O lobo escrita por darling violetta


Capítulo 12
A última festa


Notas iniciais do capítulo

Eu fiquei sumida por um tempo bem longo, mas estou de volta. Pretendo terminar a história ainda esta semana, afinal restam apenas três capítulo. Tem sido esta uma história curta, mas espero que tenha ficado boa. Vamos ao capítulo...



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Passaram-se dias, até os dias se tornarem semanas, e as semanas logo se tornaram um mês. Um longo mês desde que Solomon desapareceu. E ninguém tivera noticias dele desde então. Sebastian caminhou até Elizabeth. Tomou-lhe o livro que ela tinha em mãos. A mulher tentou sorrir, mas foi em vão.

─Minha queria esposa, alegre-se, por favor. Em dois dias será nosso décimo terceiro aniversario de casamento.

Ela o encarou.

─Não me sinto em condições para festas. Por que não deixemos para o próximo ano?

Sebastian devolveu o olhar, com raiva brilhando no fundo de seus olhos.

─Está deste jeito por causa de Solomon? Meu irmão não merece seu carinho depois do modo como a tratou.

─Não estou neste estado por causa dele. ─Pôs-se de pé. ─A lua cheia cairá neste fim de semana. Seria perigoso, não acha?

─Tenho planos para esta noite. ─Sorriu enigmático. ─Este povoado jamais esquecerá meu nome.

Um arrepio percorreu o corpo de Elizabeth. Ela tratou de escondê-lo com um novo sorriso falso. Sebastian continuou com seu monólogo.

─Será você, minha querida, a mais bela da festa...

*****

Solomon recolheu alguns gravetos pelo chão e olhou o horizonte. Escureceria em breve. Ele estava há quase um mês escondido na floresta, e neste tempo, sem notícias de Elizabeth, ou a seita. Por este tempo, acampara em uma clareira. A loucura passara, e a cada dia pensava com mais clareza. Seria ele a derrotar a fera e toda aquela seita maldita.

Ele bem que tentou ir embora daquele lugar, contudo uma força maior formigava por baixo de sua pele e o obrigou a ficar. Caçava pequenos animais para seu sustento, e, mesmo estando sempre com fome, sentia-se seguro naquele lugar. Estaria bem pelos próximos dias, quando a lua cheia voltasse a brilhar no céu. Tinha medo de se deparar com aqueles homens malditos, mas o pior de tudo era pensar em Elizabeth. Jamais perdoaria sua traição.

Acendeu a fogueira. O fogo o protegia do frio, assim como dos animais da mata. Improvisou algo para assar o pequeno coelho que encontrou. Aquele seria seu jantar.

*****

Elizabeth olhou para as flores que decoravam sua casa. Sentia-se, em certo ponto, como num velório. E talvez fosse realmente. Ao menos Solomon estava a salvo. Mesmo que ele não a perdoasse, estando longe das terras do lobo ele ficaria seguro.

*****

Dois dias depois, Sebastian e Elizabeth recebiam abraçados os convidados para sua luxuosa festa. Os cabelos negros da mulher estavam presos em um coque no alto de sua cabeça. seu vestido era todo branco, com pequenas pedras brilhando contra o tecido. Sebastian usava um smoking negro, com os cabelos devidamente penteados para trás.

Todos os moradores da vila, sem exceção, foram convidados. Aqueles com menos posses se encantaram com a suntuosidade do lugar.

─Dance comigo, minha bela. ─Sebastian exigiu e guiou a esposa para o meio da pista. Olhou discretamente para a porta, enquanto rodopiavam pelo salão. ─Estão todos aqui?

─O que pretende, Sebastian?

─Nada demais, minha cara. ─Acenou para Albert, que não tirava os olhos de Elizabeth. ─Apenas sigo ordens.

Elizabeth estacou no meio da sala. Estacou, encarando o marido.

─Por favor, diga a mim o que irás fazer. Tenho o direito de saber.

