Entre vãos escrita por Miss Birth


Capítulo 8
A missão


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! *----------*



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Seus olhos entreabertos, ainda sonolentos, depararam-se com um breu. Lentamente, Pepper libertou-se dos lençóis que a envolviam. A cama estava estranhamente maior que o normal, com um cheiro familiar. E, por algum motivo, ainda vestia a mesma roupa que saíra para trabalhar no dia anterior.

—“Aonde estou?”, perguntou ela, confusa.

—“Bom dia, srta. Potts! Como foi sua noite de sono? Espero que tenha sido revigorante.”, disse Jarvis, prontamente.

—“Ah... Okay! Então eu dormi na mansão.”, disse ela, confirmando suas suspeitas.

Pepper não se lembrava de muita coisa sobre a noite passada, mas não esboçou nenhuma reação por isso, pois já havia dormido outras vezes ali. Pelo menos estava tranquila, até perceber em que parte da mansão realmente estava.

—“Jarvis?”

—“Sim, srta. Potts.”

—“Ilumine este quarto, por favor.”, pediu ela, gentilmente.

Conforme a luz do sol invadiu o espaço, Pepper pode ver que estava no quarto de Tony.

—“Oh, meu Deus!”, exclamou ela, desesperadamente. “Não acredito nisso! Como vim parar aqui? Pepper, diga a si mesma que não houve nada demais!”. Ela repetia isso freneticamente, andando de um lado para o outro.

Com urgência e um pouco desorientada, Pepper saiu dali e desceu rapidamente as escadas. A sala estava vazia. Assim, desceu para a oficina, procurando por Tony.

—“Jarvis, me diga que Tony está em casa!”

—“O sr. Stark está na cozinha.”, respondeu Jarvis. “Ele lhe aguarda para o café da manhã.”

—“Café da manhã? Que horas são?”, perguntou ela.

—“Ainda são nove horas, srta. Potts.”

—“Eu já deveria estar no escritório.”, disse ela, voltando para o andar de cima.

Pepper caminhou em direção a cozinha, sentindo o aroma de café que tomava conta do ambiente. Tony não estava exatamente ali, mas sim do lado de fora, onde o café da manhã estava servido sobre a mesa do jardim. Ele ainda não havia tocado em nada, como que esperando por ela. Não demorou muito para que ele a visse parada do lado contrário do vidro, o observando com uma cara confusa. Levantando-se, ele foi até lá para buscá-la.

—“Bom dia, Pepper. Dormiu bem?”, perguntou.

—“Bom dia, Tony. Dormi muito bem. Só não sei o porquê de ter sido na sua cama.”, respondeu ela, meio irritada.

Tony gargalhou.

—“Você dormiu enquanto eu falava sobre a feira e então eu a levei até meu quarto e...”

Pepper franziu o cenho.

—“E o quê, Tony?”

—“E você ficou lá mesmo, dormindo tranquilamente.”, respondeu ele, que se divertia ao vê-la preocupada com isso.

—“E onde você dormiu?”, questionou ela.

—“No quarto de hóspedes. E foi ótimo. Agora, quer sentar um pouco e relaxar?”, disse Tony, puxando uma cadeira para ela e, em seguida, sentando-se novamente.

É óbvio que ela estava desconfortável com toda aquela história, mesmo sabendo que não tinha motivos para isso. Tony não faria nada que a desrespeitasse; ele sempre fora gentil e sabia o limite que existia entre eles.

Tony estava curioso e não parava de olhar para ela.

—“O que foi agora?”, perguntou ela.

—“Eu estava me perguntando: o que houve com seus cabelos, srta. Potts?”, disse ele, segurando a risada.

—“Oh, não!”, disse ela, espantada, levando as mãos até a cabeça. “Está muito bagunçado?”

—“Eu diria que estão exoticamente lindos.”, respondeu ele.

Pepper cuidou de prender os cabelos, deixando apenas uma mecha solta ao lado do rosto.

—“Assim está bom.”, disse ela.

Tony sorria e ao mesmo tempo enchia duas canecas com café quentinho, entregando uma a ela.

—“Tony, receio que vou ficar somente no café. Estou atrasada.”

—“Que isso, Pepper!”, reclamou ele. “Deve se alimentar bem. E também já decidi que vamos juntos ao escritório após o almoço.”

—“Mas Tony... Eu preciso...”

