Cosmos escrita por Sapphire


Capítulo 15
Capítulo 14 - Mãe: Uma palavra cheia de significados.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, leitoras :)
Desculpem a demora. Esse capítulo ficou grande demais e me deu trabalho, me deu preguiça desanimo para faze-lo. Eu vou tentar maneirar nos tamanhos pq eu acabo desistindo por preguiça e irritação ¬¬

Olha eu não sei se vou postar tão rapido o proximo também. Pois eu vou viajar em Outubro e tenho outras coisas para fazer tbm. Mas vcs sabem que eu não desisti da história :)

Agora sem enrolação, de verdade vem a mudança da Paola. Então se preparem... :'( Eu tinha esquecido que ainda havia esse capítulo --'

Eu espero que gostem desse, pois é pura fofura :) E não esqueçam de comentar o que acharam.
Se a hç istória for boa suficiente para recomendar ficarei imensamente feliz. Mas não pq eu pedi, mas pq espero q seja boa de vdd.



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Um choro na madrugada rompeu a noite silenciosa na mansão dos Listings. Seis meses a família não sabia mais como era estar em silencio e calmaria. Mas não poderiam estar mais felizes por ter um bebe.

O pequeno Rick chorava de dentro do bercinho ainda deitado. A baba eletrônica ao lado do berço já avisara os pais no outro quarto que o seu bebe precisava deles.

Mesmo sem um aparelho eletrônico era possível ouvir os protestos do pequeno em todo cômodo. Seus pulmões eram fortes.

Paola gemeu de raiva quando acordou com o escândalo do choro do filho. Odiava acordar a madrugada de repente daquela forma. Fazia muito tempo que não levantava para atender as necessidades do seu filho, ainda assim não tivera uma noite de sono tranquila um dia sequer desde então. Seu marido que sempre fazia essa tarefa.

Gemeu quando o choro não cessou. Estava exausta porque voltara para casa um pouco tarde após passar um dia de puro sexo no apartamento do amante. E como era tarde quando chegou, era uma boa desculpa para dormir mais do que de costume.

— Richard – Empurrou o braço do marido. – Ele acordou, vai ver o que é.

Richard despertou sonolento com os empurrões da esposa e o chorinho do filho. Ver as necessidades do filho virou trabalho seu. Paola de um dia para o outro parou de repente de amamentar o pequeno Rick no peito, de cuidar dele, de mostrar qualquer preocupação que  qualquer mãe normalmente faria. Ele sabia que ela o amava. Mas não havia mais a proteção de mãe.

A noite e madrugada ele cuidava do pequeno antes de trabalhar. E na manhã bem cedo a babá vinha para fazer seu serviço.

Ele levantou com todo peso do sono que sentia no corpo. Estava exausto de trabalhar, pois cada dia a empresa crescia e precisava constantemente de sua presença e exausto de chegar em casa para atender as necessidades do bebe.

Paola tirou a máscara que cobria os olhos e olhou o relógio. Os ponteiros marcavam 02:37hrs da madrugada.

Richard entrou no quarto com a maior tranquilidade e silencio para não assustar o filho. Não precisou espremer os olhos para enxergar, pois um abajur ficava ligado a noite toda.

— Shiuuuu. O que foi hein? – Ele respondeu o choro do filho com a voz baixa por estar cansado, e não deixar o menino assustado.

Mesmo vendo o pai, o choro não cessou. Richard checou a fralda. Mas parecia tudo ok. E notando que ele não parava de chorar, pegou a mamadeira pronta ao lado do berço e sentou na poltrona com o filho no colo dando de mamar.

Rick colocou as mãozinhas em volta da mamadeira e olhou para o pai com os olhos incrivelmente azuis que herdara do seu genitor. Ele era a cópia perfeita do pai. Olhos azuis muito vivos, furo no queixo, branquelo e o cabelo começava a escurecer.

O tufo de cabelo em seu nascimento deu lugar a um castanho claro que puxara da mãe, mas já dava indícios que escureceria e seriam pretos igual do pai.

Paola levantou indo em direção ao banheiro, mas mudou sua rota para o quarto andando de fininho para dar uma olhadinha nos dois, fazia tudo aquilo escondida pela fresta da porta.

Richard sorria para o filho o ninando enquanto deixava ele mamar. Era uma imagem tão linda de se ver que ela não se aguentou e sorriu também para os dois sem que ao menos o marido notasse.

Rick soltou o bico da mamadeira batendo nela, achando o dedo do pai enquanto fechava os olhos aos poucos, deixando eles meio abertos meio fechados, dormindo lentamente.

Com um beijo na cabeça do filho, Richard assistiu seu pequeno aos pouquinhos dormir e largando a mamadeira. Ele largou a mesma do lado e balançou o filho ninando assistindo ele adormecer. Por fim Rick adormecera.

Para Richard era magico como seu filho segurava seu dedo, como sorria, chorava ou balbuciava. Cada dia era uma nova descoberta.

Assim que Paola notou que Rick parou de chorar e dormiu, voltou para o quarto se deitando colocando a máscara e virando para o lado e ter sua noite de sono.

Richard levantou devagar para não acordar o bebe colocou o no bercinho com todo cuidado de pai, puxou a coberta cobrindo seu filho até a barriga e sorriu para a cena antes de sair e voltar para seu quarto. Quando ela notou que o marido entrara, fingiu imediatamente que estava dormindo.

A cena que Richard viu a seguir, fazia o se sentir ainda mais completo. Encontrar a mulher que mais amava dormindo e seu filho bem. Ele bocejou e suspirou. Puxou a coberta se cobrindo e a cobrindo também. Puxou para perto de si e lhe deu um beijo abraçando a Paola.

Estava exausto demais para notar um sorriso discreto da loira.

 

 

Na manhã seguinte vestido de terno e sentado à mesa do café da manhã, Richard segurava um bebe no colo um tanto agitado que quase não o deixava ler o jornal.

Como uma coisa totalmente nova e interessante, Rick segurava a colher batendo na mesa soltando bolhas de babas pela boca, como se fosse a coisa mais interessante do mundo. Era sua nova descoberta.

— Oh, filho. Não faz isso não. Vai sujar o terno do papai. – Ele pegou uma fralda de pano e limpou a boca do filho.

Como um relâmpago, Paola surgiu a mesa do café, tirando Rick do colo do marido e sentou um pouco afastada e entregou um mordedor para o filho. Os dentinhos estavam começando a dar sinal.

— A babá ainda não chegou? Mulher descompromissada. Já deveria ter a mandando embora e contratar outra. – Pegou o café apressada pensando em sair após o marido ir para a empresa, mas não dando indícios para ele.

O patriarca da casa abaixou o jornal olhando profundamente para a mulher a sua frente. Nos últimos meses, a esposa vivia irritadiça e pouco dava importância para o seu único filho.

— Ela só vai chegar as 8:30hrs. Ainda são 7:15hrs. – Ele falou na maior calma possível. Sua voz estava cansada também.

Contudo, Paola pouco dava importância para aquilo.

— Então mude o horário dela para as 7:00hrs. Porque nesse horário você já está quase pronto para sair.

Agora ele deixara o jornal sobre a mesa e seu semblante estava sério.

— Mas porque esse desespero? – Perguntou inconformado – Você vai ficar em casa. Não tem tanta relevância o horário.

Ele estava certo, mas Paola nunca admitiria isso.

— Mas aí eu posso dormir mais com ela mais cedo. – Encontrou a desculpa que precisava.

Rick agora olhava em silencio para os pais. A colher perdera o interesse e parecia sentir a raiva emanar do colo da sua mãe.

— Nós combinamos que a baba só iria te ajudar, mas que a maior parte das tarefas com o Rick você iria fazer. Sabe que nem gosto dessa história de babá.

— Quer que eu fique presa?— Grunhiu.

Ele suspirou. Sempre que tocavam nesse assunto era a briga de sempre. Richard foi criado pela tia, com a família por perto e era o que queria para o seu filho. A mesma criação que tivera. O tio saia todos os dias para terem a melhor vida possível e a tia o ensinava as coisas em casa, cuidava, lhe preparava os doces que gostava.

Não havia nada melhor que a proteção do tio e os afagos da tia.

