Cosmos escrita por Sapphire


Capítulo 9
Capítulo 8 - Onde tudo começou


Notas iniciais do capítulo

Ai ai ai, Gente, não vou mentir para vocês não. Estou desanimando com a Cosmos.
Achei que ela teria mais leitores, pessoas comentando mais. Pois é uma história original. Eu sei que quem é Fã da Gabriela Spanic vai vir ler, e buscar a semelhanças na Paola Bracho. E eu fico muito feliz, mas a fanfic é para leitores de historias originais também. E eu esperava mais das meninas que comentaram nos outros capítulos vir comentar tbm. Mas isso não aconteceu. "Srta Barbosa" desapareceu assim como a leitora nova "yousexy spanic" q me recomendou tbm.
Ainda aguardo vocês para dar uma forcinha, assim como a Marcelly e a Mell Spanic que está comentando sempre :)
Pois se eu desanimar talvez eu poste em um outro site mudando os personagens.
Em fim... espero vocês. E os novos leitores tbm se juntem aqui, não precisa fazer careta ao olhar a Paola na capa, olha o preconceito com as atrizes mexicanas kkkkkkkk. :)
Boa Leitura!



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Flash Back, Verão de 1989. – Onde Tudo Começou.

Paola avançava em direção a esteira para pegar a sua mala no Aeroporto de Londres Heathrow. Havia saído dos Estados Unidos por onde viveu por um tempo curto e acabado de chegar a Inglaterra, o país no qual havia escolhido para recomeçar sua vida pela segunda vez. Onde talvez finalmente pudesse ser feliz.

Cruzou os braços esperando a mala chegar enquanto as pessoas a sua volta iam embora uma por uma conforme as bagagens iam chegando e saindo com várias mãos puxando as malas correspondentes aos donos.  Seu corpo estava rijo enquanto sua mente vagava.

A única coisa que queria era tirar aquele imbecil que a fizera tomar aquela decisão de sua mente. O maldito que havia brincando com seus sentimentos e lhe fizera tão mal a ponto de conseguir faze-la querer ir embora e nunca mais olhar para outro homem. As pessoas não eram confiáveis. Ninguém era. As pessoas eram frias e cruéis.

Seu coração estava tão magoado que ela tomou a decisão de o fechar para sempre. E ali onde estava começaria uma etapa da sua nova vida. Página virada e porque não talvez um livro novo?

Paola grunhiu pela demora da sua mala que não chegava nunca. Ela ouviu uma risadinha masculina atrás dela e não quis virar para não xingar o indivíduo. Ela tinha mais o que fazer quando saísse dali, do que xingar algum gringo inglês arrogante. Até porque arrogância por arrogância, ela era uma verdadeiramente. O estupido que não ousasse a provoca-la.

Quando ela viu a bagagem em tom pastel com tiras e alças em marrom vindo em sua direção, respirou aliviada, finalmente ia sair dali e direto a um hotel descansar. Caminhou em direção a mala e sua mão avançou na alça quase fechando em volta da bagagem bem no momento que sua mão se chocou com a mão de outra pessoa. Era uma mão masculina que havia sido ligeiramente mais rápido.

Foi então que ela viu um jovem rapaz de pele branca, cabelos negros e incrivelmente alto puxar a mala incrivelmente pesada de cima da esteira.

— Com licença. – O jovem lhe sorriu enquanto pedia educadamente espaço para poder passar e ir embora. Ao contrário dele, Paola não sorriu em nenhum momento. Na verdade, mal lhe encarou, ela só queria dar o fora dali.

— Obrigada. – Paola agradeceu pegando a mala para sair, pensando ser uma gentileza daquele estranho.

Ele segurou firme a mala impedindo que ela saísse. Ele a olhou como se fosse uma louca, e não entendeu porque ela queria sair com suas coisas. Paola havia usado força para sair com a mala, mas o estranho segurou com tanta força que com o puxão seu corpo foi de encontro ao dele, assim que seu corpo delicado se chocou com a masculinidade daqueles músculos ambos sentiram uma onda de energia lhe evadirem e os perfume um do outro invadir suas narinas inebriando por alguns segundos apenas.

Porem logo recuperou sua compostura afastando-se dele.

— Algum problema? – Paola levantou o olhar e sustentou por um tempo. Ela tentava falar firmemente seu inglês, mas onde ficara nos Estados Unidos haviam tantos latinos, que não precisava usar tanto o inglês, mas ainda assim ela conseguia se virar para sobreviver.

— É que.... Essa mala é minha – Ele respondeu tentando falar calmamente, mas com um tom de óbvio.

