FELIKO WAY SCHOOL escrita por agarotadoblog


Capítulo 10
Por que não vai embora?


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que algumas coisas ficam confusas durante a história, mas me perdoem meninas e lembrem-se: É a minha primeira fanfic! Peguem leve comigo HAUAHAUH.
Obrigada pelos comentários! Eles me incentivam a continuar essa historinha aqui, fico feliz de saber que alguém acompanha Beijos no coração! Até mais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/696281/chapter/10

— Hoje a nossa aula será sobre um artista fundamental na História da Arte: Vincent van Gogh.

— Só você Carneirinho, pra me fazer sentar aqui na frente e aturar a aula chatérrima com slide que essa mulher já passou milhões de vezes!

— Shhh! – Nicolas ri do comentário dele e pede silêncio para Félix que cruza os braços, estava com raiva por ter que prestar atenção naquela aula que tanto detestava. Por que não conseguia dizer não para ele? Sempre deu ordens, obedecer nunca foi seu forte.

— Vicent foi um pintor pós-impressionista e o seu trabalho era notável por sua beleza, emoção e cor, influenciando a arte do século 20. Nasceu em 30 de março de 1853, em Groot-Zundert, Holanda, e morreu 29 de julho de 1890, aos 37 anos, na França, decorrente de ferimento causados por uma tentativa de suicídio com uma arma.

— Eu que quero me matar agora, que aula chata!

Félix não parava de reclamar desde o início da aula, não era acostumado a sentar na frente. Apesar dos inúmeros protestos dele, Niko estava feliz por ele ter sentado em um lugar que não gosta só pra ficar perto dele. A professora apaga as luzes e inicia a apresentação do slide, mostrando quadros de Vicent. Nicolas olha para Félix que ainda estava com a cara fechada, estava odiando estar assistindo a aula de tão perto. Sorriu, ele era tão único. Os traços dele, a sobrancelha, o nariz grande e os olhos negros o encantava. Niko, vendo que todos estavam concentrados na aula, aproxima lentamente a sua mão da perna de Félix e a acaricia lentamente e vai subindo até chegar no seu alvo principal.

— NIKO! – Félix, quase dá um berro, surpreso e preocupado com que alguém visse o momento de loucura do seu carneirinho, afinal, estavam sentados na frente.

— Silêncio! – A professora reclama e Félix continuava olhando para Niko com olhar de espanto porque apesar da advertência, não tirou a mão dele. O loiro sorri perigosamente para ele e continua acariciando lentamente o volume que começava a surgir em sua calça. A sala estava numa escuridão, que não permitia que alguém visse as mãos do loiro agindo em Félix, mas ainda sim, era perigoso e o moreno não poderia acreditar que logo ele, aquele carneirinho, estava o deixando louco em uma situação dessa, mas não poderia negar que estava adorando.

Enquanto a aula prosseguia, mostrando figuras e explicações sobre pintores no Séc.XX, Niko continuava estimulando Félix por cima da calça jeans desabotoou o botão e deslizou com o zíper colocando enfim a mão dentro da calça dele, segurando-o firme. O moreno não aguentou e deu um gemido baixo, que não passou despercebido pela professora.

— O que foi isso?!

Nicolas encara o moreno divertindo-se com a reação dele e retira rapidamente a mão das calças da calça dele antes que fosse pego. A professora acende as luzes e vai andando para o centro da sala buscando informações.

— Será que eu não posso dar uma aula com slide sem que essa sala vire uma bagunça? Isso aqui não é aula de educação sexual pra vocês ficarem beijando seus parceiros durante a aula!

A turma toda vira em direção a Edith, que estava distraída com fones de ouvido.

— Não fui eu! Só estava aqui ouvindo músicas.

— Sobre os pintores renascentistas do séc.xx?

— Não...

— Então termine de escutar suas músicas fora de sala.

— Por que???