—“Precisa ficar aqui comigo.” Ele foi rápido em dizer isso, o que chamou a atenção de Pepper de modo instantâneo. “Quer dizer, precisa ficar aqui comigo para ver o planejamento que fiz.”

—“E os compromissos que agendei?”, perguntou ela, insistindo que deveria ir logo a empresa.

—“Já os reagendei.”

—“Tony, você não pode fazer isso!”, disse ela.

—“Claro que posso. Sou o presidente.”, disse ele, bebendo um pouco de seu café.

Dando-se por vencida, Pepper apenas lançou a ele um olhar fuzilante, que por sua vez, estava adorando aquela situação. Não teria jeito. Ela teria mesmo que esperar até a tarde para ir ao escritório.

—“Tony?”, chamou ela.

—“Sim?”

—“Quando, exatamente, eu dormi?”, perguntou, curiosa.

—“Se não estou enganado, foi enquanto eu falava dos estandes de Waffles Belga.”, respondeu ele.

Pepper riu.

—“Waffles Belga?”

—“Sim. Com chocolate belga e outras delícias. Você concordou comigo antes de cair no sono e babar no sofá.”, disse ele, provocando-a.

—“Eu... Babei no sofá? Tá de brincadeira, né?”, perguntou Pepper, descrente.

—“Claro que é brincadeira, srta. Potts.”, disse Tony. “Você dorme como um anjo.”

Sentindo seu rosto ficar vermelho diante das palavras dele, Pepper ficou sem ter o que dizer. Não era de sua personalidade ficar tão constrangida assim, mas quando estava frente a frente com Tony, qualquer passo era friamente calculado e tudo era motivo para que ela ficasse sem graça. O único modo que encontrara para sair dali foi voltar ao quarto para tomar um banho e trocar de roupas.

—“E-er... E-está tudo muito bom, mas vou tomar uma ducha, c-caso não se importe.”, disse ela, tropeçando nas palavras.

—“Eu me importo sim, srta. Potts!”, disse ele, protestando. “Você não provou os pãezinhos de queijo e nem as trufas de morango!”

—“Tony, sou alérgica a morangos.”, disse ela.

—“Sério? Como isso é possível?”, perguntou ele, sem aceitar o fato.

—“É inteiramente possível. Com licença e obrigada pelo desjejum.”, respondeu Pepper, levantando-se e indo para dentro, deixando-lhe ali, sozinho e sem resposta.

Pepper foi até o quarto de hóspedes, onde guardava algumas peças de roupa. Separou o que usaria e entrou no banheiro. Sentiu um grande relaxamento quando as primeiras gotículas de água morna lhe tocaram a pele. Após uns minutos, já estava de volta ao quarto, secando seus cabelos e vestindo-se.

Nesse meio tempo, Tony foi até a oficina para imprimir o planejamento do qual falara e depois ficou a esperando na sala de estar, assistindo ao noticiário que, coincidentemente, falava sobre pequenos conflitos que assolavam vilarejos, anteriormente sossegados, numa região próxima ao Marrocos. Ver todo aquele sofrimento lhe causava remorso e grande inquietude. E mais ainda, lhe inflamava o coração, que estava determinado a lutar contra as injustiças.

—“Eu preciso fazer algo pra acabar com isso!”, disse ele.

—“Acabar com o quê, Tony?”, perguntou Pepper, enquanto se aproximava do sofá.

Tony rapidamente desligou a TV, o que aumentou a curiosidade de Pepper, já sentada ao seu lado.

—“Não é nada, Pepper. Veja, aqui está o planejamento que eu fiz. Sobre a Expo Stark...”, disse ele, escondendo sua frustração.

—“Tem certeza?”, questionou ela, pegando os papéis de sua mão com o olhar fixo nos olhos dele.

—“Toda.”, respondeu ele.

—“Então, tudo bem... Deixe-me ver... Você já pensou na data de inauguração, no tempo de duração e coisas do tipo?”

—“Sim. Está tudo na página 4.”

Tony estendeu o braço para virar as folhas, tocando nas mãos trêmulas de Pepper. Fingindo não perceber este último detalhe, ele simplesmente leu:

—“A Expo Stark, edição 2010, assim como a edição anterior (1974), será realizada em Flushing Meadows-Corona Park, Queens, Nova Iorque. Abrangerá um período de 365 dias, a partir do dia 7 de maio de 2010.”

Pepper arqueou as sobrancelhas.