Será que aquele rapaz era um ladrão? Não, não podia ser. Para que ele iria querer ficar com as coisas dela? Foi o primeiro pensamento de Paola. O segundo foi que estava muito bem vestido.

Mas em um país de primeiro mundo, talvez os bandidos fossem até de alto nível, diferente do México que era um país de terceiro. Ela endureceu a expressão do rosto juntando as sobrancelhas.

— Ah, não me diga? – Paola podia estar em qualquer país do mundo, continuaria a ser a jovem irônica que era e atrevida. E não importaria as consequências.

— É sério, senhorita. – Ele tentou puxar a mala novamente, mas dessa vez mais delicado para não faze-la cair em cima dele novamente, com medo que fosse machuca-la. Mas Paola resistiu.

Ela o fuzila achando o incrivelmente atrevido. E incrivelmente inconveniente. Será que ele não estava percebendo aquilo?

— Olha, meu senhor, yo no tengo nenhum interesse em su mala, e lhe afirmo que essa é a MINHA mala! – Paola havia ficado tão alterada em fração de segundos que não percebera que havia deslizado entre o espanhol e o inglês.

O que era normal em momentos que sua paciência era testada.

— Posso afirmar que essa mala é minha – O estranho respondeu-a em espanhol de forma suave, porque percebera que ela possuía sotaque de país latino.

— É espanhol? – Paola perguntou tão surpresa por alguém falar seu idioma tão bem, que mal notara o leve sotaque dele. Só passava em sua cabeça que poderia ser da Espanha.

Até conseguira ficar feliz de poder falar sem tanto esforço com alguém.

— Sou alemão, mas falo espanhol também. – Ele sorriu ainda falando no idioma latino.

Ela notou que seu sorriso era branco. Ele parecia um enorme sol iluminando todo o ambiente do aeroporto de tão lindo. Como podia existir um cara com uma beleza daquela? Poderia considerar ele o Elvis Presley da década de 80, até porque sua voz era tão grossa ao mesmo tempo que era máscula de forma que poderia atrair as mulheres sem assusta-las. Era um imã na realidade.

Era alto também, e mesmo que usasse salto ainda assim ela não ultrapassaria seu tamanho. O cabelo negro tão alinhado. E se vestia muito bem com um par de Mocassim marrom, calças jeans escura e uma jaqueta marrom de couro.

Playboy.

Já havia visto e conhecido homens assim antes, Em Miami estava cheio de caras playboyzinhos e metidos que se achavam muita merda. Mas para ela não passava de um rostinho bonitinho pronto a quebrar o coração de alguém. Estava mais do que claro que aquele ali deveria ser mais um convencido.

Paola tinha noção de quão linda ela era, e em como os homens sorriam para ela e se atraiam a sua beleza e curvas. Mas já não lhe interessava os homens. Não mais. Agora queria liberdade e os homens seriam apenas brinquedinhos em suas mãos.

Então ela apenas respondeu rudemente:

— Mas não muda o fato dessa mala ser minha, aposto que não quer levar peças intimas femininas para casa. A menos que seja um tarado. – Suas palavras saíram ásperas.

Sua língua estava sempre armada.

Richard gargalhou adorando o senso de humor dela. De todas as mulheres que cruzaram seu caminho, nenhuma era tão arisca quanto essa que estava a sua frente. Aquilo atiçou sua curiosidade. Geralmente as moças jovens europeias eram tão educadas e frias.

Mas aquela latina não era. Explosiva e grossa. Era uma espécie interessante, e se não tivesse rompido tão recentemente seu namoro, ela teria sido uma mulher interessante a se desvendar, pois era muito bonita.

— Será que eu poderia? – Ele abaixou para abrir a mala e verificar. Mas olhou para cima esperando o sinal verde dela para prosseguir.

— NÃO! – Paola abaixou praticamente se jogando em cima da mala retirando de perto dele – NÃO OUSE! – Ela bloqueou sua visão.

— Eu só quero saber se é a minha mala. Mas poderia checar então? Por favor? – Ele era educado, de fato tinha que admitir, não poderia lhe negar aquilo. Os homens que conviveu eram verdadeiros ogros.

— Mas é claro que eu posso. E é simples, é só abrir esse zíper que aqui tem o meu... – Paola abriu o zíper da mala no primeiro bolso enfiando a mão não conseguindo terminar a frase. – Tem a minha.... – Ela checou e nada encontrou, estava vazio. – Será que eu guardei dentro? – Ela abriu a mala para olhar e o que encontrou foram muitas roupas masculinas. Ela fechou o zíper e fechou a cara de imediato.