— Porque não pode ouvir música durante a aula, tira a concentração e é falta de respeito.

— Por que não tira o casal novo para sala de aula? Eles que atrapalham os outros durante as aulas, ficando de conversinha!

Anjinho sai em defesa de Edith, estava furioso.  

— Gereovaldo dos Santos, primeiro que eu não sabia que você é o advogado de Edith e segundo: Nem sei a que casal você se refere.

— Félix e Niko estão namorando! – Alguém da turma revela.

— Então é por isso que Félix está sentado na frente hoje? - Aquela situação não passou despercebida por nenhum dos professores que ministraram aula aquele dia. – Então esse namoro vai fazer bem pro rendimento da minha aula já que Félix só costuma atrapalhá-la e para meu espanto, hoje se manteve o tempo todo calado.

— E como eu fico?

Edith pergunta preocupada, não poderia levar mais uma advertência aquela semana, senão pegaria suspensão e sua mãe não pegaria leve. Estava cansada de ter que ir ao colégio tantas vezes por conta das aventuras dela na WaySchool.

— A Edith tá ferrada! – Comenta Félix, rindo.

— Você pode ir escutar suas músicas fora de sala, já que parece ser mais interessante pra você.

— Professora! Você não pode tirar a Edith de sala!

Félix não esconde a reação de espanto ao vê-lo sair em defesa de Edith. A galera do fundão também fica sem entender a atitude de Niko, pois todos sabiam que assim como Anjinho, ela o detestava.

— E por que não?

— Porque se você for tirar ela por escutar música durante a sua aula, vai ter que tirar metade da sala, porque ela não é a única!

— Isso é verdade? – A professora pergunta para a sala, que confirma o que ele havia dito. – Será que vocês não enxergam a placa que diz ser PROIBIDO escutar música durante as aulas? Edith, você escapou dessa vez, agradeça o seu colega. Mas na próxima não terá segunda chance. Quem eu pegar escutando música na próxima vez, estará automaticamente REPROVADO na minha matéria. Fui clara?

O sinal toca, mas a turma não sai, a professora permanecia furiosa, parecia que ia sair fumaça da cabeça dela a qualquer momento.

— Estão liberados! Mas na próxima aula já sabem: SEM FONES! Não pegarei leve. E estudem para as provas finais! Não quero ser obrigada a ver a cara de ninguém aqui. 

A professora sai de sala com todos os outros alunos ansiosos pela hora do intervalo. Félix se aproxima de Nicolas, que parecia procurar algo dentro da sua mochila.

— Por que defendeu aquela mocreia? A Edith não presta!

A ingenuidade de Nicolas o deixava incrédulo e, por vezes, o irritava.

— Seria injusto ela levar culpa por algo que a turma inteira faz, Félix!

— Ela não gosta de você!

Com o tom de voz grave, passava a mão na testa, como se fosse possível acalmar a irritação que estava sentindo.

—  Félix, precisamos fazer o bem sem olhar a quem! – Nicolas sorri docemente, percebendo que o moreno insistiria naquele assunto, se aproxima como um Carneirinho pidão, fazendo manha.

Segura as mãos dele e a entrelaça com as suas.

— Adorei o que você disse no começo da aula...

— Que somos namorados? – Félix dá um beijo nele, mordendo seu lábio inferior que antes rosado, agora estava vermelho. Era impossível ficar bravo por muito tempo com ele.  – Eu só esqueci de dizer o quanto você é tarado!

— Eu?

Finge estar indignado. Sorri, mordendo o queixo do moreno.

— Me agarrando na hora da aula! Criatura, se alguém nos pega, era expulsão na certa!

— Você adorou, que eu sei.

— Você hein?! Tem essa cara de Carneirinho, mas é mais safado que eu!

— Que calúnia, Félix... Você que tirou a minha inocência, é o culpado. Agora aguenta!

— Adoro!

