Freaks escrita por Lua Chan


Capítulo 9
Nove




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POV do Darren

Estava em uma das viaturas policiais, antes estacionadas fora do pequeno hotel. O Sr. Crepsley fora colocado em outra -acho que temiam por sermos vampiros. Ou talvez achassem que juntos seríamos mais fortes, o que de fato aconteceria. 

Fiquei envergonhado por ter que me render na frente de todos os meus amigos, que provavelmente não tinham ideia do que estivesse acontecendo e por me sentir culpado. Mal pude olhar para o alfa do bando, o Scott, mas seus olhos me seguiam, pude sentir. Durante todo o trajeto fiquei me perguntando o que os 4 príncipes pensariam de mim, se visse um de seus representantes -eu- e um velho general -Crepsley- sendo carregados pelas "carruagens de ferro" dos humanos. Seria incrivelmente humilhante.

–Chegamos, Shan. -Jordan Parrish se pronunciou pela primeira vez. Ele parecia ser um cara legal, se não fosse pelo fato de estar do lado dos policiais. Enquanto ele me trazia para a delegacia, John Stilinski fazia o mesmo com meu tutor. Para "garantir a segurança do meu amigo", como o xerife dissera, Evra ficou com os lobisomens. Tenho certeza que deve se sentir mal por nós, mas tinha que ser assim.

–Senhor Shan. -Stilinski me chamou, enquanto algemava o homem das cicatrizes -Quero lhe fazer algumas perguntas, antes de qualquer coisa. Vai ter que cooperar comigo.

–Isso é algum tipo de julgamento? -Perguntei, um pouco confuso -Não deveríamos estar num tribunal?

–Não, não é um julgamento. Ainda não. -Tocou no meu ombro, como se tivesse me dando um conselho amigo -Se for bonzinho com a gente, talvez possamos te deixar numa cela maior.

–Ainda estão considerando em nos prender?! 

O não tão velho xerife ia responder minha pergunta, quando então fora interrompido por seu assistente, Parrish.

–Darren Shan. -Chamou -Hora do interrogatório.

Passei lentamente pelos corredores do local e tive uma sensação de de já vù. Não sei por que, mas sinto que algo bom está prestes a acontecer. Tive uma pontada de esperança, o que deve ser ótimo pra nós.

Finalmente chegamos ao interrogatório. Era uma cela minúscula, com apenas duas janelas, que deixavam passar livremente os raios de sol. Fiquei preocupado com Crepsley. O sol é fatal para os vampiros completos. Se expostos a aproximadamente umas 12 horas, podem morrer. Pelo menos, eu ainda sou um meio vampiro. Podia agir como se fosse um humano, quanto a isso. Não era um problema para mim.

Lembrei de Vancha, nesse momento. Ele tinha a pele avermelhada por causa da sua luta com o grande glóbulo de luz. Dizia pra mim que gostava de enfrentar o sol para se sentir mais forte e resistente a outros males. Eu apenas o chamava de maluco.

–Darren, ouvimos nos noticiários que você, Larten e mais dois indivíduos estiveram envolvidos nos acontecimentos de uma cidade pouco distante de Beacon Hills. Isso é verdade? -Pensei em mentir ou omitir algumas coisas, mas isso não parecia ser bom. Gostaria de ganhar a confiança do pessoal da cidade. Não acredito que só por causa disso seríamos considerados inimigos. Não posso permitir que isso aconteça.

–Sim, é verdade. -Respondi sem muita expressão facial.

–Bom. -Jordan segurava um caderno de anotações que nem os dos cientistas forenses nos programas de Tv. Anotava cada informação obtida, como se fosse precisar delas depois de um tempo -O que aconteceu por lá? Você gostaria de acrescentar algo às informações obtidas pela polícia?

–Bem, não sei o que encontraram, -Tive que mentir dessa vez - mas será um prazer ajudar em qualquer coisa. -Forcei um sorriso. Parece que o xerife repetiu a ação com desgosto.

–Pode falar.

