A Redenção do Tordo escrita por IsabelaThorntonDarcyMellark


Capítulo 14
14. Nós somos uma equipe




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Por Peeta

 

— Estou aqui pra protegê-la também, Katniss — afirmo com segurança.

Mesmo que seja de você mesma.

Não verbalizo o pensamento. No entanto, eu me aproximo mais dela e lhe dou um beijo na testa.

Não sei o que se passa com Katniss quando isso acontece, mas tocar minha boca em sua pele é como fazer meu sangue entrar em ebulição nas minhas veias.

Quero sentir seus lábios nos meus, mas não tomo qualquer impulso para tanto. Se um dia eu voltar a beijá-la, será por iniciativa de Katniss.

Afasto-me dela o suficiente para ver seu rosto e o envolvo com minhas mãos, sem conseguir tirar meus olhos de seus lábios.

— Posso fazer isso? — Eu mesmo não sei se estou questionando se posso protegê-la ou se posso beijá-la.

Queria que ela entendesse que estou perguntando as duas coisas.

— Você pode me proteger. — Katniss dá um passo para trás.

— Então, é o que farei — prometo a ela, enquanto acaricio a pele delicada da sua face, enxugando os últimos rastros das lágrimas que ela havia derramado.

Por um breve momento, reluto em soltá-la das minhas mãos, até que eu a libero. Nós dois respiramos fundo.

— Onde está a pérola? — Katniss indaga ansiosa.

— Não tão depressa, Senhorita Everdeen... Vou aproveitar que tenho essa informação privilegiada e farei algumas exigências — anuncio em tom brincalhão, abaixando-me para pegar os embrulhos que havia deixado na soleira da porta.

— Eu já devia imaginar, Senhor Mellark! Ninguém me traria uma notícia boa assim sem fazer uma chantagem — comenta ela, tentando parecer chateada, mas sem conseguir.

— Pode ficar tranquila, pois apenas você vai se beneficiar das exigências que vou fazer — garanto.

— Assim fico curiosa... O que trouxe nesses pacotes? — Ela estende os braços para alcançar alguns e aliviar o peso que estou carregando. — Vamos conversar ali no sofá.

Eu concordo e acompanho Katniss até a sala de estar. Ela indica uma poltrona para eu me sentar e se acomoda perto de mim.

— Nessas caixas aqui, estão alguns de seus remédios, que trouxe da Capital. Nessas outras, há cremes e pomadas para amenizar as cicatrizes das queimaduras. — Entrego as embalagens fechadas a ela.

— E esse embrulho que você está escondendo aí atrás?

— Esse vai ser meu último trunfo, caso você esteja muito resistente em aceitar minhas condições nessa negociação — digo com ar misterioso.

— Então, quais são as suas exigências? — Ela vai direto ao ponto.

— Em troca do resgate da pérola, quero que você me prometa três coisas... Primeira: que vai falar com o Dr. Aurelius das próximas vezes em que ele telefonar.

— Certo — assente ela, sem muito entusiasmo.

— Segunda: que você vai tomar seus medicamentos direitinho.

— Não quer logo que eu contrate você como babá? — pergunta, com um leve sarcasmo na voz.

— Condição aceita ou não? — insisto.

— Tudo bem. Apenas não quero você me dando ordens por aí sobre o horário de tomar remédios! — Katniss me alerta.

— Fechado! Só pretendo ajudar você a não se esquecer deles. — Dou uma piscadela em sua direção e ela ergue os ombros. — Agora, a terceira e última condição: que você faça as pazes com Haymitch o mais rápido possível.

— Ah, não! Não vou pedir perdão a ele. Se alguém deve pedir desculpas, esse alguém é o Haymitch — protesta ela.

— Katniss, você tem razão de estar chateada. Você se decepcionou com ele, porque espera que as pessoas façam o que você faria se estivesse no lugar delas. Acontece que o seu padrão de generosidade é muito alto. Você é do tipo que sacrifica a própria vida. Nem todos têm esse dom, essa força.