 Félix puxou Nicolas para mais um beijo, mas logo foram interrompidos com o barulho de alguém se aproximando. Tinham companhia.  

— Ai... Eu sabia! O que foi agora, Edith? O que veio aprontar dessa vez?

Impaciente pela interrupção, mostrava toda sua raiva no olhar para ela que sorria divertindo-se. Adorava irritá-lo.

— Te espero lá fora, tá? – Nicolas sorri para o moreno dando um beijo rápido nele e vai saindo, mas é impedido por ela que o segura pelo braço.

— Eu quero falar com você!

— Comigo?

Nicolas a olha confuso, sem entender. Ainda que fossem da mesma sala, nunca haviam conversado ou sequer trocado uma palavra.

— Você não tem nada pra conversar com ele! Nem olha pra ela Carneirinho, que ela joga o veneno no momento que você menos espera!

Ele fica na frente do namorado, como se ela fosse ataca-lo a qualquer momento com seu veneno.

— Félix, dá um tempo que a conversa não chegou até você!

Tenta se aproximar de Nicolas, mas o moreno continua entre os dois de braços cruzados, com um sorriso irônico no rosto. Ela não o enganava.

— O que você quer falar comigo?

— Quero me desculpar... Eu sempre fui muito má com você desde que chegou aqui na WaySchool e mesmo assim, você me ajudou hoje.

— Agora mais essa! – Félix ri irônico, ajeitando a sobrancelha. – Eu devo ter salgado a Santa Ceia pra ter que ficar ouvindo uma mentira cabeluda dessas! Para com esse teatrinho Edith, que pega mal até pra você!

— Eu estou sendo sincera. Niko, você me desculpa?

— Tudo bem. – Nicolas abre um sorriso amigável e aceita as desculpas dela, provocando a raiva em Félix.

— Eu não to acreditando no que eu to vendo!

Vira-se para ele com a expressão de total indignação.

— Podemos ser amigos então?

— DEIXA DE SER FALSA, EDITH!

Até quem passava pelo corredor pode ouvir o grito dele, que assustou Niko. Ele nunca tinha o visto assim.

— Félix! Não precisa disso, ela só está sendo gentil!

— Gentil? Deixa de ser BURRO Niko! Será que você não vê que ela tá querendo enganar você?  Você é tão ingênuo assim?

— Eu só quero ser legal com você, Niko!

Edith estava sendo sincera ao pedir desculpas, mas seu lado maléfico era maior e não poderia deixar de tirar proveito da situação.

— Félix, eu sei o que eu faço! Não precisa ficar me tratando como se eu fosse uma criança!

—  Não é criança, mas é BICHA BURRA!

— O que?

Nicolas olha para Félix extremamente ofendido. O clima começava a pesar e Edith parecia adorar assistir aquilo de camarote.

— Bicha burra, sim! Você pode ser inteligente para varias coisas, Niko. Mas o coração, é burro!

— Eu devo ser bicha burra mesmo pra gostar de alguém que só me trata mal.

Nicolas estava com os olhos cheios d’agua, aos poucos o mar verde dos seus olhos, foram dominados por lágrimas que começaram a cair. Sem dizer mais nada, sai disparado, quase correndo, sem olhar pra trás. Não queria ver o rosto do Félix, não depois do que ele disse.

— Niko!

Félix tentou ir atrás dele, mas o loiro já havia sumido pelo corredor do colégio. Voltou para sala encarando Edith com raiva em seus olhos, se aproximou dela, assustando-a, ele estava furioso.

— Satisfeita? SATISFEITA? Hein, vagabunda? Tá feliz agora?

— Ainda não!

— O que você quer de mim?

— Que você sofra!

— Por que tá fazendo isso? Por que não me deixa em paz?

— Porque finalmente descobri algo que você ama, agora vai entender o quanto eu sofri.

— Eu tentei te amar, Edith.

— Tentou?