— Algum problema? – Ele perguntou esperando pacientemente e tentou inclinar a cabeça. Paola estava agachada no chão em frente a mala ainda.

— Sim! – Ela respondeu.

— É a sua mala mesmo? – Paola fingiu que não escutava sua pergunta. Ela levantou e o ignorou olhando para a esteira esperando a vez da sua mala chegar.

— Ah, então é minha? – Ele olhou surpreso. – Que bom.... Desculpa por isso, moça.

— Ok. – Paola o ignorou novamente e os braços cruzados olhando a esteira.

Ele fez menção de ir embora, mas assim que virou as costas caminhando para ir embora, a curiosidade falou mais alto e virou a cabeça para olhar para trás.

Paola estava sozinha em frente a esteira sem mais ninguém a volta. Sua mente e seu corpo o impediram de dar mais um passo e o obrigou a ficar ali com ela. Ele parou ao seu lado esperando com ela, caso ela precisasse de alguma ajuda.

— Não está vindo? – Ele olhava na mesma direção que ela dá esteira, mordendo o lábio inferior brincando de ir para frente para trás com o corpo, distraído enquanto aguardava.

— Não! – Paola respondeu um pouco rude.

— Será que houve algum extravio? – Insistiu a puxar assunto. E ele nem sabia porque tinha essa necessidade.

Paola virou rapidamente a cabeça em sua direção já pensando no pior.

— É claro que não! – Ela olhou para ele, com o tom de voz de desespero – Espero que não. – Ela mordeu o lábio inferior nervosa com a possibilidade de perder todos os pertences dela. Era tudo o que ela tinha.

Ambos ficaram em silencio esperando por alguns minutos até que ele se manifestou.

— Tem que reclamar com a companhia aérea que houve um extravio. – Ele ainda olhava para esteira, mas já não havia ninguém ali perto deles e nem mesmo esperança que o funcionário tenha esquecido somente de jogar a mala para o dono.

 - E onde fica isso aqui? – Paola passou a mão no cabelo xingando baixinho, ela sabia que seu inglês não era claro e não iria entender muita coisa sobre extravio àquela altura. Lágrimas vieram, mas ela apertou os olhos fechando por alguns momentos impedindo delas rolarem para o seu rosto.

Não ia chorar. Ela sabia que era forte e sairia daquela situação em algum momento.

— Calma, calma. Eu vou com você. É aqui no aeroporto. La poderemos reclamar e quem sabe eles não encontrem? – Ele a tranquilizou colocando a mão no braço dela para passar segurança.

Ele podia ver o desespero no olhar dela. E era tão linda. Muito injusto ver uma mulher como aquela estranha passar por uma situação daquela.

— E isso demora quanto tempo? – Ela olhou no relógio de pulso dele com a mão que a tocara. E Ele a retirou percebendo o que havia feito.

— Eu não sei, depende. Pode ser hoje, amanhã ou... – Ele olhou para ela com certa pena ao dizer. – Nunca. A gente dá um jeito. Eles são obrigados a te pagar uma indenização pelos prejuízos.

— Só me faltava essa. – Ela suspirou inconformada.

— Vem, eu te ajudo ir até lá. – Ele deixou ela passar a sua frente primeiro. – Poxa, eu me sinto mal por isso. – Ele caminhou ao seu lado passando pela alfandega sem problemas.

— E porque se sentiria mal? Não aconteceu nada com as suas coisas. – Paola caminhava tentando a passos largos, mas seu vestido longo impedia e estava cansada pelos saltos. Na verdade, havia sido uma viagem extremamente exaustiva.

Ela só queria ir para um hotel, tomar um banho e dormir. Mas tudo havia dado errado. Até quando seus planos sairiam pela culatra? Desde que saíra do México nada havia dado certo. Absolutamente nada.

— Não, mas poderia ter acontecido comigo ao invés de você. A minha são só roupas sociais que eu poderia depois repor e comprar mais chegando aqui. Você é mulher, imagino que possuía muitas coisas importantes.

— Você mora aqui? – Ela perguntou mais para distrair, pensara ela, consigo mesmo. Só que a verdade ela estava interessada. Não era somente curiosidade.

— Vou passar a morar. – Ele sorriu acompanhando seus passos enquanto carregava a mala dele.

— Eu também. – Ela o respondeu sem fôlego, pois andava rápido. – E tudo o que eu tinha estava naquela mala.

