O lobo escrita por darling violetta


Capítulo 14
Livre


Notas iniciais do capítulo

“Último capítulo!!! Eu sei que não sou a melhor escritora, mas gosto de pensar que escrevo o que meu coração deseja. Posso as vezes demorar um pouco, mas não gosto de deixar nada meu sem final. E este é o final de “O Lobo”. Agradeço a todos que leram. É isso. Boa leitura. O lobo será finalmente... Livre!!!”



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Os passos ecoaram atrás dele. Lentamente, John Wolfram desviou o olhar da lua apenas para encontrar seu filho mais velho, Sebastian. Balançou a cabeça.

─Pensei que nunca viria. ─Disse. ─Pensei que se arrependeria.

─Jamais, papai. ─Retrucou.

John voltou seu olhar para o céu.

─Acreditei que meus avisos seriam o bastante para você, mas hoje me vejo enganado.

─Ao menos você tentou.

Tirou um punhal de prata do casaco, e avançou contra John. Quando o pai se deu por conta, era tarde demais. Sebastian enterrou a lâmina até o cabo no peito de seu pai. O velho o encarou, entre surpreso e assustado.

─No entanto, não foi o suficiente...

Deu as costas, deixando o corpo caído. Ao longe, ouviu o grito do velho condutor de sua carruagem. O lobo apenas olhou para ele, sem se incomodar, e voltou para sua refeição. Sebastian assistiu satisfeito, sabendo que agora detinha todo o poder.

Solomon puxou as correntes sem tirar os olhos da transformação de Sebastian. Aos poucos, a figura de seu irmão dava lugar a um enorme lobo negro. Puxou as correntes novamente. Nada.

As pessoas acorrentadas junto de Elizabeth começaram a chorar. Ela gritou, exigindo que se calassem. Começou também a puxar suas correntes. Ela não seria refeição de Fenrir. Gritou novamente.

─Sem choros. Agora me ajudem a não ser que desejem morrer esta noite.

Albert saiu do caminho do grande Fenrir. Sebastian não existia mais. Os irmãos Cezarium não tiveram a mesma chance. Tão rápido quanto ele era, Fenrir pulou ao mesmo tempo em cima dos irmãos, rasgando seus peitos no processo. O lobo uivou, banhando-se no sangue de seus súditos. Solomon usou de toda sua força para tentar se soltar, contudo foi em vão.

A voz de seu amado pai veio em sua mente. Fechou os olhos por um segundo, dando-se conta que também possuía aquele poder. Era também sua maldição. E ele morreria, mas levaria Sebastian junto. A maldição do lobo terminaria com sua família.

Suas orbes também eram negras e brilhantes quando reabriu os olhos. A atração incomum da lua dava-lhe poder. As correntes, desta vez, caíram sob sua força. Elizabeth parou de se mover, assim como os demais. Ela não podia acreditar. Ela esperava realmente que Solomon fugisse de seu destino cruel. Por este motivo, havia se doado a Fenrir. Para proteger seu amado. Agora via que tudo foi em vão.

Fenrir largou sua refeição e se voltou para Solomon. O rapaz nada mais era que um desafiante. Não havia lugar para os dois. Lançou-se sobre ele. Atravessaram a parede, e tudo que se ouvia eram uivos e gritos.

Albert apareceu novamente, e se aproximou do grupo acorrentado. Exibiu com um sorriso as chaves. Soltou os prisioneiros, vez ou outra lançando olhares para o lugar onde os irmãos desapareceram. Elizabeth levou um segundo para alisar os pulsos.

─Por que voltou? ─Indagou.

─Ora, minha bela. Pelas noites maravilhosas que passamos juntos, não poderia deixá-la ser devorada.

Mesmo envergonhada, ela assentiu.

─Sabe explicar por que não nos transformamos também?

─Sim. Nosso sangue, minha cara, não era puro o bastante.

Ouviram a briga agitada próximo deles. Apressaram-se em sair, levando consigo o grupo.

─O meu sangue deveria ser.

─Aparentemente, Fenrir não desejava nascer sob a forma de uma mulher. Ele não é uma deusa.

Elizabeth parou um segundo em sua caminhada. Estendeu a mão a Albert.

─Dê-me sua arma.

Ele erguer a sobrancelha.

─O que pretende, minha bela?

─Vou Pará-lo. Agora dê-me sua maldita espada.