— Sim, eu tentei. Eu gostava de você, mas você sempre me traia.

— Quem me traia era você!

— Eu te traia fisicamente mas você também me traia... emocionalmente.

— Félix, me poupe! Vai fazer discursinho afetuoso agora?

— Você era a única pessoa que eu confiava, a primeira que compartilhei meus.. verdadeiros intintos. Eu confiava em você. Mas você me traiu, me expondo na frente de todo mundo, na frente do meu pai e da minha família, que eu sou gay.

— Eu te ajudei a se assumir!

— Da pior forma!

— Fiz isso porque eu te amo! Você sempre foi o único, Félix!

— Amor? Não é amor! O que você sente é qualquer coisa criatura, menos amor.

— E o que você entende de amor? Você enche a boca pra falar de amor porque acha que tá gostando dele. Só quero lembrar você de uma coisa Félix: Você se aproximou dele por uma aposta idiota com o Jacques, pra transar com ele como um desafio e você aceitou. Ele era o seu prêmio. Prêmio de pegador da WaySchool.

— Sim, começou com uma aposta. Era pra seduzir ele e cair fora, mas as coisas mudaram no meio do caminho. Eu cai no meu próprio jogo! Tentava me enganar achando que era só uma transa, mas quando aconteceu, eu descobri que era mais que isso. Eu gosto de estar com ele.

Félix desabafa lembrando daquela história que começava a irritá-lo.

— E o que você vai fazer quando o seu queridinho descobrir que tudo não passou de uma armação? Que você o enganou?

— Eu vou contar pra ele! Só tô esperando o momento certo.

Um silêncio se instala no local, deixando Félix ainda mais nervoso. Não poderia deixar que Niko descobrisse sobre aposta, principalmente agora que estava triste com ele. Não queria nem imaginar se ele se recusasse a vê-lo, não suportaria. Ele já tinha se tornado seu vício.

— O que você sente por ele?

— Sinceramente? Nem eu sei!

Edith observa ele e ficam se encarando até que ambos riem do que estavam fazendo. Aquela conversa tava estranha demais pra quem não conseguia trocar 5 palavras sem brigar.

— Só sei que sinto e que a cada dia fica mais intenso.

Seu tom de voz estampava toda a sinceridade daquelas palavras e ela sentiu.

— Você tentou mesmo me amar?

Ela pergunta com o semblante sério, seus olhos esperançosos o acarou, esperando respostas.

— Criatura, se você soubesse o quanto foi doloroso perder minha virgindade com você... Acredite, eu tentei!

— Idiota!

Ela dá um tapa no ombro dele, empurrando-o. Eles riem descontraídos.

— Eu devo ser muito, mas muito idiota pra fazer o que to pensando...

— O que?

— Você conseguiu, Félix! Vou deixar o caminho em paz pra você e o caipirazinho.

— Olha como fala do meu Carneirinho! Caipira é você! Minha ex sogrinha, coitada, trabalha no shopping e você vem com esses trapos pra escola, Edith! Francamente....

— Mudei de ideia! Que vocês se fodam!!!

— Isso nós já fazemos e com muita habilidade.

Sorri malicioso.

— Não dá pra falar sério com você nem em um momento de paz?

A loira começava a ficar irritada com as piadas do moreno, que ri como se tivesse acabado de receber boas novas.

— Brincadeira, Edith... Você sabe: Perco amigos, mas não perco a piada. Esse acordo de paz é real ou só mais um de seus truques?

— Eu tô disposta a deixar tudo que ficou pra trás e começar do zero com você, sem ressentimentos.

— E como eu sei que você tá falando a verdade?

Não poderia acreditar tão fácil naquela que tinha trapaça como hobbie favorito.

— Jacques filmou você confessando a aposta que fizeram.

— O QUE? Como? Onde? Ele tem esse vídeo?

O coração dele disparou. Nicolas não poderia sonhar com a existência desse vídeo.

