Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 38
Capítulo Trinta e Oito


Notas iniciais do capítulo

Quem aí estava louco(a) pra saber tudo o que vem por aí?
Chega de delongas. Pega uma pipoquinha e senta aqui comigo ♥



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Já era final de tarde da sexta-feira quando Natalie chegou ao apartamento depois da reunião de grupo da faculdade. Havia passado o dia discutindo o escopo do programa ao vivo que deveriam produzir na próxima semana, e Aaron já havia lhe enviado o contato da equipe de Kiera Pack ainda de manhã, o que a havia deixado bem animada. O grupo até já havia entrado em contato para adiantar o procedimento assim que definiram o nome e a ideologia do programa.

Ao arrancar os Vans com os próprios pés, viu Anna chegar pelo corredor vestida com um roupão rosa-bebê, a maquiagem começada e metade do cabelo preso completamente molhado.

— Miga, me empresta seu batom nude? Não sei onde enfiei o meu! - ela soltou.

— Oi pra você também! - Natalie respondeu risonha. Olhou a amiga de cima abaixo. - Vem cá... Desde que horas você tá se arrumando?

— Comecei há uma hora, quando fiz esfoliação enquanto pintava as unhas das mãos e dos pés. - Anna falou como se fosse algo corriqueiro.

— Nossa, e pra que tudo isso? - a garota de sardas debochou enquanto se jogava no sofá próximo da janela, deitando-se nele. Aconchegou as duas mãos entre os joelhos.

— O jantar na casa do Hans? - Anna respondeu retoricamente, usando um tom levemente irritado por Natalie ter esquecido.

— Ah, é hoje, verdade... - Natalie bocejou. - Pode pegar lá na minha caixa de maquiagem. Só não perca e o traga inteiro, por favor.

Anna assentiu. Já havia dado meia-volta para ir em direção do quarto novamente, quando parou o movimento do pé para olhar para Natalie.

— Tem certeza que você não quer ir?

— Você está realmente me perguntando isso de novo? - a castanha levantou as sobrancelhas.

— Não sei, vai que você mudou de ideia. - Anna balançou os ombros inocentemente.

— Você já me perguntou cinco vezes ontem. E eu disse não em todas elas.

A morena bufou, arrancando um sorrisinho irritante da amiga. Resolveu mudar um pouco o foco da conversa.

— Acho bom o jantar no apartamento do Aaron terminar em sexo pra você se recusar a ir comigo.

— Aaaai, começou! - Natalie rolou os olhos, tampando o rosto com uma almofada. Depois se levantou, passando pela morena. - Vou te ignorar e ir para o meu banho de banheira, com licença.

Anna gargalhou da própria brincadeira antes de ouvir o som abafado do toque de seu celular ecoar. Correu para o quarto e pegou o aparelho que estava jogado sobre a cama. Quando viu a foto de Luke no visor, deslizou o polegar, atendendo a chamada:

— Heyy! - sua voz era animada.

Hey, babe! — sorriu ao ouvir Luke chamá-la daquela maneira pela primeira vez.

— Como andam os preparativos para o jantar? - ela perguntou enquanto saía do próprio quarto para se direcionar ao de Natalie. Foi direto na caixa de maquiagem que a amiga guardava no armário.

Divertido! Fazia tempo que não inventávamos de cozinh... Não, Tom, são duas colheres de chá, não de sopa! Geeez! — Anna riu sem nenhum pudor. Assim que encontrou o batom que precisava, voltou para seu quarto.

— Cara, tô começando a me arrepender de ter aceitado ir nesse jantar! - ela brincou, arrancando risadas do rapaz. - Que tal pedirmos uma pizza?

Você vai gostar, eu prometo!

— Eu sinceramente espero o mesmo! - olhou-se no espelho. - Vem cá, aconteceu alguma coisa?

Mais ou menos! Como você pôde perceber, sou eu quem dita as instruções na cozinha...— Anna riu enquanto passava o batom. - E como o H é um folgado do caralho... Que é?! Você é sim!— precisou parar de usar o batom porque gargalhou ao ouvir a discussão dos garotos. - Enfim, como o H resolveu não ajudar, ele é quem vai te buscar, tudo bem?