— Olha quem fala... — Ela fica um pouco sem jeito com o que digo, porém não cede tão rápido. — Ele nem mesmo veio me visitar antes de você chegar aqui no Distrito, Peeta. E, quando veio, foi fazendo as gracinhas dele!

— Quero que você entenda que não estou passando a mão na cabeça do Haymitch. Apenas reconheço as dificuldades que ele enfrentou e ainda enfrenta... Você sabia que ele veio com você para o Distrito 12 e deixou na Capital uma namorada com quem está mantendo um relacionamento à distância? Isso é um grande sacrifício, você não acha? Ainda mais para alguém tão solitário quanto ele.

Katniss arregala os olhos.

— Haymitch arranjou uma namorada em meio a toda aquela confusão na Capital? — pergunta ela, descrente.

— Katniss... — Eu a repreendo com o olhar e ela ergue as mãos em sinal de rendição.

— Ok. Sem julgamentos! Mas isso não justifica o fato de ele ter me abandonado. Eu sequer sabia desse namoro. — Ela pensa um pouco antes de prosseguir. — Mas aceito as suas condições. Todas elas. Apenas gostaria de incluir uma reivindicação em nosso acordo.

— Qual seria?

— Que você pare de se chamar de bestante. Eu odiava quando você me chamava assim e detesto ainda mais ouvi-lo falar isso de si próprio. Você não é nenhum monstro... Combinado?

— Tudo bem — digo, ainda precisando de muito convencimento para poder acreditar plenamente nisso.

— Eu falo sério, Peeta.

— Não vou mais me referir assim à minha pessoa... Você tem mais confiança em mim do que eu mesmo. — Reflito por uns instantes. — Vou tirar uma boa lição disso.

— Agora que aceitei todas as suas condições, posso saber o que há nesse embrulho que ainda está com você?

— Ah, claro! É um presente da Effie. — Estendo a ela a caixa de chocolates.

Katniss logo a desembrulha e, ao ver o conteúdo, abre um sorriso lindo, como o de uma criança. Ela divide os bombons comigo e, depois de saborear alguns, lambe os dedos com satisfação.

Katniss fica ruborizada, quando não contenho um suspiro enquanto a observo, e logo tenta a mudar o foco da minha atenção:

— Como está a Effie?

— Ela está bem, mas sente falta do namorado, que teve que vir para o Distrito 12. — Esboço um riso travesso.

Katniss quase deixa a caixa de chocolates cair com a surpresa. Por fim, acaba por sorrir satisfeita.

— Isso explica muita coisa — comenta ela pensativa.

— Bom, chegou o momento de cumprir a minha outra parte no trato: vou mostrar onde guardei a pérola! — interrompo seus pensamentos e me levanto em seguida.

Seguro em uma de suas mãos e a levo até a escada. Katniss toma a frente e sobe os degraus, indo até o seu quarto.

— Aqui? — pergunta e confirmo com a cabeça.

Entro no quarto depois dela e pego o porta-joias de madeira, entregando-o a ela, que o abre rapidamente. Seu rosto se ilumina ao ver seu pequeno tesouro, que ela toma em suas mãos, antes de se dirigir a mim novamente:

— Significa muito pra mim o fato de você ter voltado... Primeiro, para o Distrito 12 e, hoje, para a minha casa, mesmo depois das bobagens que eu disse — assume, com um dos sorrisos mais sinceros que já vi.

— Prometi a mim mesmo que permanecerei aqui, a seu lado, ainda que você não aceite a minha ajuda. Farei o impossível para ver você melhor, Katniss. Só a deixaria, se você dissesse que a minha presença está lhe causando algum mal.

Katniss devolve a pérola para a caixinha e a põe na mesa de cabeceira. Quando volta, instala-se na beira da sua cama e, com um gesto, sinaliza um espaço a seu lado para eu me sentar.

— Preciso esclarecer um assunto com você — fala seriamente.

— O que é? — questiono.

— Você me chamou de 'meu amor' de manhã. Estava quase acordando, quando ouvi sua voz.

— Sim — admito um pouco nervoso, por não conseguir decifrar sua expressão ainda austera. — Sinto muito. Não queria aborrecer você. Se não gostou, não vou mais fazer isso.