— Eu... Filmei uma conversa de vocês. O vídeo tá no celular dele.

— Eu deveria esganar você agora mesmo! Mas estou grato por me contar... Acabo com o Jacques! E selo um acordo de paz com você, Ebitch!

— Ebitch? Te ajudo e ainda recebo ofensas?

— É um apelido carinhoso, criatura. Não faz a Madre Teresa de Calcutá.

...

— A Edith se safou de levar suspensão e apanhar da mãe dela na frente do colégio de novo!

Jacques divertia-se lembrando do ocorrido, enquanto olhava no cardápio o que queria.

— Antes ela do que eu! Também tava escutando música, a aula daquele mulher é insuportável! Quem é que aguenta?

Quando Gabbe vai fazer o pedido, algo chama sua atenção, ele cutuca as pressas Jacques que estava distraído com o cardápio. 

— Que foi cara? Deixa eu escolher meu XBROCA!

— Cara, dá uma olhada na cara daquele garçom!

Jacques procura o garçom e o reconhece de imediato, abrindo uma gargalhada com Gabbe.

— NIKO?

— Ele mesmo! O namoradinho do cara mais rico do colégio, além de bolsista, é garçom!

— Você desdenha o caipira, mas bem que faria ele também né?

— Quem não faria? Olha aquela bunda...

Gabbe gesticula no ar, as formas de Niko. Jacques ri do amigo.

— Por isso Félix foi em frente com ele depois da aposta!

— Ele já sabe?

— Não. Ele realmente acha que Félix tá com ele porque tá gostando dele. Mas a gente sabe que essa história não vai durar.

— Ei!

Gabbe acena para Nicolas, chamando atenção dele. Ele termina de atender a mesa em que estava e vai à direção deles.

— O que tá fazendo cara? Tá doido?

Jacques puxa o braço do Gabbe, tenta conter o amigo que adorava arrumar confusão por onde passava. Sabia que ele aprontaria algo a qualquer momento.

— Fazendo o meu pedido, ué. Ele não trabalha aqui?

Niko se aproxima da mesa dos dois, com um bloco de anotações em suas mãos e seu sorriso de sempre, nem parecia que estava triste. Félix tinha o magoado de manhã, só que não poderia deixar de dar seu melhor no trabalho.

— Oi Jacques. – Sorriu, ele não conseguia ver a maldade nas pessoas.

— Oi... Niko.

Jacques o cumprimenta com um sorriso rápido. Ele estava sendo gentil, Gabbe estranhou aquela cena.

— Vocês se conhecem?

Gabbe olha para os dois confuso. Ainda não tinha entendido aquela educação toda de Jacques. 

— Jacques foi meu guia turístico-escolar, quando entrei na WaySchool.

Sorriu. Jacques quis sumir. Ninguém sabia daquilo.

— Sério? Não sabia que meu amigo era tão hospitaleiro com os novos alunos.

— Não enche!

Jacques dá uma cotovelada em Gabbe, que ria da cara dele.

— Qual vai ser o pedido de vocês?

— Eu quero um XBacon, cem cebolas! Porque tenho vários contatinhos pra ver hoje.

Jacques diz com um sorriso malicioso. Nicolas apenas ri e anota seu pedido.

— E o seu pedido?

Pergunta para Gabbe, enquanto continua fazendo anotações no caderninho e não percebeu que ele o analisava de cima a baixo.

— O teu número.

— Oi?

Nicolas o olhou confuso, pensou ter ouvido errado.

— Gabbe, não começa cara!

Jacques tenta conter o amigo mais uma vez, que não dá ouvidos e insiste.

— Quero teu número, Niko!

— A única coisa que posso te oferecer é o que tá nesse cardápio.

Nicolas tentava se manter calmo, não queria o tratar com grosseria, porque um dos lemas da lanchonete era “O cliente tem sempre razão e nosso sorriso”.