— Sem problemas! - a morena esfregou os lábios para espalhar melhor o batom.

Perfeito! Ele passará aí umas sete e meia!

— Sete e meia?! - Anna olhou o relógio desesperada.

Anna, ainda são seis! — Luke riu divertidamente.

— Meu Deus, nos falamos depois! Preciso terminar de me arrumar!

 

**

 

Quando o interfone tocou, Anna saiu avoada de seu quarto e ouviu a música alta vindo do quarto de Natalie, que estava de porta fechada.

— Oi, Hunter. - ela tentou fazer um tom inocente e sem culpa ao atender o interfone. - Será que você pode dar uma subidinha? - ela fechou os olhos, já esperando o xingamento do castanho.

Fucking hell, Anna! Você ainda não tá pronta?! — segurou o riso ao ouvir o sotaque britânico de Hunter.

— Eu disse ao Luke que uma hora e meia não seria o suficiente! - ela tentou se explicar. - Juro que já estou acabando.

Ugh, que seja... — ele reclamou. - Abre aqui.

— Tá ok. - a morena apertou o botão que destrancava a porta de entrada do prédio. - Vou deixar a porta destrancada! Pode ficar à vontade. Não vou fazer social pra te receber, senão é mais tempo perdido.

— Ok.

 

**

 

Hunter girou a maçaneta e entrou no apartamento. Se jogou no sofá próximo a sacada sem nenhuma cerimônia e puxou o celular do bolso apertado de sua calça skinny. Abriu a conversa com Luke para enviar uma mensagem:

Vamos demorar um pouco mais do que o planejado. Parece que a sua namoradinha ainda não está pronta.

Sorriu debochadamente ao enviar a mensagem. Adorava provocar Luke dizendo que Anna era namorada dele. Nem estava incomodado por ter que esperá-la. Estava com tanta fome que ver os amigos fazendo o jantar já estava ficando torturante demais. Buscar Anna era uma boa maneira de sair de lá.

Depois que enviou a mensagem, prestou atenção no som alto e abafado da voz de Ellijah Scott cantando "You Need Me, I Don't Need You". Sorriu sem nem perceber. Sabia que a única pessoa que escutaria uma música antiga de Ellijah naquele apartamento era Natalie.

Começou a bater o pé no mesmo ritmo da música distraidamente enquanto brincava com o celular em suas mãos.

Olhou para o corredor e pensou na vontade súbita que tinha de seguir direto até a porta do quarto de Natalie. Mas conteve-se, jogando toda a pressão daquele desejo reprimido para a mandíbula.

Sentiu a espinha se enrijecer quando ouviu o barulho de uma porta se destrancar. Tinha certeza que era a do quarto da castanha, pois a música deixou de ficar abafada e ecoou pelo corredor.

You need me, but I don't need you. You need me, but I don't need you! — ouviu a voz surpreendentemente afinada de Natalie se aproximar da sala.

Não conseguiu sequer desviar os olhos verde-claros, ansiando para vê-la.

Natalie apareceu descalça, trajando um vestido vermelho com pequenas flores brancas que ia até a altura do joelho, movimentando o corpo no ritmo da batida da música distraidamente.

Hunter deu um sorriso de canto apenas com os lábios, observando a garota. Ela estava linda.

Ela deu um pulo quando percebeu que estava sendo observada. Sua expressão mudou no mesmo instante, ficando tensa. Deu um passo para frente, depois para trás em uma dança indecisa, como se não soubesse mais o que havia ido fazer ali. Não conseguiu deixar de encará-lo... Os braços apoiados sobre os joelhos, as mãos unidas segundando o iPhone... A calça skinny preta, o tênis escuro... A camisa creme com alguns detalhes da mesma cor tão perfeitamente vestida em seu corpo, os quatro primeiros botões abertos, mostrando algumas partes da tatuagem de pássaro, a corrente com a cruz pendendo em sua pele... Estava lindo.

— Hey. - ele cumprimentou baixo, olhando-a atenciosamente. - Não sabia que cantava.

— E... E não canto. - a castanha levantou apenas um ombro, girando o tronco levemente contra ele. - Tudo bem? - continuava tensa.