Albert obedeceu. Entregou-lhe sua espada, mas prendeu sua mão.

─Quantos anos tem?

─Não é a hora. ─Disse. ─Se não me soltar, morreremos todos.

─Então todos morreremos aqui.

Viram duas enormes sombras projetadas na parede, em uma luta mortal. Um dos lobos arrancou parte do ombro do rival. O grito da criatura ecoou por todos os cômodos da casa. Elizabeth não via tempo para isso. Soltou um pesado suspiro de rendição.

─Toda lenda tem um início, não é verdade? ─Albert afrouxou o aperto em seu braço, mas não a soltou. ─E você estava lá desde o começo. Por isso seu sangue é tão poderoso.

Ela o fitou.

─A humanidade nunca soube lidar com poder. Nosso Lobo deveria nos proteger dos perigos da noite, mas, com o passar dos séculos, adquiriu uma terrível sede de sangue. Ele sempre consegue seus seguidores. Agora me solte, tenho um encontro com meu antigo deus.

Albert assim o fez. Ele guiou os poucos sobreviventes para fora, tentando também salvar sua vida. Elizabeth ergueu a pesada espada, pronta para atravessá-la no peito de ambas as criaturas. Ouve o grito final, e ela correu, chegando a tempo de ver um dos lobos arrancando a garganta do rival. O lobo caiu sem vida. Ele logo voltou a ser Sebastian.

O grande lobo que tempos atrás foi Solomon se aproximou dela. Ela apontou a espada para seu peito. O lobo ficou parado, como se esperasse seu fim. As lágrimas desceram pelo rosto de Elizabeth, sabendo que ela seria o fim de seu amado. A besta, ao sentir o gosto de sangue, jamais voltaria a seu estado humano. Solomon jamais seria humano novamente.

A criatura ajoelhou a seus pés, como se esperasse um carinho. Mesmo com medo, Elizabeth chegou perto dele, tocando sua cabeça peluda. O lobo rosnou, mas logo voltou a seu estado submisso.

Seus olhos se encontraram e ela reconheceu ali seu amado Solomon. O olhar dele pedia a ela para acabar com tudo. A criatura voltou a abaixar a cabeça. Elizabeth ergueu a espada e golpeou com toda sua força. O corpo de Solomon caiu dividido em dois. Ele logo voltava a seu estado humano. A única maneira de livrar alguém da maldição era a morte. Solomon agora estava livre.

Elizabeth caiu de joelhos, largando a espada a seu lado. Se ela pudesse morrer, juntaria-se a Solomon na morte. Mas sua maldição pessoal era ter a vida eterna. Cobriu o rosto, deixando as lágrimas escorrerem furiosas por seu rosto. Ao menos a família Wolfram agora estava livre e em paz.

*****

Albert observou como o vilarejo pegava fogo ao nascer do sol. Ele e os poucos sobreviventes, iniciavam sua peregrinação para longe daquele maldito lugar. Ele sabia agora que, sem Fenrir, em pouco tempo perderia tudo. O melhor então era desaparecer. A mansão de Sebastian também pegava fogo, e se perguntava se Elizabeth conseguiu escapar. De alguma forma, ele sabia que ela faria, embora soubesse também que jamais se encontrariam. Resignado, seguiu sua viagem com seus companheiros.

*****

Restou apenas a roupa do corpo a Elizabeth. Seu vestido estava sujo e rasgado, mas suas demais roupas haviam queimado junto com a casa e os corpos dos irmãos Wolfram. O sol nascia no horizonte e ela via ao longe o grupo de sobreviventes. O fogo apagaria os vestígios da pior noite de sua vida.

Ela gostaria de desaparecer, então faria parecer que também morrera no incêndio. Jamais saberiam dela outra vez. Já não era Elizabeth. A partir daquele momento era Laura. Seria aquele o nome de sua filha, se tivesse se tornado mãe. Mas como não levaria uma gravidez até o fim, homenagearia sua possível filha carregando o nome dela.

À medida que o vilarejo se tornava cinzas, Laura ganhava uma nova vida. Ela pensava em viajar o mundo, afinal tinha a eternidade para tal. E agora, livre de qualquer influencia do Lobo. Seria verdadeiramente livre, afinal...

FIM


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Notas finais do capítulo

É isso. Agradeço de coração quem leu minha historinha. Realmente não sou a melhor escritora, mas amo escrever e desejo sempre melhorar. Obrigada realmente.



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