Pov's Liv

Cinco minutos. Só faltavam cinco minutos para o sinal tocar e anunciar a saída e minhas férias. Ficarei livre do colégio, dos trabalhos em grupo que eu não gosto e do Austin, que é a parte que mais me agrada. Mas também tem o lado ruim: Vou passar as férias longe da Mayra, minha melhor amiga, já que ela vai, com os pais, passar as férias nos avós dela.

E eu vou passar minhas férias no Chile sozinha! Meus pais não vão comigo porque lá está frio, é época de inverno e eles não gostam de frio. Vou para o Valle Colchágua. A questão é que meus pais me deram dinheiro para me hospedar em um hotel local por dez dias.

Finalmente o sinal tocou e um bando se alunos desesperados saíram da sala, e logo depois a professora Luíza saiu sem nem desejar boas férias. Ela era uma mulher amargurada por que o marido a trocou por uma moça vinte anos mais nova.

Comecei a guardar meu material um pouco apressada. Eu teria saído mais rápido daquela sala se Austin não tivesse me interrompido.

— Oi Liv! Beleza? _ perguntou _ Vai passar as férias aonde?

— Bem longe de você _ respondi. Me levantei para guardar melhor meu material na mochila.

— Não sabia que esse lugar existia _ falou brincalhão.

Revirei os olhos. Esse garoto me irrita!

— Vou para o Chile, babaca. _ falei saindo da sala e indo para o portão de saída e ele me seguia.

— Legal! Também quero ir pra lá, mas não sozinho. _ ele disse e encostamos na grade do portão. _ Podemos ir juntos.

Arregalei meus olhos.

— NÃO! _ falei mais alto.

— SIM! _ disseram meus pais animados atrás de mim.

Me virei lentamente para eles. Eu havia me esquecido que eles sempre me buscavam no último dia de aula, porque, caso eu me lembrasse, essa minha conversa com Austin nem teria começado.

— Não! Vocês disseram que confiariam em mim. Já tenho 17 anos!

— E Austin tem 18 anos _ disse minha mãe. _ Ficaríamos mais tranquilos se ele fosse.

— É filha, confiamos em você, mas nos preocupamos. _ dessa vez quem falou foi meu pai.

— Eu passo o ano letivo inteiro com o Austin, sem contar que ele mora no mesmo bairro que a gente, e agora, como se já não bastasse, tenho que passar minhas férias com esse projeto de ser vivo mal feito?! _ reclamei e apontei para Austin. Ele riu.

— Sem. drama. Olívia! _ falou minha mãe separadamente. Revirei os olhos. _ E é melhor deixar esses olhos paradinhos no lugar!

— Austin, compre as passagens para amanhã às dez da manhã _ meu pai falou e Austin assentiu.

— Ah, e nós te levaremos ao aeroporto. Sabemos que seus pais trabalham aos sábados e que você ainda não sabe dirigir _ disse minha mãe.

— Mais essa agora?! Por que não nos prendem juntos com uma algema? _ ironizei.

— Porque não temos uma _ olhei de cara feia para meu pai.

Austin agradeceu aos meus pais, se despediu e foi embora com uns amigos. Entrei no carro emburrada.

"Acabou a minha viagem perfeita" _ pensei.