— É claro que não. – Se defendeu – A gente divide a tarefa. Você fica com ele em casa de manhã enquanto eu trabalho e quando chegar eu fico com ele e te ajudo aos finais de semana. Foi isso que combinamos. Eu quero que sejamos uma família unida, que nosso filho seja criado por nos dois e não por um estranho.

— E o que eu estou fazendo agora Richard? – Crispou – Jogando ele para o alto e entregando para a empregada? Está precisando de óculos?

— Porque fica tão agressiva quando tocamos nesse assunto?

— Porque eu não gosto desse assunto. – Falou entre dentes.

Rick naquele momento fazia biquinho ameaçando a chorar, mas até então nenhum dos dois adultos presentes pareciam notar.

— É o nosso filho. É tão ruim ficar com ele?

— Eu estou fazendo o meu melhor. Para de criticar! – Ajeitou o filho no colo levantando da mesa do café para tomar depois.

— Não estou criticando. Só quero que nós estejamos na vida dele presente. Nós dois. Quero que sejamos os primeiros em tudo quando ele começar a falar e andar. Se eu não estiver aqui quando ele fazer uma dessas coisas, porque estou no trabalho, eu quero que você me conte e não a babá!

— Mas eu preciso de uma baba quando você não estiver. – Sua voz subiu alterada, claramente impaciente por estarem tendo aquele dialogo.

— Eu concordei em contratar uma para te ajudar, mas não para fazer todo o serviço. Eu quero que você esteja com ele. – Sua voz ameaçava subir indignado. Mas manteve a calma.

— E eu estou. Mas eu também preciso sair mais vezes.

— Eu entendo que você precise sair as vezes e deixa-lo com a baba. Não estou te proibindo. Mas você tem que o levar também as vezes, passar o tempo com o menino. Ele precisa dessas experiencias com a mãe. – Levantou encarando ela.

— Eu saio com ele e com a baba as vezes. Assim está bom para você? – Ajeitou o menino no colo que estava escorregando pelos braços.

De imediato ele viu o rosto de desespero do filho com a discussão e sua expressão suavizou acariciando o rostinho do bebe.

— Não quero mais brigar. – Suspirou impaciente – Ele já está ficando assustado.

— Ótimo! – A voz saiu ríspida.

Richard olhou o relógio de pulso.

— Já deu meu horário. Eu tenho que ir.

Paola voltou a se sentar com o filho no colo para continuar a tomar o café.

Richard se inclinou para conversar e acalmar o bebe.

— Hei, filhão o papai tem que ir, mas de noite a gente se vê. – Ele acariciava ainda suas bochechas.

Rick jogou os braços para o pai, que sorriu e o pegou no colo segurando a cabecinha dele dando um beijo na bochecha.

— Infelizmente o papai não pode te levar, hoje você vai ficar com a mamãe. – Deu outro beijo entregando o filho para a Paola e se inclinou parar dar um beijo na esposa. – Tchau, amor.

— Tchau. – Respondeu friamente deixando lhe dar um beijo enquanto ela comia uma salada de frutas.

— Eu amo vocês. – Disse antes de partir.

Por outro lado, Paola não dissera nada. Agora que passara amar loucamente o marido, se tornara muito mais difícil se declarar para ele. Quando passou a ser real o medo aflorou nela de tal maneira, que repelia todos os carinhos que lhe dava para nunca perder aquela vida.

Rick como um bom menino, não chorou quando o pai foi embora, ficou focando na comida da mãe tentando a todo custo colocar na boca.

— Não! – Tirou da mão dele e colou longe.

Rick investiu mais uma vez inclinando para frente.

— Para Richard! – Ralhou chamando atenção do filho pelo nome extenso.

Começando a ficar zangado, ele esticou os bracinhos. Vendo que seria inútil, começou a chorar. Algo que irritava profundamente sua mãe. Choro infantil.

— NÃO PODE! – Ela o puxou para trás.

Rick continuou zangado chorando. Seu rostinho já estava vermelho.

— Toma, Richard. – Disse entregando o chocalho. Mas a birra continuou, que jogou o brinquedo no chão nervoso.

— Ai, chega! – Entregou um pãozinho para ele. – Então come, cala boca e me deixa em paz. – Disse com certa impaciência.

Os olhinhos vermelhos cessaram as lagrimas e no mesmo instante o pãozinho foi levado até a boca enquanto olhava para a mãe como se quisesse dizer. “Até que enfim, eu estou com fome”.

Paola riu com a expressão dele colocando a comida na boquinha e lhe deu um beijo na testa. Mal via a agressividade que fazia com o seu próprio bebe.

— Agora deixa a mamãe comer. – Ela suavizou a voz.

O pequeno degustava sujando a boquinha se babando como se fosse a coisa mais deliciosa do mundo inteiro.

— Está gostoso? – Provou – Seu papai que fez. Ele adora fazer pães.

— Pá.... Pá – Balbuciou olhando a mãe com a boca ocupada.

Os olhos desceram para o filho surpresa pelas primeiras silabas.

—Quê?

No mesmo instante Paola correu até o telefone para ligar para o marido e voltou a mesa se sentado.

— Fala papai filho. – Insistiu para ter a certeza de que ouvira certo. Mas Rick não repetiu, estava ocupado fazendo besourinho com a boca e comendo o pão se sujando todo.

— Richard, para. Você está me sujando. – Mas o menino não parou.

Paola tirou o pão da mão dele e com uma fralda de pano limpou a roupa dela e a boca dele.

— Agora fica quieto! – Falou em um tom ríspido ajeitando o filho pela milésima vez no colo.

Mas parecia que não era isso que o Rick queria. Em cima da mesa pegou a faca ao lado do prato para brincar de bater na mesa. Paola arregalou os olhos arrancando da mão do filho de imediato colocando longe. Mas isso não parou o bebe que acordara com gás.

Com as mãozinhas esticou até o copo de suco que Paola bebia todas as manhas entornando a mesa.

— Nossa senhora, Richard, para! – Ela levantou com ele. – Agora terei que trocar de roupa de novo.

O suco do copo jorrava na toalha da mesa para o chão, deixando os dois ensopados. No mesmo instante uma empregada correu para arrumar tudo e limpar.

Parecia que com o susto e o movimento brusco da mãe, aquilo assustara o pequeno Rick com o liquido gelado na sua perna.

Paola subiu para o quarto tirando no meio do caminho o pijama do filho que molhou.

— Nossa, Richard, que bagunça.

Como se soubesse que não era sensato deixar a mãe mais nervosa, ele ficou quietinho no colo. Paola o deitou no berço para pegar outra roupa para o filho. Rick segurava os pezinhos contente sentindo as pernas de fora.

— Voltei filho – Disse com uma roupinha pendurada no cabide – Vamos colocar.

Soltando besourinho, Rick esticava as perninhas olhando para ela.

— Porque você fica fazendo isso? – Ergueu uma sobrancelha – E fala papai e não mamãe?

Rick apenas riu atoa mostrando o sorriso sem dentes.

— Papa – Balbuciou novamente.

— Mamãe! – Insistiu ela.

Rick tentou virar no berço para ficar em pé. Algo que não conseguia ainda fazer com tanta facilidade sozinho.

Paola segurando ainda o telefone a mão ligou para o marido e o segurou o aparelho na orelha e ombro enquanto terminava de vestir o filho. Rick olhou interessado para o brinquedo ao lado dele e tentou pegar. Paola já não prestava tanta atenção assim.

— Alô? – Respondeu a voz do outro lado da linha.

— Você sabia que ele falou papa?

— Como? – Richard perguntou enquanto dirigia falando ao telefone dentro do carro, típicos anos 90. – Ele falou papai?

— Falou, logo que você saiu. Fala papa o tempo todo.

— Está brincando? – Um sorriso nasceu de seus lábios. – Eu quero muito ver quando chegar. Tem como filmar ele nesses momentos?

Ele fez a curva no transito para estacionar em frente ao prédio imponente da sua empresa.

— Ele não fala quando eu peço. – Trocou de orelha o telefone sem fio. – Vou tentar filmar ele e depois nos falamos.

— Ele falou mamãe?

— Não – Respondeu nervosa.

Não havia como não notar a mudança em sua voz. Não era justo, ela pensou. Ela o carregou por 9 meses na barriga. Sentiu uma dor descomunal para fazer essa criança vir ao mundo. Porque ele falava papai e não mamãe?

— Querida, eu tenho certeza que logo, logo ele vai falar e não vai parar mais...