Ele notara um olhar profundamente triste naquele par de olhos verdes. Chegava a ser um crime uma mulher tão linda, com aquela beleza ficar triste. Como a companhia podia ser tão negligente? Se ele fosse o funcionário do aeroporto, com certeza ele etiquetaria a mala com aviso de prioridade e cuidado máximo.

— É uma pena, sinto muito. – E ele sentia mesmo. Por alguns minutos ele se pegou olhando para Paola, com certo pesar. – Você tem algum parente aqui?

— Nenhum.

— Veio fazer intercambio ou tentar a sorte? – Ele tentou de novo querendo saber mais daquela jovem beleza.

— Tentar a sorte. – Paola não estava lá muito animada em responde-lo, não estava nenhum pouco disposta em falar sobre sua vida pessoal. Em realidade ela não queria conversar e nem sustentar aquela conversa. Só ia reclamar na companhia aérea e dar o fora dali.

— Isso que eu chamo de coragem. Admiro isso em uma mulher, não é todo mundo que se arrisca em outro país fazer a vida e....

Mal pudera continuar quando Paola parou no meio do caminho o interrompendo sem descruzar os braços.

— Já pode parar de dar em cima de mim. Você me leva até o lugar que preciso e pronto! Não estou interessada em nenhum casinho. – Paola falou duramente sem encarar, ainda com coração partido pensando naquele que a deixou naquele estado. A única coisa que queria naquele momento era ficar longe dos homens.

O jovem moço arregalou os olhos assustado pela resposta que recebera. Não era sua intenção

— Mas eu não estou... – Ele parou de andar também e olhou para ela de canto do olho. – Tudo bem, você está zangada, eu também ficaria. Mas vai resolver isso logo, vai ver.

— É bom mesmo. – Ela o ameaçou como se a culpa fosse totalmente dele. E sabia que não era, mas ela precisava descontar sua frustração em alguém.

Ambos continuaram a caminhar, procurando por um segurança do aeroporto para pedir Informações. Ao lado dos balcões onde moças e rapazes trabalhavam no check in encontrava-se um homem alto de terno preto parado. Paola andou uns passos à frente em direção ao segurança e o abordou pedindo-lhe informações.

Quando o homem começou a explicar sua feição de raiva passou a ser de incompreensão e dúvida, Paola não sabia que o inglês britânico pudesse ser tão diferente dos americanos. Foi um choque de sotaque. Imediatamente ela olhou para o seu “acompanhante” pedindo ajuda com os olhos.

— Pode repetir por favor? – Ela perguntou ao segurança, mas na verdade a pergunta era dirigida ao dono da mala tagarela que não parava de falar com ela.

— Ele disse que o departamento de bagagens perdidas é ali. – Ele explicou com paciência apontando um balcão no final do corredor ao lado esquerdo, com uma atendente entediada. – Vamos lá. – Ele agradeceu educadamente o segurança do aeroporto e se dirigiu com ela ao balcão.

Paola olhou para moça no balcão e apertou as mãos apreensiva.

— Com licença – Seu acompanhante interrompeu a funcionaria no balcão que levantou a cabeça.

— Em que eu posso ajudá-lo? – A jovem moça arrumou os óculos ajeitando o cabelo castanho assim que olhou para ele.

— Essa senhorita teve a mala dela extraviada e precisa de ajuda.

— Então ela precisa preencher as informações dela nessa ficha – Disse entregando um formulário a Paola que segurou e começou a tentar ler. – Descreva sua bagagem, todo o pertence que tinha e o valor dos objetos. A companhia tem até 21 dias para entregar sua bagagem, do contrário à sua companhia aérea indenizará seus pertences de acordo com o valor que havia na mala. Geralmente é sempre no entorno de 700 libras.

— Você conseguiu entender? – Ele perguntou preocupado na qual Paola fez um aceno positivo.

Na verdade, ela entendera apenas por cima, ela precisaria preencher àquela ficha chata e se não achasse a mala iam pagar um valor pobre.

Assim que ela havia terminado e com ajuda preencheu tudo o que precisava e em retorno lhe foi entregue uma ficha com a entrada do seguro.

Assim que tudo estava resolvido os dois andaram em direção a saída do aeroporto onde carros e taxis chegavam e saiam com frequência para buscar e levar as pessoas.

— Obrigada e adeus. – Paola agradeceu saindo em disparada ao portão de saída, não estando tão agradecida assim e também não queria que o estranho tivesse tempo para falar mais alguma coisa. Ela dobrou a ficha em mãos e guardou em sua bolsa que não havia desgrudado do seu ombro um só minuto. Agora ela precisaria arrumar um taxi e pagar com o pouco dinheiro que havia trazido.

