estava confuso. - aconteceu alguma coisa? - eu balancei a cabeça em sinal de sim e ele perguntou se era ruim, eu concordei outra vez e ele me levou para um corredor menos movimentado. - O que?

— Ontem... - eu contei para ele o que houve e ele me abraçou forte, ficamos em silencio abraçados por um tempo, até ele falar.

— Ele tá ferrado! - Ele ficou falando tudo que queria fazer com Will naquele momento, nós nos afastamos um pouco e pude ver que ele estava vermelho de raiva.

Nós íamos voltar para a aula mas eu disse para Peter que não queria ir, afinal eram só aulas desnecessárias Inglês e Espanhol, ele concordou e nós fomos para o Jardim da escola, eu estava na frente e Peter atrás quando um bolo de folhas caíram sobre mim, bagunçando todo o meu cabelo, olhei para trás e ele ainda estava com as mãos em cima da minha cabeça, peguei o máximo de folhas que pude e joguei nele antes de sair correndo, ele saiu correndo atrás de mim, me pegou no colo, levou até um monte de folhas e me jogou nele, depois se jogou ao meu lado e nós ficamos rindo e conversando lá, quando fiquei com fome ele foi até a sala dele e pegou um sanduíche que havia trago de casa e dividiu comigo.

Nós ficamos caminhando pelo jardim abraçados até eu perceber algumas pessoas indo embora da escola, eu voltei para a sala peguei minha mochila enquanto ele pegou a dele, quando estávamos no portão dei um beijo nele de despedida e voltei para dentro da escola, fui até o banheiro e encontrei Amber junto com Erika e Jessica, elas estavam retocando a maquiagem na frente do espelho quando eu entrei elas pararam de falar e me olharam de cima a baixo, eu ignorei elas fiz o que precisava e quando estava lavando as mãos Amber disse baixinho.

— Piranha. - As amigas dela riram e eu me segurei pra não falar nada mas quando estava passando atrás da Amber para sair do banheiro ela levantou o pé fazendo com que eu quase caísse de cara no chão, eu não pude evitar.

— Aí! Qual seu problema? - ela me olhou revirando os olhos no espelho depois se virou e disse.

— Nenhum, eu acho que aqui você que tem um problema, em se equilibrar, claro, deu pra ver agorinha mesmo.

— Foi você quem colocou o pé!

— Então me explica porque você caiu agora? 

— O que? - ela me empurrou para trás e eu bati as costas na parede, ela riu junto com as amiguinhas dela.

— Olha aqui! - Amber parou de rir mas continuou sorrindo. - Você devia pensar melhor antes de me zoar, o seu namoradinho tá nos meus pés, se eu quiser é só estalar o dedo que ele já vem, então ao invés de ficar gastando a sua energia me zoando vai cuidar pra que ele não escape ou ele nem vai terminar com você, ele já vai trair você com outra. - o sorriso já tinha sumido do rosto dela que agora expressava raiva, as amigas estavam impressionadas mas ainda com raiva pela amiga. 

Depois disso eu saí do banheiro e procurei por Elisa e Kylie, achei elas no pátio conversando, quando me viram chegando me enchendo de perguntas, onde eu estava durante as aulas que eu sumi, se eu estava com Peter, se eu havia contado a ele sobre o que houve ontem eu não consegui responder nenhum delas, afinal alem de não me deixarem responder eu ainda estava brava pela Amber vir acabar com a minha paciência no banheiro. Mal percebi e elas tinha parado de falar esperando eu responder alguma coisa.

— Eu estava com Peter no jardim e eu contei para ele, exatamente por isso que não voltamos pra aula, quando contei isso ele disse que quando visse Will iria quebrar a cara dele e provavelmente ele não iria esperar a aula acabar para não ser suspenso, então eu falei para nós matarmos aula e ele concordou.

— Aquele garoto novo, sabe, o Rafael. - Kylie começou ignorando a minha resposta. - ele veio perguntar de você pra gente hoje, onde você estava.

— O que vocês falaram?

— Eu ia falar que você provavelmente tava andando por ai com o Peter mas a Kylie me interrompeu.

— Por que?

— Não sei, talvez você não quisesse que ele soubesse da sua vida amorosa.

— Ah, realmente eu não faço questão de divulgar que eu estou ficando com o Peter pra escola toda, mas se perguntarem pode falar, a não ser que seja a Amber, se for ela vocês ignoram, caso ela descubra vai estragar tudo.

