Visão: Yukio

Achamos mais um sobrevivente, ele disse que se chama Flappy Sandbox, mas que podemos chama-lo de Sand.

Ele tem 1,75 de altura, com os cabelos castanhos dentro de uma touca com orelhas de gato. Os olhos dele são roxos e ele parece um vampiro por causa da pele, que é bem clara. Ele também usa um cachecol listrado com roxo e preto, um paletó de manga curta, calça jeans preta e tênis sem cadarço, roxo.

Ele parece bem amigável, mesmo sabendo que quando encontramos ele, ficamos em total guarda. Mas como não atacamos, ele disse:

—vocês não tentaram me matar assim que me encontraram, deve dá pra confiar em vocês.

Nesse exato momento, estamos saindo da cidade grande e indo pras redondezas. A cidade está muito perigosa, e temos um grupo muito grande pra ficar perambulando por ai.

Felizmente conseguimos achar um carro, o problema é que nenhum de nós sabe dirigir. A Kaedly até se ofereceu pra dirigir, dizendo que a mãe já tinha mostrado o básico pra ela.

O problema é que quando ela sentou no banco do motorista... bem...

Eu coloquei a mão no ombro dela e disse:

—o que vale é a intenção.

Nós finalmente nos agrupamos, ficando eu como motorista, a Kaedly como passageira e os garotos no banco de trás.

Só tomara que eles não se matem, porque eles não se dão bem. Ou melhor, o Mike não se dá bem com nenhum deles.

Falando no Mike, ele disse:

—por que eu tenho que ficar no meio? Dou maior do que a tampinha ai na frente.

A Kaedly virou pra ele muito nervosa e disse:

—bem, eu estou sendo mais útil aqui na frente, do que você vai ser pelo resto da sua vida.

Eles começaram a discutir dentro do carro mesmo... e eu já estava ficando cheia dos dois. Não conseguia me concentrar em dirigir, e isso estava me deixando estressada.

Depois de 20 minutos, eu bati meu limite. Dei um tapão no carro e gritei:

—PORRA!

Os dois pararam de discutir e olharam pra mim, eu olhei pra eles e continuei:

—calem essa porra de boca, antes que eu jogue os dois pra fora do carro! Eu estou tentando dirigir aqui caralho, será que vocês não estão percebendo?!

Visão: Sandbox

Eita poha... TÁ SAINDO DA JAULA O MONSTRO PORRA!

Visão: Bonnie

Chegamos na cidade pequena mais próxima, e já estávamos cansados da viagem. Também já estava escurecendo, precisávamos achar um abrigo.

A escolha que tivemos foi uma casa de dois andares. Descemos do trailer e fomos ver se tinha algum zumbi. O Paulo já iria abrir de uma vez, mas o Freddy colocou a mão na frente dele e falou:

—calma, precisamos tomar cuidado. Bonnie, Mangle, venham comigo, o resto se esconde dentro do Trailer de novo.

O Freddy tentou abrir a porta, mas não rolou. Então a Mangle puxou um grampo e abriu a fechadura em silencio. Eu fui o primeiro a entrar, já que estava com o machado do Foxy. E encontrei um zumbi de costas, parado no corredor.

Era a minha chance. O Ender já tinha me mostrado como andar em silencio, então usei a mesma técnica que ele e enterrei o machado na cabeça do zumbi, depois segurei o corpo pra não fazer barulho, deitei ele no chão com cuidado e olhei o resto dos cômodos do andar de baixo.

Estava tudo limpo. O Freddy e a Mangle entraram e fomos até a cozinha, lá o Freddy disse:

—ok, agora vamos precisar limpar o segundo andar. Vamos fazer o mesmo esquema de antes.

Subimos as escadas, e quando fomos vasculhar o 2° andar, vi que não tinha nenhum zumbi, apenas um bebe.

Um bebe zumbi.

Quando a Mangle viu, ela quase teve um ataque cardíaco. Era triste ver no que o mundo tinha se tornado, aonde nem crianças inocentes escapavam da infecção mais.

O bebe já estava em estado de decomposição, o que estava dando um cheiro de morte dentro do quarto. O Freddy pegou o machado da minha mão e falou:

—eu sou o mais velho, deixa que eu cuido disso. Mangle, fecha os olhos, a coisa não vai ser bonita.

Ela tapou os olhos, logo em seguida, o Freddy deu uma machadada na cabeça do bebe, já eu guiei a Mangle pra fora do quarto. Quando saímos, eu vi que ela estava com os olhos cheios de lagrimas. Ela sentou no chão do corredor e ficou em posição fetal, eu não sabia o que fazer, então deixei ela daquele jeito mesmo e voltei pra ver o Freddy. Ele estava com a mão esquerda segurando o machado e com a outra no rosto, depois ele olhou pra mim e perguntou:

—Bonnie... o que você acha que o Ender faria em uma situação dessas?

Eu fiquei em silencio, aquilo era algo que eu não conseguiria responder com absoluta certeza, mas, pelo que eu conheço dele, eu respondi:

—ele não teria deixado nenhum de nós saber da existência dessa criança. Iria mata-la sozinho e se livrar do corpo, antes que soubéssemos o que tinha acontecido.

Depois da minha resposta, outro momento de silencio. Depois o Freddy levantou a cabeça, seu um sorriso depressivo e falou:

—é... ele é bem desse tipo mesmo. querendo nos proteger do mundo de verdade, fazendo todo o trabalho sujo. Sabe Bonnie...

Ele chegou mais perto de mim e perguntou mais baixo:

—porque os caras legais são os primeiros a morrer?

Eu vi o que ele estava querendo dizer e falei:

—ei Freddy, calma ai. Não sabemos se o Ender ainda está vivo ou não, ele sabe se virar sozinho.

O sorriso do Freddy continuava, mas ainda sim, ele parecia extremamente magoado.

Freddy: Bonnie, eu acho que ele não durou tudo isso.

Eu: e por que você acha isso?!

Freddy: eu vi o taco dele jogado no chão, sem sinal do dono por perto.

Aquilo me chocou. Aquele taco é especial pro Ender, foi um presente que a antiga namorada deu pra ele antes de se mudar pra outro pais, e se ele chegou a largar isso em um canto qualquer...

Eu: vo-você tem certeza que era AQUELE taco? Certeza mesmo?

Freddy: sim... até as iniciais deles estavam lá.

Eu sentei no chão.

Eu: agora não resta duvidas... ele morreu mesmo... vamos manter isso só entre nós. Ver aquele bebe zumbificado foi o bastante pra Mangle, se ela souber disso também...

Freddy: certo, apenas entre nós.

Meu deus... tudo isso por causa de um descuido simples como marcar o ponto de encontro... puta merda...