— SENHOR LISTING! – Um homem de meia idade alinhado com um uniforme de motorista e segurando chapéu em mãos apareceu de repente em frente a Paola impedindo sua saída. – Até que enfim senhor, estou esperando um tempo longo o senhor chegar. O prédio da empresa está pronto, e estão o esperando. Por favor me acompanhe.

No momento em que os olhos de Paola pousam em uma limusine preta imediatamente ela os arregala demonstrando surpresa. Jamais passou em sua mente que o estranho gentil fosse rico.

— Ah que bom! – Ele sorriu aliviado entregando a mala ao motorista particular e tirando a jaqueta de couro sentindo calor, revelando a boa forma física com uma camisa polo vinho levemente apertada em seu peito e braços.

Paola petrificou no mesmo instante admirando o deus grego e claro o enorme carro luxuoso, na qual fizera seus olhos brilharem. Ela se beliscou brava consigo mesmo por não ter o tratado tão bem como deveria.

— Vamos logo – Avisou ao motorista abrindo a porta de trás da limusine. Ele parou por um instante pensando por breves segundos, olhou para trás e Paola estava em pé assistindo ele ir embora com um olhar digno de pena, como se uma criança estivesse assistindo outras crianças se divertirem no parquinho. – Quer uma carona? – Ele olhou para Paola.

— Não vai atrapalhar? – Ela sorriu, adorando o convite e fazendo charme perguntando de forma meiga.

— De maneira alguma. – Respondeu sentindo uma mudança repentina em seu comportamento, sentindo a mais sexy. – Pode entrar. – Ele deixou a porta exposta para entrar. – Isso é.…Só se você quiser. – Ele ficou parado esperando uma resposta enquanto admirava sua beleza.

— Obrigada pela compreensão – Ela andou em sua direção mexendo os quadris de forma sensual e entrou na limusine. Ele mal conseguia tirar os olhos dela. Saindo do transe quando ouviu o motorista pigarrear.

Ele balançou a cabeça entrando no automóvel sentando ao lado dela.

— Desculpe perguntar, mas nós não nos apresentamos. – Paola cruzou as pernas e inclinou para o lado dele que congelou ao sentir a aproximação dela.

— É verdade. – Ele riu – Que cabeça a minha, estou nas nuvens... Chamo-me Richard Listing, e o seu?

— Paola. – Ela ofereceu sua mão que foi apertada de forma carinhosa por Richard. – Paola Ortega. – Sorriu de forma larga e encantadora.

— Lindo nome, Paola – Ele admirou o sorriso de Paola por acha-la tão bonita quando sorria, já que não havia sorrido para ele uma vez se quer. E os lábios vermelhos do batom só realçava ainda mais a boca carnuda e encantando ainda mais o sorriso. – Já sabe onde vai ficar?

— Mais ou menos – Paola olhou a sua bolsa e retirou de dentro um cartão. – Sorte que boa parte do meu dinheiro ficou na bolsa, mas não vai dar para ficar em um hotel tão bom como planejei.

— Eu posso te levar em um hotel a qual gosto sempre de ficar quando venho. A recepção é ótima, acho que você vai gostar. – Richard abriu a pequena janelinha que dividia a privacidade deles com o motorista com o botão automático e avisou que mudariam de caminho, e avisou sobre o hotel na qual queria que passasse primeiro antes de ir rumo a empresa. – Fica por conta da casa, Paola. Eles me devem um favor.

— Mas eu não sei quanto tempo precisarei ficar em um hotel. Talvez leve mais tempo por conta da minha mala extraviada e o dinheiro na qual contava eu não posso contar mais. – Ela fazia um biquinho de piedade. Seus olhos abaixaram para fingir desapontamento, mas ela queria apenas esconder a mentira no olhar.

— Você pode levar o tempo que precisar. – Ele levantou o seu queixo para poder fita-la melhor e levantar seu astral. – Tudo bem?

— Você está falando sério? – Ela olhou dentro do par de íris azuis e não percebeu o quanto ficou mergulhada.

— Eu estou. – Richard sorriu amavelmente com suas bochechas inflamando. – Poxa. Aqui dentro está muito quente, não acha? Você está com calor?

— Ah sim. Muito... O clima está quente de onde saímos. – Ela tirou o bolero de cima do vestido vermelho que usava, e deixando exposta seus ombros.

Richard olhou para os recheios volumosos dos seios dela, umedecendo os lábios com a língua. Para sua própria segurança ele desviou a atenção dela diretamente para o motorista pedindo que ligasse o ar condicionado para deixar o clima mais agradável.