—“A feira vai ter duração de um ano?”, perguntou, preocupada.

—“Exato.”, respondeu ele. “É tempo suficiente para que possamos abrigar diversos inventores.”

—“E como vamos recrutar esses inventores e em número suficiente para todo o período da feira?”

—“Penso em publicar um edital para os interessados. E, principalmente, divulgar nas Universidades do mundo todo. Se possível, indo pessoalmente a cada campus para incentivar novas ideias.”

—“E vamos ter tempo para organizar tudo isso? Faltam menos de cinco meses para a data que você escolheu.”, frisou ela.

—“A feira é minha preocupação principal, Pepper.”, disse Tony. “Hoje, na empresa, entregarei uma cópia deste planejamento e reunirei o pessoal no auditório. Vou explicar nosso novo plano de ação e começar a distribuir tarefas. O que acha?”, sugeriu.

—“É um bom começo. Após isso, começaremos a entrar em contato com as universidades. Logo depois, agendaremos suas viagens e...”

—“Nossas viagens, srta. Potts.”, interrompeu Tony.

—“Suas viagens. Preciso ficar para auxiliar os funcionários e resolver os problemas do cotidiano.”, explicou Pepper.

—“Sei que há muitas pessoas competentes para fazer isso, srta. Potts. E como eu já disse muitas vezes, você ainda é minha secretária pessoal.”, disse ele.

—“A gente resolve isso depois, okay? Agora vamos nos atentar ao planejamento.”, disse ela, mudando de assunto.

Dando de ombros, Tony apenas concordou. A conversa entre os dois se estendeu por uma hora inteira e após um simples almoço, ambos seguiram para a sede de Los Angeles. Pepper havia chamado Happy para levá-los, pois sabia que assim chamariam menos atenção na chegada.

—“Como nos velhos tempos, hein?”, comentou Tony, quebrando o silêncio que imperava no carro.

—“É verdade, chefe.”, concordou Happy. “Me sinto útil quando tenho que dirigir pra vocês.”

—“Ah, Happy!”, disse Pepper, comovida. “Você sempre será útil para nós... Quer dizer, para o Tony.”

Happy e Tony trocaram um olhar zombeteiro pelo retrovisor interno. Normalmente, levariam aquele “nós” numa boa, mas Pepper tentou se consertar e isso foi motivo de riso para os eles. É claro que Hogan sabia da paixão que existia entre os dois e torcia muito para que ficassem juntos. E assim como Pepper, tinha a esperança de que finalmente se assumissem depois da reviravolta na vida do chefe.

Chegando na empresa, Tony e Pepper cumprimentaram os recepcionistas e seguiram para o escritório, sem trocar nenhuma palavra. Como havia dito, Tony pediu a um estagiário que fizesse cópias do planejamento da Expo Stark e que avisasse a todos sobre a pequena reunião que faria no auditório da sede.

Certificando-se de que estava tudo pronto, Pepper seguiu Tony até o auditório, onde todos os esperavam ansiosos. Estavam intrigados com a ideia e querendo mais informações sobre o evento. Subindo no palco, que era rodeado por várias fileiras de cadeiras que ficavam mais altas conforme se afastavam do centro do local, Tony iniciou:

—“Aos meus colaboradores, boa tarde!”

Todos responderam em uníssono, aplaudindo de pé a presença de seu mentor.

—“Obrigada por isso, muito obrigado!”, agradeceu ele. “Mas hoje não estamos aqui para falar de mim, mesmo que isso seja muitíssimo agradável.”

Todos riram; adoravam o jeito descontraído dele. Pepper estava sentada na primeira fileira e somente balançava a cabeça, revirando os olhos.

—“Como puderam ver no planejamento, no próximo ano, já tão perto, inauguraremos a edição 2010 da Expo Stark. Será um empreendimento muito maior que o último, realizado em 74. Vamos dar a chance de mostrar novos talentos que se unirão para dividir sua visão e construir, assim, um mundo melhor e mais justo. Este é o nosso legado, parceiros. Cada um de vocês será responsável por uma pequena parte deste grande empreendimento – no fim, juntaremos tudo e veremos a utilidade de nosso árduo trabalho. Orgulhem-se! Vocês farão parte do verdadeiro legado desta empresa e o único que sempre existiu. Esqueçam nosso passado mesquinho e agarrem-se ao futuro! Sejam bem vindos a Cidade do Amanhã, a Expo Stark 2010!”