— Tudo. - Hunter engoliu a saliva, e Natalie pôde ver o pomo de Adão dele subir e descer. - Está pronta?

— Pronta? - o olhou confusa. Depois entendeu que ele achava que ela também iria ao jantar. - E-eu não vou.

Hunter tensionou a mandíbula mais uma vez e limpou a garganta, incomodado com a resposta dela. A linha de expressão já estava renascendo no meio de suas sobrancelhas.

— Então...?

Natalie abriu a boca fazendo menção de respondê-lo, mas não conseguiu. Ficou com medo de gaguejar. No mesmo instante, a campainha tocou, tirando-a daquele torpor e deixando-a ainda mais tensa, pois sabia quem estava do outro lado da porta. E algo dizia que Hunter também sabia.

Foi para a porta como se estivesse indo enfrentar o diabo. Passou as mãos suadas pelo vestido, e antes que pudesse sair correndo e se jogar da janela, respirou fundo e a abriu.

Aaron estava parado ali. Levantou a mão, revelando um delicado buquê de flores, o que arrancou um sorriso surpreso de Natalie. (GIF)

— A-Aaron! - ela exclamou realmente admirada. - Nossa, obrigada! Você-Você chegou cedo.

O pescoço de Hunter estava virado na direção deles. Ao ver Natalie pegar o buquê, apertou o iPhone com força.

— Desculpa, acabei ficando ansioso. - Aaron riu, confessando. Natalie forçou uma risadinha. Estava completamente nervosa.

Ela ficou segurando a porta, fitando Aaron, que escondeu as mãos nos bolsos. Depois do que pareceu alguns segundos, se tocou de que ainda o estava encarando.

— Meu Deus, desculpa! Entra. - abriu mais a porta e se afastou para dar passagem ao rapaz.

Hunter sentiu que seu coração batia tão rápido de raiva, que dava a impressão que ele simplesmente havia parado de bater. Não sabia se sentia ódio por Aaron estar ali, por Natalie dizer que não ia ao jantar porque provavelmente sairia com Aaron, ou se porque ele mesmo não deveria estar se sentindo incomodado com aquilo. Mas se sentia.

Assim que Aaron entrou, seus olhos fuzilaram os de Hunter.

— Parece que é cada vez mais comum ver você por aqui, não é, Hunter? - ele comentou com um sorrisinho minimamente irônico.

— Pois é, então é melhor você ir se acostumando. - Hunter respondeu ainda mais irônico, copiando o sorrisinho de Aaron, que logo fechou a cara.

— É-é... - Natalie tentou intervir para quebrar a tensão que se formava entre os olhares deles, mas não sabia nem o que falar. - Eu preciso terminar de me arrumar... Você... - ela viu Aaron se sentar no sofá de frente para Hunter e sentiu seus ombros quase se desprenderem do corpo. - Você vai ficar bem aqui, Aaron?

— E por que não ficaria, Nats? - ele se ajeitou, sem nem olhar para ela. Fez questão de frisar o apelido dela, o que fez Hunter estreitar os olhos.

— É, por que não ficaria? - o castanho replicou para Natalie, encarando Aaron.

Os olhos cor de mel da garota passaram por Hunter e Aaron várias vezes seguidas. Respirou fundo e se retirou dali. Em sua mente só um mantra: "Por favor, não se matem. Por favor não se matem."

 

**

 

Hunter mediu Aaron, que estava sentado logo à sua frente, dos pés a cabeça. Desde os cabelos cuidadosamente bagunçados e arrepiados até os tênis escuros. Foi inevitável não estreitar os olhos verde-claros.

Aaron fez o mesmo, escaneando, inclusive, a pele tatuada do castanho.

— E então? O que você tá fazendo aqui, afinal? – ele cortou o silêncio com uma pergunta direta.

— Não é da sua conta. – Hunter respondeu com a famosa expressão blasé que só ele sabia fazer.

Aaron soltou uma risada baixa e anasalada enquanto levantava a cabeça e o encarava por cima.

— Não entendo como as garotas ainda se sentem atraídas por você. – Aaron provocou, franzindo a testa.

