A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 5
Capítulo 5




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Setembro de 1919

Alguns dias depois do nascimento de Angeline, Esme recebe alta do hospital e pode voltar para casa. Charles não veio visitá-la nenhum dia. Será que ele foi preso por ter atentado contra sua vida e de sua filha? Improvável, mas poderia ser verdade.

Quando chega em casa Charles está deitado no sofá dormindo ao lado de garrafas de cerveja vazias. Oh! Exclama Esme internamente, ele voltou a beber. Procura não fazer nenhum barulho que possa acordá-lo, sabe que ele fica bravo quando o despertam.

— Esme – diz Charles.

— Estou aqui – Esme se ajoelha ao lado do marido e segura sua mão.

Ela percebe que ele está sonhando, tenta, mas não consegue soltar a mão devido a força com que Charles a aperta. Ela está quase chorando por causa da pressão que ele faz, e de repente ele solta sua mão.

Esme levanta correndo e vai até a pia onde abre a torneira e deixa a água escorrer na sua mão. Ela sente a dor do sangue latejando onde antes estava comprimido. Ela revira os olhos e suspira. Não há o que fazer a não ser apenas esperar. O fluxo de sangue vai se estabilizar e voltar ao normal.

— Esme, volte aqui – grita Charles.

Esme não lhe dá atenção, ele deve estar ainda dormindo. De repente ela leva um susto ao sentir mãos agarrarem sua cintura. Uma delas tapa sua boca antes que ela grite de pavor:

— Shhhhhhhhhhh... fica quietinha – diz Charles.

Ele a leva para o quarto, no andar de cima, tranca a porta e força ela a se deitar com ele.

— Charles... você não quer nem saber como está a nossa filha? - procura distrair o marido e adiar o mais possível o inevitável.

— Meus colegas me disseram algo, mas eu não prestei atenção... Mas uma filha? Você me deu uma filha, Esme?

— Sim, nossa princesa. Ela é tão linda como um anjo - diz radiante de orgulho.

— Ela é uma bastarda, como a mãe. Preferia que tivesse morrido - as palavras de Charles jogam um balde água fria no entusiasmo dela.

— Não fale assim, Charles - Esme diz entristecida. Como ele pode falar assim da própria filha? Não é possível. Como ele pode? Ele não deveria.

— Onde ela está? - pergunta Charles nervoso.

Esme não quer que o marido se exalte, pois sabe que será pior para ela; mas debalde, ele já se irritou. Ela não sabia que ele iria receber assim a notícia. Ela não sabia o quanto ele queria um menino.

— Ela precisa ficar alguns dias no hospital. Ela nasceu prematura por sua causa. Ela deveria nascer apenas mês que vem.

— Não importa. Eu quero um filho homem e é isso que vamos ter – ele enfia para dentro de sua esposa.

Ela grita:

— Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii Charles! Por favor, eu ainda estou me recuperando. Não estou pronta para ter outro filho.

— Mas eu estou. Estou esperando você há dias.

— Ainda bem que eu fiquei alguns dias no hospital me recuperando do parto... - ela pensa alto e se arrepende.

Charles lhe dá um tapa no rosto:

— Não devia ter me feito esperar, sua vagabunda.

— Charles, pare, por favor. Daqui mais alguns dias a gente tenta ter um menino. Hoje não vai adiantar. Eu não posso ter um bebê porque acabei de ter um. As coisas não funcionam assim como você quer. A natureza tem suas próprias regras.

Não adianta explicar, ele não entende porque não quer entender. Tudo tem de ser quando ele quer. Charles deve ter sodo uma criança muito mimada pelos pais e não sabe esperar ou ouvir um não.

Charles lhe esbofeteia novamente:

— Dane-se a natureza! Não interessa, não vou esperar, eu quero e vou ter você agora! – Ele enfia ainda mais forte e empurra com toda a sua força para dentro dela que desmaia tamanha dor.

...XXX...


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