— Bem melhor. – Ele olhou para o frigobar da limusine. – Aceita uma bebida?

— Você tem bebidas aqui? – Paola olhou para o frigobar e debruçou sobre ele encantada com o luxo e tentou alcançar com as mãos alguma bebida, totalmente jogada em cima dela. – Eu aceitaria uma agua para matar a sede. – Ainda inclinada sobre Richard ela olhou para ele e fingindo inocência. – Ah, me desculpa! – Ela endireitou o corpo ajeitando a barra do vestido se fazendo de ingênua.

Richard engoliu seco pela visão rápida que teve de seu decote, e porque seus braços e cotovelos faziam uma certa pressão em suas pernas.

— Tudo bem. – Respondeu fingindo desinteresse para que ela não pensasse que estivesse dando em cima dela como alguns minutos atrás. Mas na realidade estava suando. E não era mais tanto pelo calor. Ele esticou uma mão retirando uma garra de agua e lhe entregou – prontinho. Está bem gelada.

Paola aceitou a agua tentando abrir a tampa da garrafa, mas de fato não estava se quer colocando força para soltar. Fazia apenas movimentos das mãos. Ela soltou os ombros e xingou.

— Droga! – E olhou para ele – Se importa de abrir para mim, por favor? – Sorriu de forma meiga.

— Claro que eu não me importo. – Ele lhe tomou das mãos a garrafa e abriu sem usar de muita força, e querendo mostrar força. – Aqui está. – Entregando a ela.

— Muito obrigada! Você é tão forte. – Ela tomou das suas mãos e apertou a garrafa com uma força significante e proposital, fazendo assim a agua cair nas calças de Richard e molhar em cima da sua virilidade. – Ai, mil perdoes. Eu sou muito desastrada. – Paola colocou a garrafa no porta copos e pegou a própria blusa que havia tirado de cima do vestido e começou a enxuga-lo como se não fosse nada demais.

Richard paralisou começando a ficar excitado, e seu membro um pouco mais rijo. De imediato ele afastou suas mãos.

— Tudo bem, tudo bem.... – Ele pegou uma toalha de papel ao lado do frigobar. – Não foi nada é só agua e vai secar logo. – Ele passou a toalha para secar ele mesmo antes que ela notasse sua rigidez.

— Desculpe-me – Ela olhou para ele fazendo uma cara envergonhada e um olhar doce. – Eu sou uma desastrada mesmo.

— Não tem importância, está calor e logo vai secar. Estava mesmo com vontade de me refrescar. – Ele sorriu e olhou para ela também jogando a toalha no lixo, e admirado pelo olhar meigo e acanhado.

— Que vergonha a minha. – Paola segurou a garrafa novamente e entornou o liquido em sua boca deixando uma gota escorrer pelos lábios e queixo.

Richard umedeceu os lábios hipnotizado pela cena a sua frente, jogando a jaqueta em seu colo para esconder seu amigo que estava querendo lhe trair. Ele nunca havia conhecido uma mulher tão quente como aquela e tão sexy. Nunca havia conhecido alguém que mexesse tanto com a sua libido. Droga.

Nem mesmo sua ex namorada era tão interessante. Paola era de longe a mulher mais linda que já conhecera. Talvez fosse o fato de ser latina e ele sabia a fama que os latinos tinham. Ela possuía um imã sobre ele.

Mas ele tinha que se controlar, pois ela era uma estranha para ele. Completamente. Ele estava apenas a ajudando, e somente isso.

— Não precisa se envergonhar. Foi um acidente. Você não fez por querer.

— Mas você está sendo tão bom para mim, senhor Listing. – Ela elevou o polegar para limpar a gota de agua no queixo mordendo o lábio inferior.

— Não se preocupe com isso. – Ele sorriu desviando o olhar dos seus lábios, e focou na paisagem do lado de fora.

Paola olhou para o mesmo lado que ele com seus olhos admirando sua beleza. Ela podia não ter mais interesse em ninguém e nem substituiria o amor que sentia pelo Scott Rivera. Mas Richard tinha uma beleza maior do que Scott. Isso tinha que admitir, e era viril.

Sua voz era grossa e firme, bonito e jovem. Muitíssimo alto e embora não fosse assim tão musculoso era imponente e forte e faria qualquer mulher se jogar em seus braços.

Enquanto Richard assistia a paisagem da grande Londres passar correndo do lado de fora do carro, ele não percebia que estava sendo assistido pela bela jovem.