— É porque você nunca transou comigo. – Hunter lhe lançou um olhar cínico, sorrindo com os olhos.

— Não acha que está contando vantagem demais? – Aaron se espreguiçou no sofá, jogando os braços para trás e os apoiando no encosto. Mostrava-se completamente à vontade. – Quer dizer... Sou eu quem está levando a Nats pra sair. – frisou o apelido de Natalie de novo, fazendo o sangue de Hunter ferver. Saiu da posição que estava e inclinou o corpo na direção do castanho. – Hm, você está com ciúmes. – Aaron afirmou, encarando a carranca de Hunter sem nenhum receio.

O cantor mordeu a parte interna dos lábios para conter a vontade de acertar um soco na cara de Aaron. (GIF)

— Ciúmes? De você? – ele soltou uma risada de escárnio com todo o ar dos pulmões, como se risse de algo do qual não pudesse.

— Sim, porque você realmente achou que conseguiria alguma coisa com ela. Algo se passou dentro dessa sua cabecinha egocêntrica que você seria o cara certo pra Natalie. – Aaron afirmou com destreza. – Ela não é pra você.

— Me deixa ver se eu entendi. – dessa vez foi Hunter quem inclinou o corpo para a frente. – E você acha que você é o cara certo pra ela? – ele apontou para Aaron enquanto segurava o riso. – Que piada.

— Bom... – Aaron respirou fundo, mostrando calma e serenidade propositalmente. – É comigo com quem a Natalie vai sair. Acho que já dá pra saber quem ela acha que é o cara certo, não é? – viu Hunter prender a respiração e estreitar os olhos. – Aliás... Ela te contou que vai jantar comigo no meu apartamento?

Algo havia parado. Era o oxigênio em seu cérebro? Talvez o coração tivesse sucumbido? Hunter não sabia. Havia ficado cego e sentiu seus ouvidos tamparem como se ele estivesse debaixo d’água. Levantou-se de uma única vez, assustando Aaron.

Sentiu vontade de avançar no rapaz, mas graças a alguma força superior, a imagem de Steve veio em sua cabeça. Não sabia do que o empresário seria capaz se Hunter cometesse mais algum deslize que provocasse uma imagem negativa para a banda. Fechou os punhos e respirou fundo enquanto sentiu os olhos verde-escuros de Aaron sobre ele.

— Vou ao banheiro. Você chega a me dar indisposição. – Hunter soltou a frase como se fosse apenas ar e contornou o sofá no qual Aaron estava sentado.

Mas ele não foi ao banheiro. Seguiu direto até o fim do corredor. Estava com tanta raiva que já não pensava mais no que estava fazendo. Sem nem bater, girou a maçaneta do quarto e abriu a porta. Fechou-a atrás de si, trancando-a logo em seguida. Viu Natalie terminando de colocar o brinco na orelha na frente do espelho. Quando a garota o viu entrar através do reflexo, virou-se em um pulo.

Ela usava vestido vermelho com estampa pequenas flores brancas, ela usava um cinto marrom, meias-finas pretas e um par de ankle-boots; além de uma jaquetinha jeans com as mangas dobradas. Os cabelos estavam levemente ondulados e jogados para o lado. (LINK FOTO)

— Tá maluco?! – ela quase gritou, abaixando o som do speaker. – Como você entra no meu quarto assim? E se eu estivesse pelada, garoto?

— Não seria algo com o qual eu já não estivesse acostumado. – ele respondeu acidamente.

— Seu grosso. – Natalie o olhou, incrédula. Andou até ele pisando forte. – Posso saber o que diabos você tá fazendo aqui no meu quarto?

— Não sei como consegue ficar perto daquele seu amiguinho escroto. – Hunter torceu o rosto como se cuspisse aquelas palavras. – Quero saber qual é o seu problema. – ele quem se aproximou dessa vez, fazendo Natalie dar alguns passinhos para trás. O cenho dele estava fechado e ele parecia muito irritado.

— Do que você tá falando, pirou? – quando percebeu, já estava encostada no metal dos pés da cama com Hunter a encurralando.

— Esse cara é um idiota, Natalie. – ele fechou a mão, apontando para a porta com o polegar.

