Freaks escrita por Lua Chan


Capítulo 22
Vinte e um


Notas iniciais do capítulo

Personagens/Atores:

Darren Shan: Avan Jogia
Darius Shan: Asa Butterfield
Larten Crepsley: John C. Reilly
Elizabeta Strausman: Nina Dobrev
Giuseppe Strausman: Steven R. McQueen



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POV do Darius

–D-Darren? -Ouvi uma voz distante. Chutei que fosse a do vampixiita. Como ele conhecia meu tio? -P-por favor, me ajuda.
Depois disso, não ouvi mais nada. Nenhum barulho, mas vi que Darren carregava um garoto em suas costas. Me recusei, inicialmente, a falar com ele. Meu próprio tio me assustou. Ameaçou me matar e essa não tinha sido a primeira vez.

Quando meu pai e ele se encontraram há muito tempo, tio Shan perdeu o controle (literalmente). Disse que se Steve não soltasse um de seus amigos (que, a propósito, meu pai estaria fazendo de refém), eu seria um cadáver em poucos segundos. Meu pai não acreditou que Darren seria capaz de me matar. Ninguém, na verdade (nem mesmo eu, que ainda mal conhecia meu tio), mas ele quase o fez.

Com uma adaga bem afiada, fez um fino e não profundo corte em minha garganta, o que me fez gemer. Era como se a mente dele estivesse enfrentando uma guerra. Felizmente ele venceu a "batalha" e me largou no chão, encarando suas mãos e se perguntando o que havia acontecido com ele. Lembro-me de seus olhos naquele dia. Seus olhos de sangue e cheios de crueldade.

–Darius? -Darren me chamou pela primeira vez, depois de uns 30 minutos -Posso falar com você?

Não respondi, mas deduziu que eu iria ouvi-lo.

–Olha... eu não sei o que deu em mim hoje mais cedo. -Falou, ainda carregando o vampixiita. Assim que o trouxera, me espantei ao saber que se tratava de Stiles Stilinski, que havia morrido há semanas, mas não fiz questionamentos -Mas o que eu sei é que foi errado.

–Sim, foi. -Respondi asperamente. Darren se encolheu.

–Gostaria que aceitasse meu pedido de desculpas. -Pensei por uns segundos e voltei a falar, parando o meio-vampiro no meio do caminho para a casa dos Hale.

–Sabe, Darren, isso foi o que você disse há aproximadamente 1 ano, quando você quase me esfaqueou. -Ergueu as sobrancelhas -Não é tão fácil aceitar suas desculpas novamente.

–Eu sei... -Falou, cabisbaixo.

–Mas nunca te disse que não posso te dar uma outra chance. -Ele sorriu e repeti o gesto.

–Obrigado.

Continuamos a caminhar, até que algo incomum aconteceu. Meu tio deixou o ainda inconsciente Stiles cair de seus ombros e se inclinou de dor. Começou a gritar e segurar com ambas mãos sua cabeça.

–D-Darius! -Falou, entre suspiros. Ele estava hiperventilando -V-vá chamar ajuda! Chame Vancha ou Crepsley!

–Não! -Protestei -Não vou... sem você! -Falei com medo de terminar a frase que há um tempo me deixou abalado, mas o fiz.

–P-pare de ser idiota! Eu não sei o que está acontecendo comigo. Precisamos de... -Disse, tentando respirar -ajuda para levar Stiles.

Continuei com o tom de desobediência por um tempo, até que desisti. Se continuasse por lá, talvez Darren Shan poderia morrer de tanto se contorcer.

Lembrei que não estava tão distante da mansão, então deixei meu tio e seu amigo deitados no chão e saí à procura de Crepsley. Fiquei com pena do meio-vampiro, mas segui em frente. Graças a Deus tinha encontrado seu mentor. Expliquei o que acontecera e Larten pediu para guiá-lo até o local onde os dois adolescentes estavam.

–Sinto o cheiro dos dois agora. -Percebeu, quando estávamos a poucos quilômetros do lugar desejado. Até que enfim chegamos.

–Sr. C-Crepsley... -Darren sussurrou, enquanto chorava desesperadamente -O q-que está acontecendo comigo? -O adolescente permaneceu no chão ainda com a mesma posição que estava quando eu o deixei.

–Hmm... -Larten posicionou dois de seus dedos no queixo e o seu polegar embaixo para apoiar. Pensava em alguma justificativa até que provocou um estalo, mostrando que tinha descoberto algo.

–O que foi?? -Perguntei inquieto -Diga alguma coisa!!

–Acho que Darren está encarando seu terceiro expurgo.

–O q-quê?? -Darren gritou -Não, isso não pode estar acontecendo!

O expurgo poderia ser entendido como a puberdade dos vampiros. Também está relacionado à transfusão de sangue de um vampiro para outro indivíduo. A experiência costuma ser dolorosa e demonstra a evolução de um meio-vampiro.

–Is-isso significa que...