Passaram se 15 minutos ambos sem trocar uma só palavra até que o movimento da limusine parou.

— Chegamos Senhor Listing. – Avisou o motorista, que saiu imediatamente do veículo e abriu a porta de trás para que ambos saíssem.

Assim que Paola saiu com a ajuda do motorista, um enorme e luxuoso hotel londrino tomou conta dos seus olhos.  Enormes janelas e uma entrada triunfal de verdadeiro palácio. Com pessoas entrando e saindo e um porteiro que conduzia as pessoas com um sorriso.

O grande e bonito letreiro lia-se: The Landmark London.

— É aqui, espero que goste. – Richard disse saindo do carro parando ao seu lado.

— É lindo. – Disse admirada – Mas como eu vou pagar por isso?

Vontade de se hospedar naquele hotel 5 estrelas e ter uma vida de uma princesa, era o que Paola mais queria. Mas tinha os pés no chão para saber que o dinheiro que ela trouxera não pagaria nem uma hora ali ou até mesmo uma refeição.

— É por conta da casa. Eu te acompanho. – Apontou para frente com a mão lhe indicando para passar primeiro.

Assim que chegaram a entrada um jovem rapaz negro lhe sorriu tirando o chapéu em cumprimento e cavalheirismo a Paola.

— Senhor Listing, que prazer o rever.

— Como vai Will? –Richard orriu de forma larga e espontânea, cumprimentando e apertando-lhe a mão. – Como está a família?

— Muito bem senhor. – Respondeu Will empolgado.

— Que ótimo, mande lembranças a esposa e as crianças. – Ele entrou com Paola no hotel, que de imediato deu um giro de 360 graus não acreditando no que estava vendo.

Sua boca abriu em um O perfeito, de admiração e surpresa. Richard riu discretamente achando ela maravilhosa com aquela reação. De fato, ela era totalmente diferente de todas as pessoas que já conheceu em vida.

— Tem certeza que tudo bem eu ficar aqui? – Ela olhava o hall do hotel ainda em choque.

Ao lado direito havia uma lareira em pedras de mármores em que subia pelas paredes e uma pintura feita a mão em cima dessa lareira. No centro do hall haviam poltronas e sofás e uma mesa de madeira combinando com o tapete persa. Abajures estavam espalhados ao lado das poltronas e balcão, mas havia um enorme lustre ao centro com luzes em formas de velas tornando o ambiente ainda mais aconchegante.

Ao lado oposto da lareira havia um quadro de um homem em uniforme, que Paola pensara ser o dono do hotel é claro, ou o primeiro dono do hotel. E abaixo uma mesa de mogno e um vaso com uma flor copo de leite.

No mesmo lado esquerdo onde estava o quadro estava a escada que subia para os quartos do hotel. Paola procurava pelo elevador e imaginou que estivesse do outro lado do Hall que continuava do outro lado do arco que dividia a sala.

O hotel possuía pilastras sustentando tetos decorados, parecia que o hotel todo era antigo, mas muito bem conservado.

Ao lado da escada estava o balcão com um homem trabalhando, atendendo clientes e telefone.

— Venha comigo. – Richard a conduziu até o balcão da recepção e deu uma batida leve no sino de mesa, brincando divertido esperando ser atendido. Assim que o recepcionista se virou sorriu surpreso.

— Senhor Listing, achei que nunca mais o veria aqui novamente. – Um homem com entradas de cabelo grisalho sorriu.

— E não veria – Ele brincou – Eu vim para lhe trazer uma nova hospede. Essa aqui é a senhorita Paola Ortega. Senhorita esse é o Senhor Connor. – Richard apresentou os dois.

— Prazer senhor Co...Connor. – Paola ofereceu sua mão que foi apertada de imediato.

— O prazer é todo meu, senhorita Ortega. Já tem ideia em qual quarto ficará hospedada? – Ele brincou com uma caneta que estava no bolso de seu paletó.

— Eu estava pensando coloca-la na suíte presidencial. Está vaga? – Richard perguntou apoiando no balcão, bem à vontade.

— Está com sorte, pois devolveram me esta manhã e o quarto já foi limpo. - Connor respondeu se virando para pegar o cartão da suíte.

Paola sorriu discretamente adorando a nova situação. Ela mesma não estava buscando ninguém em quem dar um golpe. Lhe ofereceram de bandeja.

— Que bom. E Connor, não sei se você se lembra que estão em dividas comigo. – Richard franziu o cenho aguardando uma resposta positiva. Ele odiava fazer aquilo, ficar cobrando favores, mas ele estava precisando.