— Não fiquei chateada. Está tudo bem — afirma ela com um ar mais suave. — Só não quero que você sofra por eu não poder lhe dizer o mesmo.

Gostaria de esconder meu desapontamento, para não preocupá-la, mas sei que não consigo.

— Estou indo pra casa. Se precisar de alguma coisa, você sabe o número do meu telefone — desconverso e começo a sair, porém ela agarra meu braço.

— Fica comigo. Ao menos até eu adormecer — Katniss pede.

— Já disse que fico... Sempre. Só achei que o que você falou antes sobre eu lhe chamar de 'meu amor' foi uma indireta para deixá-la sozinha — comento e ela balança a cabeça em negativa.

Encosto-me à cabeceira da cama, enquanto aguardo Katniss se preparar para dormir. Fico observando o sol se pondo através das suas janelas abertas. Quando ela retorna, algumas estrelas já brilham no céu. Katniss fecha as janelas e se deita ao meu lado.

— Desculpas pela demora — diz ela.

— Espero por você o tempo que for preciso — confidencio.

Percebo que seu semblante se entristece um pouco, pois ela conhece toda a dimensão do que acabei de dizer. Katniss sabe que não me refiro apenas a esse momento, mas a uma espera por toda a vida.

Ela faz menção de falar alguma coisa, porém desiste quando pego uma de suas mãos e levo aos meus lábios.

— Boa noite, Katniss. Durma bem.

— Boa noite — despede–se ela, aconchegando-se no travesseiro.

Gentilmente toco seu rosto, percorrendo seus belos traços devagar. Os olhos de Katniss começam a se fechar e, finalmente, sua respiração desacelera até alcançar um ritmo constante e sereno, o que denota que ela já está dormindo.

Levanto silenciosamente, não sem antes beijar o topo de sua cabeça. Cubro seu corpo com o lençol que estava dobrado ao pé da cama.

— Não importa se você não pode retribuir o que sinto por você — sussurro. — Isso não muda o quanto eu a amo e o tanto que vou lutar por você.

Vou saindo do quarto dela, até que me deparo com Buttercup na porta. Ele começa a miar alto quando me agacho perto dele.

— Assim você acorda a Katniss! Vem comigo pra minha casa. — Eu o seguro e ele protesta um pouco. — É pra dar comida a você, garotão.

Ao som da palavra 'comida', ele se acalma. Chegando à minha casa, sirvo-me da janta que preparei antes de visitar Katniss. Ponho um pouco também numa tigela e ofereço ao gato, ao lado de um pote com água. Comemos juntos como melhores amigos.

— Isso é um agradecimento por você consolar e proteger a Katniss — declaro, antes de subir para um bom banho.

Ao descer as escadas, vejo que o bichano já está arranhando a porta, querendo sair.

— Eu também não ia querer dormir longe dela uma noite sequer. Você é um gato muito esperto!

Nem bem dou passagem, ele corre para o outro lado da rua. Abro a porta da casa de Katniss e Buttercup sobe as escadas depressa. Sigo atrás, pois a voz desesperada dela chega aos meus ouvidos.

— Não! Não fique aí, Prim! Você ainda pode se salvar! — grita ela em agonia. — Prim!

Eu a encontro sentada na cama aos prantos, com Buttercup já enroscado em seu colo. Quando me vê, ela abre os braços, suplicando com os olhos para que eu me aproxime. Eu logo a envolvo num abraço.

— Não consigo suportar isso sozinha — murmura.

— Você não está mais sozinha. Estou aqui ao seu lado, agora e sempre.

Katniss aperta seus dedos no tecido da minha camisa, como se não quisesse me deixar escapar. Após alguns minutos assim, suas mãos ainda não afrouxam e ela diz:

— Não posso lhe oferecer nada em troca, além da minha amizade.

— Já entendi. Não estou cobrando nada. Pra mim, basta que você se sinta melhor comigo aqui. Você se esqueceu de que nós somos uma equipe? — tento acalmá-la.