— Ou para né? – Ela o cortou impaciente e profundamente chateada.

— Não vai demorar. É só continuar falando com ele. Filma, por favor. Só tenta.... Agora tenho que ir querida. Nos falamos mais quando chegar em casa. Beijos – Ele desligou saindo do carro deixando para o segurança estacionar o carro dele na garagem subterrânea.

Assim que terminou de pôr uma roupa limpa e seca no filho, Paola pegou a filmadora que ficava guardada no closet do Rick, que era destinada somente a ele.

Ligou a câmera filmando bem no rostinho do bebe.

— Filho, fala papai.

Mas Rick estava muito ocupado em brincar com o brinquedo dele olhando a mãe colocando o objeto na boca. Mas Paola tirou o brinquedo dele.

— Papai, fala papai. – Insistiu.

— Papa – Repetiu tentando sair do berço.

— Isso amor, agora fala mamãe.

— Papa.

— Mamãe!

Como se fosse um protesto, Rick balbuciou como se estivesse irritado porque a mãe obrigava ele a falar.

— Papapapapa! – Com a sua vozinha de bebe disparou várias silabas atrás da outra.

Paola fechou a câmera suspirando. Simplesmente saiu do quarto indo trocar de roupa.

Rick rolou no berço ficando debruçado, e viu um objeto brilhoso e pequeno. Sua mãozinha pequena agarrou objeto e colocou na boca engasgando e começando a ficar roxinho.

Paola voltou com o vestido novo para sair com Lorenzo seu amante. Fazia muito calor no mês de Maio. Era primavera, e o verão se aproximava. Não via a hora da babá chegar para poder sair novamente. Quando cruzou a porta seus olhos arregalaram para a cena do filho passando mal.

— Meu Deus! – Ela agarrou o filho no colo sacodindo. – SOCOOOORROOOOOO!

Gritou saindo do quarto desesperada e preocupada.

Helga, a governanta, subiu as escadas depressa com um segurança no encalço.

— O que foi Senhora? – Perguntou vendo o menino sufocado ficando roxo. – Santo, Deus.... – Pegou o Rick no colo colocando o menino de barriga para baixo inclinado para frente lhe dando tapinhas nas costas. – Como ele engasgou?

— Eu não sei... – Disse desesperada passando a mão no cabelo. – Eu fui.... Fui guardar a câmera e pegar minha roupa para trocar e.... – Ela mordeu o lábio nervosa.

Helga continuava a dar tapinhas nas costas, até ver algo cair no chão e Rick começar a chorar pelo susto, um choro forte e alto.

— Oh, filho! – Paola o pegou no colo abraçando dando um beijo nele. – Mamãe quase morreu agora. – Passou a mão no cabelo dele e o olhou com os olhos cheios de agua.

Ainda assim Rick não parou. A governanta dispensou o segurança.

— Já passou – Acalmou o filho balançando ele deitado e dando a chupeta ao filho e abaixando no chão para ver o que é. – Tira essa porcaria de colcha de cama e não coloca nunca mais. – Avisou a empregada.

Helga apanhou o objeto da mão da patroa.

— Isso é do seu vestido, senhora, não do colchão.

— Meu vestido? – Paola pegou para olhar – Impossível.

— Parece o botão idêntico do vestido branco de ontem. Mas trocarei a colcha como prefere... Com licença.

— E tira tudo de perto que ele possa se engasgar. – Avisou antes que ela saísse.

Sua mão foi de encontro a cabeça do filho deitando ele no ombro ninando. Rick sugava a chupeta calminho. Paola limpou seus olhinhos molhados.

— Helga. – Chamou a governanta assim que trouxe a colcha de cama e trocou. – Traz uma mamadeira.

Paola sentou na poltrona azul com o filho.

— Mamãe vai ficar com você, está bom hijo?

Ele encarou a mãe com seus enormes olhos azuis, e recebeu um beijo na testa, ele descansou a cabecinha no peito da mãe, olhando o tempo todo para ela.

— Está melhor, meu bebe? – Ela fazia carinho na coxa dele, bem no momento que Helga entrara novamente no quarto entregando a mamadeira e saindo fechando a porta.

Paola tirou a tampa dando o leite para o Rick, que afoito começou a sugar o bico com fome. Fazendo que a loira então, percebesse o problema.

— Oh, meu amor. Você estava com fome, não é? – Ela olhou o contorno dos olhinhos dele vermelhos ainda e continuou fazendo carinho na mãozinha dele. Rick mamava dando uma pausa para respirar e voltando a mamar novamente.

— Lindo. – Disse admirando.

Rick segurou a mão da mãe por cima. Sentia aconchego e gostava de olhar para ela nos olhos. Era como se soubesse de tudo dentro daquela íris.

— Meu lindinho, você é perfeito. – Olhou para o lado se certificando que a porta estava realmente fechada e sorriu para ele pensando em faze-lo dormir. – Está com sono bebe da mamãe?

Mas Rick estava muito bem acordado mamando de olhos bem abertos. Prestando atenção enquanto ela conversava com ele. Ele amava quando conversavam com ele enquanto comia.

— Conta para a mamãe, está gostoso?

Rick levantou as sobrancelhas balbuciando algo aleatório sem largar a mamadeira, e só a largou depois de terminar tudo. Ele forçou a levantar.

— Pronto? – Ela o sentou e ficou olhando para o seu bem precioso.

Mas Rick em seu temperamento de bebe, não sossegou. Ficar parado depois de ter comido não era seu melhor passatempo.

— O que você quer, bebe? – Olhou ele. – Mais mamadeira? – Falou com voz infantil se certificando que ninguém ouviria.

Ele resmungou e percebendo que a mãe não fazia nada, ele chorou.

— O que foi lindo? – Ela levantou – Vamos ver a janela? – Andou até varanda e abriu a porta mostrando o jardim da casa.

O tempo estava lindo com o início do verão vindo. O primeiro raio de sol já atingia o gramado e as arvores do jardim dos fundos.

Aos poucos os choro foi cessando.

— Olha o passarinho, bebe. – Rick estava amando olhar o jardim e as movimentações dos seguranças com os cachorros. – Au, au, amor...

Ele ria olhando a mãe, apontando o dedinho sem muita coordenação motora ainda. Mas como a mãe, ela podia entender alguns gestos.

— Lindo – Ela apertou os lábios contra ele dando um beijo. Rick se entreteu em continuar se babando. – Faz, isso não filho. – Pegou o pano para limpar e o menino tentou se esquivar. – Eu tenho que limpar, amor. Pronto.... Já foi.

Ficaram alguns minutos em silencio, só os dois ali dividindo aquele momento de mãe e filho. O dia estava bonito, sem sinal de chuva aparente. E faltava pouco para o verão.

Rick de repente ficou com a carinha fechada como se concentrasse em fazer uma tarefa muito árdua.

— O que está fazendo, cariño? – Quando Paola notou o que poderia ser, os olhos arregalaram. – Ah não, Richard!

Rick quando terminou de se aliviar colocou o dedinho na boca.

— Ah não, filho. –  Ela o deitou de bruços para olhar a frauda e puxando a calça viu a lambança. – Ah filho, fala que não fez isso com a mamãe.

As feições bonitas da Paola se tornou em uma caricatura. Rick apenas sorriu mostrando que seu dentinho ainda não nascera.

— Você está achando graça é? – Ela viu o filho mexendo as perninhas tentando se virar – Onde quer ir? – Segurou ele de costas para ela.

Mas o pequeno tentava desvencilhar dos braços da mãe que o segurou firme.

— Não senhor.  – Ela olhou no relógio percebendo que ainda estava cedo para a babá chegar – Droga, Richard!

Xingou deitando o filho no trocador. Rick puxou as perninhas e colocou o pezinho na boca com o bumbum sujo.

— Mi madre! – Vendo o estrago por fora da fralda e abrindo a mesma com muito nojo, torcendo as feições em uma careta.

Rick chupava o dedinho do pé deixando a mãe o trocar.

— Fica assim.

Ela pegou o algodão para limpa-lo e encheu a mão de lencinhos para não encostar. Limpando na frente e atrás sem notar que ainda fazia careta e Rick ria da sua mãe. Paola demorou mais do que devia. A preocupação em afastar o rosto do cheiro e de não sujar a mão que mal prestou atenção no que o filho fazia. Rick olhou para o lado vendo o talco em seu alcance e o pegou. Para azar ao levar a boca o frasco virou em seus olhos jorrando pó.