— Vamos mesmo falar sobre caras idiotas, Hunter? – ela fechou o cenho. – Você não invadiu o meu quarto pra vir falar merda do Aaron, não é?

Ele respirou fundo e abaixou a cabeça, tampando o rosto com ambas as mãos. O movimento fez com que seus cabelos caíssem em sua face e ele deslizasse a mão pela testa para jogá-los para trás.

— Por que você complica tanto? – franziu a testa, juntando as sobrancelhas. Aquela expressão mostrava o quanto ele estava emburrado.

— Essa conversa não tá fazendo o menor sentido. – Natalie balançou a cabeça negativamente, olhando-o sem entender nada.

— Você não tem que sair com ele. Vamos ao jantar do Hans. – as palavras saíram mais como um pedido do que como uma ordem.

Whoa. – a castanha forçou um sorriso. – Eu não tenho que sair com ele, você tem razão. Eu quero sair, é completamente diferente.

A frustração tomou conta das feições dele em menos de segundos ao ouvir a resposta de Natalie. Como ela poderia rejeitá-lo inúmeras vezes mesmo quando ele tentava ser gentil?

— Aposto que você não pensou duas vezes quando ele a chamou para ir ao apartamento dele, não é? – ele soltou. Natalie o olhou estupefata e tentou sair de perto de Hunter, mas este colocou o braço sobre os pés de metal da cama, bloqueando a passagem dela. – Por que você é diferente comigo?

Natalie levantou o rosto e deu de encontro com um par de esmeraldas lhe encarando. O brilho estava um pouco diferente do que ela estava acostumada. Parecia um pouco... Fosco? Hunter a olhava de uma maneira um tanto quanto dolorida, como se procurasse respostas no mel dos olhos dela.

— Eu não tenho que te responder isso. – a garota de sardas disse quase em um sussurro.

Ficou bravo com a falta de explicação. No mesmo instante a segurou pelo pulso, puxando-a para mais perto.

Por quê?!

— Me solta. – Natalie respondeu séria, aproximando o rosto do dele.

— Me responde. – Hunter falou entredentes, arregalando os olhos verde-claros para ela.

A castanha puxou o próprio braço com força, desvencilhando-se da mão do rapaz com certa agilidade. Olhou-o de cima abaixo com a feição contorcida.

— Preciso mesmo responder? Você é um grosso.

— Esse cara só quer foder, Natalie. – Hunter estava irritado e falou a primeira coisa que veio à cabeça duramente.

A boca da castanha se entreabriu. Não acreditava no que havia acabado de escutar. Soltou uma pequena risada junto com o ar que lhe escapava dos pulmões.

— E se eu também quiser, Hunter? – ela viu os olhos dele se arregalarem. Era ele quem estava incrédulo dessa vez. – Qual o espanto? – Natalie estreitou os olhos, deixando um sorriso cínico nascer em seus lábios. - Só você pode?

— Você tá blefando. – respondeu como se ele mesmo estivesse fazendo um grande esforço para acreditar nas próprias palavras.

— Quem sabe? Isso não lhe diz respeito.

Fixou seus olhos no mel da garota, tentando encontrar qualquer sinal de mentira ou qualquer outra coisa que o confortasse diante da declaração dela. Irritou-se ainda mais quando viu que o sorriso cínico não havia abandonado o rosto dela.

— Dá o fora daqui, Hunter. (GIF)

Ele torceu o rosto, sentindo o ódio lhe dominar mais uma vez.

— Quer saber? Foda-se.

Virou-se e destrancou a fechadura com agilidade. Bateu a porta com tanta força na hora em que saiu que Natalie pensou que ela fosse se partir, fazendo-a dar um pulinho.

Hunter passou como um foguete por trás do sofá onde Aaron estava sentado, fazendo-o girar o pescoço rapidamente para acompanhá-lo sem entender nada.

— ANNA! – Hunter gritou com raiva. – TE ESPERO LÁ EMBAIXO!

Quando Anna saiu correndo de seu quarto para ver o que acontecia, a única coisa que conseguiu ver foi a porta de entrada sendo batida com tanta força que fez a mesa de vidro tremer.


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Notas finais do capítulo

B A R R A C O.



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