— Claro que lembramos senhor. – Sorriu o homem.

— Achei que não ia precisar disso, afinal não gosto muito dessa situação, mas ela não pagará a estadia do hotel, quero que o pagamento de vocês comigo seja a estadia dela aqui. E a atendam com todo o devido respeito e de tudo o que ela precisar. Até que consiga um lugar para ficar.

— Sim senhor, só que precisarei avisar as autoridades. – Ele riu brincando. – Pode esperar uns momentos? Não demoro.

— A vontade. – Richard olhou ele pegar o telefone e os dedos discarem nos teclados, e voltando a atenção a Paola – Tem Spa aqui, restaurante e algumas lojas do hotel. Você pode querer comprar... – Ele fez aspas com os dedos – Algumas roupas para você.

— Obrigada, Senhor Listing. – Paola agradeceu.

Connor desligou o telefone e voltou com o cartão do quarto da suíte presidencial e olhou para Paola sorrindo.

— É mulher de sorte com um namorado de sorte. – Ele lhe entregou o cartão, Paola e Richard ignorou o fato de ele ter dito namorado. Richard estava envergonhado em dizer que não era namorado dela, pois não seria bem visto saber que Paola fosse uma estranha, e ele estava abrigando uma mulher qualquer no hotel, causaria pânico ao gerente. – Alguma bagagem, senhorita?

— Sem bagagens Connor – Richard respondeu. – Eu estava falando para ela sobre as lojas e o spa que tem o hotel. Está incluso também, não está?

— Para o senhor qualquer coisa que ordenar. – Connor só faltava reverencia-lo e Paola prestava atenção naqueles mínimos detalhes.

— Obrigado! Acho que é para você preencher – Indicando o formulário que estava sobre o balcão.

— Ah claro. – Ela pegou a caneta e preencheu o formulário feliz, enquanto colocava os dados dela lá e olhando para o Richard quando acaba. – Prontinho.

— Bom... – Richard olhou para Connor – Confio em você para cuidar dela. – Ele cumprimentou o colega de um jeito parceiro e olhou para Paola – Essa é a minha deixa. Agora eu preciso ir.

— Senhor Listing... – Chamou baixinho.

— Sim?

— Obrigada – Ela o abraçou.

Richard foi tomado de surpresa por não estar acostumado a uma mulher desconhecida o abraça-lo. Na verdade, isso era totalmente estranho para a cultura europeia. Eles não eram dados a abraços, contato físico nem mesmo com os parentes. Mas tinha que admitir que era muito bom esse sentimento.

Seus braços a envolveram também e ele se pegou ficando hipnotizado com o perfume tão doce. Ela era delicada e frágil, a pele tão macia.... Ele respirou fundo para deixar gravado em sua memória seu delicado aroma.

Paola lhe deu um beijo no rosto e ele sentiu a sua face esquentar e ao invés de repulsa ele nunca havia se sentindo tão bem com um contato de uma linda estranha.

— Obrigada! – Ela se afastou dele o soltando. – Maravilhoso seu perfume. – Sua mão direita segurou na bolsa de ombro, quando o elogia.

— Obrigado – Ele agradeceu de forma séria, mas por dentro havia gostado daquele contato próximo, e ouvir do seu perfume. – Qualquer coisa não hesite em pedir ajuda ao Senhor Connor. Até mais. – Richard girou os calcanhares saindo de forma imponente sem olhar para trás e entrou em sua limusine.

Paola abriu o maior sorriso que havia dado na vida, quase dando pulinhos de felicidades. Ela mordeu o lábio e andou depressa procurando o elevador, assim que o encontra ela aperta o botão e as portas se abrem para entrar, e antes que as portas se fechassem ela lembrou das lojas na qual tinha passe livre para levar o que quisesse. Ela saiu para dar uma voltinha e conseguir roupas novas e relaxar no spa.

— Agora você terá uma vida de princesa, Paola. Vou sugar você até onde eu puder. – Ela sorriu olhando um vestido na vitrine e ergueu uma sobrancelha, pensando no Richard.

Sua mente já maquinava e a ambição tomava conta do seu ser. Ela havia notado certo interesse da parte dele, nela. E a verdade que já estava cansada de levar a vida pobre que sempre levara.

Ela iria seduzi-lo, e iria arrancar todo seu dinheiro. Iria roubar o que lhe era mais importante.

A sua riqueza.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado
Comentem gente, é Sexta Feira, vai... O dia mais tranquilo para ler fanfic kkkkk (só pra quem não trabalha ou estuda no sábado).



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