— Mas que sujeira! – Terminou de limpar jogando a fralda fora. Quando deu por si, seu filho debatia. – RICHARD! – Tirou o talco da mão dele e o excesso do seu rostinho.

O pequeno contorcia tentando abrir os olhos começando a chorar. Ela colocou a fralda limpa de qualquer jeito o vestindo e pegou-o no colo. Ela ligou para o marido narrando em desespero.

— Ele pegou o talco, estava aberto, eu não vi, ele virou no rosto. O que eu faço, Richard? Ele está chorando, deve estar horrível para ele. O que eu faço?

Richard estava tão assustado quanto ela.

— Tenta lavar os olhos dele com agua corrente, mas se puder ir ao hospital o mais depressa possível. Eu estou saindo daqui agora.

Paola desligou o telefone tentando lavar enchendo a mão de agua passando no rosto repetidas vezes.

Limpou com uma toalha branca o seu filho e correu com ele esquecendo os próprios documentos. Ela olhava pelo retrovisor do carro, com seu coração aflito.

 

 

Com uma parada brusca em frente ao hospital, com o pneu assobiando, Richard saiu do carro afoito encontrando a esposa logo na entrada do hospital. Como instinto protetor, ele tomou o filho no colo abraçando ele e olhando para os seus olhos que estavam esbranquiçados pelo talco e vermelhos. Ele correu o mais depressa possível avisando na recepção. Paola os seguia com a respiração difícil.

— Cadê os documentos dele? Está com você? – Perguntou depressa com a voz elevada.

Naquele momento, Paola se deu conta que não trouxera a bolsa e nenhum dos documentos, nem dela e nem do filho. O desespero no momento falou mais alto, e agora mais um desespero. O filho sofrendo e ela sem as documentações.

— Droga! – Xingou – Eu não peguei nada.

— Não importa agora. – Entrou com o filho fazendo eles serem atendidos e correndo com ele no colo com a equipe particular de medico e enfermeiros.

Paola os seguiu desesperada segurando a mãozinha pequena do Rick.

Fora horas de agonia até que tudo estivesse bem.

Richard assistia seu bebe dormindo no bercinho do hospital. Aliviado que ele estava bem. Passou a mão no cabelo bufando.

— Oh Deus! Obrigado. – Olhou para o teto do hospital agradecendo.

— Eu não sei fazer nada. – Paola lamentou com a cabeça entre as mãos sentada em uma poltrona próxima ao filho – Eu sou horrível. –  Estava vermelha como se tivesse chorando, mas sem as lagrimas escorrendo.

Richard olhou mais um instante para o bebê que dormia sereno para mirar a sua esposa.

— Ah, foi um susto.

— Ele está bem, não está Richard? – Sua cabeça levantou para olhar finalmente para o marido.

— Está. – Sem tirar os olhos do filho ele a chamou com a mão. – Vem aqui amor.

Ela andou vacilando alguns passos. Estava abaladíssima.

— Eu sou horrível. – Lamentou.

— Acontece. – Seu braço passou em volta dos ombros femininos abraçando – Faz parte. – Sorriu para ela e acariciou a bochecha. – O bom que ele está bem, vai ser um menino que nos dará trabalho, olha só o que nos apronta. – Brincou.

Mesmo diante de uma situação preocupante, ele não deixava de ser amoroso.

— Não me deixa mais sozinha. – O abraçou sentindo o seu cheiro – Eu não consigo ficar sozinha com ele.... Ele.... Ele.... Olha o que eu fiz. – Escondeu o rosto no peito do marido afundando cada vez mais em seu terno se sentindo horrível e acabada, porem acolhida nos braços dele.

— Está tudo bem, poderia ter acontecido comigo também.  Criança é assim, amor. A gente se distrai um momento, pisca os olhos por um segundo e quando se dá conta, pode se esperar qualquer coisa. Não se castigue tanto. – Ele a apertou firme dando um beijo quente na cabeça dela enquanto as mãos acariciavam as costas.

Mas aquilo não era o suficiente para Paola. Sabia que não era seguro o filho ficar a sua volta. E seus pensamentos eram tão egoístas que era mais uma desculpa para se afastar deles quando fosse se jogar aos braços do Lorenzo.

— Por favor, contrata duas babas se for preciso. Mas não vou confiar ficar sozinha com ele. Eu o deixei se engasgar com um botão e depois isso. – Olhou com dor para o seu único bebe. E franzindo o cenho segurando o choro, mesmo sabendo que ele estava bem. – E se tivesse acontecido algo, Richard? E se eu estragasse a vida dele? Era visão do nosso filho em jogo, amor. E se fosse sério? Eu não aguentaria, não suportaria viver com essa culpa. Eu tenho mesmo que me culpar. Fui toda errada.

Ele pôde sentir o desespero dela.

— Foi só talco, com uma pequena irritação. Agora ele está bem fica tranquila. Essas coisas acontecem e é só um alerta para ficarmos mais atento com ele. Da minha parte está tudo bem, olha ele.... – Fez uma pausa indicando o sono tranquilo do filho – Tudo já está bem.

Ela descansou a cabeça no peito do marido, olhando o filho, com o olhar baixo, meio que sem coragem com medo que ele esteja mal.

— Jura que não está com raiva? – Ela levantou os olhos para o rosto masculino.

— Porque eu ficaria? – Ele olhou para ela também. – Preocupado sim, mas com raiva de você não. Não fez por querer. Só que deve ficar mais atenta em relação a ele, querida. Criança mexe em tudo.

— Eu não me sinto mais segura com ele sozinha. – Balançou a cabeça. – Tenho medo disso acontecer de novo e dessa vez ser algo mais sério.

— Acidentes acontece com várias mães. Mas a pratica faz com que peguemos a experiencia. Vou ficar com vocês dois em casa, hoje. Assim fica melhor?

— Por hoje sim, mas e amanhã e depois e depois...? – Sua voz ainda tinha notas de desespero.

— Alguém tem que cuidar dele e não podemos ficar à mercê do medo sempre.

— Por favor.... Por favor – Implorou com a voz embargada. – Sobe o horário da babá. Ela fica me olhando ficar com ele, mas não vai deixar isso acontecer de novo.

Richard suspirou cansado.

— Ah, Paola. – Ia começar a discutir, quando viu em seus olhos avelã, o desespero. – Tudo bem. Amanhã ela virá mais cedo. Mas me prometa que não vai largar ele só com ela.

— Não vou sair.  – Prometeu algo que jamais conseguiria cumprir. – Mas não vou ficar sozinha com ele novamente.

— Está bem. – Concordou. – Uma babá que dorme a serviço. Assim te deixaria mais tranquila?

— Muito mais.

— Então vai ser assim. Qualquer coisa por você.

Ela sorriu mexendo os lábios em agradecimento. Ele a beijou com cuidado sem a soltá-la por nada no mundo. Aquilo não era o que planejara quando pensou em ter um filho. Mas daria o tempo dela para se acalmar e ver que era bobagem sentir medo. E que aquilo poderia ter acontecido com qualquer um. Mas não faria muda-la de ideia a força.

Iria esperar com paciência.

 

 

Richard ajeitou a cadeirinha no carro abrindo espaço para a esposa entrar com o filho. O menino dormia tranquilamente. Paola deslizou para o lado sem despregar os olhos do seu bebê. Estava tranquila porque sabia que ele estava bem. Mas o medo agora crescia cada vez mais.

Parecia que em tudo que tocava ou amava as coisas davam errado. O que poderia ter acontecido de pior se ficasse mais algumas horas sozinha com ele?

Morreria?

— Depois peço para alguém vir buscar seu carro.  – Ele avisou.

— Não estou preocupada com isso no momento. – Seus dedos deslizaram para a testa e cabeleira do filho.

Amava ver que ele era a cópia perfeita do marido. Ele tinha um lábio mais carnudos parecidos com o dela, mas fora esse detalhe parecia que só o Richard havia feito o filho deles dois.

— Eu sei, só quis lembrar a você. Desculpa. – Fechou a porta de trás entrando no banco do motorista dando a partida, passando o cinto pelo corpo, indo em direção para casa.

— Ele está dormindo como se nada tivesse acontecido. – Seus dedos contornaram os lábios vermelhos do filho e o queixinho com o leve furinho.