— Ah, qual foi Niko? Vai se fazer de difícil? Fica se agarrando pelo colégio com o Félix, todo mundo vê!

Gabbe se levanta se aproximando de Niko, que se afasta. Ele se insinua segurando o queixo dele, que tentava com todos seus esforços manter a calma. Não queria armar um escânda-lo. Precisava desse emprego.

— Ele é meu namorado!

— A gente sempre dividiu tudo sabia?

Sorri perigosamente piscando para ele.

— Senta no seu lugar e faça logo seu pedido, por favor!

— Meu pedido é você!

Gabbe se aproxima de Nicolas e tenta beijá-lo, antes que o loiro pudesse fazer alguma coisa, alguém se mete na frente dos dois.

— Ele já disse que não quer! Ficou surdo ou que?

Sua voz mostrava toda a fúria que estava sentindo no momento. Sua expressão não era nada amigável.

— Qual foi Félix? Eu só tava conversando com ele...

— Atrapalhando, você quer dizer né?

Nicolas começa a ficar nervoso porque aquela cena estava atraindo olhares dos clientes e sobraria pra ele. Jacques apenas assistia a tudo, divertindo-se com a cena.

— Parem! Por favor, vocês vão ficar aí trocando farpas?

— Eu não fiz nada de errado. Só pedi o número dele pra marcar uma trepada e ele adorou.

Félix fica furioso e avança pra cima de Gabbe dando um soco certeiro no olho esquerdo dele, que quase cai com o impacto, mas Jacques o segura antes que caísse no chão.

Nicolas abre a boca mas não consegue dizer nada, agora já era tarde: todos na lanchonete param pra ver a briga.  Jacques fica sem ação, principalmente Gabbe que fica com a mão tocando o rosto, ainda tentando processar o que tinha acontecido, sem acredita. Que Félix, havia dado um soco na cara dele.

— Ficou maluco, Félix????

— Isso é pra você aprender a ficar na tua!

— Na minha? A GENTE SEMPRE DIVIDIU TUDO!

— Gabbe, eu só vou dizer mais uma vez: Nunca mais chega perto do Niko!

— Félix, não precisa isso cara...

Jacques se aproxima tentando apartar a briga. Eles eram amigos, nunca haviam discutido antes. Ainda não conseguia acreditar no que estava acontecendo.

— Fica na tua Jacques, que o que é teu tá guardado!

— PAREM COM ISSO VOCÊS TÃO NO MEU TRABALHO!

— Ex-Trabalho. Você tá demitido! Nunca houve tanta confusão em um único dia aqui antes. Brigas por namoro, gritaria e um cliente ainda foi agredido! Deixe o crachá em cima da mesa quando sair.

Gabbe não pode evitar o sorriso de satisfação.

— Mas...

— Sem mais Nicolas Corona!

— Ele não fez nada, a culpa é dele! – Félix aponta para Gabbe, que estava recebendo cuidados das garçonetes. -  Ele que vai ser responsabilizado por tudo!

— Eu sou responsável? O namorado do garçom me AGREDIU.

— O cliente tem sempre razão! Nicolas, o crachá...

Nicolas tira ao o boné e o crachá, seu rosto estampava a tristeza que estava sentindo, não poderia acreditar que tinha sido demitido em apenas dois meses de trabalho. O que diria para seus pais que o ajudavam com tanto esforço? E Edgar? Deixou seus pertences em cima da mesa e saiu da lanchonete sendo seguido por Félix.

— Carneirinho, espera!

— Me deixa em paz, Félix.

Félix o alcança, segurando o ombro dele, mas Nicola abaixa a cabeça, não queria olhar pra ele. Já tinha o magoado demais e não queria que o visse chorando.

— Ei, olha pra mim! Precisamos conversar sobre o que aconteceu hoje. Vem, entra no meu carro e...

Félix segura as mãos dele e tenta leva-lo para o carro.