Só então ela me solta devagar. Deito-me ao seu lado e Katniss acomoda a cabeça em meu peito. Durante a noite, ela ainda ameaça acordar algumas vezes, porém consigo tranquilizá-la.

Quando acordo, Katniss ainda está abraçada comigo. Nada como ver o amanhecer se aproximando e poder inspirar o perfume natural de seus cabelos. Afago levemente seu rosto e ela começa a despertar também.

— Bom dia! Pronta para cumprir nosso acordo? — pergunto e ela me olha com cara de sono.

— Bom dia! Vou buscar os meus remédios... E obrigada por ter ficado aqui — agradece com carinho, após erguer-se um pouco e apoiar o cotovelo no colchão.

— Vamos à casa do Haymitch? Podemos tomar café da manhã com ele — sugiro. — Só preciso separar algumas coisas pra levarmos.

— Ok. Espero você voltar para irmos juntos — concorda ela, enquanto se espreguiça.

Desço as escadas e vejo que Greasy Sae ainda não chegou. Eu a avisto com sua neta, caminhando em direção à casa de Katniss quando estou atravessando a rua.

— Bom dia! Hoje, eu e Katniss vamos tomar café da manhã na casa do Haymitch — aviso.

— Isso significa que está tudo bem entre você e Katniss? Como antes?

— Estamos bem, como amigos... Como ela faz questão de frisar a toda hora — confesso um pouco desanimado. — Por quê?

— Ela ontem estava um pouco apreensiva sobre algumas coisas que falou com você.

— A senhora pode ficar tranquila, pois não vou desistir facilmente. Estou mais do que disposto a fazer minha estadia aqui dar certo. Pode esperar todo o meu empenho.

— Fico feliz em ouvir isso! Já foram tantos os que praticamente a abandonaram, inclusive o Haymitch.

— Vamos tentar reverter isso, a começar por esse café da manhã surpresa.

— Pra não se tornar uma surpresa desagradável, vou até a casa dele arrumar um pouco aquela bagunça. — Ela se oferece.

— A senhora tem certeza?

— Não é de hoje que lido com o Haymitch, meu filho!

Observo que a neta de Greasy Sae, que vive em seu próprio mundo, não tira os olhos de mim. Seu comportamento me lembra o da morfinácea do Distrito 6, que salvou a minha vida na arena-relógio ao me proteger do ataque de um macaco.

Recordo–me de como ela era fascinada por pinturas, assim como me lembro da forma como me despedi dela enquanto agonizava na praia, falando para ela sobre como eu descobria tons e cores para elaborar meus quadros.

— Vamos, Daisy, não fique aí parada encarando o Peeta! — Greasy Sae chama a atenção da criança.

— Não faz mal. Acho que é porque nunca fomos apresentados, não é, Daisy? — Estendo minha mão pra a menina, que a segura timidamente. — Eu sou o Peeta. Muito prazer.

— Peço desculpas pelo jeito dela. Minha neta é bastante observadora, mas não é muito de conversar, não — comenta Greasy Sae.

— Você gosta de brincar com tinta? — pergunto à pequena.

Daisy abre um sorriso e concorda efusivamente, balançando a cabeça e as mãos.

— Então, vamos combinar de um dia você vir pintar uns quadros comigo, ok? — convido.

Daisy olha para a avó, esperando a sua aprovação, e quando esta balança a cabeça afirmativamente, a menina dá um pulo de alegria.

— Só você mesmo, Peeta, pra dar atenção à Daisy. — Greasy Sae se emociona e se afasta rumo à casa de Haymitch, levando a neta pela mão. — Até logo!

— Vejo vocês em instantes! — Aceno um adeus para elas.

Chego a casa, tomo banho e me arrumo para descer. Como não há tempo de preparar nada, reúno numa cesta alguns pães de leite e biscoitos que fiz ontem, pois estão bem embalados e ficaram conservados, como se estivessem frescos.

Cruzo a rua e nem preciso bater à porta de Katniss. Ela sai de casa, usando a roupa que costuma usar para caçar... Minha linda caçadora está diante de mim.