Richard olhou do retrovisor e sorriu.

— É porque não aconteceu. Vamos esquecer o episódio de hoje?

— Tudo bem, mi vida. Já esqueci. -Ela retribuiu o sorriso.

— Ótimo – Virou a mão para trás fazendo carinho na perna dela – Você gravou ele?

— Gravei, quando chegar eu te mostro.

— Ele falou mesmo? – Perguntou com a voz de um pai babão.

— Falou! Papapapa! – Ela imitou rindo um pouco, tirando risada do moreno também. – Mas foi só isso. – Disse cabisbaixa.

Com o gesto ele sabia o porquê ela parecia chateada.

— Logo vai ser mama. – Animou-a. Sabia que a esposa ficara triste por não ter sido chamada de mamãe pelo filho como a primeira palavrinha.

— Não me deu nem bola quando pedi.– Fizera um bico desanimador.

—  Ele vai aprender logo. A cabecinha dele funciona uma coisa de cada vez. Mas amor não fica chateada, ele vai falar logo. Você vai ver!

—  Eu quero que fale logo! – Riu para algo que parecia estar longe. A cabeça dela havia viajado por que parecia um futuro não muito distante – Escutar ele falando mamãe vai ser lindo!

—  Vai sim. E os filhos sempre são mais apegados as mães. Vai ter um dia que ficarei com ciúmes de vocês dois.

Aquela frase finalmente fez a atenção da loira sair do filho para o marido. Richard sempre fora um homem bem seguro de si mesmo, firme e muito bem controlado. Nunca elevou a voz para ela e mesmo zangado mostrava paciência e compreensão. Ele jamais chegou a imaginar algum dia sequer que ele poderia sentir tais emoções. O ciúme era totalmente descartável.

—  Você com ciúmes? – Sua voz era um tom de grande surpresa.

— O que foi? – Perguntou.

— Você não é desses caras.

Agora a surpresa estava estampada na face masculina. Ele ergueu a sobrancelha.

— É claro que eu tenho. – A cara dele parecia de quem acabou de ser ofendido. – Porque achou que eu não tivesse?

— Oras, porque você NÃO tem!

—  Não gosto do jeito que os homens te olham na rua, ou quando te levo as festas e a atenção toda é voltada a você, mas eu sei que está comigo.

Ele confessou e Paola ficara em choque.

—  Você não gosta quando a atenção da festa sou eu, porquê?

— Gostar eu gosto, me sinto feliz e orgulhoso que as pessoas te achem linda, e eu sou o sortudo de estar com você. Mas são os olhos de luxuria dos outros homens que eu fico nervoso. Mal posso me controlar. Tenho vontade de bater em todos

— Não sei porque liga para isso. – Ela gesticulou com a mão como se fosse algo banal.

Mas no fundo ela amava de verdade a atenção e sempre percebia o olhar de cobiça dos caras.

— Porque eu fico com ciúmes, mesmo que você acha que eu não sinta.

— Tem ciúmes de mim? – Ela o encarou e parecia que nada mais importava ali a volta. Esquecera que estava no carro e o marido precisaria de atenção à sua frente.

Mas parecia que para o Richard as coisas aconteceram no mesmo ritmo que o dela. Seus olhos não se desgrudaram.

— É claro que eu tenho. Achou que não?

— Achei. Você não demostra!

— Mas é claro que eu tenho. Mas você nunca me deu motivos para ficar enciumado para valer. E também sei que ciúmes em excesso não é saudável e normal. Porque também não quero te prender em casa pelo meu ciúme. Eu confio na minha mulher.

Paola se sentiu mal no mesmo instante e abaixou o olhar. Não gostaria de sustentar a ele que haviam culpa em seus olhos e corpo. Seria doloroso demais se ele descobrisse a verdade.

— Se não confiasse ficaria magoada.

— Mas eu confio. – Levantou a mão para trás pegando a dela, puxando para que viesse mais para frente e deu um beijo – Eu te amo.

Ela o abraçou com a poltrona junto bem no instante que Rick acordou e resmungou.

—  Oh! Uma pessoinha acordou. – Paola deu um beijo no ombro do Richard e olhou o Rick - Hei bebê. – Ela fez um carinho na perninha dele e pegou a chupeta – Eu estou aqui.

— Hei, filhão. Que cochilo rápido. – Richard virou a cabeça rapidamente para dar uma boa olhada no filho e ver se os olhos dele estavam completamente normais. Ele suspirou aliviado em ver que sim. - Vê se ele está com sede.

Ele pegou a bolsa reserva com mamadeira que sempre carregava no carro e antes de sair do hospital havia enchido de agua mineral e passou para a esposa.

Paola pegou a mamadeira de agua mostrando ao Rick.

— Quer aguinha bebe? – Sacudiu a mamadeira sorrindo.

Rick parou de reclamar esticando as mãozinhas abrindo a boquinha para dizer que queria. E com um beijo suave no rosto dado pela mamãe ele segurou a mamadeira por cima das mãos da Paola.

— Que sede né filho? Está calor. – Sorriu fazendo voz infantil. – Paola, aos intervalos deixa ele respirar, ou ele vai se engasgar – Instruiu ao ver a esposa dar agua direto sem direito a descanso.

Por puro medo ela parou tirando a mamadeira dele encarando o marido.

— Acho que não tenho muito jeito né? – Sorriu sem graça, por ser a mãe e não ter noção das coisas que faz.

— Tem sim – Encorajou – Só precisa fazer isso mais vezes e confiar em si.

— Eu entro em desespero as vezes e faço tudo errado.

Rick resmungou puxando a manga da blusa da mãe pedindo atenção e mais agua. Paola voltou a olha-lo com seus olhos cheio de amor que só uma mãe consegue dando mais agua ao seu filhote.

— A pratica leva a perfeição. – Richard falou enquanto saiam do farol vermelho.

— E quem já é perfeito por natureza? – Ela piscou através do espelho.

— Ninguém, mas você me entendeu. – Richard virou a mão para pegar a dela e mordendo de leve.

— Você é. – Acariciou os cabelos do marido dando um beijo no pescoço dele. – Pelo menos para mim.

— Estou longe de ser perfeito.

— Não tão longe quanto pensa....

 Ela respondeu, mas voltando de imediato a atenção para o filho esperando que ele tomasse toda sua agua. O pequeno Rick levantou as sobrancelhas olhando o movimento do lado de fora do carro em seguida rejeitou a agua com a língua. Paola riu em como seu bebe fazia para mostrar satisfeito com alguma coisa.

— Cansou filho? – Perguntou com a voz de bebe limpando a agua que escorria da boca infantil.

— Ele está suado. Você não acha? – Richard perguntou abrindo um pouco as janelas de trás.

O tempo estava quente. Ao meio dia, o sol brilhava sobre as cabeças dos ingleses. Era a época favorita dos europeus, onde poderiam passear, frequentar as praias e as escolas entravam de férias nessa época. Famílias faziam viagens e todo ano haviam festivais, brincadeiras e parques abertos.

As pessoas ficavam mais receptivas também.

Paola olhou para o céu e fechou os olhos quando o sol tocou seu rosto pelo vidro da janela. Como sentia saudades do México e do calor que o país proporcionava. Pelo retrovisor do carro, Richard sorriu pela expressão serena da esposa.

Para ele não havia mulher mais linda e perfeita que ela.

A caminho de casa ao longe pôde se ouvir o som de um trovão.

— Pelo visto vai chover. – Ele olhou para o céu – Adoro o barulho da chuva, principalmente para dormir abraçadinho com alguém que a gente ama.

— Então torça para ser na hora de dormir que chova.... Mas... – Pensou – Eu fico abraçada com você mesmo se não acontecer. – Ela queria isso, mas ainda estava relutante com a ideia.

— Você é toda linda.

Aquilo tirou uma risada de Paola. Era assim que ele adorava deixar sua mulher. Feliz e faze-la sentir que ainda é amada, mesmo depois de dois anos de casamento.

Ele jamais deixaria a chama da paixão acabar e sempre a protegeria, respeitaria e amaria até que a morte os separasse. Ele fez aquela promessa diante de Deus e seria um bom marido.

— Você ainda é um bobo romântico.

— Eu sou. Sou bobo por você porque eu te amo.

— "Eu acho que eu também." – Pensou ela – Sabe de uma coisa? Eu também me amo.