— Não!

Nicolas se solta de Félix. Ainda estava magoado.

— Niko, eu tô arrependido do que falei, desculpa...

— Você deve achar que sou bicha burra mesmo pra achar que um simples pedido de desculpa muda tudo. Palavras machucam, Félix. Suas atitudes também.

— Niko... Eu não quis te ofender, mas me irrita quando você é ingênuo demais.

— Se eu te irrito, por que não vai embora?

— Você não me irrita! O que me irrita é as pessoas se aproveitarem da sua bondade. Você não percebe e nem vê a maldade nas pessoas e eu... Só quero evitar que você se magoe.

— A única pessoa que pode me magoar é você, Félix.

Aquelas palavras o acertam em cheio. Seu coração pesa só de pensar no quanto ele ficaria decepcionado quando descobrissse a aposta. Ele se aproxima de Nicolas o puxando para um abraço, apertado, no começo ele tenta soltar-se dele, mas não resiste e acaba o acolhendo.

— Me perdoa, Carneirinho. Você não é bicha burra! Eu que sou.

— Promete que não vai me magoar mais?

 Félix se afasta um pouco para poder olhá-lo, beija a testa, nariz e boca dele e o olha com carinho.

— Eu prometo se você disser que não vai desistir de mim.

— Não vou

Nicolas dá um sorriso breve, fecha os olhos e o moreno dá beijinhos nele.

— Entra no carro, vai?

— Só se você me levar pra dar uma volta na cidade.

— Por que?

— Preciso procurar um novo emprego.

Eles riem e entram no carro. Mas antes de dar partida, Félix comenta:

— Você cozinha muito bem para trabalhar ali. Você não perdeu um emprego na Xburgueria WZ, eles que te perderam.

— Que namorado incentivador eu tenho! Amei a frase.

Sorriu e Félix segurou a mão dele, entrelaçando-as.

— É sério, Carneirinho. Você deveria trabalhar num restaurante. E cá, entre nós, criatura: Eles devem pagar muito mal os funcionários.

— Como você sabe?

— Só de ver as outras garçonetes e garçons. Todos com a pele derrotada, desarrumados. O único que se salvava era você!

— Félix, você tem que fazer piada de tudo?

— Ah... eu sou assim.

Félix liga o carro e dá partida. Sem deixar de dar atenção para o seu Carneirinho, que ficou obervando a paisagem enquanto seguiam viagem.

— Se o emprego era tão ruim, o que te mantinha lá?

— Ah, Félix. Apesar do salário não ser dos melhores, eu precisava muito do dinheiro pra comprar o que preciso na WaySchool, meus outros gastos, enfim.

— Eu posso ajudar você.

— Félix!

— O que foi?

— Acha que eu quero ser bancado por você?

— Não, Carneirinho. Só quero... Ajudar. Sou seu namorado, não sou? E eu tenho que fazer isso, afinal, foi por minha culpa que você perdeu o emprego.

— Fico feliz de saber que tenho um namorado tão preocupado com a minha estabilidade financeira, mas não quero.

— Vai fazer a orgulhosa?

— Não é isso Félix, só não me sentiria bem recebendo seu dinheiro. Um dos motivos para eu ter emprego é justamente pra não preocupar meus pais com isso.

— Ai, para Niko! Time-out!

— Que foi?

— Vou ficar diabético com tanta doçura!

Nicolas dá uma gargalhada. Era sempre assim: Félix conseguia deixar ele a todo sorrisos com o jeito dele, seus trejeitos, suas piadas. O que o loiro não sabia, era que também tinha um enorme efeito sobre ele. Nicolas o cativava, despertava o melhor de sí, o que nem ele sabia que tinha. Com ele tinha vontade de ser o melhor. Não precisava de máscaras. Com ele Félix acreditava que poderia ser um homem bom.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "FELIKO WAY SCHOOL" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.