–Significa que daqui a alguns dias ou semanas você se tornará um vampiro completo. -Larten terminou a frase de seu assistente. Fiquei boquiaberto.

***

POV do Derek

Já havia me mudado de novo. Não suportava ficar tanto tempo na minha forma humana desnecessariamente, então me transformei no lobo negro.

Fiquei preso por semanas, talvez um mês inteiro na jaula dos Strausman, até que um dia eles decidiram me vender. Ainda sentia desgosto e vergonha de admitir isso, mas era a realidade.

Meu comprador não era nem um pouco generoso. Era arrogante e exigente, como os irmãos Giuseppe e Elizabeta afirmaram. Ainda não o vi, mas me encontrei com ele. Há algumas semanas, o Anônimo G pediu que os Strausman me levassem até sua casa para o caçador me avaliar.

Lembro-me que nesse dia, antes de ir, Katerina me amordaçou e me sedou para que não visse o rosto do homem, nem os causasse problemas.

E em pensar que há quase um mês eu só queria voltar para meu lar. Minha alcateia...

–Derek! -Elizabeta gritou. Rosnei, mostrando uma larga fileira de dentes afiados, prontos para dilacerar sua garganta. Não podia, estava preso -Trate de se transformar em humano novamente. Seu comprador virá daqui a pouco tempo.

Me recusei a obedecer às suas ordens. A caçadora deu de ombros e atirou uma pedra em mim.

–Quer jogar duro, monstrinho? Então que assim seja! -A garota estava prestes a atirar uma flecha, mas sua mãe chegou a tempo de impedi-la.

–O que pensa que está fazendo, sua idiota?! -Katerina gritou para a filha, em seguida ergueu a mão pesada e bateu fortemente em seu rosto. O barulho ecoou pela sala escura.
Elizabeta gemeu, caindo no chão assim como seu arco e suas flechas preciosas. Sua mãe nos deixou a sós, depois de ter dado seu sermão. Senti a necessidade de falar com Elizabeta, então me transformei de volta em um humano.

–Sinto muito. -Falei, segurando uma das grades. A garota, ainda no chão, suspirou e ergueu a cabeça.

–Oh, que lindo! -Comentou sarcasticamente -Então o lobisomem azedo tem emoções. -Sorri, lembrando que Stiles já me chamara desse jeito.

–Não tem pena de si mesma? -Perguntei. Ela me encarou.

–O que quer dizer? -Arregalei meus olhos. Como a garota não percebe o quão controladora sua própria mãe é?

–Sua mãe te agrediu e você sequer se protegeu! -Gritei.

–A sua nunca te ensinou a respeitar os mais velhos, vira-lata? -Retrucou, coçando a cabeça.

–Sabe muito bem que eu não estou falando disso. Sua mãe é muit...

–Ela não é a minha mãe! -Elizabeta praticamente chorou. Nos próximos segundos, só havia o silêncio.

–Como assim? -A caçadora ficou mais próximo da minha cela. Ela olhava para baixo, perdida em suas próprias palavras. Acho que ela não queria falar isso.

–Ela é minha mãe adotiva. A minha e a de Giuseppe -Começou -Katerina nos encontrou próximo a um riacho há um tempo. Eu era um bebê e meu irmão, tinha uns 3 anos.

A garota se sentou na minha frente. As barras da jaula eram as únicas coisas que nos separavam.

–Ela nos criou e nos transformou em caçadores. Foi duro ter que acreditar em lobisomens. Mas depois de vários anos, descobrimos que um da sua raça -Falou a última parte com escárnio -matou nossa mãe biológica.

–Você a conheceu, pelo menos? -Pedi, com uma pitada de pena.

–Não é da sua conta... -Falou calmamente, mas depois elevou seu tom de voz -Olha, nem sei por que eu tô falando isso pra você. Nem vai entender nada, mesmo!

–Quem me dera poder dizer que eu não entendo... -Sussurrei, quase sem ouvir minha voz.

–O quê?

–Minha mãe foi morta em um incêndio, há muito tempo. -Olhei para ela. Seus olhos eram brilhantes e exprimiam uma sensação de pena e desgosto -Que ironia, não? Os responsáveis pela sua morte foram caçadores.

O queixo da Strausman caiu. Pude ver uma lágrima brotando em seu rosto.

–Si-Sinto muito... -Murmurou.

–É. Eu também. -Ficamos nos encarando mais um pouco. Notei que Elizabeta não era tão cruel como imaginava.

–Desculpe por te maltratar. -Me surpreendi com o que disse -Mas esse é o nosso princípio. Bem, está mais para o meu. Pra mim, os lobisomens não têm alma. Acho que já posso mudar minha opinião, não é? -A garota sorriu.

–Acredito que sim. -Repeti o gesto.

De repente, um ruído surge da escuridão. Alguém havia aberto a porta do lugar. Era Giuseppe.

–Bem, lobinho, prepare-se para sofrer. -Sorriu maliciosamente -Seu comprador acabou de chegar.


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