— E eu? – Ele espremeu os olhinhos.

— Estou pensando no seu caso.

— Enquanto você pensa.... – Disse estacionando em frente de casa. – Me dá um beijo?

Ela se inclinou para o banco da frente e lhe roubou um selinho. Um beijo breve na qual fez Richard ficar sedento. Quando suas mãos encostaram no seu braço para pedir por mais, ela se afastou.

— Seu filho vai ficar com ciúmes. – Tirou o Rick da cadeirinha saindo do carro com ele, sem ao menos deixar seu marido abrir a porta do carro como sempre fazia.

Algumas vezes ele sentia que ela o estava começando a evita-lo. A razão ainda era desconhecida, mas queria saber se começava a fazer algo de errado.

— Paola, esp... – Ele a viu entrar em casa com o filho no colo tão rápido, mal lhe dando tempo de falar.

O moreno suspirou.

Paola sentou o Rick em sua cadeirinha de descanso. E sentou-se na poltrona ao lado do filho, extremamente esgotada mentalmente após o susto. Richard entrou logo em seguida fechando a porta a procura dos dois.

O pequeno Rick olhou para o pai assim que o mesmo surgiu diante deles na sala, e balbuciou como se o chamasse para perto dele. O bebe inclinou para frente querendo ir para o colo do pai.

— Hei, filho que foi? – Agachou perto dele o pegando no colo – Quer ficar com o papai? – Inclinou dando um beijo amoroso na testinha do seu bebe.

Por alguns segundos Paola parou admirando os dois homens da sua vida. E um estalo em sua cabeça se fez, fazendo a lembrar de algo. Ela levantou de imediato deixando pai e filho a sós e voltando em seguida com uma filmadora em mãos.

— Fala papai para ele ver filho.

Richard sentou com o Rick olhando a mão da esposa que segurava a câmera e um largo sorriso ampliou em seu rosto.

— Você filmou. – Ele olhou para o bebe mexendo em sua própria barriga. – Fala papai...Fala bebe.

Rick apenas colocou a mãozinha miúda na boca e olhou para seus genitores. Paola retornou o vídeo para o início e segurou diante do marido para ver.

— Aqui. – Sentou ao lado dos dois para verem juntos.

Richard segurou a câmera com um pouco de dificuldade, Rick ficara agitado querendo saber o que era o objeto curioso na mão do pai. Ele afastou a câmera para ver melhor e sorriu com o que viu diante dele.

Rick estava no bercinho enquanto Paola falava com ele para dizer papai. O que lhe foi respondido com vários “papas”. Aquilo não poderia lhe dar mais orgulho.

Ele depositou um beijo na cabeça do seu bebe enquanto seu ego inflava ao ouvir a vozinha do Rick.

— Viu papai? Ele sabe te chamar. – Paola brincou.

— Eu estou vendo – Disse entregando a filmadora a esposa, porque Rick estava ficando irritado tentando alcançar.

Ele segurou o menino elevando para o alto e o beijou a barriguinha, tirando gargalhadas do filho.

— Papai ama demais esse menino.

Como mãe, ela sorriu para o seu filho passando a mão nas suas bochechas. Richard começou a jogar o bebe para o alto arrancando assim gargalhadas do seu filhote.

Paola ficara de olhos arregalados assustada para em seguida rir junto com seu filho. Aquilo lhe deu uma aflição e como se cubos de gelos descessem pelo estomago.

— Fala para seu papai ouvir, filho que você já sabe falar papai. – Beijou a mãozinha miúda.

Rick apenas encarou seu pai esperando ele o jogar mais para o alto.

Richard riu.

— Ele quer mais.

— Mais? Não, chega. Ele pode passar mal. – Ela o proibiu com os seus enormes olhos.

— É, chega filho. Depois. Agora você vai tomar banho e comer. – Ele hesitou. – Você deu banho nele?

—Não. Com todo esse problema eu não dei. Até porque esperei a babá vir que por sinal, ela não veio.

Aquilo pareceu despertar a memória de Paola. Esquecera completamente da babá, que sem sombra de dúvida iria perder seu emprego. Richard mordeu o lábio inferior como se tirasse alguma pelinha dela.  Mas permaneceu em silencio e olhou para o seu filho.

— Humm. Tem saquinho e bumbum fedido – Levantou do sofá subindo para o quarto com a esposa seguindo – Vamos tomar banho garotão.

— Vai dar banho nele? – Perguntou curiosa.

— Claro que vou – Entrou no quarto do filho, colocando ele na troca fralda e tirando o paletó, puxando as mangas da camisa e afrouxando a gravata.

A loira olhava tudo atentamente da porta e aos poucos foi se aproximando.

O quarto era lindo em tom de azul escuro com berço vermelho e bonecos de soldadinho da guarda real britânica. Até mesmo a bandeira da Inglaterra sutilmente decorando o ambiente.

— Vou mandar encher a banheira. – Ela avisou.

— Ok - Começou a tirar a roupinha do filho.

Paola chamou a governanta, Helga mandando encher a banheira e indo até o marido colocando a cabeça no ombro dele e abraçando por trás.

Enquanto isso, ele puxava a calça do filho tirando a fraldinha dele, vendo uma nova caquinha.

— Hum. Rapaz o que você anda comendo? – Ele franziu o nariz.

Paola jogou a cabeça para trás gargalhando.

— Boa sorte, já troquei a minha. E te garanto que essa está melhor do que a de hoje de manhã.

— O papai limpa né filho? Papai não liga de trocar fralda do bebezinho dele. - Inclinou para dar um beijo na bochecha dele, assoprando a barriguinha do filho para brincar, depois pegando o lencinho umedecido, segurando as perninhas dele, levantando para cima, limpando o bumbuzinho do Rick. – Pronto filhão – Segurando ele no colo e beijando o bumbum e segurando ele peladinho.

Rick riu com o gesto fazendo Paola rir também.

— Incrível como não tem nojo. É cocô. – Falou com uma careta e dando um beijo na mão do filho e vendo Helga sair do banheiro. – Pronto meu amor, a banheira já encheu pronta para refrescar o nosso bebezinho, né cariño? – Passou o nariz tipo beijo de esquimó no braço do filho. – Meu lindo. Meus lindos.

— Eu teria nojo porquê? É meu filho. – Andou em direção a banheira, jogando a gravata para trás e começando a enxaguar a cabecinha dele.

Rick mexeu as perninhas feliz. Paola sentou-se na banheira ao lado olhando o seu maior tesouro. Estava feliz por ele estar feliz e bem. E que o acidente mais cedo não passara de um grande susto.

Jamais se perdoaria se algo acontecesse com ele.

Parecia que desde que nascera nada mais importava do que ele. Nem suas joias mais caras, ou suas roupas, seu carro ou a enorme mansão que viviam. Desde que começou a namorar o Richard nada agora valia mais do que a vida do seu bebê. Até mesmo o marido passou a morar dentro do seu coração.

Desde que tinha catorze anos era ambiciosa, pensava sempre em mais. Era convicta que jamais teria filhos. E naquele exato momento estava ali com sua família e amava imensamente tudo aquilo.

— Agua gostosa né meu garotinho? – Richard perguntou com sua voz infantil.

Era impossível não sorrir automaticamente ao ver a felicidade deles.

— Papapapa. – Disparou.

— Isso foi um sim né lindo? – Observou o filho brincar e jogou agua na barriga dele.

Com o carinho da mãe, Rick correspondeu batendo as pernas na agua e molhando ela inteira. E ria feliz gostando daquilo.

— Richard! – Se afastou chamando a atenção do filho – Não pode.

— Eu estou feliz mamãe. – Richard fez a voz de criança – Deixa eu brincar.

— Vou andar de avental perto de você. – Disse passando a toalha na roupa e depois riu.

Estava claro que agua era algo que todas as crianças amavam. Rick parecia se divertir na hora do banho. Richard terminou sua tarefa de deixar seu filho limpinho. Paola esperou com a toalha em mãos e o enrolou de volta para o quarto.

—Limpinho e cheiroso. – Deu um cheiro no seu filhote. – Essa roupa está leve não está? – Pegou um body azul marinho que deixavam as pernas e os braços do bebe de fora.

Era um dilema ao cuidar do seu próprio filho. Paola não levava jeito algum. Richard olhou na direção e concordou com a cabeça.

— Vou colocar nele agora.