Não há como ocultar meu deslumbramento com ela, nem minha felicidade por vê-la mais bem-disposta a cada dia.

Katniss ergue uma garrafa térmica na frente dos meus olhos. Só assim para eu sair do meu transe.

— Fiz chá de hortelã e não adocei, pois é assim que você prefere — afirma.

— Obrigado por sua... Consideração. — É tudo o que consigo dizer, com o coração descompassado como está agora.

Katniss sorri e caminhamos juntos até a casa de Haymitch.

Eu já estava me preparando para a trabalheira que seria acordar nosso mentor e deixá-lo apresentável para se sentar à mesa conosco.

No entanto, eu e Katniss ficamos boquiabertos ao encontrá-lo acordado e, o que é mais espantoso, devidamente asseado e vestido de forma decente. A garrafa em suas mãos é a única coisa que indica que aquele é o Haymitch de sempre.

Sua casa também não está de todo desorganizada e Greasy Sae dá os últimos retoques na arrumação da mesa de jantar, enquanto os dois conversam e riem animadamente. Daisy está sentada num banco na cozinha, observando tudo.

— Esse é o tipo de coisa que minha mãe falaria pra mim, com certeza, Sae — Haymitch está dizendo à senhora quando nós chegamos.

Ele se vira para a porta e levanta uma sobrancelha ao se deparar conosco. Katniss abre a boca para cumprimentá-los, mas Haymitch ergue o braço antes que ela pronuncie qualquer coisa:

— Não precisa dizer nada. Aceito as suas desculpas, queridinha.

— Haymitch, vim fazer as pazes. Só não me provoque — Katniss resmunga a última frase entre dentes.

— Vamos colaborar, Haymitch — peço a ele.

— Tudo bem. Reconheço que errei com você. — Ele segura uma das mãos de Katniss. — Eu que tenho que pedir desculpas mesmo. Você me perdoa?

Ela dá um sorriso de lado e aperta mais a mão dele:

— Só se você me perdoar.

— Já que estamos todos em paz, é hora de comer! — exclamo. — Você e Daisy nos acompanham, Greasy Sae?

— Agradeço o convite, Peeta, mas já estamos de saída. — Ela faz sinal para a neta vir para junto dela e ambas se despedem.

Depois que elas saem, Haymitch junta as mãos e pigarreia, chamando a nossa atenção para o que ele tem para falar:

— Chegou o grande momento de anunciar que vocês terão novos vizinhos! Seguindo a sugestão do Peeta sobre buscar uma ocupação, vou começar a criar gansos. Por isso, já estou de pé a essa hora da manhã. Hoje é o dia de buscá-los.

— Não dava pra criar uns bichos menos barulhentos, não? — Katniss murmura.

— Obrigado pelo incentivo, docinho. No entanto, você está autorizada a caçar um por um e mandá-los para a panela, caso comecem a perturbar muito.

— Falando nisso, você vai à floresta caçar hoje? — pergunto à Katniss.

— Estou pensando em fazer isso sim. Por quê?

— É que vou até a antiga área comercial à tarde. Quero ver o que restou da padaria — informo.

— Você tem certeza de que quer fazer isso? — Haymitch indaga.

— Querer... Não quero, mas devo — revelo com tristeza.

— Então, vou com você. — Katniss me oferece a sua companhia.

— Não precisa. Além disso, acho que seria um pouco... Arriscado ir com você. Posso reagir mal ao que vou ver.

— Você está se esquecendo do que me disse ontem à noite. Você não tem que fazer isso sozinho. — Ela se aproxima e me abraça de lado. — Nós somos uma equipe, não somos, Haymitch?

Com a mão que está livre, Katniss faz sinal para Haymitch juntar-se a nós. Então, nós três nos abraçamos.

— Só está faltando a Effie — menciono.

— Daqui a pouco tempo, não vai faltar mais! — Haymitch anuncia alegremente.

Nós três nos entreolhamos e trocamos sorrisos de pura cumplicidade.


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoal!

Sou grata por terem encontrado a fic de alguma forma e por terem o carinho de acompanhar... ♥