Ao dizer estas palavras em tom triunfante, uma grande projeção holográfica da feira, preparada por ele mesmo, surgiu no palco, o que levou a plateia a aplaudi-lo com grande empolgação. Pepper ficou surpresa ao ver com seus próprios olhos que Tony realmente queria muito se dedicar àquela proposta e ficou mais decidida a também fazer isso.

—“Bem... Antes que todos voltem para seus gabinetes, por favor, peguem suas listas de tarefas com os chefes de seus departamentos. Qualquer dúvida, procurem a srta. Potts no escritório principal, okay? Obrigado pela atenção de todos.”, disse ele, encarando Pepper que ainda estava sentada na plateia. Após isso, voltou para o camarim, atrás do palco.

Entrando discretamente no camarim, Pepper o encontrou sentado, olhando para seu próprio reflexo no vidro da janela da sala.

—“Belo discurso, Tony!”, disse ela, desviando-lhe a atenção.

—“Ah, obrigado!”, respondeu ele, virando-se para ela.

—“Foi tudo de improviso, não é?”, perguntou ela.

—“Estava ruim assim?”

—“Não, estava muito bom. Dá pra ver que você quer mesmo fazer isso.”

—“Pois é... Tudo caminha para dar certo quando realmente acreditamos em nós mesmos. Eu acredito, de todo o meu coração, que estou fazendo o meu melhor.”, disse Tony.

Pepper sabia distinguir com perfeição quando ele estava sendo sincero. Seus olhos brilhavam de modo peculiar, sua expressão facial ficava centrada e firme. Ele olhava no fundo dos seus olhos e isso lhe passava segurança. Estava muitíssimo orgulhosa pelas grandes mudanças que ele atravessava.

—“Tony... Podemos voltar ao escritório agora?”, perguntou ela. “Quem sabe eu possa preparar para nós umas doses de uísque...”

—“Gosto do seu jeito de pensar, Pepper. Um bom uísque sempre deixa tudo melhor. Quer dizer, mesmo que faça as pessoas dormirem no meio de uma conversa super interessante.”, provocou ele, fazendo menção à noite anterior.

Pepper o olhou com seriedade.

—“Em minha defesa, eu passei o dia aqui, fazendo o trabalho do presidente. A combinação de cansaço mais uísque só pode resultar em sono.”

Os dois riram.

—“É melhor se acostumar, então. Vamos ter muito o que fazer nas próximas semanas. É melhor não dormir no ponto, srta. Potts. Mas se quiser dormir na minha cama...”, disse Tony, saindo da sala com a maior cara de pau.

Pepper revirou os olhos e também saiu do camarim, voltando para a sala principal com o chefe. Ao chegarem lá, preparou duas doses de uísque, que foram saboreadas em tom de comemoração.

A tarde estava terminando em um ritmo frenético, como muitas vezes antes. Os funcionários estavam empenhados em cumprir suas tarefas com zelo. Pepper saíra para visitar o departamento de assuntos jurídicos e sua demanda, mas Tony permaneceu na sala. Correndo os olhos pelo local, deparou-se com inúmeros troféus que conquistara ao longo dos anos como inventor de armas. Lembrou-se do noticiário que vira mais cedo, na mansão. Ligou o computador da mesa e digitou seu acesso. Começou a vasculhar drivers fantasmas, que por algum motivo, não foram apagados do sistema, mesmo depois de Pepper ter encontrado entre eles os comprovantes de venda e embarque das armas que Obadiah Stane negociara com o mercado negro. Um deles estava codificado, impedindo o acesso de Tony, que rapidamente pediu que Jarvis realizasse uma decodificação remota a fim de descobrir o que estava oculto ali. Cerca de três minutos depois, Tony conseguiu averiguar que se tratava de dados sobre compradores ilegais, sob ordem de Obadiah. O suor de seu rosto pingava como sangue – ele estava sentindo uma grande tensão, semelhante a que experimentara quando preso no cativeiro afegão. Cerrando os punhos, Tony começou a arquitetar um plano para acabar, de uma vez por todas, com aquela perturbação. Ele pediu que Jarvis verificasse a localização dos compradores e suas atividades recentes. Com essas informações em mãos, ele vestiria sua armadura mais uma vez e resolveria aqueles problemas sem hesitar.