— Está ótimo. – Falou o moreno se aproximando e ajudando ela vesti-lo mostrando que não deve esquecer a pomada contra assadura, talco e a fralda bem fechadinha para não vazar o xixi pela lateral.

Paola observou tudo atentamente com seus enormes olhos cor de avelã e dava seu melhor para fazer as coisas de forma certa para não machucar seu bebe. Richard saiu para limpar a bagunça que ficara no banheiro deixando os dois a sós.

Seu menino era realmente muito lindo. Rick enfiou a mão fechada na boca e balbuciou. Ela segurou o pé do filho beijando maravilhada de ouvir ele “falar”.

A distração tomara conta dela, esquecera de fechar a fralda até que Rick a molhou com seu xixi.

O gritou foi de imediato ao sentir algo quente e úmido em suas roupas.

— AAAAAH!

O grito alto e agudo foi o suficiente para dar um susto no pequeno e faze-lo chorar.

— O que foi? – Richard voltara correndo . – Ele se machucou? – Viu o filho chorar.

— Ele fez xixi em mim. – Olhou para o vestido todo molhado.

— Foi isso? –  Perguntou aliviado – Que susto. Achei que fosse algo grave. – Pegou seu bebe no colo para acalmar, balançando e acalentando – Pronto filho, já passou. Amor não pode gritar perto dele, você o assusta assim!

— Ele me assustou também – Sua entonação e voz saíra indignada. – Eu vou tomar meu banho.

Assim que a loira cruzou a porta Richard teve um acesso de riso enquanto acalmava o filho embalando no colo. Com muito esforço colocou Rick deitado para prender direito a fralda. Fechou o body e colocou uma meia.

O pequeno tentou de todas as formas se esticar buscando o colo protetor do pai. Richard o trouxe junto de seu peito enquanto penteava os cabelos do seu bebe. Agora estava limpo e cheiroso.

Era sua vez de tirar o terno.

Ele tentou trocar de roupa o mais rápido possível deixando Rick deitado na cama em volta de brinquedos e almofadas. Ternos e gravatas foram pelos ares e uma camiseta branca e calça de moletom moldavam em volta dos seus braços fortes e coxas torneadas.

Lembrara que Rick deveria estar com fome. Passara a manhã inteira no hospital e esqueceu de perguntar a esposa se ela havia dado mamadeira a ele quando partiu para o trabalho.

Com rapidez pegou Rick no colo e desceu a cozinha onde uma cadeira alta já estava posta, para facilitar o trabalho da babá no dia a dia. Ele o sentou com muito cuidado sem sair de perto um só segundo.

— Helga, por favor traga uma papinha para o Rick comer. Nada de leite hoje.

Com a cabeça confirmou trazendo em um pratinho colorido a papinha de legumes. Rick batia as mãozinhas em cima do apoio gostando do que via.

— Calma bagunceiro. Você já vai comer.

Com o sinal de comida a caminho, Rick abriu a boca fechando os olhinhos de satisfação de estar comendo. Richard riu alto com a expressão do filho.

— Como pode gostar tanto de comer? Você não tem fundo. – Ria se divertindo.

Alguns minutos depois Paola desceu vestindo um vestido branco de cetim, na qual nunca se sabia se era um vestido ou uma camisola.  Richard não pôde deixar de notar em como era curto e decotado, mas para todos os efeitos ele gostou assim mesmo. Rick virou a cabeça ao ver a mãe entrar e abriu um sorriso.

— Vai almoçar também, querida?

— Esse susto todo, eu mal tive tempo de tomar café. Rick me molhou logo depois que você saiu para trabalhar.

— E molhou de novo. – Conteve o riso, ao ver a cara da esposa depois de ter virado fralda descartável particular do filho.

— Não teve graça, Richard. – Ela sentou ao lado dos dois – Você não está com fome?

— Estou, mas tenho que dar comida do Richard.

Helga serviu os patrões e o deixou a sós. Conhecia a fama da patroa e sabia que ela odiava quando não lhe davam privacidade.

Paola com todo carinho deu comida na boca do marido e sorriu de canto discretamente, amando fazer aquilo.

— Gostei disso. – Olhou  para ela.

— Vou provar. – Disse provando da comida. – Realmente está gostoso.

— Não me referia ao sabor da comida, e sim do seu gesto.

Rick gritou.

— Seu filho quer atenção e de comida também. – Disse dando mais na boca do marido. – Não tem problema se não for trabalhar hoje, não é? Você tinha algo de importante?

— Importante sempre tem, amor. Mas vocês são mais.

— E poderá compensar amanhã?

— Claro que sim.

— A babá não apareceu. Depois dessa espero que você não seja louco de deixa-la entrar por essa porta. E ainda vai ter que contratar pelo menos duas, para que uma fique de manhã aqui e outra cuide dele a noite. Não vou ficar sozinha novamente.

O moreno suspirou. Realmente nada faria ela esquecer o episódio do dia. E nada no mundo faria mudar de opinião. O que lhe restava era aceitar.

— Ok. Não vamos falar disso, mas prometo ver esse probleminha.

Rick resmungou pela segunda vez, fazendo os pais voltarem a atenção para ele.

 

9 Meses.

Richard arrumava o filho com uma sunguinha verde para brincar com ele na piscina de casa. Lotara a criança de protetor solar. Ele se divertiu com o pensamento de confundirem Rick com o Gasparzinho.

— Não vá afogar o menino. – Paola avisara olhando os dois do espelho da penteadeira.

— Eu sei tomar conta dele amor. Já tomei de você. Ou já esqueceu?

Ele sorriu malicioso e piscou. Se lembrava bem de como terminara aquilo.

— E que conta que tomou. – Ela riu se lembrando da tarde quente de sexo que tiveram juntos.

— Você viu né? Tomei conta direitinho. – Pegou o filho no colo e deu um beijo na mulher.

— Eu vou ficar olhando vocês na piscina e depois vou ao salão. – Avisou.

Disse isso mexendo no cabelo de forma vaidosa se virando para olhar os dois de frente.

— Porque não fica com a gente? Você está linda nem precisa ir a nenhum salão. Mas vou amar te olhar de biquíni.

Ela ignorou o ultimo comentário.

— É claro que eu preciso, mas vocês homens nunca reparam em nada.

— Eu reparo na sua unha, seu cabelo, sua roupa, seu sapato.... E agora posso dizer que não precisa de salão agora.

Impaciente, ela mostrou as unhas. Richard revirou os olhos. Ela nunca achava que estava bonita suficiente sempre querendo mais. Ele estava cansado de tentar convencer que ela precisava ficar mais em casa do que na rua fazendo compras ou no salão.

— Estão horríveis.

Com delicadeza e carinho ele as segurou e beijou.

— Estão lindas e não precisa de manicure.

— É claro que eu preciso Richard e eu vou. – Puxara as mãos.

— Está bem. – Se rendeu – Mas não demora.

— Vou demorar o tempo que for preciso para fazer tudo. – Ela voltara a falar com grosseria. – Mas não estou indo agora.

— Eu sei. Mas eu já fico com saudade. – A abraçou com um braço e o outro segurava o filho, no qual ficara no meio.

— Nem fui para começar a sentir saudade. – Sua voz saiu áspera, mas se derretia por dentro.

— Mas eu fico e quando sair do salão vem direto para casa. Não quero que fique passeando por aí e depois os outros homens ficam te olhando.

Rick olhava atentamente os dois conversando.

— Quando sair do salão eu vou estar cansada e vou querer dormir.

Com um beijo no pescoço e afago atrás de sua cabeça ele falou em seu ouvido.

— Não vou poder nem curtir seu visual?

— Rich... – Ela passou a mão nas costas dele  e fechou  os olhos se arrepiando toda.

— Hummm? – Os seus beijos passearam do pescoço, indo pelo ombro, pulando para a bochecha e chegando na orelha até alcançar o objetivo. A sua boca.

— Richard não... – Ela se afastou implorando para si mesma não se render.

Ele era bonito demais, amável demais e era uma tortura se afastar dele quando seu corpo implorava desesperadamente para ficar e aceitar as caricias.

— Eu sei. O Rick.... Mas de noite eu compenso. – Deu um selinho.

Como se acordasse de um transe, seus olhos piscaram para se recuperar.

— Não iam nadar? – Perguntou, pois queria o ver sem blusa.

— E vamos. – Colocou o filho no colo dela – Vou me trocar.