─Eu? Não pretendo nada.

Albert caminhou discretamente para a porta. A música parou com um grito. Todos olharam na direção do som, onde um homem usando mascara de lobo atravessou o punhal no peito de um dos músicos. Os camponeses correram para a porta, contudo Albert ainda guardava a entrada. Acabava de colocar sua máscara.

─Você não pode, Sebastian. Não devemos...

Um sorriso curvou o rosto de Sebastian, antes de sua expressão ser tomado por raiva. Sem muito pensar, acertou o rosto de Elizabeth com um duro golpe. Ela caiu. Arrastou-se alguns metros para longe dele, com uma das mãos segurando o rosto ferido.

─Renascerei esta noite.

Os irmãos Cezarium também apareceram. Sebastian buscou sua máscara de lobo e a encaixou em seu rosto.

─Fenrir caminhará pelas terras esta noite. ─Ele olhou para os convidados, encolhidos em um canto, e para Elizabeth ainda no chão. ─Teremos uma bela colheita esta noite.

Ele se referia aos convidados. Quando a criatura renascesse, aqueles que encontrasse seria seu banquete. E ele facilitava as coisas reunindo todos em um único lugar.

─Levem todos ao porão. Tenho um último convidado.

Amadeu deu alguns passos para a frente.

─Que pensa fazer, senhor Wolfram? Pode ser o homem mais rico da região, mas deve respeitar a todos nós. Exijo que nos liberte.

Sebastian riu.

─Livre? Eu serei o único a ser livre esta noite.

Com tais palavras, sacou seu punhal de prata e avançou sobre o homem. Amadeu tentou se defender, como era muito mais alto. No entanto, a força bruta no corpo de Sebastian o fez se ajoelhar.

─Aceita-me como seu líder?

─Jamais. ─Cuspiu em seu rosto.

─Como queira.

Atravessou o punhal na garganta de Amadeu. O homem tentou segurar o ferimento, mas o sangue escorria da ferida. Sentia a vida esvair de seu corpo. O corte era profundo demais. Sebastian lambeu a ponta dos dedos, observando o homem caído.

─Levem-nos. Aqueles que se opuserem, matem-nos. ─Aspirou o ar. ─Tenho de prestar contas a meu irmão...

O grupo de mascarados obedeceu. Sebastian simplesmente deu-lhe as costas e seguiu seu caminho.

*****

Solomon sentia sua pele formigar tanto naquela noite que não pode resistir a ir à cidade. A estranha força o puxava até lá. A lua cheia parecia mais presente aquela noite. Ouviu passos apressados e se virou. Ele não tinha armas, com exceção de uma barra de ferro. Apertou-a entre as mãos, e esperou.

Desmanchou a postura firme quando vislumbrou seu irmão correndo até ele. Quando estava mais perto, percebeu o sangue nas mãos dele. Sebastian caiu de joelhos e gritou.

─Solomon? ─Indagou. ─Ainda aqui?

─Sim, sim. Não pude ir. Agora diga-me o que houve com você.

─Invadiram nossa casa. Homens mascarados atacaram durante nossa festa.

─E Elizabeth?

─Está com eles. Minha esposa me traiu.

As lágrimas escorriam furiosas por seu rosto. Solomon sentia-se da mesma maneira.

─Têm reféns?

─Todos os convidados. Eu fugi, nem me lembro como. Precisamos voltar, temos de salvá-los...

Balançou a cabeça.

─Podemos obter ajuda?

─Eu... eu não sei. ─Sebastian colocou-se de pé. Deu as costas ao irmão. ─Tenho que fazer alguma coisa.

Pôs-se a correr na direção em que veio.

─Sebastian!

Solomon gritou, ele, contudo não parecia ouvir. Não teve saída senão segui-lo. Salvariam as pessoas que pudessem. E teria a vingança contra Elizabeth.


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Notas finais do capítulo

É isto. Mais dois capítulos e termino.



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