— Você tem razão.

— Eu encontrei ela no banheiro.

— Serio? 

— E ai, o que aconteceu? - Elisa começou e Kylie terminou.

— O de sempre é claro - eu contei para elas que ficaram xingando elas e rindo depois do que eu falei para Amber. 

Enquanto estávamos conversando, vi Ryan e Will passando do outro lado do pátio, eles estavam com roupas de treino e pareciam estar indo até a quadra, eu ignorei e continuei conversando com elas, nós três sentamos em um banco e ficamos lá até que eu percebi que os garotos do treino já estavam indo embora, eu falei para elas irem até a quadra comigo, meu irmão estaria esperando lá para ir embora, mas elas recusaram então eu fui sozinha. Antes de chegar na quadra falei com Ryan.

— Ryan sobre essa festa que você vai fazer - ele me cortou me entregando dois ingressos.

— Um pra você e outro pro seu irmão. 

— Ah, obrigada!

— Você vai né?!

— Acho que sim, vou ver se a Kylie e a Elisa vão também.

— Okay, vai ser legal, pode chamar quem você quiser desde que não seja nenhum adulto pra acabar com tudo., mas agora eu tenho que ir tchau. - ele me beijou na bochecha e saiu.

— Tchau.

Quando cheguei na quadra vi alguém deitado no meio do campo, eu corri até ele, era Rafael, estava com a mão na barriga e com uma cara de dor.

— O que aconteceu? - eu o ajudei a se sentar e a cada movimento ele fazia uma expressão de dor diferente.

— Os amiguinhos do Ryan vieram me ameaçar.

— Amigos do Ryan? Você quer dizer do Will né?!

— Dos dois, todos eles.

— Mas por que?

— Por sua causa! Eles ficaram putos porque eu atrapalhei eles quando ajudei você.

— Mas era só Will. - eu estava confusa porque Ryan estava ao lado de Will? - Ryan nem deve saber sobre o que aconteceu.

— Então me explica por que que ele veio falar comigo aqui e fez um dos seus capangas me dar um soco!

— Eu vou denunciar eles, todos, só me fala os nomes. 

— Por que?

— Para o diretor saber quem são eles!

— Não.

— Como assim?

— Se eu falar para o diretor que me ameaçaram e me deram um soco ele vai dar uma advertência neles ou uma suspensão e isso só vai fazer com que eles fiquem mais bravos, você nunca viu nenhum filme não?! Essa nunca é a solução.

— E o que você vai fazer? Deixar quieto?

— Eu não vi você falando com ninguém sobre o que Will fez, pelo menos não alguém que possa fazer alguma coisa como o diretor.

— Mas é diferente!

— Não é! Você sabe muito bem, se eu quiser eu acabo com todos eles, eu não preciso falar com o diretor, posso resolver tudo sozinho, agora você, se ele conseguir você sozinha em um lugar vazio, pronto, quem precisa denunciar ele é você. - fomos até a arquibancada, quando nos sentamos eu perguntei.

— Mas como você acabaria com eles?

— Eles são só alguns garotos que jogam basquete, se eu chamar alguns caras pra me ajudar, eles vão direto pro chão.

— E quem seriam esses caras que você chamaria? - ele levantou uma sobrancelha.

— Por que quer saber?

— Sei lá, só curiosidade mesmo...

— Que horas são? - ele mudou o assunto e eu olhei o celular para responder

— 13:20

— 13:20? - ele se levantou pegou a mochila e saiu correndo.

— O que foi? - eu falei alto para que ele ouvisse.

— Estou atrasado! - depois disso ele ja tinha descido a arquibancada e estava saindo da quadra, eu me sentei de novo e fiquei esperando meu irmão, quando ele chegou fomos para casa juntos.

"P.O.V Rafael"

Eu saí correndo da escola e fui direto para o presídio, chegando lá pedi a um guarda para que pudesse falar com Isaac, tive que esperar um pouco até ele aparecer acompanhado por um guarda, quando se sentou na cadeira a minha frente pude ver seus cabelos platinados bagunçados, ele olhou para mim e perguntou.

— Você tá atrasado!

— Eu sei, desculpa.

— Agora a gente só tem 20 minutos.

— Eu sei! Eu vim correndo.

— Não adiantou nada chegou atrasado do mesmo jeito.

— A gente só tá perdendo tempo.

— Eu sei, você conseguiu acha-la?

