A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 8
Capítulo 8




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/697059/chapter/8

Alguns dias depois Charles foi procurar por Esme no hospital, pois sabe que é lá que ela se esconde dele. Ele perguntou para a recepcionista e ela respondeu que a paciente havia recebido alta há uma semana. Charles fica furioso e sai bufando.

— Obrigado – ele responde entre os dentes trincados.

“Droga! Para onde é que a vagabunda da Esme foi agora? Eu passei da conta e ela fugiu, só pode ser isso. Ela cansou de apanhar e foi embora. Mas eu vou procurá-la. Isso não vai ficar assim. Vou caçá-la até no inferno. Será que ela morreu? Não, a enfermeira disse que ela teve alta; então ela estava bem quando saiu do hospital. Será que ela teve coragem de se suicidar? Não creio, ela era tão covarde para acabar com a própria vida que não faria isso antes de tentar uma alternativa: fugir. Era capaz de eu acabar matando ela e não ela mesma se matar.”

{Mas ela vai acabar tendo coragem suficiente devido a morte inesperada de seu filho meses depois.}

Ele vai caminhando até a delegacia onde ele trabalha. Odeia ter de trabalhar sobretudo ao lado destes dois imprestáveis que são o Earnest e o Ângelo. Ah mas o Earnest ainda vai lhe pagar pelo que ele lhe fez! Ah vai! Só espero o momento certo e ele vai ver a sua vingança.

Não dizem que a vingança é um prato que se come frio? Então vai ser bem planejado o seu golpe. Vai ser fatal e ele nem vai desconfiar que foi uma represália por ter segurado Charles aquele dia há quase dois anos.

— Boa tarde Charles – ele cumprimenta o chefe sem desconfiar de nada.

— Boa tarde Earnest – responde sarcasticamente. – Minha mulher fugiu do hospital e isso é bom? - Ele é tão ingênuo, honesto como o nome dele. Bem adequado. Ele é tão sem malícia... não enxerga o perigo na frente de seus olhos.

Mas, deixe estar, Charles vai se aproveitar exatamente disso. Ele confia tão cegamente no chefe que não imagina que ele pudesse traí-lo. Na mente dele ele seria incapaz de um ato tão mesquinho e sórdido. De tamanha vilania. As pessoas boas tem esse mal, na maioria, elas pensam que todo mundo é como elas. Não veem a maldade alheia. Ou não querem ver a maldade humana. Preferem acreditar que a humanidade tem uma bondade inerente, "O homem é bom.", como disse aquele tal filósofo, Rosseau.

— Não, claro que não. Eu disse isso porque espero que seu dia seja melhor. Mas você deve ter feito algo para ela fugir... Isso é uma decisão extrema. Conhecendo o que você fazia com ela, não me admira que ela tenha fugido... Ela não foi embora antes quando você a agrediu, porque ela foi agora?

Ele está cavando a própria cova. Cada palavra que ele diz excita ainda mais a ira de Charles contra ele.

— Mas ela foi! - muda de assunto. - Onde está aquele janota do Ângelo? Ele já chegou, pra variar?

— Não. Ele chega sempre atrasado porque tem de levar o irmão na escola.

‘Esse é o problema de ter subordinados jovens. Ele mal saiu das fraldas.’

— Cheguei, chefe – grita Ângelo aparecendo no escritório. – Desculpe o atraso.

‘Se eu pudesse tinha demitido ele. Mas ele é estagiário e primo do delegado.’

...XXX...

 

Alguns meses se passaram e a barriga de Esme está ficando aparente. Logo ela não vai poder esconder a gravidez dos primos. Eles vão ter de saber da historia que ela inventou. Ela não queria precisar mentir, mas parece que vai ser necessário dizer que o marido morreu  logo depois que voltou da guerra e ela se tornou viúva e algum tempo depois descobriu que estava grávida.

...XXX...

 

O tempo passou, mas Charles não desistiu de encontrar Esme. Ele é persistente e não desiste de encontrar sua esposa, ele a quer de volta. Quando quer uma coisa ele é teimoso e não desiste. Mimado quando criança ele nunca teve algo negado por seus pais que sempre lhe faziam as vontades. Agora adulto ele não sabe lidar com uma negativa. Ele está investigando e procurando nas casas de todos os parentes dela...

Só falta a casa dos primos dela em Milwaukee. Decide pessoalmente ir até lá, pois é o último lugar e provavelmente ela deve estar escondida lá. Por ser um pouco distante de Columbus ele vai buscá-la para trazê-la, nem que seja arrastada para que ela não fuja de novo.

...XXX...

 

Junho de 1921

Certo dia Esme estava lendo no jardim quando de longe avistou Charles. “Droga! Como foi que ele me descobriu aqui?” Ela corre para dentro de casa pelos fundos pega suas poucas coisas e sai antes que ele chegue sem ninguém perceber nada, por sorte não tinha ninguém em casa para impedi-la de sair. nem para ajudá-la se ela demorasse mais um pouco sabe que não teria nenhuma chance.

Esme corre para a estação ferroviária e compra uma passagem para Ashland, Oregon. Ela não tem ideia de como é esse lugar, jamais esteve tão longe de casa. É claro que quando mais nova desejava ir para o Oeste e ser professora. Bom, vai ser bom ir para um lugar desconhecido e não poder ser encontrada, isso é bom para a segurança de seu bebê.

Lá ela vai poder finalmente realizar seu sonho de juventude e lecionar enquanto aguarda a chegada do filho. Cada vez mais ela fica mais certa de que terá um menino. Sua barriga tem um formato diferente de quando estava grávida de Angeline. Ela é mais robusta, mais proeminente, não tãao delicada como de uma gestação de uma menina.

Esme sente uma contração e suspira baixinho afagando a barriga. ‘Você vai ficar bem meu filho. Nós dois vamos ficar bem, longe de seu pai. Eu sei que não devia privar seu direito de conhecer seu pai, mas ele é que não merece conhecer você, meu filho. Talvez ele sequer deixasse você ter o direito de viver. E é para assegurar esse seu direito que eu vou tê-lo bem longe dele.’

Ela desembarca em Ashland e torna-se professora da pequena escola do vilarejo.

...XXX...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!