–Estava com meu guardião, o Sr. Crepsley e mais alguns... amigos. -Dei uma pausa. Vi que Scott, Stiles e Allison me observavam da janela de vidro na nossa frente. Jordan pediu que se retirassem. Poderiam ouvir algumas coisas e interpretá-las de maneira diferente -Larten queria ir pra lá, já que era sua cidade natal. Disse que sentia saudades, depois de tanto tempo sem visitá-la. Viveu por lá enquanto era humano.

–Espera, quantos anos ele tem? -Parrish arqueou as sobrancelhas. Como ele sabia dos seres sobrenaturais da cidade, me senti confortável em dizer poucas coisas sobre vampiros.

–204. -Afirmei -E aproximadamente 50 anos como um humano. -Senti minhas bochechas rosarem de medo. Se Larten soubesse que eu dei esses dados para os policiais, provavelmente iria me matar. De novo.

–O quê? -Os dois engasgaram -Ok... vamos prosseguir.

–Certo. -Ignorei o nervosismo -Além de irmos em busca das recordações de meu mentor, estávamos fugindo de um grupo de vampixiitas. Descobrimos que eles mataram aquelas pessoas à sangue frio. Somos inocentes, Sr. Stilinski! Meu ex-amigo, Steve Leonard, que eu falei pra vocês anteriormente, é o assassino!

–Está querendo escapar dessa ileso, Sr. Shan? -Ambos riram.

–Estou dizendo a verdade! Podem procurar vestígios por lá! -Me arrependi de dizer a última parte. Se realmente fossem buscar por provas mostrando nossa inocência, nem todas estariam ao nosso favor. Um exemplo disso é que Vancha torturou e matou um dos vampixiitas do Steve. Outro era que todos nós, menos o Sr. Crepsley portávamos armas: eu com a minha espada, que acabei deixando-a com Ofídio; o príncipe Vancha March com seus shurikens e Harkat Mulds, o pequeno "monstrinho", com seu afiado machado.

–Hmpf! Tudo bem. -Falou sarcasticamente -Enquanto ao assassinato do sujeito Mark no apartamento em que vocês invadiram lá, hein? -Estremeci. Mark era o nome do vampixiita que fora brutalmente torturado -E o sequestro da agente Alice Burgess?

–Ela já voltou ao seu posto! -Gritei, me arrependendo do meu segundo vacilo.

–Ahá! então você admite que não é totalmente inocente nessa história! -John falou, me pegando de surpresa -Sinto muito, Darren. Você me parece ser um bom garoto. Mas infelizmente, mesmo que não seja um assassino, ainda é um cúmplice. E você sabe que não posso te proteger dessa forma. -Suspirou -Mas veja pelo lado bom! Talvez tenha direito a um advogado.

–Ah, claro. -Tentei me alegrar. Falhou muito bem.

Depois da breve sessão de perguntas, me deixaram na sala escura. Jordan ainda teve a bondade de perguntar se eu queria alguma coisa ou alguma companhia, mas preferi ficar sozinho, pensando em tudo o que acontecera desde de que me encontrei pela primeira vez com o vampiro, quando nossa história se entrelaçou.

***

–Atenção, senhores! -Ouvi uma voz feminina pelo comunicador da sala. Ela estava desesperada, mas percebi que era uma policial -Estamos sob ataque! 

Tentei decifrar o que estava acontecendo, mas meus chutes não eram tão positivos. Um deles era que o atacante deveria ser Steve e seus lacaios, prontos para me pegar e me declarar como morto, mas não. Não era ele. Com certeza iria sentir o forte odor daqueles sanguessugas malditos. Mas de uma coisa eu sabia: o cheiro parecia ser o de um vampiro, mas tinha alguma fragrância vampixiita, o que me deixou muito mais intrigado e preocupado.

Então eu vi uma sombra em uma das janelas que levavam à saída -não fugi pra não chamar atenção- junto a um murmúrio semelhante ao de quando alguém se machuca.

–Darren! -A voz do atacante ecoou na minha cabeça e na cela. Fiz um esforço para reconhecê-la -Mova seu traseiro imundo dessa cadeira e tente sair daí!

Fiz o que fora ordenado, ainda com a ajuda do "estranho" da janela. Ele puxara as grades e me libertara da prisão. Então me assustei com o vislumbre.

–Vancha?!

–Em carne e osso, moleque. -O príncipe deu seu sorriso meio torto de sempre.


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