Ela olhou para o seu bebe.

— Nossa que perninha mais gostosa, mi ángele.

— Ele está lindo não está?

— Uma delícia, né filho? – Concordou mordendo a coxinha dele.

Rick se contorceu rindo mostrando seus dentinhos que já haviam nascido. Paola continuava fazendo mais e mais só para ouvir a gargalhada dele. Ela mordia na coxa e subia para a barriga. Rick jogava o corpo para trás para rir.

— Meu lindo.

— A mamãe está te torturando filho? – Ele saiu do Closet de bermuda – Pera aí que eu te salvo.

Seus olhos recaíram sobre o marido, e automaticamente umedeceu os lábios. Aquele olhar de luxuria não passou despercebido pelo moreno. Richard aproveitou a deixa para sequestrar o Rick do colo da amada.

— Não vale. – Resmungou indo até eles. – Eu que estava brincando com ele. – Pegou o filho e correu.

 Hei, espera aí. –  Ele correu também. – Eu vou te pegar.

Com uma destreza excepcional, Paola desviou dos braços do marido e se escondeu atrás da porta do quarto de hospedes.

— Ah não vale. – Resmungou procurando eles em cada canto do andar superior.

No quarto ao lado, Paola continuava a encher de mimo o filho, no qual não se conteve e gritou amando toda aquela brincadeira.

— Aaaah, já sei onde estão. – Richard sorriu espremendo os olhos para atrás da porta do quarto.

Paola Gargalhou e correu para o closet. Mas por onde iam Rick brincava de fazer som com a boca estalando a língua com o céu.

— Nem adianta se esconder. Eu vou achar e quando encontrar os dois eu vou encher de beijos.

— Ele vai nos torturar filho, mas só se conseguir nos achar. – Sussurrou na orelhinha dele.

Em resposta colocou a boca no ombro da mãe balbuciando. Automaticamente passou a mão na cabeça dele.

— O ombro da mamãe é gostoso amor?

Ela não teve tempo de saber a resposta. No exato momento as portas do Closet se abriram.

— AHÁ!

Rick arregalou os olhos como a mãe tremendo o corpo se assustando. Richard gargalhou pela carinha do filho. Rick viu que o rosto era conhecido e vendo o pai sua boca com dentinhos de leite se alargaram em um sorriso.

Paola se desvencilhou dos braços do marido que estavam próximos e correu novamente. Na altura do campeonato, Rick sabia que tudo fazia parte de um jogo e gritava de empolgação. Richard pegou um atalho dando a volta no corredor aparecendo na frente dos dois e os puxando para um abraço.

— Agora vocês não escapam. – Fechou os olhos para senti-los e depois os soltou. – Agora se me dá licencinha. - Pegou o filho do colo dela. – Temos que correr para piscina.

E dizendo isso andou rápido até a piscina para aproveitar o dia que estava azul e o sol que estava a pino.

— Vão me deixar aqui? – Ela os seguiu. – Richard, não vai me convencer de ficar fazendo isso. Eu preciso ir. Eu estou horrível, as unhas estão estragadas.

— A mamãe não está linda filho?

— Não está não, a mamãe está feia. – Retrucou mal humorada – Você está cego.

— Você que não está vendo o quanto está divina! Mas se consegue ficar mais linda do que já é, pode ir ao salão. Vamos ter uma manhã de meninos muito divertida.

— Vou ficar um pouco e depois eu vou.

Dizendo isso, colocou os óculos escuros e sentou em uma das cadeiras brancas próximas a piscina.

Os óculos escondiam as reais intenções por trás das lentes. Ela não elogiara o quanto o marido estava maravilhoso naquela bermuda e como adorava olhar para o peito dele forte. E era engraçado de ver que aquele tipo de homem, que chamava atenção das mulheres pelo seu porte físico e charme, totalmente sexy ficava muito mais lindo segurando um bebe no colo.

Era por isso que toda mulher amava ver homens com crianças. Era o sonho de todas elas terem um príncipe encantado que amava, cuidava e honrava sua família.

Mas a sorte era sua e somente sua.

Estava uma agradável manhã, que o tempo passara voando. Paola nem havia percebido até sentir o sol lhe queimar.

— Richard eu estou indo. – Caminhou elegantemente até a beira da piscina.

— Já? – Ele olhou para cima segurando o filho dentro de uma boia colorida – Está cedo.

— Hoje o  salão não fica aberto até tarde.

Aquilo fez o marido suspirar. Ele odiava quando ela passava mais tempo fora do que com eles.

— Não demora.

— O tempo necessário. – Disse ríspida.

O moreno saiu da agua e aproximou para lhe dar um beijo de despedida. Ela o retribuiu beijando os dois na bochecha e virou-se para sair pegando a bolsa que ficara na cadeira.

— Da tchau para mamãe filho. – Ele segurou a mãozinha do bebe no ar – Tchau mamãe...

— Mamã Mamã – Balbuciou olhando em direção a loira.

Em fração de segundos a cabeça da Paola virou violentamente em direção aos dois e o seu olhar repousando no seu bebe que agora esticava os bracinhos pedindo por sua mãe.

— Você falou mamãe? – Ela andou depressa na direção deles.

Richard olhou na mesmo hora e sorriu.

— Eu acho que ele falou – Respondeu olhando para o filho – Fala mamãe filho.

— Mamã – Continuou insistindo em se jogar para ela.

Ela riu com os olhos brilhando de emoção. Segurou seu filho e o apertou de felicidade em ouvir seu bebe finalmente a chamar. Nem mesmo se importou quando ele a molhou por inteira.

— Você falou. Você disse mamãe. – Ela o apertava com tanta força que Rick se engasgou.

— Cuidado, amor. Ele é só um bebê.

— Desculpa, eu só estou feliz! Mamãe está muito feliz!

— Eu também estou feliz.

— É meu anjo a mamãe vai ficar com você hoje. – Deu um beijo nele.

— Aaah, então é assim? Se soubesse teria falando mamãe a mais tempo.

Ele riu.

— Você não vale! – Ela continuava a dar beijos no filho e uma mordidinha no braço dele.

— Não custava nada perguntar... – Ele sacudiu os cabelos negros molhando a esposa.

— Richard, você está me molhando. – Reclamou olhando para ele achando um absurdo.

— Desculpa – Riu. – Mas ele também te molhou e você não reclamou.

Paola ignorou completamente a comparação que ele fizera. A euforia estava tão elevada por finalmente ouvir seu pequeno herdeiro a chamar de mamãe, que ela não se importaria em trocar outra fralda, lhe dar mamadeira, calmar seu choro.

Era o seu pequeno. Só seu. E com aquela pequena palavrinha, simples, mas com tanto significado, mostrara que Rick a amava.

— Só você para conseguir fazer sua mãe ficar em casa, devia fazer isso mais vezes. – Conversou com seu filho como se pudesse entender. Mas a loira riu.

Rick bocejou jogando a cabeça no ombro da mãe. Estavam horas na piscina. E ele estava exausto de brincar, gritar e o calor deixara ele com sono. Aquele gesto do filho significou muito para ela. Naturalmente seus braços apertaram mais em volta do corpo pequeno e frágil do seu bebe.

— Meu amorzinho! – Ela lhe deu um beijo fazendo afago no seu cabelo. – está com sono não é meu príncipe?

Richard estendeu os braços e ela deu um passo para trás.

— Quero ficar com ele. – Protestou segurando firme o filho – Eu vou trocar ele e faze-lo dormir.

— Tem certeza? – Perguntou confuso.

— Ele disse mamãe!

Aquela frase significava: “Não está obvio para você?”

Ela o enrolou em volta da toalha e o deitou nos braços e saiu em direção da mansão. De longe Richard sorriu para aquela cena. Ele não iria atrapalhar aquele momento que pertencia a mãe e filho.

Rick segurava no decote da sua genitora e ela sorria passando o dedo pela mãozinha dele sorrindo feito boba. Ele apertava com força olhando dentro dos olhos. Para Paola era viciante olhar dentro daquelas írises azuis da cor do céu.

Mal cabia dentro do seu peito a felicidade.

Ela inclinou para ele e bem baixinho falou em seu ouvido.

— Eu te amo. E sempre vou amar.


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Notas finais do capítulo

:) Grande eu sei, mas gostaram? Rick é a coisa mais guti guti!



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