???: Isso aqui tá um saco...

Professor: Akira!

Akira: Hum?! O que foi?

Professor: Pare de murmurar, e preste atenção na aula. Mesmo com notas boas, você deve se portar adequadamente.

Akira: Sim, professor...

Se concentrar nas aulas, era um martírio para o jovem Akira, de 13 anos. Já sabia de cor, toda a matéria da prova. E ainda era obrigado a ter que escutar a voz trêmula, e rouca, do professor, que se esforçava em ensinar a matéria. Ele já havia se destacado em toda a escola, como um dos melhores. Excelente nos estudos, e nas atividades esportivas. Akira não era menos que um gênio, lidando com idiotas.

Akira: Vou nessa.

???: Essa não, perdi de novo! Esse jogo é mesmo complicado. Mas alguns digimons são tão fofos! Hã?!

Aquela garota viu Akira, guardando suas coisas.

???: Porque ele já está indo embora? Ainda estamos esperando, o outro professor chegar.

Hana Maeda era uma estudante da mesma sala de Akira. Menina doce, e gentil. E que escondia uma paixão secreta, por ele.

Depois de colocar seus pertences em sua mochila, Akira se sentiu mais confortável.

Akira: Qualquer coisa é melhor que estar aqui.

???: Se você é tão bom assim, porque continua vindo para cá?

Akira olhou para trás, para ver quem o insultava.

Akira: Meus pais me obrigam. Eu não posso fazer nada. (feliz)

???: Seu maldito, vou te acertar um!

Hana: Calma, não provoque brigas, Ryota-kun!

Ryota Nishimura era o típico valentão. Sempre muito chato, e mal-humorado. Ninguém se aproximava dele. Diziam que seu passado, é bastante triste. Mas ninguém ousa, comentar qualquer coisa.

Ryota: Cale-se! Não se meta nisso. (afasta)

Hana: Ai!

Ryota caminha em direção à Akira, que permanece com semblante inalterado.

Ryota: Vou te arrebentar.

Akira: Então vá em frente (sorriso malvado)

O badboy agarra a camisa de Akira e levanta seu braço, para lhe golpear.

Professor: Já chega.

Ryota: Mas como o senhor chegou aqui, bem na hora?

Hana: Eu o chamei.

Ryota: Ora, sua...

Akira: Eu a vi saindo. Eu calculei o tempo estimado, até a chegada do professor. E eu estava certo, como sempre.

Hana: Akira-kun, é tão legal... (pensando)

Estando perto de Akira, Hana ficava completamente avoada.

Akira: O que houve, Maeda?

Hana: Hã?! N-Não é nada!

Ryota: Tanto faz. Vou voltar para o meu lugar.

Professor: Não vai não. A partir de hoje, você está suspenso.

Ryota: Ah, é? Que ótimo. Assim, eu evito contato com certas pessoas... (olhando para Akira)

Ryota pegou sua mochila, e saiu da sala.

Akira: Que sorte a dele... (pensando)

Professor: Já pode se sentar, Akira.

Akira: Ah, bem que eu queria, professor, mas...

Professor: Mas, o quê?!

Akira: Minha irmãzinha ficou doente, e eu preciso mesmo ir nessa! Se o senhor pudesse me liberar, eu agradeceria.

Hana: Aposto que é só mais uma desculpa dele (pensando)

Professor: Está certo, Akira. Pode ir.

Akira: Beleza!

Professor: Por que está tão feliz?!

Akira: Hã?! Mas, eu não tô feliz, até mais! (nervoso)

Hana: Yamada-kun, até!

Porém Akira saiu antes de escutá-la. A garota ficou, um pouco triste. Seu laço de amor nunca será notado?

???: Yes! Finalmente derrotei o Devimon! Esse jogo tá cada vez melhor!

Ryota: Ei, nerd! O que está fazendo aí, fora da sala?

???: M-Meu nome é Kenichi.

Kenichi Abe, 12 anos. É viciado em games, e deixa de assistir as aulas, para jogar no corredor. Não tem amigos, mas nem liga. Seus games, para ele, são tudo.

Ryota: Que troço é esse?

