I Need Your Love escrita por Lady C


Capítulo 2
Capítulo 1 - A separação


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui estou com mais um capítulo. Boa leitura! ♥



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30 Outubro de 2002 - 08:30.

— Mamãe, porque você está chorando? — Rachel perguntou à sua mãe. Olhando-a com a cabeça inclinada.

— Nada, meu amor. A mamãe só quer conversar com você. Tudo bem?

— Sim...

— Seu pai e eu vamos ficar separados por um tempo.

— Por que, mamãe? Eu não quero que isso aconteça!

— Meu amor, as coisas não são como nós queremos. Escuta, nós teremos que passar um tempo na casa da tia Isabel.

— Quanto tempo, mamãe?

— Um pouquinho só.

Alguns homens começaram a entrar e levar os móveis que estavam na residência em que elas moravam. Rachel não tinha irmãos e morava com a mãe e seu pai. Porém não o encontrou entre aqueles homens. Eles empacotaram tudo e levaram em direção a um caminhão.

— Mamãe, pra onde estão levando nossos móveis?

— Para limpar, meu amor. Agora nós temos que ir para a casa da tia, ok? Eu já arrumei suas coisas e está na hora de ir.

A garotinha não estava entendendo nada do que acontecia. Por que ela estava indo embora? E porque os móveis iriam juntos? Olhou para a mãe com o olhar perturbado, mas pediu-lhe uma última coisa antes de irem.

— Eu posso falar com o Finnie antes de ir?

— Pode, mas seja rápida, ok?

— Sim!

Ela falou e correu até a casa de seu primo que eram poucas casas depois da sua. Uma casa azul com um muro baixinho e um lindo jardim na frente. Chamou o nome do garoto, mas não houve resposta. Esforçou-se em ficar na ponta dos pés para poder tocar a campainha, porém, mais uma vez, ninguém respondeu.

Depois de mais algumas tentativas ouviu sua mãe lhe chamar para irem e caminhou até ela.

— Eles não estão em casa, mamãe, mas tudo bem, eu voltarei logo para vê-lo, não é?

Sua mãe a olhou com os olhos mais tristes que se poderiam enxergar. Sentia pela decepção que a filha passaria, mas ela apenas procurava um jeito de fazer com o quê aquilo doesse menos. Só queria o bem de sua filha. Ela tinha apenas seis anos, não podia realmente gostar de um garoto. Logo passaria.

Resumiu-se em balançar a cabeça positivamente e abrir a porta do carro para a menina entrar. Olhou para trás e deu um último suspiro. Aquilo nunca mais a atormentaria novamente. Não mais. Ela não deixaria sua filha crescer num lugar que esconde tantas traições e imundícies.

Seria melhor para todos.

30 Outubro de 2002 - 16:30.

Finn correu até a casa amarela de muro alto e sem nenhum jardim na frente e gritou por Rachel. A casa não tinha campainha, então bateu na porta. Primeiro devagar, mas com o insistente silêncio, passou a aumentar o ritmo e a intensidade das batidas. Até que o avô da menina, que morava na casa ao lado, saiu para ver o que era.

— Erick, cadê a Rach?

— Ela foi embora, meu filho. Hoje pela manhã. Ela e a mãe dela foram para a cidade. Morarão lá daqui em diante.

— Não é verdade. Ela não me contou nada.

— Ora, eu não ficarei ouvindo um moleque me chamando de mentiroso. Quantos anos você tem, rapaz? Seis?

— Tenho sete. — Ele respondeu ajeitando a postura.

— Então, acho que você já deve entender como as coisas funcionam. Eu vou te falar mais uma vez. Nem tudo é como nós queremos. Eu também não queria ver minha neta ir embora, mas não tive o que fazer. — Suspirou pesado e cansado. — Agora deixa de fazer barulho e vai para sua casa. Rachel foi embora, quem sabe um dia vocês se encontram.

Os olhos do pequeno foram atingidos, por dentro, por um líquido salgado e incolor. Pouco desse líquido escorreu por seu rosto infantil e caiu em seus lábios. Ele usou as mangas da camisa para enxugar aquelas lágrimas teimosas e correu para sua casa.

— Filho, o que acon... — O garoto correu como um relâmpago para seu quarto. Entrando e fechando a porta em seguida. Deixando sua mãe sem entender o que se passava.

Jogou-se na cama e sentou-se virado para a janela. Uma chuva fraca começou a cair e ele acompanhava com os olhos toda aquela melancolia. Observou pela esquadria a casa assombrada que eles sempre tiveram medo de entrar; o mercado onde gastavam toda a mesada em guloseimas; o pátio onde brincavam por horas dos mais variados tipos de brincadeira e então ele olhou em volta.

Olhou seu quarto e lembrou-se do tímido estalinho que sua prima lhe deu para que ele ficasse curado. Eles não sabiam, mas o mal de que ambos sofriam não era doença alguma. Muito menos poderia ser considerado um mal. Era amor. Amor puro. Em sua melhor forma. Amor de criança, que é o mais verdadeiro.

Finn sentiria falta de Rachel, como sentira falta de seu cobertor em um dia de frio.


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Notas finais do capítulo

Beijos ♥



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