O nervosismo tomou conta de seu ser, o fazendo levantar subitamente. Pegando seu terno que estava pendurado sobre uma poltrona, ele saiu apressadamente do escritório e desceu até a recepção. De lá, pediu que Happy o apanhasse e o levasse de volta para casa. Pepper voltou até a sala e não o encontrou mais ali. Com desconfiança, por causa de seu sumiço, ligou para ele, que ainda estava no meio do caminho para Malibu.

—“Tony?”, chamou ela.

—“Olá, Pepper. Me desculpe sair sem avisar, mas eu preciso ir para casa. Ligo de volta quando estiver lá.”, respondeu ele, desligando o telefone.

—“Mas Tony...”, disse Pepper, confusa com tudo aquilo. Um mal pressentimento pairou sobre ela. “Será que aconteceu alguma coisa?”

Já era hora de ir embora, então Pepper pediu que outro motorista da empresa a levasse até a mansão, onde tentaria descobrir o que estava acontecendo com Tony. Havia se passado meia hora quando ela finalmente saiu a caminho da casa do chefe; tempo suficiente para que ele saísse para seu trabalho como Homem de ferro.

—“Jarvis?”, disse ela, ainda nervosa, ao chegar na mansão. “Onde o Tony está?”

—“O sr. Stark está em missão.”, respondeu Jarvis.

—“Missão?”, gritou ela, histericamente.

—“Ele pediu que você retorne para casa e que não se preocupe.”

—“Como não vou me preocupar, Jarvis?”, resmungou ela. “E se algo acontecer a ele?”

—“Infelizmente, tudo o que podemos fazer é aguardar sua volta.”, disse Jarvis. “A aconselho a voltar para casa e a descansar um pouco.”

—“É a última coisa que irei fazer!”, disse ela.

Pepper decidiu que ficaria na mansão até que Tony voltasse. Nunca conseguiria relaxar sem antes vê-lo em segurança. Nem mesmo sabia onde ele estava, então como poderia simplesmente descansar?

Pegando seu celular, Pepper decidiu contatar Rhodes, que há vários dias não dava as caras por lá.

—“Pepper? Tá tudo bem?”, perguntou Rhodes.

—“Na verdade, não.”, disse ela. “Preciso saber onde Tony está!”

—“E como eu poderia saber? Estou na base, em Mojave. Ele não estava trabalhando em casa?”

—“Estávamos na empresa. Eu saí do escritório por um instante e quando voltei, ele havia ido embora, sem mais nem menos. Vim até a mansão, mas Jarvis me informou de que ele saiu em missão.”, explicou ela, com a voz embargada.

—“Pepper, calma. Vou tentar falar com ele pra saber se tá tudo bem, certo?”

—“Rhodes, por favor. Faz isso por mim... Por favor!”

Pepper não conseguiu esconder sua preocupação.

—“Vou tentar rastreá-lo. Daqui a pouco, ligo novamente.”, prometeu Rhodes.

—“Muito obrigada! Vou aguardar sua ligação.”, respondeu Pepper.

—“Se acalme e beba alguma coisa. Ele não deve ter ido longe... E vai voltar logo; você verá!”

Pepper estava com os nervos à flor da pele; não gostava nada da ideia de que Tony estava em ‘missão’. Ela nem sabia ao certo o que isso poderia significar. Felizmente, podia contar com Rhodes, que prometeu achá-lo.

Enquanto isso, Tony voava no máximo de sua velocidade para um dos locais indicados por Jarvis. Tratava-se de Bodie, uma cidade fantasma localizada a 468 quilômetros de Los Angeles. Era um local pacato e amplamente utilizado para fins turísticos. A cidade ostentava diversos patrimônios da época da corrida do ouro, mas também abrigava alguns moradores. O endereço onde supostamente estava um dos compradores remetia a um velho farol abandonado. Avistando-o, Tony diminui a velocidade de voo e parou a poucos metros do alvo. Analisando o ambiente ao seu redor, constatou que era um local há muito tempo sem rastros humanos. Porém, a porta de acesso ao farol estava lacrada com várias correntes e cadeados, o que levantava suspeitas.

—“Esquisito... Pra quê um farol aqui, neste deserto?”, pensou ele.

Andando em direção a porta e erguendo a mão direita, Tony ativou o raio repulsor.

—“Vamos ver o que estão tentando esconder nesse buraco.”


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Notas finais do capítulo

A ação continua no próximo capítulo! ;-)