Kenichi: Devolve o meu PSP!

Ryota: Que diabos é esse jogo?!

Kenichi: É o Digimon Adventure para PSP, tá legal? Agora, me devolve!

Enquanto Kenichi se esforçava para pegar seu game de volta, Ryota desviava-se dele.

Akira: Ei, qual que é a tua?

Kenichi: Q-Quem é você?

Ryota: O que é que você tá fazendo aqui, nerd?

Akira: Eu é que pergunto. Por que você ainda não foi pra casa!

Nenhum dos dois respondeu, e ficaram se encarando, por alguns segundos.

Ryota: Esse pirralho está matando aula para jogar video-game! Ele é um imbecil!

Kenichi: Ei!

Akira: E se ele estiver, e daí? O que você tem a ver com isso?

Ryota: É simples! Eu odeio nerds como vocês? Me tiram do sério!

Kenichi ficou assustado. Mas Akira, ficou indiferente.

Akira: Se tem algo contra nós, por que não nos enfrenta? Usar métodos sujos é para covardes!

Ryota: Seu merda! Cala a boca, você não sabe de nada!!!

Ryota ficou espumando de raiva. E por fim, devolveu o PSP de Kenichi.

Ryota: Eu vou acabar com você, mas em outro lugar.

Akira: Estarei esperando ansioso! (sorriso cínico)

Ryota foi embora. Kenichi ficou impressionado com Akira.

Kenichi: Isso foi muito legal, Akira-san!

Akira: Pois é. Tchau!

Kenichi: E-Espere!

Akira: O que aconteceu? Seu cadarço desamarrou?

Kenichi: Não é isso! É que eu queria poder jogar com você. Quem sabe, um dia.

Akira: Hum... Me parece bom! Eu irei.

Kenichi: Muito obrigado!

Akira foi embora, e Kenichi voltou a jogar. Mesmo sem saber, ambos já haviam criado um laço de amizade.

Akira: Hoje foi um dia, incomum. Espero mais dias assim, daqui para frente. Ei!

Uma garota ruiva, havia esbarrado nele.

Akira: Olha por onde anda! Hum?!

A garota ficou o observando por vários segundos, sem dizer uma palavra.

Akira: Você tá legal?! Você tá desculpada, tchau!

A garota continuou olhando para Akira, de longe. Afinal, quem seria ela?

Akira: É cada um que me aparece!

Mãe: Akira, já chegou?!

Akira: Não, mãe. Ainda estou no colégio.

Mãe: Seu pivete! Por que é tão ignorante?

Akira: Ora, mãe! Hoje foi um dia, e tanto! Tô indo pro quarto.

Mãe: Espera!

Akira: Ai, o que é??? (impaciente)

Mãe: Eu só ia dizer, que seu pai lhe trouxe algo. Está em cima da mesinha da sala.

Akira: O que será? Ele nunca me dá nada.

Foi até a mesinha e abriu o embrulho. Era um jogo de Playstation 4.

Akira: Digimon?! Que ótimo pai! Eu não sou mais criança! (sussurando) Valeu mãe!

Levando o jogo consigo, Akira trancou-se seu quarto, e jogou-se na cama.

Akira: Então, isso que é viver? Nascem, crescem, estudam por longos anos, depois trabalham até morrer. Não é o cenário que eu sempre sonhei. Isto é o melhor que o destino tem para mim? Não há nada que me faça sentir emoção e adrenalina?

De ponta cabeça, olhando o quarto inteiro, Akira avistou o jogo de Digimon, que seu pai lhe deu.

Akira: Eu não acredito no que vou fazer.

Inseriu o disco no console, e esperou o jogo carregar.

Akira: Game start!

Ao apertar o botão de iniciar, uma forte luz tomou conta de seu quarto. Ele não conseguia ver nada.

Akira: Que luz é essa? Alguém desliga essa coisa! AAAAAAAAHHH! Ufa, parou.

Ao abrir os olhos, o menino viu-se em um mundo completamente estranho.

Akira: Então este é o mundo digital? Bem, não é o que eu queria, mas quebra o galho.

O palco para grandes aventuras finalmente apareceu! O que Akira fará em seguida?