— Sim.

— E como ela é?

— Ela não parece ter feito o que fez, na verdade ela parece não conseguir fazer mal a ninguém.

— Nenhum deles parece, sempre somos enganados, o tempo todo.

— Mas mesmo assim, só de saber que é ela, da vontade de...

— Ei! Eu sei, eu também teria, ela matou seu avô, na sua frente, mas você tem que se controlar, se não, tudo isso vai ser por nada

— Eu sei.

— Já conseguiu descobrir alguma coisa?

— Sim, eu já sei onde é a casa dela, ela tem um primo e uma tia, também tá ficando com um garoto e tem um outro que fica em cima dela o tempo todo.

— Nossa. - ele balançou a cabeça. - isso tudo em dois dias.

— Foi pura sorte, mas eu descobri que o cara que fica em cima dela queria estuprar ela no primeiro dia que eu fui naquela escola. - ele tava surpreso.

— E o que você fez?

— Eu salvei ela.

— Mas por que?

— Sei lá, não quero que seja desse jeito, ela tem que sentir que a culpa é minha.

— E o que você pretende fazer?

— Eu vou acabar com a vida dela assim como ela acabou com a minha, depois que ele morreu nós perdemos tudo, meu pai e eu tivemos que reconstruir tudo, ela vai ter que passar por isso também, assim como eu passei. - Isaac estava olhando com um pouco de medo.

— Ainda bem que eu não sou seu inimigo. - eu ri e falei.

— É por isso que você vai ter que me ajudar a fazer tudo isso.

— Já imaginava. - ele ficou falando como iríamos fazer tudo até o tempo acabar.

Me despedi e fui para casa, quando cheguei lá vi meu pai conversando com um cara que aparentava ter uns 20 anos ou mais, ele era bem alto, cabelos mais escuros que os da Alicia e não era muito corpulento, usava um moletom preto com uma calça jeans, quando me viu parou de falar, meu pai percebeu que eu estava ali e fez um sinal para que eu fosse para meu quarto, eu obedeci, mas na metade do caminho dei meia volta e fiquei ouvindo a conversa escondido para que não pudessem me ver.

— Seu filho?

— Sim, acabou de voltar da escola.

— Ele tem quantos anos?

— Dezessete, vai fazer dezoito por que?

— Eu tenho uma irmã um ano mais nova que ele, talvez eles se conheçam.

— Ah, eu lembro dela, falando nisso onde ela está?

— Pra você matar ela?

— Por que iria fazer isso?

— Eu sei que você tem assuntos inacabados e um deles é com a minha família. - O que? Mas porque meu pai deixou ele vivo até agora?

— Você é esperto, mas não vai conseguir esconde-la de mim para sempre.

— Talvez não possa, mas por enquanto você não vai conseguir chegar perto dela.

— Mas se não veio para entregar ela, por que veio aqui? - ele abriu um sorriso para meu pai.

— Fazer uma proposta.

— Que proposta?

— Eu preciso que você me faça um favor.

— E qual seria?

— Dentro do museu da cidade tem um quadro, ele vai ficar no museu por um mês e depois vai para outro, isso é o que dizem, mas na verdade ele está lá para cobrir um cofre, é nele que eu estou interessado.

— O que você quer que eu faça? Roube o que tem dentro do cofre?

— Não, quero que você consiga fazer eu me infiltrar no museu, eu posso até pedir para você fazer do seu jeito, mas se caso isso aconteça, virão atrás de você e talvez de mim, eu não quero eles no meu pé.

— Mas se infiltrar é fácil.

— Não se for nesse museu. - eles ficaram falando sobre o museu e eu desisti de ficar lá fui até meu quarto e fiquei mexendo no computador, pesquisei sobre Alicia nas redes sociais e só consegui confirmar cada vez mais que era ela, tudo se encaixava, menos ela, a personalidade dela, eu estava olhando as fotos da tia dela quando me deparei com uma que estava ela, mais três adultos, um casal que pareciam ser os pais da garotinha que estava no colo do outro homem, aquela foto devia ser algumas semanas antes deles morrerem, afinal eu a reconheci no primeiro momento que vi.

Parei de procurar mais provas e fui dormir, sonhei com aquela cena, em que meu avo levava um tiro, foi tão real no sonho como quando aconteceu, essa era a única parte que eu não entendia, como ela conseguiu atirar em alguém com apenas 6 anos?


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